sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

É LEGÍTIMA A CELEBRAÇÃO DO NATAL

Por: Rev. Hernandes Dias  Lopes

O natal é uma celebração cristã? Há motivos para não festejar a data? Rev. Hernandes Dias Lopes faz uma reflexão sobre o assunto

É tempo de natal! As comemorações se iniciam muito antes da data oficial da celebração. Igrejas cristãs em todo o mundo realizam atividades alusivas ao nascimento de Jesus. Neste período há também especulações sobre ser certo ou errado o cristão festejar a data. A forte comercialização no período faz com que o verdadeiro sentido do natal se perca. Será? Rev. Hernandes Dias Lopes, apresentador do programa Verdade e Vida (IPB) faz uma reflexão sobre o assunto, de maneira clara.

"O Natal é uma festa cristã e não pagã. Há uma onda entre alguns cristãos, na atualidade, taxando aqueles que comemoram o Natal de serem infiéis e heterodoxos, dizendo que essa comemoração não é legítima nem cristã. Precisamos, a bem da verdade, pontuar algumas coisas:

1. A distorção do Natal. Ao longo dos anos o Natal tem sido desfigurado com algumas inovações estranhas às Escrituras. Vejamos: Primeiro, o Papai-Noel. O bojudo velhinho Papai-Noel, garoto propaganda do comércio guloso, tem sido o grande personagem do Natal secularizado, trazendo a ideia de que Natal é comércio e consumismo. Natal, porém, não é presente do homem para o homem, é presente de Deus para o homem. Natal não é a festa do consumismo; é a festa da graça. Natal não é festa terrena; é festa celestial. Natal é a festa da salvação. Segundo, os símbolos do Natal secularizado. Há muitos símbolos que foram sendo agregados ao Natal, que nada tem a ver com ele, como o presépio, a árvore natalina, as luzes, os trenós, a troca de presentes. Essa embalagem, embora, tão atraente, esconde em vez de revelar o verdadeiro Natal. Encantar-se com a embalagem e dispensar o conteúdo que ela pretende apresentar é um lamentável equívoco. Terceiro, os banquetes gastronômicos e a troca de presentes não expressam o sentido do Natal. Embora, nada haja de errado celebrarmos com a família e amigos, degustando as iguarias deliciosas provindas do próprio Deus e manifestarmos alegria e expressarmos amor na doação ou mesmo troca de presentes, esse não é o cerne do Natal. Longe de lançar luz sobre o seu sentido, cobre-o com um véu.

2. A proibição do Natal. Tão grave quando a distorção do Natal é a proibição da celebração do Natal. Na igreja primitiva a festa do ágape, realizada como prelúdio da santa ceia foi distorcida. A igreja não deixou de celebrar a ceia por causa dessa distorção. Ao contrário, aboliu a distorção e continuou com a ceia. Não podemos jogar a criança fora com a água da bacia. Não podemos considerar o Natal, o nascimento do Salvador, celebrado com entusiasmo tanto pelos anjos como pelos homens, uma festa pagã. Pagão são os acréscimos feitos pelos homens, não o Natal de Jesus. Não celebramos os acréscimos, celebramos Jesus! Não celebramos o Papai-Noel, celebramos o Filho de Deus. Não celebramos a árvore enfeitada, celebramos o Verbo que se fez carne. Não celebramos os banquetes gastronômicos, celebramos o banquete da graça. Não celebramos a troca de presentes, celebramos Jesus, a dádiva suprema de Deus.

3. A celebração do Natal. O Natal de Jesus Cristo foi celebrado com grande entusiasmo em Belém. O anjo de Deus apareceu aos pastores e disse-lhes: “Não temais, eis que vos trago boa nova de grande alegria, que será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2.11). Natal é a boa nova do nascimento de Jesus. É o cumprimento de um plano traçado na eternidade. É a consumação da mensagem dos profetas. É a realização da expectativa do povo de Deus. Natal é a encarnação do Verbo de Deus. É Deus vestindo pele humana. Natal é Deus se fazendo homem e o eterno entrando no tempo. Natal é Jesus sendo apresentado como o Salvador do mundo, o Messias prometido, o Senhor soberano do universo. Quando essa mensagem foi proclamada, os céus se cobriram de anjos, que cantaram: “Glórias a Deus nas maiores alturas e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem” (Lc 2.14). O verdadeiro Natal traz glória a Deus no céu e paz na terra entre os homens. Natal é boa nova de grande alegria para todo o povo. O verdadeiro Natal foi celebrado com efusiva alegria no céu e na terra. Portanto, prossigamos em celebrar o nascimento do nosso glorioso Salvador!"

QUAL O DIA DO ANIVERSÁRIO DE JESUS?

IMG0297BSempre houve quem questionasse a data do nascimento de Jesus - e que até os dias de hoje Igrejas das linhas ortodoxas e orientais comemoram o nascimento de Jesus em outra data. O nascimento de Jesus é o episódio que assinala o início da era cristã. Mas, devido a um erro de cálculo, cometido no século 6 d.C. pelo monge Dionísio, o Pequeno, as duas datas não coincidem. Sabe- se hoje que Jesus nasceu antes do ano 1 - entre 8 e 6 a.C. Pode- se afirmar isso com razoável segurança, graças a uma passagem muito precisa do evangelho de Lucas. Segundo o evangelista, o fato aconteceu na época do recenseamento ordenado pelo imperador romano César Augusto. Esse censo, o primeiro realizado na Palestina, tinha por objetivo regularizar a cobrança de impostos. E os historiadores estão de acordo em situá-lo no período que vai de 8 e 6 a.C. Nesse triênio, o ano mais provável é 7 a.C. Pois nele se deu um evento astronômico que poderia explicar uma outra passagem da narrativa evangélica: a estrela natalina mencionada por Mateus. O astro de Mateus impressionou também os astrônomos da época. Esses sábios, atraídos a Jerusalém pelo movimento aparente do ponto luminoso, seriam os magos do Oriente, de que fala o evangelista. Com o recenseamento de Lucas e a estrela citada por Mateus, conseguimos chegar o mais perto possível do ano do nascimento. O mês e o dia continuam, porém, em aberto.

A escolha do dia 25 de Dezembro tem tido muitas explicações, algumas baseadas em costumes e datas comemorativas dos romanos, e outras dos mais variados tipos. Para os que se propõe a ser estudiosos da Bíblia dúvida quanto essa data é um fato constrangedor, pois a Bíblia dá elementos suficientes para que possamos saber a data próxima do nascimento de Jesus, que como veremos nunca poderia ter sido no final de dezembro, e se partimos do principio de que o que ocorre no velho concerto é uma figura do que iria acontecer no novo concerto, podemos chegar a datas muito exatas as quais nos podem deixar muito surpresos. Os evangelhos não indicam a data em que o Senhor Jesus nasceu, mas apresentam um quadro grandioso e jubiloso da celebração desse dia: E eis que o anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do Senhor os cercou de resplendor e tiveram grande temor. E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo: Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos será por sinal: Acharás o menino envolto em panos, e deitado numa manjedoura. E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus, e dizendo: Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens (Lc 2.9- 14). O 25 de dezembro é obviamente uma data simbólica. Nesse dia, ocorria em Roma o festival pagão do Solis Invictus (Sol Invencível). Realizado logo depois do solstício de inverno - quando o percurso aparente do Sol ocupa sua posição mais baixa no céu - o evento celebrava o triunfo do astro, que voltava a ascender no firmamento. Muito cedo, os cristãos associaram as virtudes solares a Jesus, atribuindo- lhe várias qualidades do deus Apolo. Não surpreende que acabassem por transformar o festival pagão na sua festa de Natal. Isso aconteceu por volta do ano 330 d.C.

Visto que não há registro bíblico do dia específico desse extraordinário acontecimento: o verbo se fez carne (Jo 1.1;14), os cristãos escolheram por si mesmos uma data para celebrar o Natal. Poderiam escolher outra data qualquer, mas a escolha recaiu sobre o dia 25 de dezembro, que era uma ocasião já consagrada no calendário do Império Romano pela grande festividade do Natal do Sol Invicto. A festividade do Natal do Sol Invicto era celebrada pelos adoradores do Sol (normalmente identificado com Mitra). O mitraísmo era um culto que possuía algumas semelhanças com o cristianismo e, paradoxalmente, intransponíveis diferenças. Era uma religião de mistério, que concorria intensamente com o cristianismo na busca de fiéis. O cristianismo entrou em conflito com essa religião e, finalmente, venceu. A escolha do dia 25 de dezembro como data do nascimento de Jesus ofuscou as festividades do Natal do Sol Invicto dos pagãos e consagrou o dia do nascimento do verdadeiro Sol da Justiça, que para os cristãos é Cristo: Mas para vós, os que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, e cura trará nas suas asas; e saireis e saltareis como bezerros da estrebaria (Ml 4.2). Dessa maneira, os cristãos daquela época cristianizaram um dia festivo do calendário romano, argumentando que Jesus é a luz verdadeira. Pois o próprio Senhor Jesus disse, em João 8.12, que ele é a luz do mundo. Foi uma maneira que esses cristãos acharam de considerar o feriado romano e trocar o objeto de culto, já que não tinham uma data específica. Com isso, destruíram o culto pagão, condenando- o ao desaparecimento.

