sábado, 26 de abril de 2014

PERSONAGENS: JOSÉ, DE ESCRAVO A REGENTE

DE ESCRAVO A REGENTE:
ENVIADO PARA PRESERVAÇÃO DA VIDA

Estudo Bíblico biográfico ministrado na IP em Xinguara
A história de José está registrada no livro de Gênesis, capítulos 39 a 51. José foi o décimo primeiro filho de Jacó - e o primeiro dele com Raquel, a esposa a quem ele amava.
I. JOSÉ EM CANAÃ
Mas não foi isto que fez de José um dos personagens mais lembrados de todo o Antigo Testamento e talvez da bíblia. O início de sua história não é muito honroso, e ele não parece um jovem muito promissor. Ele é mostrado como um jovem superprotegido (Gn 33.2: Pôs as servas e seus filhos à frente, Lia e seus filhos atrás deles e Raquel e José por últimos) mimado por seu pai (Gn 37.3: Gn 37.3: Ora, Israel amava mais a José que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica talar de mangas compridas. Vendo, pois, seus irmãos que o pai o amava mais que a todos os outros filhos, odiaram-no e já não lhe podiam falar pacificamente) e que não se importava em irritar os seus irmãos  (Gn 37.2: Esta é a história de Jacó. Tendo José dezessete anos, apascentava os rebanhos com seus irmãos; sendo ainda jovem, acompanhava os filhos de Bila e os filhos de Zilpa, mulheres de seu pai; e trazia más notícias deles a seu pai), humilhá-los publicamente (Gn 37.8: Então, lhe disseram seus irmãos: Reinarás, com efeito, sobre nós? E sobre nós dominarás realmente? E com isso tanto mais o odiavam, por causa dos seus sonhos e de suas palavras) e chega mesmo a passar perto de desonrar seu pai (Gn 37.9-11: Teve ainda outro sonho e o referiu a seus irmãos, dizendo: Sonhei também que o sol, a lua e onze estrelas se inclinavam perante mim. Contando-o a seu pai e a seus irmãos, repreendeu-o o pai e lhe disse: Que sonho é esse que tiveste? Acaso, viremos, eu e tua mãe e teus irmãos, a inclinar-nos perante ti em terra? Seus irmãos lhe tinham ciúmes; o pai, no entanto, considerava o caso consigo mesmo).
Provavelmente José julgava que o carinho que seu pai lhe devotava o protegeria dos seus irmãos que já lhe tinham ódio - e não faziam questão de esconder seus sentimentos. Sem medo (ou inconsequente) ele prossegue em suas inspeções dedo duro e seus irmãos resolvem mata-lo (Gn 37.18-20: De longe o viram e, antes que chegasse, conspiraram contra ele para o matar. E dizia um ao outro: Vem lá o tal sonhador! Vinde, pois, agora, matemo-lo e lancemo-lo numa destas cisternas; e diremos: Um animal selvagem o comeu; e vejamos em que lhe darão os sonhos), mas acabam vendendo-o por vinte siclos de prata aos midianitas descendentes de Ismael que residiam em Midiã (Gn 37.26-28: Então, disse Judá a seus irmãos: De que nos aproveita matar o nosso irmão e esconder-lhe o sangue? Vinde, vendamo-lo aos ismaelitas; não ponhamos sobre ele a mão, pois é nosso irmão e nossa carne. Seus irmãos concordaram. E, passando os mercadores midianitas, os irmãos de José o alçaram, e o tiraram da cisterna, e o venderam por vinte siclos de prata aos ismaelitas; estes levaram José ao Egito).
II. JOSÉ NO EGITO
Pelas mãos dos midianitas José chega ao Egito, e é vendido como escravo a Potifar (Gn 39.1: José foi levado ao Egito, e Potifar, oficial de Faraó, comandante da guarda, egípcio, comprou-o dos ismaelitas que o tinham levado para lá) - capitão da guarda de faraó. Podemos apenas supor que José teve, durante a dura viagem com os midianitas, tempo suficiente para refletir sobre sua vida e seu comportamento, uma vez que a Escritura silencia sobre este assunto. O que sabemos é que, após ser colocado a serviço de Potifar, um novo José emerge nas páginas da Escritura. O Senhor usa a sua dor para, provando, aprova-lo (Tg 1.2-3: Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança).
