sábado, 24 de dezembro de 2016

EU NÃO COMEMORO O NATAL... APENAS NO DIA 25 DE DEZEMBRO

Já escrevi muitos textos a respeito do nascimento do Senhor Jesus. Alguns alusivos aos festejos natalinos, os problemas históricos, o marketing, o comércio, a idolatria, os erros teológicos. Você pode clicar aqui e aqui e em outros links abaixo para ler mais sobre isso. Acredito que  seja lícito ao cristão comemorar o nascimento do redentor – e a data de 25 de dezembro é apenas uma data no calendário litúrgico, que, diga-se de passagem, deve ser observada pelos pastores presbiterianos conforme decisão do Supremo Concílio da Igreja a respeito dos (muitos e diversos) problemas causados pela pregação pseudopuritana (e a Igreja Presbiteriana é uma Igreja conciliar, seus pastores deveriam respeitar as decisões conciliares e, em caso de insatisfação, procurar outra denominação ou, quem sabe, fundar a sua própria com direito a roupas pretas e chapeuzinho).
Sei que o cavalo de batalha é a data na qual o Senhor Jesus teria nascido, e os argumentos contra a celebração festiva no dia 25 (sim, concordo que Jesus muito provavelmente não nasceu nesta data) é embasada em muita teologia de Wikipédia acrescida de um tipo de argumentação que já vem sendo usada pelos adventistas há mais de um século (Constantino, Solus Invictus, Mitra).  Aliás, os sabatistas usam a mesma argumentação a respeito do sábado (mas, neste caso, o subjetivismo seletivista considera os argumentos inapropriados chegando mesmo à sabatização do domingo.
Eu não comemoro o natal apenas no dia 25 de dezembro. Este natal do dia 25 é sem graça – porque o que menos se vê no dia a dia é a lembrança de que o advento é a manifestação da graça de Deus ao pecador. Não sei a data na qual o verbo se fez carne, mas, ao mesmo tempo, a Igreja do Senhor tem festejado seu redentor, e, dentro do calendário litúrgico temos uma excelente oportunidade para, apesar da Simone, anunciar a todos em uma época que as pessoas estão mais predispostas a ouvir, que o redentor se encarnou, foi obediente à Lei e morreu em nosso lugar para que pudéssemos ser transformados de inimigos em amigos de Deus. No advento Deus mostra que é fiel e verdadeiro, capaz de cumprir todas as suas promessas dando-nos um salvador capaz de remir-nos de nossas iniquidades e salvar-nos de nossos próprios pecados.
Sei de outros que não celebraram o nascimento do redentor. Nem no dia 25 (e geralmente os opositores do dia 25 não propõem outra data num clássico estilo desconstrutivista) nem em qualquer outro dia. É curioso que, da mesma maneira que se rejeita a data prevista no calendário litúrgico gostosamente colocam o ano de 2016 (no caso deste ano) quando datam seus documentos, embora saibam que Jesus nasceu há mais de 2016 anos e a datação equivocada deu-se por erros do monge e matemático Dionisius Exiguos. Sua birra se parece com as propostas de um livrinho ruim mas popular, Quebrando Paradigmas (não vale a pena ler) que propunha o abandono dos paradigmas de culto sem nenhuma proposta além da de se tirar o que se tem para deixar o nada no lugar.
Muitos antes também não se importaram com a data. Vale lembrar que os apressados e irritadiços judeus na Belém do sec. I nem se importaram com o nascimento de Jesus anunciado pelos pastores. Os religiosos de Jerusalém, afundados em seus livros, mesmo ouvindo que o Rei havia nascido, mesmo lendo que isto tinha acontecido em Belém, também não se moveram para adorá-lo. Os poderosos, como Herodes, desejosos de manter o poder neste mundo também não demonstraram nenhum interesse em adorar o rei de toda a terra, pelo contrário, queriam que seu nascimento fosse esquecido, matando-o. Os magos orientais mostram que não há barreiras para quem quer adorar o redentor – mas que é possível encontrar muitas razões para não adorá-lo. O mundo não conseguiu que o redentor fosse esquecido, e atualmente o faz tentando secularizá-lo, colocando-o como uma data comercial e enchendo-o de elementos pagãos e idólatras. O mundo está errado – mas não estão errados os cristãos que desejam celebrar com alegria e singeleza de coração.
Eu não comemoro o natal apenas no dia 25 de dezembro. Nem digo “que Jesus nasça em seu coração”. Jesus nasceu, e seu nascimento deve ser comemorado todos os dias, inclusive no dia 25 de dezembro. Seu nascimento deve ser comemorado nas reuniões de oração, doutrinárias, escolas e cultos dominicais e isto nada tem de ilegítimo.

Sim, eu comemoro o natal e defendo que sua celebração é lícita, e acredito que cada cristão genuíno deve comemorá-lo também, no dia 25 e o ano todo desde que isto seja feito com o sentido real da encarnação do Verbo de Deus, repudiando o falso natal do comércio e da idolatria.

Um comentário:

Paulo César N Santos disse...

Sim, a celebração da encarnação do Verbo ocorre 365-6 dias por ano e, de forma muito especial, a cada encontro da igreja para adorá-lo, e a cada Santa Ceia em que tomamos o pão nos lembrando do seu significado, a cada vez que lemos textos como João 1.1-14 ou Hb 2, ou Hb 4, Fp 2 e tantos outros que afirmam Cristo ter vindo como homem. Este é um dos pilares da nossa fé e é muito propício celebrá-lo de forma especial. Poderíamos fazê-lo em qualquer outra data, mas se for apenas para agradar aos que se incomodam com isso, teríamos que perguntar-lhes antes qual seria a data que mais lhes agradaria, e então, diriam que, como todo dia é dia de algum santo, melhor é não associá-la a nenhum dia do ano.

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