Ou: É da natureza do PT. Mente para encobrir uma maracutaia, mente de novo para encobrir a mentira que encobriu a maracutaia, e depois cobrará de quem disse a verdade que prove que mentiu para encobrir uma mentira que encobria a mentira que tenta encobrir a maracutaia. Mentira demais? É o PT.
Por: Reinaldo Azevedo
Lina Vieira, ex-secretária da Receita, reafirmou nesta terça, agora em entrevista ao Jornal Nacional, que se encontrou, sim, com Dilma Rousseff e que a ministra tentou interferir na investigação das empresas da família Sarney. E lembrou algumas coisinhas óbvias: a ex-chefe de gabinete dela sabe disso, a de Dilma também, o motorista sabe… Dilma, suponho, mesmo sendo Dilma, deve ter oferecido uma cafezinho à então secretária. O garçom do ministério deve saber…
O que é que Dilma vinha afirmando? Que jamais havia se encontrado a sós com Lina. A negativa está, por exemplo, na submanchete da Folha desta terça. Aliás, quem editou a primeira página do jornal decidiu dar mais espaço para a negativa de Dilma (duas colunas) do que para a afirmação da ex-secretária (uma coluna). É um critério engraçado: ou a primeira notícia foi subestimada com uma coluna, ou a negativa foi superestimada, com duas… Mas isso agora é o de menos. Importante é o furo jornalístico publicado pelo jornal.
Alguém deve ter lembrado a Dilma que negar o encontro era uma fria. Sempre há um subalterno para desmentir. Então a ministra, hoje, mudou a sua fala: “Não teve essa discussão”. Entenderam? Antes, não havia acontecido o encontro; agora, não aconteceu a discussão. A razão da mudança é simples: não seria difícil provar que o encontro aconteceu; mas é praticamente impossível provar que houve a discussão. Tanto é assim que, com a simpatia habitual, referindo-se a Lina, disse: “A gente não afirma, a gente prova”. Ah, bom! Pronto! Dilma começou negando o encontro e desistiu. Em seguida, negou a existência da discussão. De certo modo, desistiu também. Agora, ela se contenta em afirmar: “Ela [Lina] que prove”. Para quem sabe ler…
Comento
Vejamos um breve histórico da Sra. Dilma Roussef [só para lembrar, ela roubou o cofre do governador paulista Adhemar de Barros e o dinheiro nunca apareceu, nem mesmo para seus companheiros de então].
Esta Dilma Roussef é uma digna herdeira de Lula, o mais performático [um prestigitador, um enganador, um ilusionista, um mitômano] ocupador da cadeira mais poderosa do Brasil. Lula mente desde os tempos de sindicato – e só os cegos ideológicos não sabem disso. Lula disse não saber nada do mensalão, nem do dossiê anti-Serra, nem dos atos secretos, nem dos negócios do filhinho – não sabe de nada que seja ruim para sua biografia que é uma verdadeira peça de ficção trash, nível IV. Agora quem não sabe de nada é Dilma. Ela não mandou sua secretária, Erenice Guerra, fazer um dossiê contra a ex-primeira dama Ruth Cardoso [já falecida]. Também não interferiu na ANAC quando da crise do apagão aéreo, nem sabia que a mesma Erenice foi chamar a Sra. Lina Vieira para um encontro secreto [a Sra. Lina teve que entrar pela garagem, elevador de serviço, porta lateral, etc…] para ouvir um pedido de “facilitação” nos processos que envolvem a família Sarney, aliadíssima dos atuais ocupantes do palácio do Planalto, cujo partido quer como “consorte” nas eleições de 2010.
Para mim, a palavra da Sra. Lina ainda tem mais valor do que o da Sra. Dilma. Explico o valor da palavra da Dilma: teria feito mestrado na Unicamp — tese com nome próprio, orientador e tudo — e depois teria feito o doutorado. Assim era apresentada no Ministério das Minas e Energia (primeiro) e na Casa Civil. Um detalhe: A UNICAMP não tem o registro de seu mestrado e doutorado. Ele simplesmente NÃO EXISTE. Quem acreditou na sua palavra acabou ficando com o erro. Ah, à moda Lula, a Dilma também não sabe de nada sobre seu falso mestrado e doutorado, pois não escreveu nem defendeu tese nenhuma, mas colocou os títulos em seu currículo, que assinava, sem saber…
Outra: Dilma deu sua palavra de “honra petista” [seja lá o que isso for] que a Casa Civil não elaborava dossiês contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e sua mulher, Ruth Cardoso. Até que o dossiê apareceu num computador da Casa Civil. Um dos funcionários que alimentava aquela “base de dados”, como o dossê foi chamado pelos pilantras petralhas afirmou ter recebido ordens da “Doutora Erenice” [que também não é doutora coisa nenhuma]. E foi esta mesma “Doutora Erenice” que, segundo Lina, pediu o encontro. O roteiro é o mesmo, o resultado será o mesmo.
A não-mestre e não doutora Dilma Rousseff também já protagonizou alguns momentos memoráveis para fazer o balanço do PAC, que estaria revolucionando “estepaiz”. Os números da realidade insistem em não coincidir com “a palavra” do discurso. O PAC simplesmente não existe, e, na melhor das hipóteses para o governo, não na magnitude como está sendo vendido. O lançamento de uma proposta de projeto já é visto como se fosse a conclusão da obra – mistificação, mitomania – MENTIRA. A mãe do PAC gerou um aborto. Não sabe conduzir o tal emPACadão, com míseros 3% realizados do que cabe ao governo, outros 27% são de iniciativa de empresas, públicas e privadas, mas que já estavam previstas desde o início da década.
Pergunto, será que esta senhora que não sabe de nada, que mentiu afirmando que não havia encontrado a Sra. Lina, mas que agora mentiu de novo, afirmando que não havia conversado com ela a sós e mentiu uma terceira vez, afirmando que a Sra. Lina não pode provar o que afirma virá a ser a governanta dos brasileiros? Até quando vamos suportar este circo de horrores? Se bem que, para quem tem Lula, suportar a Dilma é fichinha. Seremos todos tratados de “santinhos” – a bordoadas, como os seus subalternos em Brasília sabem bem.
Concluindo. O que temos é a versão, única, cristalina, firme, da Sra. Lina contra a primeira, depois a segunda e hoje sairá a terceira versão da Sra. Dilma, com a ajuda do Sr. Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula, uma espécie de pano de limpar mãos sujas, que afirmará a todos os jornais que a Dilma pediu para “agilizar” no sentido de tornar mais rápida a investigação, não no sentido metafórico e político de “encerrar rapidamente”.
Vamos resumir a coisa de outro jeito, segundo os termos escolhidos por Dilma: por enquanto, é a primeira e única palavra de Lina contra a já segunda palavra de Dilma, Carvalho indica que uma terceira pode estar em curso. Mais resumidamente ainda: é o choque de uma mulher de palavra com outra mulher de palavras.
Povo corrompido, governo corrompido. Já houve tempo em que a igreja se levantava contra estas coisas. Hoje, vivemos tristes tempos, até mesmo com o que antes fora uma igreja corajosa, proclamadora de costumes sóbrios e do evangelho [nesta ordem] se tornou apenas um capacho desta tragédia. A igreja do Senhor não pode dar as mãos a esta pantomima que desgraça nossa nação. Brasil, olha pra cima, volte-se para Deus. Confesse seus pecados e Deus perdoará e sarará esta terra. Ah, Brasil. Olha pra Deus, diga não a estes bandidos, sanguessugas que tiram todo o vigor da nação.