Para que possamos compreender bem a questão, apresentamos o seguinte exemplo: O carnaval no Brasil é comemorado em fevereiro. Imagine se os crentes brasileiros conseguissem ganhar as pessoas para a fé em Jesus e, ao invés de festejarem o Carnaval, esse período fosse dedicado ao Senhor Jesus. Neste caso, o feriado carnavalesco seria mantido no calendário oficial do Brasil, mas essa data seria dedicada ao culto e aos louvores ao Filho de Deus. Aliás, nessa data, muitas igrejas evangélicas realizam reuniões, retiros espirituais e cultos. Guardando as devidas proporções, foi algo parecido com esse exemplo que ocorreu com a celebração do Natal. Ou seja, caso isso acontecesse, de o feriado do Carnaval ser dedicado ao senhor Jesus, seria falso dizer que a sua origem das celebrações ao nome de Jesus era pagã – não fazemos diferença entre dias e dias (Rm 14.5). Embora a maioria dos cristãos celebre o nascimento de Jesus no dia 25 de dezembro, nem todos consideram essa data, mas isso não consiste um problema propriamente dito, já que para muitos o importante não é a data em si, mas o acontecimento: Jesus nasceu. Os ortodoxos comemoram o Natal no dia 06 de janeiro e os armênios, no dia 19 do mesmo mês. Muitas igrejas cristãs não comemoram o Natal, outras defendem a abstinência de qualquer celebração (por exemplo, aniversários, casamentos, apresentação de crianças, Ano Novo, etc.). Para nós permanece a orientação do apóstolo Paulo, escrevendo aos irmãos de Colossos: "Portanto, ninguém vos julgue pelo comer ou pelo beber ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados (Cl 2.16)".

Devemos levar em conta que: Seguramente determinar a data do nascimento de Jesus é irrelevante, pois se a Bíblia não informa é porque não haveria necessidade disso. Podemos até comemorar o nascimento de Jesus em qualquer dia, mas sempre lembrando que tal dia nunca foi um dia santificado por Deus. Outro fato interessante é que a Bíblia sempre refere à época em que alguém foi concebido, e nunca a data do nascimento.

A QUEM NÃO INTERESSA LEMBRAR O NATAL

Este texto é de 2004, mas consegui recuperá-lo e agora disponibilizo para os amados, para todos aqueles que amam sinceramente o Senhor Jesus Cristo e desejam celebrar seu nascimento. Para quem se interessa pela celebração do natal, espero que tenham tido boas festas e que as tenham nos próximos natais. Aos diabolos natalis, continuem servindo aos seus próprios deuses.

Primeiramente não interessa ao judaísmo porque eles se incomodam com o Jesus que veio, o Cristo, o Messias prometido e por eles o Natal seria esquecido, só pela força do determinismo econômico é que o Natal é tolerado em Israel, e celebrado pelos cristãos porque tem sido uma fonte de renda turística para aquela nação [visitas aos túmulos, montes, etc.] – mas, gostando eles ou não, o nome de Jesus é lembrado [Fp 1.18 – Lc 19.40].

Não interessa aos muçulmanos que preferem Maomé, a que querem enaltecer e para tanto é preciso colocar Jesus Cristo em segundo plano. Então não interessa de modo nenhum; eles se pudessem, apagariam o Natal da mente dos homens, riscariam do calendário esta data. Não interessa também aos budistas, as religiões orientais que tem os seus líderes, tem os seus deuses, tem os seus messias, a estes Jesus e o Natal não interessa [At 4.12].

Não interessa ao comunismo teórico (porque prático jamais existiu) porque viu em Jesus Cristo ameaça aos seus ideais, a sua ideologia. Os pseudo-comunistas europeus e os tolos seguidores latino-americanos faziam e fazem questão de não comemorá-lo e quando não podiam evitar que fosse comemorado procuravam distorcer todo o seu significado e relegar a uma festa simplesmente folclórica, desprovida de qualquer conteúdo verídico [I Co 15.14].

Não interessa, atualmente, aos adeptos do movimento sem forma conhecido como nova era. A Nova Era considera a Jesus Cristo um messias ultrapassado; começou a era de aquários e agora eles estão anunciando um novo messias que está vindo aí (o Maetrea) e por isso o Natal não interessa aos da Nova Era, porque eles não consideram Jesus Cristo o Messias, o Senhor, o Messias de Deus, o Cristo de Deus. Eles estão preparando um novo messias que seja a encarnação de Moisés, Zoroastro, de Buda, de Maomé e do próprio Jesus; seja uma reencarnação de todos esses pretensos messias (inclusive do verdadeiro, embora eles o rejeitem), para que haja o messias da Era de Aquário, um Maetrea que vem para solucionar os problemas do mundo segundo os seus critérios [Mt 16.14].

Não interessa a um grupo pseudopuritano que alia-se ao adventismo sabatista e, usando seus argumentos, rejeita a celebração do nascimento do salvador na data em que o mesmo é celebrado, embora sem oferecer outra data plausível ou aceitável. Em um ambiente de tolerância dentro da igreja presbiteriana pretendem-se juízes da consciência dos outros, acusando a igreja de herética ou pagã, mas não tem a ousadia, como Lutero, de romper com a mesma porque ela lhes dá inúmeros benefícios que não conseguiriam se fossem começar a sua própria ou não seriam aceitos em outras menos amorosas. Pelo status, pelo aspecto financeiro, pela segurança permanecem numa instituição à qual não amam nem respeitam.

Então a esta gente não interessa celebrar o Natal. Mas não interessa sobretudo ao diabo. É o que mais se incomoda com o Natal porque ele é o inimigo da encarnação. Nos diz João na sua primeira carta, capítulo 4 de que para que se possa reconhecer se um espírito vem da parte de Deus é necessário que este espírito confesse que Jesus Cristo veio em carne [I Jo 4.2]. Então a doutrina da encarnação incomoda a Satanás, porque o espírito que não vem de Deus não confessa que Jesus veio em carne [II Jo 1.7].

É extremamente comum ouvir afirmações de que Jesus Cristo de fato não encarnou, o seu corpo era um corpo fluido, ele era um espírito. Enfatiza-se demasiado a espiritualidade de Jesus. Afirmam os espíritas que ele foi  o espírito mais iluminado que já veio na terra, contudo não confessam a encarnação. É bom lembrar que há, também, o outro lado, os que negam a divindade de Jesus: estudiosos, alguns até com diploma de teologia (mas que não são verdadeiros teólogos, porque pretendem ser estudiosos do que não conhecem – como é possível estudar o que, por eles, nunca foi encontrado ou conhecido?), arqueólogos, espirituólogos, sociólogos e tantos outros "logos" que negam a divindade do encarnado.

Porque a encarnação de Jesus Cristo incomoda satanás? Porque na encarnação o Verbo se fez carne e habitou entre nós e vimos sua glória como a glória do unigênito do Pai [Jo 1.14]. Porque a lei foi dada por Moisés, mas a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo [Sl 85.10; Jo 1.17] e ele liberta o homem da escravidão tanto do pecado, quanto do diabo e da morte e, também, da lei.  Ele é a luz, alumia a todo o homem [Jo 1.9] que vem ao mundo e na encarnação o homem é religado a Deus e faz parceria com Deus recebendo a dádiva da salvação, devendo, à partir da capacitação graciosa do Espírito Santo, combater o pecado no processo da santificação.

Há uma interação entre Deus e o homem e isto incomoda a satanás, porque ele fica marginalizado. Satanás está acostumado a dominar o homem com mão de ferro, espezinhado-o e humilhando-o durante tantos milênios agora é elevado não à categoria divina, como querem alguns, mas à habitação do próprio ser divino, com o qual Deus passa a habitar - Emanuel, Deus conosco [Mt 1.23]. Ele passa a ser o templo do Espírito Santo e a ser regenerado, transformado na imagem de Jesus Cristo, a semelhança de Jesus Cristo, na estatura, podendo ao menos almejar a estatura do varão perfeito e conseqüentemente usufruir do fato de a serpente ter tido a sua cabeça esmagada.

Então, a encarnação e a ressurreição são doutrinas que incomodam muitíssimo o maligno. É por isso que ele tem tentado, por todos os meios, apagá-la (já que é incompetente para negá-la) da mente dos homens. Se não é possível negá-la, deturpa-a através de uma pseudociência ou do mercantilismo. Agora que, para os adeptos da nova era (e muitos tem seguido seus ensinos sem o saber) estaria começando a "Era de Aquário" e o domínio da Nova Era, desejam com todas as forças apagar da mente e da história humana o verdadeiro sentido do Natal.