Não foi pelo que havia feito que José se tornou tão importante na história bíblica, mas pelo fato de Deus tê-lo escolhido e usá-lo para sua glória. A maldade dos 10 outros filhos de Jacó (evidentemente Benjamin era tão pecador quanto os demais, mas não participou daquela ação maldosa) não seria impedimento para frustrar os planos de Deus, pelo contrário - Deus usa até mesmo as ações más dos homens para a consecução de seus planos (At 4.26-28: Levantaram-se os reis da terra, e as autoridades ajuntaram-se à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido; porque verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel, para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram).
III. JOSÉ NA CASA DE POTIFAR
O novo José logo se destaca a serviço de seu senhor, e tudo quanto ele fazia prosperava (Gn 39.2-3: O SENHOR era com José, que veio a ser homem próspero; e estava na casa de seu senhor egípcio. Vendo Potifar que o SENHOR era com ele e que tudo o que ele fazia o SENHOR prosperava em suas mãos) porque José fazia tudo como se fizesse para o Senhor (Cl 3.23-24: Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens, cientes de que recebereis do Senhor a recompensa da herança. A Cristo, o Senhor, é que estais servindo).
Mais uma vez vemos a semente de Caim atravessar o caminho dos filhos de Deus, pois os egípcios eram descendentes de Mizraim (Gn 10.6: Os filhos de Cam: Cuxe, Mizraim, Pute e Canaã), descendente de Cam, e a esposa de Potifar aproxima-se para tentar a José - um jovem  “formoso de porte e de aparência” com idade entre 21 e 25 anos e fez-lhe uma proposta sexual (Gn 39.7: Aconteceu, depois destas coisas, que a mulher de seu senhor pôs os olhos em José e lhe disse: Deita-te comigo), que foi de pronto recusada (Gn 39.9: Ele não é maior do que eu nesta casa e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porque és sua mulher; como, pois, cometeria eu tamanha maldade e pecaria contra Deus?), mas esse assedio perdurou durante vários dias (Gn 39.10: Falando ela a José todos os dias, e não lhe dando ele ouvidos, para se deitar com ela e estar com ela) até que surgiu uma oportunidade (Gn 39.11: ...sucedeu que, certo dia, veio ele a casa, para atender aos negócios; e ninguém dos de casa se achava presente).
Com a negativa de José e sua fuga, ela, doentiamente apaixonada, resolveu destruí-lo (Gn 39.13-15: Vendo ela que ele fugira para fora, mas havia deixado as vestes nas mãos dela, chamou pelos homens de sua casa e lhes disse: Vede, trouxe-nos meu marido este hebreu para insultar-nos; veio até mim para se deitar comigo; mas eu gritei em alta voz. Ouvindo ele que eu levantava a voz e gritava, deixou as vestes ao meu lado e saiu, fugindo para fora). Embora os senhores tivessem poder de vida e de morte sobre os escravos, Potifar, estranhamente, preferiu enviar José para o cárcere e não mata-lo de imediato (Gn 3.20: E o senhor de José o tomou e o lançou no cárcere, no lugar onde os presos do rei estavam encarcerados; ali ficou ele na prisão) talvez por conhecer o caráter de sua esposa e, certamente, o de José.
