segunda-feira, 28 de maio de 2012

CHANTAGEM: NELSON JOBIM NEGA O QUE TINHA QUE NEGAR: OU AMIGO É PRA ESSAS COISAS

1 olharUM FATO E DUAS VERSÕES

Um fato e duas versões. Em “furo” de reportagem, a Revista Veja revela um encontro de Lula com Gilmar Mendes no escritório de Nelson Jobim em Brasília. A conversa foi tenebrosa, pelo que se lê na revista. Indignado com o assédio, Gilmar Mendes, num gesto de coragem, confirmou tudo à revista. Pois bem, acabo de falar com o anfitrião do encontro, Nelson Jobim, que está neste momento passeando por uma feira em Itaipava, em companhia da mulher Adrienne e de amigos do casal. Jobim confirma o encontro, mas nega seu conteúdo. Eis o resumo do seu relato à Radio do Moreno; Conteúdo da conversa: “Não houve nada disso do que a VEJA, segundo me informaram, está publicando. Estou aqui em Itaipava e soube desse conteúdo através de um repórter do Estadão, que me procurou há pouco. Portanto, estou falando sem ter lido a revista. Mas, posso assegurar que, se o conteúdo for mesmo esse, o de que Lula teria pedido a Gilmar para votar no mensalão, não é verdade. Quem tocou no assunto mensalão fui eu, no meio da conversa, fazendo a seguinte pergunta: ‘Vem cá, essa coisa do mensalão vai ser votada quando?’ [conveniente: ele ou Lula poderiam dar início à conversa, mas era melhor que fosse o amigo]. No mais, a conversa girou sobre assuntos diversos da atualidade.”

Razão do encontro
“Desde que deixei o ministério, o presidente Lula tem me prometido uma visita. Três dias antes, a assessora Clara Ant me ligou dizendo que o presidente Lula iria a Brasília conversar com a presidente Dilma numa quarta-feira e que retornaria no dia seguinte, mas antes queria falar comigo. De pronto, respondi que o encontro poderia ser na minha casa, no meu escritório ou em qualquer outro lugar que o presidente quisesse. Lula optou pelo meu escritório, não só porque tinha prometido conhecê-lo, mas, também, porque fica perto do aeroporto. E assim ocorreu.”

Presença do Gilmar
“O Gilmar e eu estamos envolvidos num projeto sobre a Constituição de 88 e temos nos reunidos sistematicamente para tratar do assunto. Por coincidência [coincidência interessante: CPI que Lula quis que acontecesse em curso; CPI que Lula quer desmoralizar e diz controlar acontecendo; julgamento do mensalão que Lula admitiu que aconteceu, chegando inclusive a pedir desclupas à nação mas agora tenta negar ou desmoralizar, ou no mínimo, deixar para depois das eleições pois querem abocanhar 1000 prefeituras este ano – ABRE O OLHO, BRASIL], o Gilmar estava no meu escritório, quando o presidente Lula apareceu para a visita [gente importante como Nelson Jobim não tem uma secretária? – e ele diz que tem – não tem uma agenda? – isso seria inacreditável]. Conversaram cerca de uma hora, mas só amenidades. Em nenhum momento, Lula e Gilmar conversaram na cozinha. Aliás, Lula não esteve na cozinha do escritório.”

Repercussões do fato
“Agora, não posso controlar as versões, especulações, que a mídia e as pessoas fazem desse encontro. Faz parte do jogo. O que eu posso dizer é que não houve nada disso.” Diante do relato de Jobim, eu, como repórter crédulo, diante de fonte tão idônea, poderia me dar por satisfeito e fazer um texto jornalisticamente convencional, tipo ” Jobim nega pressão de Lula” ou, como nós furados gostamos de fazer, com muita satisfação: “Jobim DESMENTE a VEJA” [já virou moda bater na VEJA – que volta e meia denuncia as maiores falcatruas do Brasil, como José Dirceu recebendo ministros num quarto de hotel; mensalão, mensalinho, caso cachoeira]. Mas, durante a conversa, eu notei a voz estranha do Jobim. Ele estava cumprindo um rito, um protocolo, um dever de anfitrião de evitar mais constrangimento a si e a outros atores do espetáculo. Os bons repórteres, como os meninos da Veja, [Otávio|Cabral à frente, são uma espécie de Eike Batista às avessas: “Vazou, furou”. Com a notícia na rua, o encontro secreto de Jobim, que tinha um propósito, pode ter outro, o de tentativa de coação de juiz ou coisa que valha. Seria coerção? sei lá.