Satanás é muito sagaz, e, certamente, já percebeu a impossibilidade da negação da encarnação, trabalhando, agora, para a sua descaracterização. Disputa-se sobre datas (como se a data da encarnação fosse mais importante do que a própria encarnação), sobre modos, sobre enfeites, mas não tenho visto grandes disputas pela pregação do nascimento de Jesus. Não me importa a data (não sei o dia em que o Senhor veio ao mundo como uma criança inocente, aliás, a única inocente), não me importam os enfeites, o que importa são os efeitos, mencionado pelos anjos quando anunciaram: "...trago novas de grande alegria que será para todo o povo, de todas as raças, em todos os lugares, de todos os momentos, de todas as línguas...".

O natal é a celebração da comunhão do homem com Deus – sem limitações nacionais, pessoais, culturais, sociais, econômicas, etc. No natal há o anúncio da comunhão universal dos santos (não importando se eram publicanos e pecadores, ou fariseus e saduceus, gregos ou romanos, gentios ou prosélitos). As barreiras criadas pelos homens não tem qualquer espécie de significado para o Senhor que se fez carne e rompeu a barreira da inimizade, o véu que fazia a separação entre nós e o nosso Deus, proporcionando a reconciliação entre Deus (o ofendido) e os homens (os ofensores). Deus vem a nós, para buscar e salvar o perdido.

A pretensão satânica de fazer esquecido o nascimento do Senhor Jesus deve ser repudiada pela Igreja e por seus líderes. O mercantilismo deve ser repudiado pela Igreja. A caracterização exterior sem uma renovação interior deve ser repudiada pela Igreja.

A mensagem evangélica: paz, vida e amor deve ser proclamada aos corações dos pecadores. Muitos têm sido renovados para a vida justamente nesta época. É uma excelente oportunidade (tanto quanto a páscoa, o encontro no ônibus, o lanche na escola) para proclamar as boas novas de salvação.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

PRINCÍPIOS PARA UM NATAL COM SENTIDO REAL

Já temos ensinado que a data para se comemorar o nascimento do Senhor Jesus, o dia, mês e ano do seu advento, tem importância secundária. A verdade é que ninguém sabe quando o menino nasceu. Sabemos coisas de suma importância, como seus "pais" [Mt 1.18[1]] o local [Mq 5.2[2]], as circunstâncias [Lc 2.7, 12, 16[3]] e até mesmo as primeiras homenagens, como dos pastores [Lc 2.16[4]], de Simeão [Lc 2.28-32[5]] e de Ana [Lc 2.28[6]]. Sabemos quem governava a Palestina [Mt 2.1[7]] e até quem era o representante do governo romano na região [Lc 2.2[8]]. Temos informações mais precisas sobre o nascimento de Jesus [ocorrido há pouco mais de 2000 anos] do que de muitos personagens da nossa história recente.
A Igreja Presbiteriana do Brasil, seguindo os seus padrões confessionais, entende que dias especiais devem ser lembrados e celebrados para edificação do povo de Deus – e a Escritura diz que é exorbitância, arrogância e usurpação a atitude de julgar os irmãos [Rm 14.10[9]], tanto os que celebram quanto os que preferem não fazê-lo [Rm 14.5-6[10]]. Respeito os irmãos que preferem não celebrar o natal – mas rejeito peremptoriamente aqueles que se julgam no direito de lançar epítetos e sentenças condenatórias contra os que o celebram. Ainda, é oportuno lembrar que não guardamos o dia 25 como se fora um dia santo. Já comemoramos o natal num dia 23 e 26.
Dito isto, quero apresentar alguns princípios que devem reger nossa festiva alegria pela vinda do messias:
i. A lembrança de sua vinda e de sua vida não deve ficar restrita a apenas um dia por ano [I Co 10.31[11]]. Todos os dias da vida do cristão devem ser vividos lembrando aquele dia maravilhoso. É verdade que há quem não considere importante o advento do messias – entretanto, sem o seu natalício não haveria a verdadeira páscoa e seu sacrifício vicário. Estariam certos os gnósticos: bastava "aparecer" e "parecer" para resolver o problema. Mas não é assim que as Escrituras ensinam.
ii. Embora não saibamos a data [dia, mês e ano] sabemos que ele veio, e, segundo o apóstolo Paulo, veio na data exata, na plenitude dos tempos [Gl 4.4[12]]. Nem um dia a mais ou a menos [II Pe 3.9[13]]. Nenhum mal há em, desconhecendo o dia, escolhermos um para rendermos graças a Deus pela dádiva mais preciosa que ele poderia nos dar, seu filho amado [Rm 8.32[14]].
iii. Sabemos que Jesus nasceu num lugar humilde, não havia um quarto preparado para ele. Embora não possamos dizer que foi numa estrebaria, gruta, estábulo é certo que ele não estava no quarto principal da casa. Sabemos que meses depois ele recebeu presentes. Sabemos que a tradição ocidental, estabelecida e estimulada, é marcada pela troca de presentes. Por outro lado sabemos que o natal se tornou uma festa cheia de símbolos práticas oriundas do mundo pagão norte europeu. Estes símbolos foram "cristianizados", revestidos de uma nova roupagem e significado. Mas, acima de tudo, devemos lembrar que é possível a um não-cristão celebrar a "festa natalina" somente com "papai Noel, árvore, presentes, Coca-Cola, chester e panetonne". Mas um verdadeiro cristão pode celebrar o verdadeiro natal abrindo mão de tudo isto, ficando apenas com a essência [Is 9.6[15]]. Pode abrir mão de receber presentes porque já recebeu um presente inigualável [Jo 3.16[16]].

iv. O natal tem sido época de ostentação e pompa. Tem sido época de aguardar ansiosamente comilanças, bebedices, guloseimas e presentes. Mas precisa ser a época [como em todo o restante do ano] de guardar no coração as palavras do Senhor Jesus [Jo 14.24[17]]. É tão errado lembrar de Jesus só no natal como não lembrar dele no natal. E são dois erros terríveis que tem sido cometido pela cristandade. Não é a ostentação e a pompa que fazem o natal. Jesus não precisou disto quando veio [Lc 2.7[18]], embora seu retorno premente seja glorioso e inigualável.


[1] Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo.
[2] E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.
[3] ...e ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria. [...] E isto vos servirá de sinal: encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura. [...] Foram apressadamente e acharam Maria e José e a criança deitada na manjedoura.
[4] Foram apressadamente e acharam Maria e José e a criança deitada na manjedoura.
[5] Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus, dizendo: Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque os meus olhos já viram a tua salvação, a qual preparaste diante de todos os povos: luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo de Israel.
[6] E, chegando naquela hora, dava graças a Deus e falava a respeito do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém.
[7] Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia, em dias do rei Herodes, eis que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém.
[8] Este, o primeiro recenseamento, foi feito quando Quirino era governador da Síria.
[9] Tu, porém, por que julgas teu irmão? E tu, por que desprezas o teu? Pois todos compareceremos perante o tribunal de Deus.
[10] Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente. Quem distingue entre dia e dia para o Senhor o faz; e quem come para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e quem não come para o Senhor não come e dá graças a Deus.
[11] Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.
[12] ...vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,
[13] Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento.
[14] Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?
[15] Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz;
[16] Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
[17] Quem não me ama não guarda as minhas palavras; e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai, que me enviou.
[18] ...e ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria.

domingo, 18 de dezembro de 2011

AS VERDADEIRAS PROMESSAS: UMA CRÍTICA À PREMIAÇÃO PROMOVIDA PELA REDE GLOBO E GEO EVENTOS

Por Vinícius Musselman Pimentel e Yago Martins © Voltemos Ao Evangelho voltemosaoevangelho.com e Cante as Escrituras canteasescrituras.com.

A Bíblia possui muitas promessas. Alguns dizem que ela traz mais de trinta e duas mil delas, e não duvidamos. O próprio Jesus veio como confirmação de promessas (Rm 15:8) e elas são o consolo e a força dos Cristãos por todo o mundo, em todas as épocas. Porém, existem alguns que interpretam errado ou ignoram muitas das promessas da Escritura, torcendo a Palavra de Deus a fim de satisfazer os próprios deleites. Um exemplo disso é o recém criado “Troféu Promessas", promovido pela Rede Globo e a Geo Eventos. O “Troféu Promessas” se intitula como “a maior premiação da música evangélica”. Ele será entregue em um evento que será realizado em dezembro, tendo como principal proposta “reconhecer o trabalho daqueles que exaltam fielmente o nome de Deus por meio da música e o fazem com excelência, influenciando gerações”. Eles querem premiar os “destaques” da música gospel do ano de 2010 e 2011, honrando com a estatueta representantes de nove categorias: Melhor Grupo, Melhor Ministério de Louvor, Melhor Cantor, Melhor Cantora, Artista Revelação, Melhor Música, Melhor DVD/BluRay, Melhor CD e Melhor Evento.

