sexta-feira, 1 de agosto de 2008

CANÔNICA - CONHEÇA MAIS SOBRE SUA BÍBLIA

CANÔNICA - CONHEÇA MAIS SOBRE SUA BÍBLIA
A bíblia não era dividida em capítulos e versículos. Esta divisão, tão cara a muitos cristãos, não foi inspirada por Deus. A maioria dos títulos também não consta dos textos originais. Vejamos um pouco de história: Estevão Langton dividiu a Bíblia em capítulos em 1205. São, no total 1189 capítulos, 929 no Antigo Testamento e 260 no Novo Testamento. Já a divisão em versículos data do ano de 1545. São 23214 no Antigo Testamento e 7959 no Novo Testamento, perfazendo um total de 31173 versos. A Bíblia divide-se em 02 grandes grupos de livros:
a. O Antigo (ou Velho) Testamento, escrito quase que totalmente em hebraico, com pequenas porções em aramaico, é composto de 39 livros, assim divididos:
i. LEI – que compreende 05 livros:Gênesis (Gn); Êxodo (Ex); Levítico (Lv); Números (Nm); Deuteronômio (Dt).
ii. HISTÓRIA – que compreende 12 livros (Os 02 livros de Samuel e os 02 de Reis aparecem na versão Figueiredo como I, II, III e IV Livros dos Reis, assim como I e II Crônicas aparecem com o nome de I e II Paralipômenos): Josué (Js); Juízes (Jz); Rute (Rt); I e II Samuel (I e II Sm); I e II Reis (I e II Rs); I e II Crônicas (I e II Cr); Esdras (Ed); Neemias (Ne); Ester (Et).
iii. POESIA – que compreende 05 livros: Jó (Jó); Salmos (Sl); Provérbios (Pv); Eclesiastes (Ec); Cantares – ou Cânticos dos Cânticos (Ct).
iv. PROFECIA – que compreende 17 livros, divididos em 02 partes: PROFETAS MAIORES: Isaias (Is); Jeremias (Jr); Lamentações de Jeremias (Lm); Ezequiel (Ez); Daniel (Dn) e PROFETAS MENORES: Oséias (Os); Joel (Jl); Amós (Am); Obadias (Ob); Jonas (Jn); Miquéias (Mq); Naum (Na); Habacuque (Hc); Sofonias (Sf); Ageu (Ag); Zacarias (Zc); Malaquias (Ml).
b. O Novo Testamento, escrito em grego, que consta de 27 livros assim divididos:
i. BIOGRAFIA – mais conhecidos como evangelhos: Mateus (Mt); Marcos (Mc); Lucas (Lc); João (Jo)
ii. HISTÓRIA: Atos dos Apóstolos (At);
iii. DOUTRINA – compreendendo as 21 cartas ou epístolas, assim classificadas: EPÍSTOLAS PAULINAS (13): Romanos (Rm); I e II Coríntios (I e II Co); Gálatas (Gl); Efésios (Ef); Filipenses (Fp); Colossenses (Cl); I e II Tessalonicenses (I e II Ts); I e II Timóteo (I e II Tm); Tito (Tt); Filemom (Fm). EPÍSTOLAS GERAIS (08): Hebreus (Hb); Tiago (Tg); I e II Pedro (I e II Pe); I, II e II João (I, II e III Jo); Judas (Jd).
iv. PROFECIA – apenas 01 livro: Apocalipse (Ap).
Além destes 66 livros que são os únicos inspirados por Deus, aparecem mais os seguintes, considerados como apócrifos, na Bíblia da versão de Figueiredo da Igreja Católica Apostólica Romana (à partir de hoje identificada em meus escritos por ICAR): III e IV Esdras; Judite, Tobias; Ester (dos capítulos 10 a 16.24); Sabedoria de Salomão; Eclesiástico (não confundir com Eclesiastes), Baruque (contendo uma “Epístola de Jeremias”), “Cântico dos Três Santos Filhos”; História de Susana e Bel e o Dragão (acréscimos ao livro inspirado de Daniel), Oração de Manasses e I e II Macabeus. Há outros apócrifos que sequer foram reconhecidos pela Igreja católica: I e II Esdras e a Oração de Manassés (II Cr 33.13).
O termo grego apócrifo é usado para designar os livros não iluminados, literalmente, escondidos ou “fora de critério”, “não puros”: (apó = não, para fora + krino = julgamento, critério, estudo). Não há diferença entre as versões católicas, ortodoxas ou romanas do Novo Testamento, mas estes livros “fora do critério” foram inseridos pela ICAR entre os anos de 1545-1573, no Concílio de Trento, embora já fossem conhecidos desde o inicio da era cristã, sendo considerados não inspirados, embora úteis. Os judeus só reconheciam 24 livros do Novo Testamento: Lei (5); Profetas (8) e Escritos (11). Estes 24 livros correspondem em arranjo diferente, exatamente aos 39 livros atuais do Velho Testamento. Escritores antigos nos fornecem copiosa documentação, tais como Josephus, Philo, Jeronimus. Os sínodos judeus de Jâmnia (90 e 118 d.C.), o Novo Testamento também nos fornece subsídios e os próprios apócrifos negam sua autoria inspirada. Tais livros foram incluídos no cânon católico somente após o concílio de Trento, em 1545-73. Jerônimo, o tradutor da Vulgata Latina, que é a Bíblia oficial da ICAR, define com clareza e em linguagem dura que inspirados apenas os 24 livros do cânon hebreu, rejeitando os apócrifos. O conteúdo dos apócrifos mostra que não podem ser tidos como Palavra de Deus. Justificam: mentira, salvação por obras, recomendam o gozo carnal, o suicídio e o culto aos mortos (veja, por exemplo II Mac 12.44-45). Neste mesmo livro (15.38-39) o autor pede desculpas ao leitor se a obra não lhe satisfizer. Estes livros foram escritos após a cessação do período profético do Velho Testamento (Malaquias). Este período é chamado de Período Intertestamentário ou “os 400 anos de silêncio”, porque Deus não deu revelação nova neste período.)
Estes livros apócrifos não são reconhecidos como inspirados porque:
· Nunca fizeram parte do cânon hebraico;
· Nunca foram citados no Antigo Testamento;
· São omitidos pelos historiadores antigos, Josephus (um judeu) inclusive;
· Nenhum reclama inspiração divina para si;
· Ensinam e apóiam ensinos contrários às Escrituras;
· Sua literatura é povoada de mitos e lendas;
· Possuem nível moral e espiritual muito baixo;
· Não são citados por Jesus nem pelos escritores do Novo Testamento;
· Os Pais da Igreja não os citam;
· Foram escritos mais de 200 anos após o encerramento do cânon veterotestamentário.
Todos os livros inspirados foram escritos num período de cerca de 16 séculos, por mais ou menos 36 autores, que os escreveram “inspirados pelo Espírito Santo de Deus” (II Pe 1.21; II Tm 3.16), cuja tradução mais adequada é “Toda Escritura é soprada (insuflada) por Deus”. Assim, quando escutar a acusação de que faltam livros na bíblia adotada pelos protestantes, afirme sem medo: não tiramos, nem acrescentamos. Quem cometeu tal terrível pecado foi o concílio de Trento, organizado pelo romanismo em meados do século XVI.

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