sábado, 14 de maio de 2016

II. ANSIEDADE, UM MAL QUE AMEAÇA A FAMÍLIA

A vida de Abraão e Sara é, em muitos aspectos, uma fonte de valiosa instrução para o povo de Deus em todas as épocas e em todas as circunstâncias, não sendo sem razão que Abraão é chamado de “pai dos que creem” (Gl 3:7 - Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão).
Todavia, nem Abraão nem Sara ou qualquer outro dos patriarcas chegaram à “perfeita varonilidade”, alvo de todos os cristãos (Ef 4:13 - Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo). Também eles estavam incluídos na lista dos pecadores da humanidade (Ec 7:20 - Não há homem justo sobre a terra que faça o bem e que não peque). Houve momentos em que Abraão e Sara poderiam ter deixado de ser o canal de bênção de Deus para todas as famílias da terra - isso se a execução do plano de Deus dependesse da vontade do homem.

ANSIEDADE PELA PATERNIDADE

Abraão já tinha 75 anos e Sara 65. Ansiavam pela paternidade em um mundo no qual a esterilidade era vista como uma maldição, a ponto de tornar aceitável o repúdio à mulher se a mesma não concebesse após 10 anos de matrimônio. Imagine o tamanho da ansiedade no coração deste casal ao ser informado que seriam pais de uma grande nação. Este quadro é agravado pelo fato de que Sara só conceberia após Abraão estar amortecido (Hb 11:12 - Por isso, também de um, aliás já amortecido, saiu uma posteridade tão numerosa como as estrelas do céu e inumerável como a areia que está na praia do mar) e Sara há muito entrado na menopausa (Gn 18:11 - Abraão e Sara eram já velhos, avançados em idade; e a Sara já lhe havia cessado o costume das mulheres).

ANSIEDADE GERA ATITUDES INSENSATAS

Ansiosa para ver cumprido o anúncio de Deus, e, querendo tomar parte ativa Sara oferece a Abraão sua serva, Hagar, para que ele tivesse um filho com ela. Isto não significa que ela se sentisse excluída da promessa, pois de acordo o costume da época um filho assim gerado seria considerado filho de Sara (Gn 16:2 - …disse Sarai a Abrão: Eis que o SENHOR me tem impedido de dar à luz filhos; toma, pois, a minha serva, e assim me edificarei com filhos por meio dela. E Abrão anuiu ao conselho de Sarai). A ansiedade foi uma preocupação exagerada de Sara, causada pelo medo de que a promessa de Deus falhasse, que nos diz para não andarmos ansiosos de coisa alguma (Fp 4:6 - Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças). O resultado deste ato muito pensado e, ao mesmo tempo, insensato de Sara foi o nascimento de Ismael (Gn 16:4 - Ele a possuiu, e ela concebeu. Vendo ela que havia concebido, foi sua senhora por ela desprezada), angústia dentro do lar (Gn 16:5 - Disse Sarai a Abrão: Seja sobre ti a afronta que se me faz a mim. Eu te dei a minha serva para a possuíres; ela, porém, vendo que concebeu, desprezou-me. Julgue o SENHOR entre mim e ti) e dor no coração de Abraão (Gn 21. 10 - …disse a Abraão: Rejeita essa escrava e seu filho; porque o filho dessa escrava não será herdeiro com Isaque, meu filho. 11 Pareceu isso mui penoso aos olhos de Abraão, por causa de seu filho) e guerras que perduram até hoje à partir do oriente médio, com os descendentes de Ismael (árabes, palestinos, etc..) odiando fortemente os descendentes de Isaque (israelitas).

ANSIEDADE, INIMIGO SILENCIOSO

A ansiedade já foi descrita como excesso de futuro, na verdade, de um futuro que ainda não chegou e que pode jamais chegar (veja Lc 12.24-27). Uma pessoa ansiosa não consegue vivenciar o que tem de bom ao seu redor porque está preocupada demais com o que pode chegar – e que muitas vezes jamais chega – ou com o que deseja alcançar – e que quase sempre jamais alcançará.

A ansiedade levou Sara a influenciar seu marido e ambos tomaram uma atitude insensata. Muitos cristãos estão vivendo de maneira insensata no lar (distanciando-se de seus cônjuges, filhos ou pais) numa busca insana por, curiosamente, dar a estes mesmos familiares o melhor – e negam-lhes a si mesmos e destroçando os laços familiares.
Cristãos não deveriam viver desta maneira pois são chamados para viver em total confiança na soberania e sabedoria providente de Deus, se se deixarem escravizar pela ansiedade (I Pe 5.6 -  Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte, 7  lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós).

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