Perdoem-nos a dureza, mas se esse troféu carrega alguma promessa, é a promessa de que viria “o tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, sentindo coceira nos ouvidos, segundo os seus próprios desejos juntarão mestres para si mesmos. Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos” (2 Tm 4:3,4). O site explica que o troféu chama-se “Promessas” por que “Deus cumpre as Suas promessas e cuida para que a Sua Palavra seja cumprida”, baseando-se corretamente em Jeremias 1:12. Contudo, o que essa premiação não percebe é que ela vai diretamente contra promessas claras do evangelho, negligenciando a verdade de Deus.

Primeira promessa: Deus nos ensina por Sua Palavra

A primeira promessa que esse evento quebra é a de que Deus nos ensinaria tudo por meio de Sua Palavra. O próprio Cristo nos prometeu que o Espírito Santo nos ensinaria “todas as coisas” (Jo 14:26) e esse Espírito usa as Escrituras para nos informar sobre a vontade e as promessas do Pai, já que ela é suficiente para que sejamos perfeitos e perfeitamente preparados para tudo (2 Tm 3:16,17). Onde a Escritura nos ensina a criar eventos para premiar nossos ministros de música? Em lugar nenhum! Não há qualquer mandamento ou promessa vinda de Jesus, dos apóstolos, dos profetas ou de qualquer escritor bíblico para que criemos tal coisa. Em Levítico 10:1, dois sacerdotes foram mortos por Deus, não por ir contra mandamentos dEle, mas simplesmente por fazer algo que Deus não mandou. Ou seja: Se não há mandamento, há proibição. Concursos de adoração são tão anti-bíblicos como concursos de qualquer outra disciplina espiritual. Ora, se podemos fazer concursos de louvor, por que não fazermos um concurso de oração? Quem orar mais e melhor leva o troféu joelho roxo. Ou melhor, por que não um concurso de pregação? Quem pregar melhor leva o troféu garganta de ouro. Ou, para os pentecostais, um concurso de profecias? O que trouxer a melhor mensagem de Deus leva o troféu ungido de Jeová. Por que esses concursos seriam condenados por qualquer crente e os concursos de louvor são tratados como algo normal? Músico, quando você aceita esse concurso e o acha coerente, você está desprezando a promessa de Deus que Ele revelaria sua vontade nas Escrituras e que nelas pautaríamos nossa conduta.

Segunda promessa: todo cristão é um sacerdote

A segunda promessa é ignorada logo no vídeo de apresentação do evento (vídeo acima), o qual dá a entender que os músicos são levitas e os únicos que podem carregar a arca e, assim, a presença e a glória de Deus. Contudo, a intenção de Deus desde Êxodo é que todo Seu povo fosse uma nação sacerdotal. Progressivamente, Deus mostra isso com Moisés, em Êxodo 19:6, antes de os filhos de Levi se ajuntarem aos que eram do Senhor (Ex 32) e serem, por isso, separado para servirem junto ao templo (cabe ressaltar que esse serviço não era musical até Davi! Levitas eram aqueles que cuidavam do templo). A promessa de uma nação sacerdotal precede e engloba o sacerdócio levítico e arâmico. Essa revelação é retomada no Novo Testamento quando o véu é rasgado com a morte de Cristo, mostrando que todos podem ter acesso à presença de Deus, ao trono da graça pelo novo e vivo caminho que é Jesus, ao ter sua carne “partida”, como o véu (Hb 10:20); e ela é fechada pela chave de ouro de Apocalipse 5:10 (“e para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes”). Então, não, músico, você não é uma classe especial de cristão! Todo cristão é templo de Deus (1 Co 3:17), carrega a glória do Evangelho em seu vaso de barro (2 Co 4:7) e tem acesso direto a Deus (Ef 3:12) através de Cristo exclusivamente. Ministro de louvor,quando você ressuscita o cargo de levita, fazendo-se diferente do “povo”   termo com um certo ar de desprezo que se refere àqueles que estão abaixo de sua magnânima “ministração” (sim, já estivemos no seu meio)   você está desprezando a promessa de Deus! Você se faz mediador no lugar de Cristo. Não! Você não “traz a glória de Deus” para os outros cristãos. Você não é mediador entre Deus e os homens. Só Cristo o é. Quando você está com seu microfone ou instrumento na mão, tudo o que você está fazendo é servindo à igreja (incluindo você mesmo) no louvor e na adoração coletiva a Deus. E Deus, através de Cristo, recebe nossa oferta como incenso suave e ministra mais da glória do Evangelho, através de Seu Espírito, em toda igreja. Aliás, se essa não é sua mentalidade, por favor, retire-se do seu serviço, você só está ferindo o povo de Deus. Músico, quando você aceita o título de levita, você está desprezado a promessa de Deus de que todos seriam reis sacerdotes e a mediação única de Cristo.

Terceira promessa: a casa de Deus não será um covil de mercadores

A terceira promessa que esse evento ignora é a de que a casa do Deus Pai não seria feita de mercado. O próprio Cristo profetizou isso após fazer um chicote de cordas, virar mesas e expulsar os cambistas (Jo 2:15,16). Ora, se o amoroso e manso Jesus estivesse presente nesse evento, ele quebraria câmeras de filmagem, expulsaria os cantores e destroçaria os troféus, gritando: “os cristãos (atual casa de Deus) não devem comercializar sua adoração!”. Será que é correto, diante de Deus, usarmos os talentos que Ele nos deu para enriquecer? Tudo isso não passa de um mercado sujo em que o mundo percebeu que pode lucrar – e os cantores “góspeis” querem levar “o seu” para casa. Cristo ensinou seus discípulos que eles deveriam cumprir o ministério sem esperar nada em troca, tendo no coração apenas a vontade de servir: “de graça recebestes, de graça daí” (Mt 10:8). Como podemos querer adorar em troca de premiações? Músico, se você aceita adorar ao Senhor em troca de premiações e troféus, você vai contra a promessa de Deus de que a casa do Pai não seria um covil de mercadores.

Quarta promessa: sua recompensa virá de Deus

Se você pudesse ganhar um real hoje ou investi-lo e ganhar um milhão depois, qual seria sua escolha? Só um louco escolheria um real, não? Sim, e, se você está participando desta premiação, suas ações mostram que essa foi sua escolha. Só que você fez uma troca pior ainda. Você trocou a infinita e gloriosa recompensa de Deus pela patética, breve e pequena honra humana. Se você participar desse troféu, é só ele que você vai ter mesmo, porque você perdeu as gloriosas bênçãos celestiais reservadas por Deus pelo seu serviço. Cristo foi bem enfático contra a busca dos fariseus por honra humana. Ele fez afirmações fortes, dizendo que eles tinham recebido plenamente sua recompensa (a humana) e  não receberiam a honra que vem de Deus e isso seria a causa de sua  incredulidade (Mt 6:5 e Jo 5:44). Por isso, Cristo recomenda praticarmos nossas ações em secreto, para somente Deus ver. E você andará nos passos dos fariseus se proceder pelo caminho do louvor terreno. Além do mais, você estará fazendo amizade com o mundo e consequentemente inimizade com Deus. Sua atitude de buscar ser honrado “por seu excelente ministério” é um ato de traição contra Deus, um ato de incredulidade nas promessas divinas e uma demonstração que você não busca o Reino dos céus, mas o deste mundo. Você, ao buscar esse tipo de riqueza, está condenando a sua alma à diversos sofrimentos, à incredulidade e à apostasia (1 Tm 6:10). Músico, se você busca a honra deste mundo, você vai contra a promessa de Deus de que Ele seria seu galardoador.

Quinta promessa: Deus exaltará seu Filho

Caro músico, há alguém mais apaixonado pela glória de Deus que você: Deus! Deus é a pessoa mais apaixonada e empenhada pela exaltação de Seu nome (Ml 1:11). O Pai está ativamente comprometido em exaltar o Filho (Jo 5:23), dando-lhe o Nome sobre todo nome, dobrando todo joelho diante dEle, fazendo toda língua proclamar Seu reinado e senhorio (Fp 2:9-11), colocando todo inimigo debaixo dos Seus pés (Hb 10:13). Nossa pergunta é se você irá se juntar ao Pai em uma busca apaixonada pela exaltação do Filho ou buscará a exaltação do seu nome (disfarçando, óbvio, com algumas palavras de pretensa humildade quando receber o troféu). Nosso profundo desejo é que neste ponto você possa clamar como o salmista: “Não a nós, SENHOR, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por amor da tua benignidade e da tua verdade” (Sl 115:1). Músico, quando você recusa as coisas deste mundo e busca fazer somente o que está na Palavra, juntamente com todo povo sacerdotal de Deus, reunidos em uma casa de oração, almejando somente a recompensa de Deus e juntando-se ao Pai na exaltação do Filho, você canta a melodia mais doce que há: JESUS, O ÚNICO DIGNO DE TROFÉUS.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

A PROPÓSITO DO PAPEL DE UMA ESCOLA NA FORMAÇÃO DE ALUNOS

thonaltparAté que ponto uma escola é responsável pelo que seus alunos fazem "depois" que conseguem seus diplomas? E até que ponto estes alunos são responsáveis pela reputação que sua escola possui? Creio que há uma interação entre estas duas perguntas, porque as escolas dão ferramentas e orientação para que os alunos sejam o que são – e, por sua vez, serão eles que farão a "fama" de suas escolas, e, certamente, pelo número de alunos que lhe serão confiados.