IV. JOSÉ NA PRISÃO
Isso não mudou os planos de Deus para José, Deus estava com ele na prisão (Gn 29.21-23: O SENHOR, porém, era com José, e lhe foi benigno, e lhe deu mercê perante o carcereiro; o qual confiou às mãos de José todos os presos que estavam no cárcere; e ele fazia tudo quanto se devia fazer ali. E nenhum cuidado tinha o carcereiro de todas as coisas que estavam nas mãos de José, porquanto o SENHOR era com ele, e tudo o que ele fazia o SENHOR prosperava) e usou esse aprisionamento e abençoou-o mesmo nas masmorras egípcias (Sl 113.7-8: Ele ergue do pó o desvalido e do monturo, o necessitado, para o assentar ao lado dos príncipes, sim, com os príncipes do seu povo). É impressionante que Deus faz um servo seu prosperar mesmo em uma masmorra, e logo José passa a ser servido pelos principais servos de faraó (Gn 40.1-4: Passadas estas coisas, aconteceu que o mordomo do rei do Egito e o padeiro ofenderam o seu senhor, o rei do Egito. Indignou-se Faraó contra os seus dois oficiais, o copeiro-chefe e o padeiro-chefe. E mandou detê-los na casa do comandante da guarda, no cárcere onde José estava preso. O comandante da guarda pô-los a cargo de José, para que os servisse; e por algum tempo estiveram na prisão). Logo ambos tem sonhos que são corretamente interpretados por José, e o copeiro é restituído ao seu cargo, enquanto o padeiro é morto.
Após sair da prisão aparentemente o copeiro se esquece de José, até que faraó tem um sonho (Gn 41.1-7: Passados dois anos completos, Faraó teve um sonho. Parecia-lhe achar-se ele de pé junto ao Nilo. Do rio subiam sete vacas formosas à vista e gordas e pastavam no carriçal. Após elas subiam do rio outras sete vacas, feias à vista e magras; e pararam junto às primeiras, na margem do rio.  As vacas feias à vista e magras comiam as sete formosas à vista e gordas. Então, acordou Faraó. Tornando a dormir, sonhou outra vez. De uma só haste saíam sete espigas cheias e boas. E após elas nasciam sete espigas mirradas, crestadas do vento oriental. As espigas mirradas devoravam as sete espigas grandes e cheias. Então, acordou Faraó. Fora isto um sonho) que nenhum dos magos egípcios conseguiu interpretar - era o momento do tal sonhador (Gn 37.19: E dizia um ao outro: Vem lá o tal sonhador!) como era chamado por seus irmãos, cumprir seu destino.
IV. JOSÉ NO PALÁCIO
José foi, então, levado ao Faraó e interpretou o sonho do Faraó, prenunciando 7 anos de abundância e, logo após, 7 anos de fome. Isso permitiu ao Faraó abastecer os depósitos de grãos do Egito durante os 7 anos de grande produção, guardando os excedentes para vende-los no período de escassez tanto para os egípcios (aumentando grandemente o poder da casa real) quanto para os povos vizinhos (Gn 42.1-2: Sabedor Jacó de que havia mantimento no Egito, disse a seus filhos: Por que estais aí a olhar uns para os outros? E ajuntou: Tenho ouvido que há cereais no Egito; descei até lá e comprai-nos deles, para que vivamos e não morramos), aumentando ainda mais a influencia política e militar que já tinham (veja Gn 47.13-26).
Devido ao conselho sábio (divino) de José, foi-lhe dado a responsabilidade de cuidar dos depósitos de grãos, e promovido a governador de todo o Egito (Gn 41.38-40: Disse Faraó aos seus oficiais: Acharíamos, porventura, homem como este, em quem há o Espírito de Deus? Depois, disse Faraó a José: Visto que Deus te fez saber tudo isto, ninguém há tão ajuizado e sábio como tu. Administrarás a minha casa, e à tua palavra obedecerá todo o meu povo; somente no trono eu serei maior do que tu). Faraó “naturaliza” José, mudando-lhe o nome para Zafenate-Panéia, dá-lhe uma esposa (Azenate) e ele tem dois filhos (Manassés - esquecimento e Efraim - prosperidade). Isso resultou na salvação de toda a casa de Jacó, mas não sem antes uma preciosa lição de humanidade ser dada aos endurecidos filhos de Jacó.
V. RECONCILIAÇÃO
Quando os filhos de Jacó chegaram ao Egito - apenas 10, os mesmos 10 que haviam intentado contra sua vida, José imediatamente os reconhece. Não era mais um rapaz de cerca de 17 anos, mas o governador do Egito, com todas as pinturas e paramentos que tinha direito, e um homem feito, com 39 anos e falando fluentemente uma língua que lhes era estranha (Gn 41.46: Era José da idade de trinta anos quando se apresentou a Faraó, rei do Egito, e andou por toda a terra do Egito).
