Há alguns anos, em um programa humorístico [quando estes ainda continham alguma coisa de humor] certo personagem questionava os fatos, por mais inquestionáveis que fossem, com uma pergunta fatal, demolidora: "Fotografou? Não?! Então dançou!". Era uma época na qual máquinas fotográficas eram coisa rara, mandar revelar fotos coisa cara. Nada era como hoje - eram os tempos, nem melhores nem piores.
Hoje, com a profusão de máquinas digitais, filmadoras, celulares, MP(X)s e toda a parafernália tudo que se faz vira notícia rápida e facilmente. Mas vejamos a foto acima.
É de um protesto de alunos CONTRA o aumento da carga horária. Reivindicação justa? Bom, para quem já quase não estuda, tanto faz (só ficarão mais tempo ociosos na escola). Se colocarmos esta manifestação ao lado do que fez a APEOESP contra o governador paulista, protestando contra a exoneração de professores que tiraram 0 (zero) em uma prova de conhecimento específico, então, tudo faz sentido.
Volte à foto e releia a faixa cuidadosamente. Está tudo certo? Está! Alunos que não querem aumento na carga horária também não querem estudar gramática. Por quê?
Bem, porque eles deveriam ter escrito "por que", assim, separado e sem acento, porque estão fazendo uma pergunda desejosos de saber "por qual motivo, razão, causa ou circunstância" de uma alteração no número de horas a serem estudadas
Está satisfeito? Fique ainda não. Tem mais. O projeto de "aumentar" a carga horária nem é rejeitado, eles não querem é "almentar" (isso mesmo, com L em lugar do correto U). Eu ainda não consegui descobri (algum APEOESPiano pode me ajudar?) o que é "almentar". Conheço aumentar, alimentar, mas o neologismo ignorante, para mim, é novo.
Bom, até a ignorância militante tem um limite não? A deles, infelizmente, não. Cobertos de "sua razão", posam (é posam mesmo, de pose, não de pouso) alegres e saltitantes, sorridentes escancarando sua falta de apego à língua portuguesa no horário (com acento, embora eles prefiram grafar que a carga é horaria - sem acento). Pelo menos se lembraram da "cedilha" em condições (ainda há esperança, ainda que pouca).
Não vou mencionar nem mesmo a "poesia esquista" do slogam. Mas, convenhamos - que eles precisam de mais aula de português e menos de "cidadania - leia-se ativismo), isso precisam. Dá pra perceber na seriedade com que se apresentam para a foto "histórica".
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