Este post foi escrito com o propósito de refletir sobre escolas que, formando teólogos para servirem como pastores, venham a tornar-se conhecidas como redutos de movimentos contrários aos caminhos desejados pela Igreja a que pertence, rejeitando solertemente as decisões solenes tomadas pela mesma. Antes de continuar, esclareço que não tenho a pretensão de escrever contra nenhuma instituição, aliás, meu propósito é radicalmente contrário, isto é, estabelecer um alerta para que as mesmas não sofram por causa de professores que abraçaram uma causa particular em detrimento da causa da instituição que os abrigavam, e de alunos que adotaram um radicalismo que apenas depõe contra as instituições formativas, ao mesmo tempo lançar um alerta contra influências alienígenas à mesma e à causa a que se propõem propagar.

Um exemplo na Igreja Presbiteriana é o fato de que, ao longo dos anos, seus seminários têm sido rotulados de maneira pejorativa por seus desnecessários adversários e, quase sempre, por causa de fatores que menciono mais abaixo. Assim, o seminário JMC, em São Paulo, foi taxado de ortodoxo mas sem vida espiritual; Campinas e Rio de Janeiro receberam a alcunha de liberais, Belo Horizonte de pentecostal e assim por diante. Repito, esta rotulação é desnecessária e absurda, ainda mais quando reflete apenas lutas bairristas, chegando até mesmo a serem acusadas de inidôneas por seus detratores. Tenho aprendido que ao longo destes anos que fama, seja ela boa ou má, não se constrói da noite para o dia. Especialmente a boa fama – ela precisa de anos para se edificada e deve ser cuidadosamente conservada, pois um erro pode colocá-la por terra. Mas a má fama é construída por ações concretas e rápidas – isto é assim para pessoas e para instituições, e a má fama de uma instituição pode ser construída por umas poucas ações concretas à partir de uns poucos inconsequentes. A indagação que fazemos é: ações de quem? No caso em tela, esta construção de uma fama indesejada se dá por três fatores que merecem uma abordagem mais detalhada.

O primeiro fato é que maus alunos são, em muitos casos, a pior propaganda a respeito de uma instituição. Por exemplo, qual pai confiaria a preparação de seus filhos a uma escola que não consegue fornecer nenhum aluno capacitado para um vestibular ou para o mercado de trabalho? Que dizer do nome de uma escola onde os ex-alunos sejam absolutamente incapazes de desempenhar bem o seu trabalho e, ainda, se empenhem conscientemente em desconstruir um trabalho eficiente que outros tenham feito? O problema apenas cresce quando egressos propõem-se a espalhar suas ideias criando guetos particulares onde logo percebe-se que, em sua maioria, não podem ser chamados de fundadores de cousa alguma, mas de afundadores. Parafraseando um amigo, enquanto um bom jogador merece a bola de ouro, tais afundadores deveriam receber como prêmio uma pá, mas não são dignos de que a mesma seja de ouro.

Um segundo fator que corrobora o primeiro é a existência de maus professores – não me refiro à incapacidade de ensinar, mas, justamente, à capacidade de ensinar, com enorme eficiência e sob a aparência de originalidade ou profundidade, algo que não deveria ser ensinado. Apesar da negativa de muitos professores em assumir-se responsáveis pelo que seus alunos aprendem, eles, de fato, são mentores, orientadores e, principalmente, se bons professores, fornecedores de informações e instruções quanto às linhas de pesquisa que serão seguidas por seus alunos. E, além disso, tem a obrigação de buscar corrigir seus alunos quando eles enveredam por caminhos sombrios e tortuosos. Se acontece de um educando se desviar das linhas traçadas, é um acidente. Se mais de um o faz, é uma coincidência. Mas se vários o fazem, e por um tempo considerável, então é um método, uma meta que está sendo perseguida. E é sobre casos assim que nos debruçamos com o propósito de dar-lhes combate. Não pode uma escola que se propõe a formar pastores aceitar como seus "apóstolos" aqueles que se dizem sem misericórdia, sem amor pastoral por almas e destituídos de piedade pessoal como compaixão, embora tentem demonstrar, com afetação, uma piedade formal.

O terceiro fator é o que chamo de influência satélite, isto é, a influência exercida por um currículo não oficial, através de professores não oficiais, localizados no entorno da escola mas com ascendência espiritual, social ou financeira sobre um ou mais educandos. Se obtém [e quase sempre obtém] acesso aos alunos através de professores associados tornam-se ainda mais danosos. Fama, poder ou simplesmente carisma são ferramentas usadas por estes "alienígenas" para alcançar seus objetivos. Diferente de alunos e professores, censurá-los é mais difícil porque não pertencem à instituição – estão colocados em palanques de onde podem lançar, bem protegidos, seus dardos destrutivos – embora queiram dela fazer um madraçal com viés fundamentalista, na verdade e mais precisamente, o que tenho classificado de um mero neofundamentalismo pessoal e seletivo, onde cada um decide o que é certo e errado para si e tenta impô-lo a outros, enquanto acusam aqueles discordam de heréticos ou coisas semelhantes.

Diante do que foi acima exposto, resta a difícil tarefa de reconstruir. Em todas as áreas que tenho observado posso afirmar que o trabalho de destruir pode ser feito por qualquer incompetente, por qualquer obtuso ou ignorante, ou ainda por um grupo deles, orquestrado ou multiplamente dividido. Mas construir é mais difícil, requer trabalho árduo, dedicação, conhecimento, método, amor ao que se está fazendo. Cabe aqui um alerta: preconceitos são fáceis de serem estabelecidos, e incrivelmente difíceis de serem destruídos. E este é o desafio dos que já deixaram a instituição mas realmente a amam – e também dos que ficam. Dos alunos. Dos professores. Daqueles que estão dentro, dos que próximos e, ainda, dos que estão longe. Desconstruir uma fama negativa obstinadamente construída por seus pares igualmente obstinados. Não basta apenas dizer que ama – muitos que matam dizem fazê-lo por amor. Amar uma instituição é honrar-lhe o nome. É levar adiante uma bandeira – e a Igreja Presbiteriana não assumiu, ainda [e creio que não o fará] a bandeira do radicalismo, do neofundamentalismo, do pseudopuritanismo. E nenhuma de suas instituições pode abrigar em seu seio tal mácula.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

UMA MULHER QUE SURPREENDE PELO SERVIÇO

thonaltpar2Sempre que participamos de um evento como um congresso, onde lideranças serão escolhidas para o próximo ano, percebo a existência de quatro sentimentos nos participantes.

i. O primeiro grupo é composto daqueles que receiam ser eleitos ou designados para cargos. O sentimento é de "não sei o que fazer", "a responsabilidade é grande demais para mim". Um sentimento verdadeiro, como o de Moisés ao ser chamado e avaliar a magnitude da missão que tinha diante de si: tirar um grupo imenso de escravos do domínio da maior potência militar e econômica de seu tempo.

ii. O segundo grupo é composto daqueles que querem mas dizem que não querem, na expectativa de que haja uma insistência que catapulte uma eventual candidatura. Isto pode dar bons resultados ou não. Já vi caso em que alguém que seria escolhido como líder perdeu a oportunidade por ter mencionado não desejar – quando na verdade desejava. Houve um caso de alguém que "não queria" um cargo, mas aceitou concorrer a seis [isso mesmo, seis] numa ocasião – mas esta pessoa não havia sido chamada para servir como líder naquela ocasião.

iii. O terceiro grupo é composto daqueles que querem, vão para as reuniões desejosos de obter cargos e assim alcançarem poder ou ali se perpetuarem. Quando conseguem logo fica claro que seu desejo é diferente daquele que deveria ocupar o coração dos servos do Senhor: querem poder, como queria para seus filhos [Tiago e João] a mulher de Zebedeu. Jesus lhes mostra que cristianismo implica em serviço.

iv. O quarto grupo é composto daqueles que desejam assumir cargos para servir – sabem o que querem, tem alvos e projetos a serem desenvolvidos para o bem da comunidade. Em alguns casos já mostraram esta disposição e capacitação do Espírito Santo. Sabem que foram chamados e, independente da missão, dizem como Isaias: "eis-me aqui, envia-me a mim".

Vale ressaltar que já vi os temerosos se mostrarem excelentes líderes, já vi os dissimulados realizarem grandes obras, já vi os ambiciosos desenvolverem bons projetos e também já vi os dispostos serem poderosamente usados por Deus.

Nesta ocasião vamos analisar um texto das Escrituras que fala de uma mulher que servia a Deus – seu nome é Débora. O relato de parte de sua história encontra-se no livro de Juízes, capítulo 4, versos 4 a 9.