Mais uma vez Jacó mostra que não aprendeu a lição, superprotegendo um de seus filhos, também este filho de Raquel (Gn 42.4: A Benjamim, porém, irmão de José, não enviou Jacó na companhia dos irmãos, porque dizia: Para que não lhe suceda, acaso, algum desastre). Chegando ao Egito, os filhos de Jacó se apresentaram a José, que os reconheceu e viu o cumprimento do sonho que ele lhes havia relatado décadas antes (Gn 42.6-9: José era governador daquela terra; era ele quem vendia a todos os povos da terra; e os irmãos de José vieram e se prostraram rosto em terra, perante ele. Vendo José a seus irmãos, reconheceu-os, porém não se deu a conhecer, e lhes falou asperamente, e lhes perguntou: Donde vindes? Responderam: Da terra de Canaã, para comprar mantimento. José reconheceu os irmãos; porém eles não o reconheceram. Então, se lembrou José dos sonhos que tivera a respeito deles e lhes disse: Vós sois espiões e viestes para ver os pontos fracos da terra), o que provavelmente lhe deu alento quanto ao outro sonho, referente a seu pai e sua mãe (provavelmente representada por Benjamin) especialmente ao saber que eles estavam vivos (Gn 42.13: Eles disseram: Nós, teus servos, somos doze irmãos, filhos de um homem na terra de Canaã; o mais novo está hoje com nosso pai, outro já não existe).
José exige que o irmão mais novo seja apresentado (Gn 42.19-20: Se sois homens honestos, fique detido um de vós na casa da vossa prisão; vós outros ide, levai cereal para suprir a fome das vossas casas. E trazei-me vosso irmão mais novo, com o que serão verificadas as vossas palavras, e não morrereis. E eles se dispuseram a fazê-lo) e resolve reter como “garantia” a Simeão, o primogênito, e, também, aquele que tentara preservar-lhe a vida quando os irmãos quiseram mata-lo anos antes (Gn 42.24: E, retirando-se deles, chorou; depois, tornando, lhes falou; tomou a Simeão dentre eles e o algemou na presença deles).
Após algum tempo e tendo acabado o mantimento Jacó é obrigado a permitir a viagem dos irmãos levando consigo a Benjamin (Gn 43.14-15: Deus Todo-Poderoso vos dê misericórdia perante o homem, para que vos restitua o vosso outro irmão e deixe vir Benjamim. Quanto a mim, se eu perder os filhos, sem filhos ficarei.  Tomaram, pois, os homens os presentes, o dinheiro em dobro e a Benjamim; levantaram-se, desceram ao Egito e se apresentaram perante José) e presentes e dinheiro que para nada lhes serviria sem alimentos para comprar, pois Jacó era muito rico.
Após novos estratagemas, José pode perceber genuína preocupação de Simeão com o estado de seu pai, (Gn 44.33: Agora, pois, fique teu servo em lugar do moço por servo de meu senhor, e o moço que suba com seus irmãos) e revela sua identidade, o que os amedronta (Gn 44.3-4: E disse a seus irmãos: Eu sou José; vive ainda meu pai? E seus irmãos não lhe puderam responder, porque ficaram atemorizados perante ele. Disse José a seus irmãos: Agora, chegai-vos a mim. E chegaram-se. Então, disse: Eu sou José, vosso irmão, a quem vendestes para o Egito) mas logo lhes dá uma lição de teologia a respeito dos decretos e da soberania de Deus (Gn 45.5-7: Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos irriteis contra vós mesmos por me haverdes vendido para aqui; porque, para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós. Porque já houve dois anos de fome na terra, e ainda restam cinco anos em que não haverá lavoura nem colheita. Deus me enviou adiante de vós, para conservar vossa sucessão na terra e para vos preservar a vida por um grande livramento).
