sábado, 12 de maio de 2012

O PROBLEMA DA IGREJA É TER CRENTES CARNAIS OU CARNALIDADE? UMA IGREJA MELINDROSA

mart3Porquanto, havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andais segundo o homem?

I Co 3.3

Uma Igreja melindrosa – cheia de não-me-toques. Assim parece ter sido a Igreja de Corinto, cheia de rivalidade nos corações dos crentes. Os coríntios viviam num clima de rivalidade e qualquer palavra acendia um incêndio no meio da Igreja. A questão de ordem na Igreja não era se os crentes estavam sendo fiéis – pois não estavam, não estavam vivendo segundo tinham aprendido de Deus mediante a ação do Espírito em seus corações – mas de que lado estavam. Agiam como os demais homens agiam – num papel que não condizia com o de genuínos cristãos. Embora o cristão tenha que lutar contra o pecado [Rm 7.19-23: Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim. Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros] ele não pode, jamais, desistir de lutar [Rm 7.24-25: Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado].

Mas o que se presenciava na vida da Igreja em Corinto era que, aparentemente, eles haviam desistido de lutar contra o pecado e agora lutavam em outra arena, a do pecado [I Pe 4.4: Por isso, difamando-vos, estranham que não concorrais com eles ao mesmo excesso de devassidão] causando estranheza até para os gentios. Cada um deles assumia a atitude que julgava mais conveniente, considerando-se fracos ou fortes, rotulando-se mutuamente. Sua disposição mental e de coração ia cristalizando-se em grupos cada vez mais fechados, a ponto de até mesmo a ceia do Senhor, o momento máximo de comunhão da Igreja, ser motivo de vergonha e tristeza para o Senhor. Alguns tinham muito e chegavam à Igreja para banquetear-se. Outros, pouco tinham e eram excluídos dos banquetes. Comia-se e bebia-se como glutões e bêbados – e é por isso que Paulo afirma que eles celebravam outra coisa, não a ceia do Senhor [I Co 11.20: Quando, pois, vos reunis no mesmo lugar, não é a ceia do Senhor que comeis]. Ao invés do amor que deveria encher suas vidas, refletindo através da Igreja o caráter de Cristo, via-se ciumeira, de uns contra outros. Quatro partidos na Igreja lutando pela supremacia, enciumados uns dos outros o que evitava que trabalhassem juntos pela causa evangélica, produzindo frutos dignos dos mais ímpios dos homens, não da Igreja do Senhor [Gl 5.19-21: Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam]. Não era assim que a Igreja deveria andar. Não em ciumeiras, não em contendas [Rm 13.13: Andemos dignamente, como em pleno dia, não em orgias e bebedices, não em impudicícias e dissoluções, não em contendas e ciúmes].

O andar da Igreja deveria ser caracterizado pelo amor dos cristãos, uns pelos outros, como deve ser em obediência à palavra do Senhor da Igreja [I Pe 1.22: Tendo purificado a vossa alma, pela vossa obediência à verdade, tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente]. Para Paulo, andar segundo o homem era atender aos desejos da carne, era render-se às inclinações do velho homem, era esquecer-se de que era nova criatura [II Co 5.17: E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas], era, nas palavras do escritor aos hebreus, calcar aos pés de maneira ultrajante o filho de Deus [Hb 10.29: De quanto mais severo castigo julgais vós será considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado, e ultrajou o Espírito da graça?]. E uma das provas mais claras de que alguém anda segundo o homem é quando se enxerga como superior a alguém, negando-lhe a honra devida a alguém feito à imagem e semelhança de Deus [Rm 12.10: Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros]. Isto se expressa até mesmo na negativa de amar [I Jo 4.8: Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor] e perdoar ao irmão [Cl 3.13: Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós].

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