Débora, profetisa, mulher de Lapidote, julgava a Israel naquele tempo. Ela atendia debaixo da palmeira de Débora, entre Ramá e Betel, na região montanhosa de Efraim; e os filhos de Israel subiam a ela a juízo. Mandou ela chamar a Baraque, filho de Abinoão, de Quedes de Naftali, e disse-lhe: Porventura, o SENHOR, Deus de Israel, não deu ordem, dizendo: Vai, e leva gente ao monte Tabor, e toma contigo dez mil homens dos filhos de Naftali e dos filhos de Zebulom? E farei ir a ti para o ribeiro Quisom a Sísera, comandante do exército de Jabim, com os seus carros e as suas tropas; e o darei nas tuas mãos. Então, lhe disse Baraque: Se fores comigo, irei; porém, se não fores comigo, não irei. Ela respondeu: Certamente, irei contigo, porém não será tua a honra da investida que empreendes; pois às mãos de uma mulher o SENHOR entregará a Sísera. E saiu Débora e se foi com Baraque para Quedes.

Apesar da negativa de um grupo de pequena significância, mas barulhento como costumam ser as minorias organizadas [basta ver os chamados movimentos sociais em moda no Brasil] de permitir às mulheres o desenvolvimento de suas capacidades, talentos e dons, o exemplo de Débora nos mostra algumas diretrizes que devem ser primordiais no trabalho que irmãs valorosas, de grande capacidade espiritual e dedicação ao Senhor podem empreender na obra do Senhor.

a. A primeira observação que podemos fazer à partir do texto é que Débora tinha um ofício, isto é, exercia um cargo oficial, reconhecido na sociedade israelita. Débora era profetisa – chamada, comissionada por Deus para exercer um ministério de liderança entre o povo de Deus. Alguns objetivam, observando a atitude de Baraque, que Débora ali está para vergonha dos homens que rejeitam tomar uma atitude de liderança. Todavia, o ministério profético é um chamado, e Deus chamou vários homens de outras ocupações, deu-lhes uma missão, autoridade e, sobretudo, ousadia. Assim, entendo que o chamado divino para Débora simplesmente faz parte do eterno propósito de Deus, imutável e irresistível.

b. A segunda observação a ser feita é que Débora tinha sua autoridade espiritual [e não apenas o ofício] reconhecido em sua geração. Diz-nos o texto que ela julgava Israel naquele tempo e que os filhos de Israel iam procura-la naquele tempo. Num contexto gentílico há uma ressalva ao exercício da autoridade da mulher entre homens, e devemos entender este aspecto, entretanto, no contexto da totalidade bíblica vemos exemplo de mulheres exercendo liderança e autoridade, e Débora é um caso. E ela não foi posta ali por acaso, não foi uma eleição como a que colocou uma mulher na presidência do brasil [ainda que não possa esquecer o fato de que toda autoridade é constituída por Deus – creio que algumas delas para disciplina dos povos e das nações. A bíblia afirma que Débora era uma profetisa legítima, portanto, ali fora colocada por Deus para julgar Israel, para benefício e não para maldição do povo.

c. A terceira observação é que Débora não se furtava a exercer esta autoridade que Deus lhe dera inclusive sobre os homens que estavam na liderança do povo de Deus. Observe que o texto afirma que "mandou ela chamar a Baraque" a quem o Senhor já tinha ordenado preparar os filhos de Naftali e Zebulom para enfrentar os inimigos. Ela fora comissionada por Deus, assim como Baraque, entretanto, ela possui autoridade tal a ponto de não apenas mandar chamá-lo, como questioná-lo de sua atitude negligente para com o mandato divino e ainda dar-lhe ordens para corrigir-se e fazer imediatamente o que Deus o havia comissionado. Não havia em Israel nenhum homem que questionasse uma autoridade legitimamente dada por Deus – e esta era a autoridade daquela mulher.

d. A quarta observação é que Débora não se limitava a liderar espiritualmente à partir de um "gabinete" [uma palmeira, entre Ramá e Betel] como muitos querem fazer, numa compreensão equivocada do que seja o pastoreio. Seu entendimento de liderança era estar com o povo, no meio do povo, junto com ele em suas lutas. Manda ela que Baraque leve gente ao monte Tabor, e vai com ele. Baraque julgava-se pouco competente ou, no mínimo, pouco respeitado pelo povo – e, por sua vez, provavelmente era visto como um líder pouco capaz pelo povo, a ponto de exigir a presença de Débora, a líder natural e inquestionável de Israel. Com ela acompanhando-o ele acreditava que seus comandados enfrentariam a batalha sem receios.

Uma observação complementar que muitos colocam como primordial é a de que Débora não se furtava a ser uma mulher como as demais. Ela era conhecida como a esposa de Lapidote [de quem nada sabemos], mas, para exercer tal ministério, certamente tinha a aquiescência de seu marido. Era Lapidote senhor da vida de Débora? Certamente que não. O senhor da vida de Débora era o mesmo que era senhor da vida de Lapidote e de Israel: o Senhor Deus é que é o único Senhor sobre a vida do seu povo. Apesar de ser uma mulher ocupada, ela tinha tempo e disposição para ouvir e obedecer. É por isso que Débora censura Baraque – e retira-lhe a honra da vitória sobre Sísera.

Uma conclusão necessária para as mulheres, crentes, servas de Deus, atentas ao chamado de Deus e dispostas a servi-lo, apesar de eventuais obstáculos, inimigos e adversários: se o Senhor te chamou, independente do que pensam pessoas de mente retrógrada, disponha-se e faça a obra. Não sejas negligente ao seu chamado e vá em frente, porque o Senhor te tomará pela tua mão direita e será contigo por onde quer que andares. Esqueçam os cães que ladram, eles ficam nos cantos da história – a caminhada da fé prossegue, apesar deles. Já os vi ladrando contra uma mensagem que eu preguei sobre Débora: uma mulher que ouvia a Deus, tinha suas ocupações domésticas mas servia ao Senhor e ao seu povo.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

GOSPEL GLOBAL? NÃO DEU…

Um grande fracasso. Assim pode ser definido o que a Rede Globo sonhava ser o Ultra Mega Definitivo Festival "Promessas" SomLivre – Globo. A expectativa inicial era de cerca de 200.000 pessoas, mas não conseguiu nem o dízimo disso. Concorreram para isso a ausência de cantores com maior reconhecimento no universo gospel, apostando todas as suas fichas na cantora Ana Paula Valadão – sem levar em conta que ela não se encontra exatamente em estado de graça entre os evangélicos. O evento aconteceu no aterro do Flamengo e pode ser o enterro das pretensões da Globo de dominar a mídia gospel. O vento será exibido neste sábado, 17.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

NATAL! DE NOVO?!!!

Abaixo deste post há uma extensa argumentação refutando vários argumentos antinatalinos. A premissa básica deste blog é que podemos oferecer um culto de ações de graças ao Senhor nosso Deus em comemoração ao nascimento do nosso Salvador, sem medo de estarmos cometendo qualquer erro teológico, litúgico ou espiritual. Não celebrar sua encarnação só atende a interesses de falsos cristãos, e, especialmente, daquele que é seu inimigo, o anticristo. Vale lembrar que mesmo que os cristãos protestantes e evangélicos deixem de celebrar o natal, a data continuará sendo lembrada pelo comércio.

Já está ficando aborrecido tratar deste assunto todo ano. Poderia simplesmente reeditar posts anteriores, estudos, etc. sobre o assunto. A insistência adventista e neocristã e pseudopiedosa sobre a não comemoração do natal chega a ser de uma chatice sem tamanho [mas até mesmo os adventistas me surpreenderam, pois pelo menos comercialmente eles já aderiram ao natal]. Já escrevi antes e, ao que parece, terei que continuar escrevendo. Alguns e-mails me chegaram questionando o fato do cristão comemorar o natal [que tal questionarem a páscoa, também?] especialmente por causa da data em que o mesmo é celebrado.

Abaixo, algumas considerações sobre o assunto e a minha conclusão pessoal [sei que não vai esgotar nem concluir o assunto, mas fazer o que?]. Os argumentos antinatalinos não mudaram em nada nos últimos 15 anos. São eles:

DEVE-SE CELEBRAR CULTO DE GRATIDÃO PELO NASCIMENTO DO SALVADOR

O primeiro argumento antinatalino é que a data correta do nascimento de Jesus é desconhecida. Ninguém sabe ao certo o dia em que o eterno adentrou no tempo, quando o verbo se fez carne e tabernaculou entre nós. É bastante provável que a Igreja do terceiro ou quarto século pudesse saber, com maior aproximação, da data mais correta. Entretanto é possível estimar que a data mais correta seja em meados do primeiro trimestre. Era a época em que o clima quente permitia que os pastores levassem suas ovelhas para os campos e lá permanecessem durante a noite. No final do ano isto seria muito mais difícil, por causa do clima frio. Os neocristãos concluem, então, que é ilegítimo celebrar a encarnação do verbo numa data improvável. A isso deve-se responder que, efetivamente, não sabemos a data do nascimento do Senhor Jesus porque Deus assim o quis. Se a Igreja comemorasse o seu dia natalício em qualquer outra data, entre os meses de março e maio, correria o mesmo risco. Os antigos davam pouca importância para a data do nascimento de alguém – homes e mulheres nasciam aos milhares, mas registravam com bastante cuidado a data da morte de alguém especial, pois pessoas especiais não morriam aos milhares todos os dias.