Nelson Jobim, meu velho amigo de guerra, não ia me deixar na mão. Repito: como anfitrião, não poderia confirmar o escândalo. Mas me deu uma pista através de um controvertido depoimento. Inicialmente, me disse que a presença de Gilmar foi mera coincidência, do tipo “Ah, eu estava passando por aqui…”. Só que o próprio Jobim deixou escapar que o encontro fora marcado com três dias de antecedência. Logo, Gilmar sabia que, naquele horário daquela quinta-feira, Jobim estaria recebendo Lula. Então, NÃO FOI SURPRESA NEM COINCIDÊNCIA COISA NENHUMA!

E deixo pra botar no pé, o fim do mistério. Amiga minha, de Diamantino (MT), terra de Gilmar Mendes, a meu pedido, localiza Gilmar. E se atreve a perguntar se era tudo verdade: “Claro que é! Eu mesmo confirmei tudo à revista.”

COMENTO

O que Luis Inácio Lula da Silva fez foi cometer mais um crime. Mais um de uma longa lista. Já se apresentou como classista, como racista, já quis obrigar a mãe de uma de suas filhas a um aborto. Lula é um criminoso contumaz. E agora cometeu mais um crime: Chantagem. CHANTAGEM é o nome do crime cometido por Lula. Que fique claro: LULA é o chantagista. O objeto material da chantagem é uma CPI – isto é, o congresso inteiro, e o CHANTAGEADO é, não apenas o ministro Gilmar Mendes, mas todo o STF. Porque chantagem?

Lula afirmou a Gilmar Mendes que era inconveniente [PARA O PT] o julgamento do processo do mensalão neste momento. O PT quer abocanhar 1000 prefeituras este ano. Quem é Lula para sugerir o ritmo do STF? Ele acha que pode porque, afinal, indicou seis dos atuais ministros – e Dilma mais dois. Lula afirmou possuir o controle da CPI e disse que tinha poderes para proteger o ministro Gilmar Mendes de investigações constrangedoras, oferecendo-lhe proteção em caso de adiamento do juilgamento. Lula sugeriu que sabia que Mendes manteria relações não-repubicanas com o senador Demóstenes Torres, com uma frase “codificada”: “E a viagem a Berlim”. Ele se referia a boatos de que o ministro e o senador Demóstenes Torres teriam viajado para a Alemanha à custa de Carlos Cachoeira e usado um avião cedido pelo contraventor. Quando ouviu do interlocutor um “Vá fundo na CPI, vá em frente porque você não vai encontrar nada”, ficou surpreso. Em resposta, o ministro confirmou o encontro com o senador em Berlim, mas disse que pagou de seu bolso todas as suas despesas, tendo como comprovar a origem dos recursos. “Vou a Berlim como você vai a São Bernardo. Minha filha mora lá”, disse Gilmar, que, afirma ter sentido-se constrangido. O ministro Gilmar relatou o encontro a dois senadores, ao procurador-geral da República e ao advogado-geral da União.

O que Lula tentou fazer chama-se CHANTAGEM: “pressão exercida sobre alguém para obter dinheiro ou favores mediante ameaças de revelação de fatos criminosos ou escandalosos (verídicos ou não)”. “Pressão que se exerce sobre alguém mediante ameaça de provocar escândalo público, para obter dinheiro ou outro proveito; extorsão de dinheiro ou favores sob ameaça de revelações escandalosas”.

Esse crime também pode ser tipificado como obstrução de justiça, por tratar-se de agente público encarregado de procedimentos judiciais: Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral. A pena prevista é de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena correspondente à violência.

Nenhum comentário:

FAÇA DESTE BLOG SUA PÁGINA INICIAL