quinta-feira, 15 de setembro de 2011

A MANIFESTAÇÃO SOBERANA DA GRAÇA DE DEUS EM Jo 8.1-11

1 Jesus, entretanto, foi para o monte das Oliveiras. 2 De madrugada, voltou novamente para o templo, e todo o povo ia ter com ele; e, assentado, os ensinava. 3 Os escribas e fariseus trouxeram à sua presença uma mulher surpreendida em adultério e, fazendo-a ficar de pé no meio de todos, 4 disseram a Jesus: Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério. 5 E na lei nos mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas; tu, pois, que dizes? 6 Isto diziam eles tentando-o, para terem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia na terra com o dedo. 7 Como insistissem na pergunta, Jesus se levantou e lhes disse: Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra. 8 E, tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão. 9 Mas, ouvindo eles esta resposta e acusados pela própria consciência, foram-se retirando um por um, a começar pelos mais velhos até aos últimos, ficando só Jesus e a mulher no meio onde estava. 10 Erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém mais além da mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? 11 Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais.

INTRODUÇÃO

O Senhor Jesus havia, há pouco tempo, iniciado o seu ministério de uma maneira impactante: seu primeiro ato público após o batismo no Jordão foi a transformação de água em vinho durante um casamento. Outros eventos se sucedem, como a cura do filho de um oficial romano e a mão ressequida de um enfermo. Mas ele fez algo que imediatamente suscitou a ira dos religiosos foi a purificação do templo. Argumenta-se que a ira de Jesus contra os cambistas e vendilhões que havia no templo se deve a desonestidade dos mesmos para com os peregrinos que, fielmente, colocavam em prática o que o Senhor havia ordenado em Dt 14.22-25 [Certamente, darás os dízimos de todo o fruto das tuas sementes, que ano após ano se recolher do campo. E, perante o SENHOR, teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o seu nome, comerás os dízimos do teu cereal, do teu vinho, do teu azeite e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer o SENHOR, teu Deus, todos os dias. Quando o caminho te for comprido demais, que os não possas levar, por estar longe de ti o lugar que o SENHOR, teu Deus, escolher para ali pôr o seu nome, quando o SENHOR, teu Deus, te tiver abençoado, então, vende-os, e leva o dinheiro na tua mão, e vai ao lugar que o SENHOR, teu Deus, escolher.]

Morando longe de Jerusalém, impossibilitados de levar aquilo que produziam, transformavam seus pertences em dinheiro [local] e viajavam para Jerusalém. Lá chegando encontravam um primeiro obstáculo porque tinham que transformar o dinheiro gentio com efígies de reis, imperadores e deuses [inaceitáveis no templo – Ex 20.4 - Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.] em dinheiro do templo – e eles o faziam isso com enorme ágio, embolsando parte daquilo que seria oferecido pelo peregrino. Além disso, ao venderem os animais para estes mesmos peregrinos, seus acordos com os sacerdotes fazia com que os peregrinos recebessem pedaços de carne de animais já oferecidos antes, e os mesmos animais retornavam para serem vendidos uma, duas ou mais vezes. Assim, embora não gostem do que Jesus faz ao purificar o templo, não ousam enfrentá-lo frontalmente por temor de que suas falcatruas fossem denunciadas.

Mas isso levantou a dura oposição dos religiosos, que logo começaram a planejar a sua morte. O ambiente religioso de Jerusalém era muito delicado, havia muitas disputas em relação ao controle do templo e da religião judaica, que gerava não apenas poder religioso, mas político e financeiro. Jesus era um elemento novo no xadrez religioso, e era incontrolável ao modo de ver das autoridades, por isso logo os sacerdotes entenderam que era melhor a morte de Jesus que mais problemas tanto entre eles quanto entre os romanos [Jo 11.49-50 - Caifás, porém, um dentre eles, sumo sacerdote naquele ano, advertiu-os, dizendo: Vós nada sabeis, nem considerais que vos convém que morra um só homem pelo povo e que não venha a perecer toda a nação]. E o povo cada vez mais dava ouvidos a Jesus reconhecendo sua autoridade [Mc 1.22 - Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas], afastando-se dos ensinos rabínicos gerando no coração destes homens uma inveja mortal [Jo 12.19 - De sorte que os fariseus disseram entre si: Vede que nada aproveitais! Eis aí vai o mundo após ele]. Em diversos momentos eles procuraram algo [Mc 3.2 - E estavam observando a Jesus para ver se o curaria em dia de sábado, a fim de o acusarem] para acusarem Jesus, mas jamais o conseguiram simplesmente porque estavam diante do santo, do justo – até mesmo para condenarem-no precisaram alugar testemunhas [Mt 26.60-61 - E não acharam, apesar de se terem apresentado muitas testemunhas falsas. Mas, afinal, compareceram duas, afirmando: Este disse: Posso destruir o santuário de Deus e reedificá-lo em três dias] e não cessaram de mentir contra ele inclusive após a sua morte e ressurreição [].

No “piedoso” intuito de provar a Jesus [Jo 8.46 - Quem dentre vós me convence de pecado? Se vos digo a verdade, por que razão não me credes?] levam até ele [e diante de uma multidão de ouvintes] uma mulher surpreendida em flagrante adultério. Jesus estava assentado, e a multidão assentada ao seu redor. Jesus lhes ensinava, e eles buscavam aprender. E aprenderiam uma lição maravilhosa naquela manhã. Naquela ocasião, sem esperar, eles aprenderiam que a manifestação da graça de Deus é soberana...

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