DEVE-SE CELEBRAR O NASCIMENTO DO SALVADOR QUALQUER QUE SEJA A DATA

O segundo argumento lembra que na data de 25 de dezembro era celebrado um ritual pagão comemorando o nascimento do "deus sol invicto". Era uma data reservada para festejos e troca de presentes [geralmente frutos da terra ou produtos feitos dos mesmos]. A Igreja cristã, ao adotar a data para celebrar o nascimento do sol da justiça, suplantou a celebração pagã. Assim, o cristianismo crescente fez cair no esquecimento uma celebração pagã. Conseguiu, com isso, dois feitos: tornar universalmente celebrada a encarnação do Verbo e, ao mesmo tempo, suplantar um ritual pagão. Agora que o ritual pagão é insignificante, seria hora de procurar outra data hipotética? Ou deixar de celebrar o nascimento do Senhor? Porque esta é a opção. Se não é para celebrar na data que temos, já universalmente aceita porque a data real é desconhecida, então, uma vez que a data real continuará desconhecida, a coerência deve levar à conclusão inevitável: deve-se deixar de celebrar o nascimento do salvador, qualquer que seja a data.

DEVE-SE CELEBRAR O NATAL APESAR DOS INTERESSES COMERCIAIS NÃO CRISTÃOS

O terceiro argumento, o da mercantilização do natal. A questão subjacente é: os cristãos não devem ser parte de um sistema mercantil que serve apenas para promover lucros a comerciantes. Vale lembrar que este argumento serve também para a páscoa [e seus ovos de chocolate], ações de graças e para qualquer outra festividade cristã. É óbvio que não concordo com a mercantilização do natal. Os cristãos devem reconhecer que o motivo da sua comemoração não é comida, bebida ou presentes. Também não negamos aos cristãos o direito de trocarem presentes ou embelezarem suas casas – mas sem jamais esquecer que o natal é uma celebração espiritual. Estão errados aqueles que se utilizam de um evento de importância cósmica, de enormes implicações espirituais apenas para ganhar dinheiro. Estão errados aqueles que amam o dinheiro e não ao Salvador. Quase me surpreendi [porque ultimamente, em matéria de religião nada me surpreende mais] com membros de uma seita que advogam que a celebração do natal [especialmente na data que é celebrado pela maior parte da cristandade] é um arranjo pagão. Saindo do mercado ouvi uma propaganda convidando para uma grande promoção de natal numa loja pertencente a membros desta seita sabatista. Inusitado, mas já não mais surpreendente. Eles estão errados, como estão errados todos os que mercantilizaram o natal. Mas porque não celebrar o nascimento do salvador, mesmo em meio a tal sistema mercantil paganizado? Porque não anunciar a um mundo pseudocristão e puramente pagão o nascimento do salvador? Se eles querem falar de Jesus, porque não lhes falar do verdadeiro Jesus? Se eles querem falar de presentes, porque não lhes anunciar o maior de todos os presentes, a maior dádiva de Deus aos homens, seu próprio filho? Porque não obedecer à orientação bíblica e aproveitar tal oportunidade [Cl 4.5]?

APESAR DE OUTROS PERSONAGENS DEVE-SE CELEBRAR O NASCIMENTO DE JESUS

Outro argumento é que o personagem principal do natal tem sido substituído. E, infelizmente, isto é verdade. Alguns anos atrás, em Pitanga, entrei em um supermercado e vi um grande cartaz, de uns 3 a 4m de altura, com uma figura enorme de um "papai Noel" com a mão sobre uma não menos gigantesca garrafa de um determinado refrigerante. E, encimando o quadro, a seguinte frase: "Chegou o personagem principal do natal". Até hoje não descobri se a frase se referia ao personagem ou à bebida. Em todo canto vemos que o natal é a época do papai Noel, do peru ou do frango tipo "chester", dos presentes e das bebidas... Mas, porque o papai Noel? A figura é inspirada no lendário São Nicolau, que, segundo relatos, ajudou uma jovem desprovida de recursos [materiais e pessoais] a se casar dando-lhe um dote às vésperas do natal. Daí para outras lendas foi como acender um rastilho de pólvora na fértil imaginação medieval, tão idólatra [como a moderna] e tão carente do conhecimento de Deus e do salvador [à semelhança do homem do séc. XXI]. Inspirado no personagem são Nicolau criou-se a tradição de dar presentes. Mas não é ele o personagem principal do natal. Não é papai Noel, santa Claus, São Nicolau ou qualquer outro produto o personagem principal do natal. E é esta a mensagem que o cristão não deve deixar de proclamar. O principal personagem, nascido ou não no dia 25 de dezembro, é Jesus Cristo, o cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo. O messias, o salvador, que nasceu na cidade de Davi, Belém há tantos anos atrás, mas que vive e reina. Porque deixar de proclamar esta verdade? Porque o mundo está errado? Ora, o mundo antigo estava errado, e tinha suas divindades – e nem por isso os cristãos deixaram de anunciar-lhes a salvação em Cristo Jesus [At 17.16]. Se eles adoram falsos deuses – ainda assim deixam um lugar para o deus desconhecido. E é justamente este que os cristãos devem anunciar – mesmo em meio aos sons, sabores e presentes das festas que são celebradas mundo a fora.

DEVE-SE CELEBRAR O NATAL PORQUE SEM ELE NÃO HAVERIA PÁSCOA

E quanto à uma pretensa subvalorização do natal, em favor da páscoa? Qual das duas festas é a mais importante? Qual deve ser celebrada e qual deve ser esquecida? Em favor da páscoa está o fato de que a sua data é conhecida em virtude do calendário judaico. Ademais, mesmo no mundo antigo a "morte dos heróis" era mais celebrada que seu nascimento. Segundo as crenças, era através da morte que o herói tornava-se digno de honra, elevado à categoria de semideus ou deus. A questão é: a celebração do natal obscurece a páscoa? Talvez seja a festa mais vistosa, especialmente no ocidente, onde o fim de ano é, também, época de receber um salário suplementar – o que facilita os festejos. Além disso, é também uma época de renovar esperanças com a chegada de um novo ano. Entretanto, diferente do que acontece com a maioria dos heróis antigos, mesmo o nascimento de Jesus foi digno de celebração: pela criação [Mt 2.2], pelos anjos [Lc 2.12-14], pelos pastores [Lc 2.15-17], Simeão [Lc 2.25-32] e Ana [Lc 2.36-38] e até mesmo os gentios [magos do oriente] o adoraram ainda bebê – evidente que não na manjedoura – porque apenas os neocristãos não querem lembrar com alegria e festa deste importante evento. É evidente que o mais importante evento da historia da redenção é a morte do salvador, entretanto, vale aduzir que, sem o nascimento, não haveria morte. Sem a encarnação, não haveria a crucificação.

DEVE-SE CELEBRAR O NATAL APESAR DOS PRESÉPIOS E A MARIOLATRIA

A existência dos presépios levanta uma outra questão de suma importância: a representação através de arranjos não levaria a uma forma de idolatria, alimentando, especialmente, a mitologia em torno de Maria, a mãe do salvador? Interessante que não há qualquer preocupação com a figura do pai, José [que não deixa de ser adorado em outras formas de cristianismo não evangélico]. Mas a preocupação dos neocristãos é com Maria. E é uma preocupação, em parte, justa, uma vez que especialmente na cultura latina a mariolatria tem fortes influências. A questão é: algum cristão protestante realmente tem interesse em glorificar Maria? É pecado lembrar sua disposição em ser instrumento de Deus para trazer ao mundo o salvador? Sua humildade em aceitar o encargo, sua angústia numa sofrida viagem a ponto de dar à luz numa estrebaria? A subsequente fuga para o Egito, para evitar os soldados de Herodes? O ensino das Escrituras é que quem é digno de ser honrado deve ser honrado [Rm 13.7]. Entretanto, no coração do cristão cabe glória somente a Deus [Is 42.8]. Alguém seria tolo o suficiente para afirmar que as Igrejas evangélicas estejam adorando a Maria? A Igreja, embora reconheça e honre a figura dos pais terrenos de Jesus, adora somente ao Senhor. Ninguém, além do Deus trino, é digno de tal adoração. Para o cristão não existe a figura da sagrada família, mas, sim, da trindade santíssima.

CONCLUSÃO: DEVE-SE CELEBRAR O NATAL

Há algum tempo escrevi um post sobre o assunto. Creio não ter mudado muito a essência da argumentação sobre "A quem interessa a não celebração do natal". Eles continuam não querendo. O assustador é ver que cristãos se levantam contra a celebração do nascimento do Senhor Jesus. Ainda que não se queira celebrar o aniversário – e isso eu entendo – porque não oferecer junto com o restante da cristandade um culto de ação de graças a Deus pelo envio do salvador?

