quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O CRENTE E OS DEUSES MUNDANOS

Este post é continuação de o crente e os prazeres mundanos.

O crente está sempre sendo colocado diante de ídolos, e sendo convidado a se prostrar ante eles. Com Daniel não foi diferente. Embora os ídolos de outrora e os de hoje sejam, sob alguns aspectos, diferentes, a perspectiva do crente deve ser a mesma. Daniel teve que enfrentar um desafio que poderia significar a morte. O rei Nabucodonosor mandou fazer uma imagem de si mesmo, colocou-a em uma região de fácil acesso e determinou que todos, inclusive Daniel e seus amigos [Dn 3.1-5], deveriam se prostrar diante delas ao som de uma música. A escolha era a obediência ou a morte em uma fornalha ardente. Para a grande maioria dos habitantes da província aquilo não representou nenhum problema. Uma divindade a mais ou a menos não fazia diferença. Embora o livro de Daniel não diga quantos judeus foram deportados, não menciona que outros judeus tenham tomado a mesma atitude dos jovens amigos de Daniel [3.12]. Denunciados, levados à presença do juiz [que era ao mesmo tempo juiz, legislador e ofendido, mantiveram sua decisão. Não importava o que acontecessem, eles venceriam o rei. Se morressem, morreriam dando testemunho de sua fé, e, se não morressem, também venceriam mostrando que o Deus de Israel era poderoso para salvá-los. Para eles a opção não era viver ou morrer, mas ser ou não fiel [3.17-18]. O resto da historia é conhecido: eles são lançados na fornalha acesa e ali são livrados milagrosamente pelo anjo do Senhor. O testemunho de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, mesmo diante da morte iminente, resultou em louvor a Deus mesmo por parte do rei.

É evidente que, de uma maneira geral, não temos enfrentado as mesmas dificuldades quanto à idolatria que os aqueles servos de Deus enfrentaram. Mas, ao mesmo tempo, é evidente que também enfrentamos os desafios da idolatria, de uma maneira mais sutil, e, provavelmente, ainda mais perigosa para os crentes do tão decantado mundo moderno. A idolatria, diferente do que alguns defendiam, não é uma característica de sociedades atrasadas. É uma característica do coração do homem, seja qual for o seu grau de instrução ou desenvolvimento tecnológico.

Muitas imagens tem sido erigidas na planície esperando o posicionamento dos crentes. Muitos tem capitulado ante a nova sexualidade irresponsável, o consumismo desenfreado, o acúmulo de riquezas e conhecimento, o curvar-se ante os astros do entretenimento e esportes... é curioso mas a historia tem mostrado que até mesmo os servos de Deus que alcançaram alguma proeminência se tornaram motivo de idolatria disfarçada sobre nomes como veneração ou algo parecido. Sua conduta, longe de ser realmente imitada [I Co 11.1], é estudada, comentada, divulgada mas não serve de exemplo real. Admiradores da piedade dos crentes que na verdade são impiedosos apesar de vestirem uma aura de pureza e santidade que impressiona alguns, mas logo fica evidente a todos que tudo não passa de uma máscara vazia e sem sentido. Quem são estes deuses modernos?

A acomodação aos valores mundanos também tem sido chamada de politicamente correto. Tenho dito que o politicamente correto quase sempre é biblicamente incorreto. Ou, colocado de outra maneira, tomar a forma do mundo é rejeitar os moldes de Deus. A palavra nos exorta a não tomarmos a forma do mundo, não nos acomodarmos [Rm 12.2], não nos amoldarmos às paixões mundanas [I Pe 1.14]. Sempre me fiz uma inquietante pergunta: onde estavam os milhares de judeus que foram deportados? Como se comportavam? Porque só Daniel e seus três companheiros de infortúnios sofreram por causa da sua fé?

Certamente os "deuses" do presente século são diferentes dos que Daniel teve diante de si. Mas, ainda assim, a pressão para curvar-se diante deles é poderosa. Situações corriqueiras, como a moda, costumes, mídia convidam constantemente a uma tomada de posição – e quase sempre este posicionamento é contrário à palavra de Deus. Os cristãos do séc. XXI dificilmente poderiam ser comparados com os amigos de Daniel. Tem se curvado ante deuses estranhos, mas muito atrativos: sexo antes do casamento, adultério, divórcio, aborto, consumismo, sonegação de impostos, bebidas, baladas com uma frequência e sensação de normalidade que espantam. Até mesmo a diversão pode se tornar um "baal" particular (Ex 20.3). O que pensar de alguém que, por exemplo, deixa de ir para um culto simplesmente porque tem a oportunidade de assistir o jogo de seu time predileto porque está passando alguns dias na cidade?

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