terça-feira, 5 de agosto de 2008

SUPREMA ASPIRAÇÃO PASTORAL

SUPREMA ASPIRAÇÃO PASTORAL
Há coisas que não deveriam nos surpreender mais, mas a capacidade humana de "criar" é realmente incrível. Há aqueles que, não tendo a visão correta do ministério, começam a trabalhar na seara do Senhor com objetivos meramente mundanos. Vejamos: certa vez um jovem afirmou que queria abraçar o ministério em sua denominação – graças a Deus não era a igreja Presbiteriana – para poder escolher entre as meninas mais bonitas da igreja aquela que seria sua esposa. Estaria pensando ele em criar algum tipo de concurso? Outro afirmou que pretendia fazer sua igreja crescer muito rapidamente, pois ele teria 60% da arrecadação local como sua renda. Outro traçou metas para, num determinado número de anos, ser doutor em teologia e pastor de uma grande igreja. Certamente a maioria há de concordar comigo que estes não são alvos naturais do ministério, aliás, a palavra ministério designa serviço, e não fonte de benefícios (como os ministérios em Brasília fazem supor). Muitos também hão de concordar comigo que desejar ser amado pela igreja é algo desejável. Mas, qual deve ser a suprema aspiração pastoral em relação à igreja?
Um exemplo de pastor dedicado é o apóstolo Paulo (não vou abordar aqui o supremo pastor, porque seria uma comparação desigual, do Deus-homem frente ao homem). Paulo escreve aos crentes tessalonicenses, junto aos quais havia realizado excelente trabalho, plantando na região vários núcleos de igrejas, e lembra-lhes a sua conduta no meio deles: cuidadosa, abnegada, laboriosa, anunciando a todos o evangelho do reino. Era de esperar que Paulo fosse muito amado pelos tessalonicenses (e creio que ele o era), mas, diferentemente da maioria dos líderes atuais, não era uma meta paulina o ser amado pela igreja. Paulo nada fazia buscando o amor da igreja (embora ele ateste que, pelo menos uma igreja o amava profundamente – Gl 4.15), pelo contrário, ele lembrava que a igreja nada devia fazer por partidarismo (Fp 2.13).
Veja que Paulo não estava interessado em obter vantagens ou serviços dos tessalonicenses (I Ts 2.7), embora se julgasse no direito de deles exigir a manutenção. Paulo ainda lembra que havia em seu coração outra disposição (que talvez esteja relativamente escassa em nossos dias). Paulo queria que eles recebessem o evangelho, mesmo que isto lhe custasse a própria vida.
Por fim, Paulo aponta para aquilo que é a culminância de seus argumentos e de seu trabalho entre os tessalonicenses: eles se tornaram muito amados do apóstolo. Paulo afirma que os amava muito, e isto era algo que merecia ser lembrado – e eles o sabiam bem (I Ts 2.10-12). Mas não há nenhuma cobrança de que os tessalonicenses amassem a Paulo.
Os pastores, como Paulo, devem ter como meta principal ver em seu coração o amor pelas almas perdidas, buscando transformá-los em irmãos amados (Fp 2.1). Não ao ouro ou à prata – isto pode ser conseguido mais abundantemente nas empresas, desde que se trabalhe duro e competentemente (isto já é assunto para outro post). Como Paulo viu, os membros das igrejas devem ser vistos pelos seus pastores como objeto de grande amor. Se a mim fosse dada a oportunidade de dizer apenas uma frase a todos os pastores, eu diria apenas: ame o rebanho que o Senhor lhe confiou – são tesouro precioso, comprado e lavado pelo sangue de Jesus Cristo.

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