Já escrevi muitos textos a respeito do nascimento
do Senhor Jesus. Alguns alusivos aos festejos natalinos, os problemas
históricos, o marketing, o comércio, a idolatria, os erros teológicos. Você
pode clicar aqui e aqui e
em outros links abaixo para ler mais sobre isso. Acredito que seja lícito ao cristão comemorar o nascimento
do redentor – e a data de 25
de dezembro é apenas uma data no calendário litúrgico,
que, diga-se de passagem, deve ser observada pelos pastores presbiterianos
conforme decisão do Supremo Concílio da Igreja a respeito dos (muitos e
diversos) problemas causados pela pregação pseudopuritana (e a Igreja
Presbiteriana é uma Igreja conciliar, seus pastores deveriam respeitar as
decisões conciliares e, em caso de insatisfação, procurar outra denominação ou,
quem sabe, fundar a sua própria com direito a roupas pretas e chapeuzinho).
Sei que o cavalo de batalha é a data na qual o
Senhor Jesus teria nascido, e os argumentos contra a celebração festiva no dia
25 (sim, concordo que Jesus
muito provavelmente não nasceu nesta data)
é embasada em muita teologia de Wikipédia acrescida de um tipo de argumentação
que já vem sendo usada pelos adventistas há mais de um século (Constantino,
Solus Invictus, Mitra). Aliás, os
sabatistas usam a mesma argumentação a respeito do sábado (mas, neste caso, o
subjetivismo seletivista considera os argumentos inapropriados chegando mesmo à
sabatização do domingo.
Eu não comemoro o natal apenas no dia 25 de
dezembro. Este
natal do dia 25 é sem graça – porque o que menos se
vê no dia a dia é a lembrança de que o advento é a manifestação da graça de
Deus ao pecador. Não sei a data
na qual o verbo se fez carne, mas, ao mesmo tempo, a
Igreja do Senhor tem festejado seu redentor, e, dentro do calendário litúrgico
temos uma excelente oportunidade para, apesar da Simone, anunciar a todos em
uma época que as pessoas estão mais predispostas a ouvir, que
o redentor se encarnou, foi obediente à Lei e
morreu em nosso lugar para que pudéssemos ser transformados de inimigos em
amigos de Deus. No advento Deus mostra que é fiel e verdadeiro, capaz
de cumprir todas as suas promessas dando-nos um
salvador capaz de remir-nos de nossas iniquidades e salvar-nos
de nossos próprios pecados.
Sei de outros que não celebraram o nascimento do
redentor. Nem no dia 25 (e geralmente os opositores do dia 25 não propõem outra
data num clássico estilo desconstrutivista) nem em qualquer outro dia. É
curioso que, da mesma maneira que se rejeita a data prevista no calendário
litúrgico gostosamente colocam o ano de 2016 (no caso deste ano) quando datam
seus documentos, embora saibam que Jesus nasceu há mais de 2016 anos e a
datação equivocada deu-se por erros do monge e matemático Dionisius Exiguos.
Sua birra se parece com as propostas de um livrinho ruim mas popular, Quebrando
Paradigmas (não vale a pena ler) que propunha o abandono dos paradigmas de
culto sem nenhuma proposta além da de se tirar o que se tem para deixar o nada
no lugar.
Muitos antes também não se importaram
com a data. Vale lembrar que os apressados e
irritadiços judeus na Belém do sec. I nem se importaram com o nascimento de
Jesus anunciado pelos pastores. Os religiosos de Jerusalém, afundados em seus
livros, mesmo ouvindo que o Rei havia nascido, mesmo lendo que isto tinha
acontecido em Belém, também não se moveram para adorá-lo. Os poderosos, como
Herodes, desejosos de manter o poder neste mundo também não demonstraram nenhum
interesse em adorar o rei de toda a terra, pelo contrário, queriam que seu
nascimento fosse esquecido, matando-o. Os magos orientais mostram que não
há barreiras para quem quer adorar o redentor
– mas que é possível encontrar muitas razões para não adorá-lo. O mundo não conseguiu
que o redentor fosse esquecido, e atualmente o faz tentando secularizá-lo,
colocando-o como uma data comercial e enchendo-o de elementos pagãos e
idólatras. O mundo está errado – mas não estão errados os cristãos que desejam
celebrar com alegria e singeleza de coração.
Eu não comemoro o natal apenas no dia 25 de
dezembro. Nem digo “que Jesus nasça em seu coração”. Jesus nasceu, e seu
nascimento deve ser comemorado todos os dias, inclusive no dia 25 de dezembro.
Seu nascimento deve ser comemorado nas reuniões de oração, doutrinárias,
escolas e cultos dominicais e isto
nada tem de ilegítimo.
Sim, eu comemoro o natal e defendo que sua celebração
é lícita, e acredito que cada cristão
genuíno deve comemorá-lo também, no dia 25 e o
ano todo desde que isto seja feito com o sentido
real da encarnação do Verbo de Deus, repudiando
o falso natal do comércio e da idolatria.
Um comentário:
Sim, a celebração da encarnação do Verbo ocorre 365-6 dias por ano e, de forma muito especial, a cada encontro da igreja para adorá-lo, e a cada Santa Ceia em que tomamos o pão nos lembrando do seu significado, a cada vez que lemos textos como João 1.1-14 ou Hb 2, ou Hb 4, Fp 2 e tantos outros que afirmam Cristo ter vindo como homem. Este é um dos pilares da nossa fé e é muito propício celebrá-lo de forma especial. Poderíamos fazê-lo em qualquer outra data, mas se for apenas para agradar aos que se incomodam com isso, teríamos que perguntar-lhes antes qual seria a data que mais lhes agradaria, e então, diriam que, como todo dia é dia de algum santo, melhor é não associá-la a nenhum dia do ano.
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