sexta-feira, 25 de maio de 2012

COMO RESPONDER AOS ULTRAJES E ATAQUES DO MUNDO

Mensagem pregada no curso de Especialização em Revitalização e Multiplicação de Igrejas – Centro de Pós Graduação Andrew Jumper

Finalmente, sede todos de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos, misericordiosos, humildes, não pagando mal por mal ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, pois para isto mesmo fostes chamados, a fim de receberdes bênção por herança. Pois quem quer amar a vida e ver dias felizes refreie a língua do mal e evite que os seus lábios falem dolosamente; aparte-se do mal, pratique o que é bom, busque a paz e empenhe-se por alcançá-la. Porque os olhos do Senhor repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos às suas súplicas, mas o rosto do Senhor está contra aqueles que praticam males.

I Pe 3.8-11

DSCN8761Vivemos numa era de grandes esperanças frustradas. E a maior parte desta frustração tem sua origem não no fato de não haver recursos disponíveis, mas muito mais do que o que as pessoas estão fazendo com eles. Não é diferente na Igreja, que dispõe de todos os recursos que necessita para desempenhar o seu papel e colher os resultados disso. Um dos aspectos desta disponibilidade de recursos é quanto ao cumprimento do grande mandamento que é amar ao próximo como a si mesmo e a Deus acima de todas as coisas [Mc 12.33: ...e que amar a Deus de todo o coração e de todo o entendimento e de toda a força, e amar ao próximo como a si mesmo excede a todos os holocaustos e sacrifícios]. Uma vez que sabemos que este mandamento, se vivenciado pela Igreja será a mais contundente forma de testemunho que um cristão pode dar [Jo 13.35: Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros] podemos então compreender que Deus quer que demonstremos a nossa piedade através da amorosa convivência de irmãos. Enquanto para muitos isto é uma utopia, quero chamar a Igreja a refletir sobre as seguintes questões: estaria Jesus equivocado ao ordenar-nos a uma vida piedosa? Ou ele estava falando absolutamente sério e quer que sua Igreja viva piedosamente amando-se mutuamente? A estas acrescento ainda uma outra: como a Igreja pode cumprir o mandamento do amor mútuo?

Creio que o texto bíblico não apenas orienta, mas determina que os cristãos sejam piedosos, ajudando uns aos outros a carregarem as suas cargas [Gl 6.2: Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo], como irmãos e amigos que são em Cristo Jesus.

A resposta para nossas perguntas pode ser encontrada nas palavras do apóstolo Pedro em sua primeira carta: I Pe 3.8-12 que nos ensina que

I. Para colocar em pratica este texto da palavra de Deus, de maneira os crentes posam realmente mostrar que amam ao Senhor Jesus Cristo é necessário que a Igreja não demande a justiça própria porque o Senhor advertiu que os seus sofreriam perseguição, e a ninguém deveriam retribuir o mal com o mal, pelo contrário, quando ofendida, oferecer a outra face. A Igreja deve se lembrar que o Senhor é reto juiz, e ele faz justiça a seu tempo e modo. Não cabe à Igreja buscar vingar-se, pelo contrário, cabe-lhe entregar tudo nas mãos do seu Senhor porque toda ofensa à Igreja é uma ofensa ao próprio Cristo [At 22.7-15]. Não foi preciso ninguém ir ferir a Saulo de Tarso por sua cegueira – o próprio Cristo mostrou-lhe quão sério era seu estado. Quando perseguida a Igreja deve abençoar e orar pelos perseguidores. As Escrituras nos orientam a amar, orar e abençoa-los [Mt 5.44: Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem – e ainda Rm 12.14: ...abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis].

II. É dever da Igreja amar e abençoar porque assim ela cumpre o seu chamado desde Abraão [Gn 28:14: A tua descendência será como o pó da terra; estender-te-ás para o Ocidente e para o Oriente, para o Norte e para o Sul. Em ti e na tua descendência serão abençoadas todas as famílias da terra]. O pai da fé foi chamado para ser bênção, seus filhos foram, igualmente, chamados para abençoar, como bem lembra o apóstolo Paulo escrevendo aos romanos [Rm 12.14: ...abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis] e nos assegura o Senhor sobre a bem aventurança dos cristãos quando forem perseguidos injustamente por causa de sua fé no redentor [Mt 5.11-12: Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós].

III. Não precisamos odiar, e sim orar. Não precisamos amaldiçoar, e sim bendizer, porque sabemos que o Senhor cuida de nós em toda e qualquer situação [Gn 12.3: Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra], não permitindo que mal nenhum alcance os seus, de maneira que os livra de todas as suas tribulações [Sl 34.17: Clamam os justos, e o SENHOR os escuta e os livra de todas as suas tribulações] mesmo que os perseguidores sejam mais fortes [Sl 142.6: Atende o meu clamor, pois me vejo muito fraco. Livra-me dos meus perseguidores, porque são mais fortes do que eu]. À Igreja não cabe odiar porque ela não sabe se aquele que se levanta contra ela agora não será um irmão no futuro, como foi com o apóstolo Paulo [At 9.15-16: Mas o Senhor lhe disse: Vai, porque este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel; pois eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo meu nome] e, se for mesmo um inimigo contumaz, lembremos das palavras do Senhor que não muda [Dt 32.43: Louvai, ó nações, o seu povo, porque o SENHOR vingará o sangue dos seus servos, tomará vingança dos seus adversários e fará expiação pela terra do seu povo].

Disto tudo entendemos que Deus nos colocou para sermos sal e luz, para sermos seus representantes demonstrando ao mundo o amor que ele mostrou por nós. Se somos mesmo enviados ao mundo por Cristo como ele foi enviado por Deus, concluímos que nossa missão é proclamar o salvador, é levar a todos a expressão do amor daquele que veio para buscar e salvar os perdidos. Como a Igreja pode esperar que o mundo perceba o amor redentor de Deus se o mundo, que já a odeia, que já olha para ela com má vontade, não consegue ver expressões práticas deste amor. O mesmo sentimento que havia no mundo nos dias de Pedro e Paulo ainda existe: a Igreja fiel ainda não é amada pelo mundo. A Igreja fiel continua sendo odiada pelo mundo porque não ama ao Senhor da Igreja. A Igreja ainda sofre perseguição, diferente da sofrida naqueles dias em uns lugares, igual em outros, mas ainda assim, a perseguição permanece.

Como responder aos ultrajes sofridos? Da mesma maneira que Cristo sofreu, não com palavras, mas com demonstração de amor. Num mundo individualista como o que nos cerca, o amor de uns pelos outros será mais dura censura ao mundo do que milhões de sermões.

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