Sabe
porque a bíblia está cheia de heróis de pés de barro como Abraão, o
‘acovardado’, Moisés, o assassino, Davi, o adúltero, Salomão, o tolo, Paulo, o
principal dos pecadores? A primeira consideração é porque, se eles fossem
perfeitos nós poderíamos nos esconder numa desculpa esfarrapada e dizer que não
vamos conseguir porque eles eram especiais – eles não eram, eram semelhantes a
nós e sujeitos às mesmas fraquezas (Tg
5:17 - Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e
orou, com instância, para que não chovesse sobre a terra, e, por três anos e
seis meses, não choveu). O diferencial deles foi exatamente o que, talvez,
nos falte: a firme decisão de comprometer-se com o Senhor e com o seu reino. A
segunda consideração é que a bíblia não é um livro sobre super humanos, a
história da revelação não é uma Marvel
ou DC Comics, mas é a história de
Deus agindo para resgatar pecadores de seus próprios pecados – nos quais viviam
com prazer e sem perceber os riscos que corriam, por estarem amortecidos em
suas paixões carnais.
OBEDIÊNCIA DEVE SER VISTA COMO BÊNÇÃO
Nossa
cultura pós-tudo (pós moderna, pós cristã) não vê com bons olhos uma palavra
que é fundamental na vida de fé: obediência porque significa a sujeição da
vontade pessoal à de outrem – e a maior aspiração contemporânea é a mesma que
levou Eva e Adão à transgressão e consequentemente serem expulsos do Paraíso:
autonomia e independência. Abraão e Sara, por outro lado, primaram pela
obediência a Deus e isto resultou em bênçãos na vida do casal. Nunca tiveram
problemas com a obediência. Seu problema era justamente a propensão do coração
humano para a desobediência.
OBEDECENDO E SENDO ABENÇOADOS
A
obediência trouxe bênçãos para a família de Abraão. Sua história começa com um
ato de obediência, quando Deus lhe diz para sair de sua terra e do meio da sua
parentela – e ele o faz, obedecendo a ordem divina sabendo que Deus o
conduziria, mesmo que não soubesse para onde Deus o estava conduzindo. Não é
uma atitude fácil, ainda mais se pensarmos que isto ocorreu mais de 4.000 anos
atrás, sem estradas, mapas, raras cidades e pouquíssima segurança, com
constantes guerras por causa de água e territórios – neste contexto, visitantes
nem sempre eram bem vindos, e quase sempre eram vistos como presas.
OBEDECENDO POR CRER, MESMO SEM ENTENDER
Um
segundo momento que mostra a obediência de Abraão de forma exemplar quando Deus
resolveu prová-lo (após os dois graves erros cometidos ao afirmar que Sara era
apenas sua irmã) pedindo-lhe seu único filho, uma vez que Ismael havia sido
despedido anos antes. Por mais duro que isto nos pareça, Abraão não ousou
desobedecer a Deus. Embora o relato de Gênesis não nos dê esta informação, ele
o fez pela fé, de acordo com a analogia das Escrituras (Hb 11.17 - Pela fé, Abraão, quando posto à prova, ofereceu
Isaque; estava mesmo para sacrificar o seu unigênito aquele que acolheu
alegremente as promessas, 18 a quem se tinha dito: Em Isaque será chamada a tua
descendência; 19 porque considerou que Deus era poderoso até para ressuscitá-lo
dentre os mortos, de onde também, figuradamente, o recobrou).
O RESULTADO DA OBEDIÊNCIA
Assim
como pela desobediência de um só entrou o pecado no mundo, a obediência é fonte
de bênçãos. Obediência era o que o Senhor desejava do primeiro casal, Adão e
Eva. Por causa da sua obediência Noé e
os seus foram salvos do dilúvio. E foi por causa da sua obediência ao Senhor
que Abraão veio tornar-se o pai da fé e
uma bênção para todas as famílias da terra (Gn
28:14 - A tua descendência será como o pó da terra; estender-te-ás para o
Ocidente e para o Oriente, para o Norte e para o Sul. Em ti e na tua
descendência serão abençoadas todas as famílias da terra). Mas isso só foi possível
porque Abraão cria em Deus – e ele sabia que, sem fé, é impossível agradar a Deus
(Hb 11:6 - De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário
que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna
galardoador dos que o buscam).
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