Em conclusão, afirmamos sem receio que o cristão deve, sem qualquer problema de consciência, adorar a Deus em gratidão pelo nascimento do salvador. Desde o seu nascimento tem sido assim. E dar importância demasiada ao desconhecimento da data exata ou aos demais argumentos é simplesmente, usando um provérbio, jogar a criança fora junto com a água da bacia porque a agua está suja. Jogue-se fora a água, purifique-se a celebração do nascimento do Senhor Jesus.

UMA DECLARAÇÃO DE AMOR

solidao

Segue mais um texto, escrito em algum tempo do passado, mas que fala do amor que ainda hoje sinto, maior que a vida, maior que a morte, maior que o tempo.

Arrumar uma mudança tem destas coisas, encontramos valores pessoais que são nossos tesouros e que nem lembrávamos que existiam. Como tenho afirmado, gosto da prosa, do texto corrido e direto, mas em todo coração que ama há um poeta, e, assim, também eu me atrevi a "poemar".

Esta declaração de amor faz parte de uma série que recebeu o título de "Amor aos 21". Oportunamente publicarei mais alguma coisa que julgar pertinente.

UMA DECLARAÇÃO DE AMOR

Não te conhecia, nem sabia que existias / Ao mesmo tempo, não sei como vivia até que / Te vi, e então, descobri que só comecei a viver / Vi logo brotar em mim alegria singular, naquele dia / Quando te conheci.

Não percebi naquele momento, de dulçor impar / Que passava, sem perceber, de maneira singular / A amar-te de maneira que nem o tempo / Adversário tão implacável, conseguiu ou conseguirá apagar / Porque ali, o verdadeiro amor conheci.

Um amor tão diferente, tão forte, tão premente / Que, tendo como inimigo o tempo, mostrou-se permanente / Eterno, interminável amor, o meu amor por ti.

Amei-te, e outros amores, vieram e aqui estão/ presentes, constantes / Mas, impossível tomar seu lugar, amo-te intensamente / Outros passaram, passam ou passarão, mas teu amor, eternamente / Em meu coração, ainda e sempre, presente.

Um dia, sim, naquele dia, a ti eu prometi / Devotar-te eterno amor, e amo-te 'inda aqui / Mesmo que falhe, perdão, não é por deixar de amar-te, nem menos devotar-me / Lamento, se te magoo, sofri, eterno e pequeno, meu amor não sei medir.

Um amor tão diferente, tão forte, tão premente / Que, tendo como inimigo o tempo, mostrou-se permanente / Eterno, interminável, o meu amor por ti.

Apenas sei que amo-te, e, ao amar-te, ao teu amor respondi / E agora, eu sei, em bom tempo descobri / Não posso viver sem te amar – amar-te é parte de mim / Desde o dia em que amei-te, e digo-te, então e sempre: "Amo-te, eis-me aqui".

sábado, 3 de dezembro de 2011

DIVISÃO DO ESTADO E UMA REFLEXÃO PRETENSAMENTE TEOLÓGICA

Obs: o “pretensamente teológica” foi só para provocar, mas leia o artigo assim mesmo.

Tenho acompanhado os debates sobre a divisão do estado do Pará e a criação de dois novos estados. Antes de qualquer outra coisa, por princípio não sou favorável à criação de mais cargos para políticos. Meu lema é: “Faça um político trabalhar, não o eleja”. Criar dois novos estados implicará em milhares de novos cargos, e isto significa bilhões de reais para sustentá-los, e isso oficialmente, sem contar o que se perde ralos e cantos dos gabinetes e propinodutos.

Uma outra coisa, apesar de ter opinião, afinal sou cidadão e, residindo no Pará, fiz questão de fazer a transferência do meu título eleitoral para a região, não votarei no dia 11 de dezembro próximo. Estarei a serviço da JURET, em Teresina. Logo, não sou voto a ser conquistado, nem combatido. Outra coisa, não estou advogando qualquer das duas causas, mas estou emitindo minha opinião – e tenho direito a fazê-lo, mesmo que alguém logo grite; pastor não tem que se envolver em política. É verdade, no púlpito e ex catedra, isto é, não devo usar o fato de ser pastor e liderar uma comunidade espiritualmente para conduzi-la politicamente. Nunca fiz isso, e não o farei. Mas como cidadão tenho pleno direito de falar o que penso. Afinal, pago impostos que serão roubados pelos maus políticos. Pago imposto para andar de carro em estradas que parecem para jumentos [e temo pelos cascos dos mesmos]. Pago TIP para morar e trafegar em ruas escuras. Pago imposto para não ter hospital de qualidade, ou escola pública de qualidade, ou universidade pública acessível.

Sobre o debate em si, tenho visto que tem havido argumentação técnica sólida tanto dos divisionistas quanto dos conservadores do atual status. E reconheço que os argumentos de ambos são válidos, pertinentes e devem ser levados em consideração. O custo de se manter um estado é alto? Sim, é, sem dúvida. Os recursos para que eles se mantenham existem? Não, não existem, mas tenho absoluta certeza que o próprio Estado [com “E” maiúsculo] se encarregará de fazê-los aparecer. A conta de 11,6 bilhões de reais não fecha, será necessário mais que 14, mas o que é isso perto do que vai se gastar para fazer um copa que dura um mês apenas. Haverá mais hospitais, mais escolas, mais estradas? Provavelmente. Mas isto poderia ser feito sem dividir, apenas administrando melhor – e com mais fiscalização e exigência por parte da população. Mas isto não acontece porque a maioria elege os candidatos em troca de pequenos favores como remédios, tijolos ou coisas parecidas. Se o povo quisesse seu próprio bem creio que o problema se resolveria sem a divisão. Mas não vai resolver. E a divisão, vai resolver?

Por outro lado vejo argumentação frágil, emotiva, enganadora, ofensiva – e este tipo de argumentação e campanha aumentou muito depois da última pesquisa que dava que os paraenses são contra a divisão, em sua maioria, 62% contra o Carajás e 61% contra o Tapajós.

Neste ponto quero lembrar de algo que, em artigo recente neste blog, denominei de síndrome de Adão, que vem a ser a tentativa de sempre apontar para o outro, atribuindo-lhe a culpa que, invariavelmente, também, ou exclusivamente, é nossa.

O que tem a ver teologia com política? Adão com Pará? Bíblia com Tapajós, Carajás? A questão é a seguinte. Os políticos envolvidos na propaganda divisionista afirmam que, no caso da criação dos estados, teremos três estados menores, e isso implicará em maior proximidade do governo, com melhor atendimento. Então dizem que Belém é muito longe, que é inacessível, que lá em Belém ninguém se importa com o resto do Pará e coisas semelhantes. Bem, o Maranhão é menor. E está cheio de miseráveis [no sentido técnico, não teológico]. O Piauí é menor e tem IDH menor que o do Pará.

Com a criação dos estados os seus habitantes não poderão mais culpar Belém – terão que procurar novos culpados. Santarém? Carajópolis? Lulândia? O fato é que vai continuar havendo miseráveis às margens dos rios, beira das estradas e pontas de ruas, desassistidos e desamparados que não contarão com o cuidado tão prometido pelos políticos que estão gastando e ganhando milhões só com a campanha divisionista. Como disse certo vereador conhecido meu quando soube que o plebiscito havia sido aprovado: “Vamos dividir, porque aí sobra uma boquinha para mim”.

Resumindo, se a divisão vier, será bom para muitos, ótimo para alguns, e mesmice para a maioria. Mas pelo menos vão ter que parar de jogar pedras tão longe, lá em Belém [para onde mandam seus deputados a troco de pequenos presentes a cada quatro anos no mês de outubro] e atirá-las mais perto. Lembro-me da frase dita por um paraense em 2001, logo depois da renúncia do ex-senador e agora tentando ser senador novamente, Jader Barbalho. Questionado se o político era desonesto, ele respondeu, sem pestanejar: é, mas é dos nossos. Bom proveito!

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

NUNCA TINHA VISTO NADA PARECIDO

Veja essa e me diga: a governanta tem ou não tem medo do Lupi [ou do PDT]?

A Comissão de Ética recomendou a demissão de Carlos Lupi, e Dilma cobrou mais explicações da comissão, chamou Lupi para uma conversa e decidiu mantê-lo no ministério. E Lupi vai oficiar à Comissão de Ética pedindo os elementos da decisão – será a comissão, e não Lupi, quem terá que se explicar. Isso é absolutamente novo, inusitado. Veja bem, é o criminoso quem pede explicações. O [des]governo Dilma é conivente com a lambança que vem sendo feita no ministério do Trabalho, lambanças que vem desde o [des]governo Lula. Porque não demite Lupi? Porque ficar esperando que ele peça demissão? Qual será o segredo que o mantém no cargo? Com a palavra, a presidanta.

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