Após isso faraó manda-lhes trazer seu pai e seus familiares, causando grande alegria a Jacó (Gn 45.25-27: Então, subiram do Egito, e vieram à terra de Canaã, a Jacó, seu pai, e lhe disseram: José ainda vive e é governador de toda a terra do Egito. Com isto, o coração lhe ficou como sem palpitar, porque não lhes deu crédito. Porém, havendo-lhe eles contado todas as palavras que José lhes falara, e vendo Jacó, seu pai, os carros que José enviara para levá-lo, reviveu-se-lhe o espírito).
Era Jacó da idade de 130 anos (viveria ainda mais 17 anos) , e desceu com sua família para o Egito, num total de 77 pessoas (Gn 46.26: Todos os que vieram com Jacó para o Egito, que eram os seus descendentes, fora as mulheres dos filhos de Jacó, todos eram sessenta e seis pessoas) porque esta conta deve ser acrescida das esposas dos filhos de Jacó (11) que não eram seus descendentes. Os hebreus foram habitar na terra de Gosén, no delta do rio Nilo, lugar apropriado para o agro pastoreio, atividade que não era agradável aos olhos dos egípcios (Gn 47.6  A terra do Egito está perante ti; no melhor da terra faze habitar teu pai e teus irmãos; habitem na terra de Gósen. Se sabes haver entre eles homens capazes, põe-nos por chefes do gado que me pertence).
Antes de morrer Jacó abençoa os seus filhos, e inclui entre eles os seus netos, dando a preeminência a Efraim ao invés de Manasses (Gn 48.20: Assim, os abençoou naquele dia, declarando: Por vós Israel abençoará, dizendo: Deus te faça como a Efraim e como a Manassés. E pôs o nome de Efraim adiante do de Manassés) e foi sepultado na terra de Canaã, no campo comprado por Abraão e onde estavam sepultados Abraão, Sara, Isaque, Rebeca e Lia (Gn 49.31: Ali sepultaram Abraão e Sara, sua mulher; ali sepultaram Isaque e Rebeca, sua mulher; e ali sepultei Lia), pois Rebeca fora sepultada em outro lugar (Gn 48.7: Vindo, pois, eu de Padã, me morreu, com pesar meu, Raquel na terra de Canaã, no caminho, havendo ainda pequena distância para chegar a Efrata; sepultei-a ali no caminho de Efrata, que é Belém).
Após a morte de Jacó os irmãos de José temem uma retaliação, não acreditando no caráter daquele que Deus havia usado para ser seu salvador (Gn 50.15: Vendo os irmãos de José que seu pai já era morto, disseram: É o caso de José nos perseguir e nos retribuir certamente o mal todo que lhe fizemos) e contam uma mentira (Gn 50.16-17: Portanto, mandaram dizer a José: Teu pai ordenou, antes da sua morte, dizendo: Assim direis a José: Perdoa, pois, a transgressão de teus irmãos e o seu pecado, porque te fizeram mal; agora, pois, te rogamos que perdoes a transgressão dos servos do Deus de teu pai. José chorou enquanto lhe falavam). Seu pedido de perdão foi motivado mais por temor da punição do que por genuíno amor (Gn 50.18: Depois, vieram também seus irmãos, prostraram-se diante dele e disseram: Eis-nos aqui por teus servos) e mais uma vez são envergonhados pelo caráter magnânimo do transformado José (Gn 50.19-21: Respondeu-lhes José: Não temais; acaso, estou eu em lugar de Deus? Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em vida. Não temais, pois; eu vos sustentarei a vós outros e a vossos filhos. Assim, os consolou e lhes falou ao coração).
Quando José morreu, aos 110 anos profetizou que um dia Deus resgataria a casa de Israel do Egito e deu ordens para que, quando esse resgate viesse, seus ossos fossem levados e enterrados em Canaã. Faraó havia mudado seu nome, sua língua, sua nacionalidade, mas seu coração continuava hebreu. Seu lugar não era o Egito, sua terra era Canaã, a terra prometida a Abraão, Isaque e a seu pai Jacó. Em José encerra-se o período dos patriarcas.


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