“Um ano mais de vida, guardou-vos o Senhor,
E deu-vos fiel guarida, no seu divino amor,
De coração dai graças, ao vosso eterno pai
Pois mais um ano passa, a Deus mil graças dai”.
Esta não
tem sido a tônica nas conversas mais comuns neste fim de ano. Jornais de economia e política
colocam o ano de 2016 como o ano a ser esquecido, o ano perdido. Muda a maneira
de dizer, muda a idade e muda o tamanho da conta bancária, geralmente mais
enxuta, com menos números, às vezes mais colorida... parecida com a camisa do
Bahia... azul, vermelha, azul, vermelha... mas ainda é melhor que ficar como a
camisa do Internacional – totalmente no vermelho.
Não tem
sido muito comum ouvir pessoas dizendo que este ano foi um ano bom. Mas,
afinal, este foi ou não foi um ano bom. Bem, depende da perspectiva. Depende de
como olhamos para os fatos e feitos, para o quanto valorizamos o que temos e,
muitas vezes, de quanto valorizamos o que não temos, não conseguimos, não alcançamos.
Às vezes a sensação de que nada foi bem não é nem pelo que perdemos, mas pelo
que não conseguimos ter. Enfim, tudo depende daquilo em que colocamos as nossas
expectativas de realização, de satisfação. Utilizando uma linguagem mais
teológica, depende de quem é o ídolo do coração do homem.
Quanto
mais devotado ele for a um ídolo, quanto maior o amor que lhe dedicar, quanto
mais esperar dele a sua realização maior a sensação de fracasso quando sofrer
algum tipo de decepção. Em todas as áreas da vida. Talvez você diga: “mas como,
eu sou cristão, sou evangélico, não tenho ídolos”. Talvez não tenha uma imagem
de gesso num canto ou pendurada em uma correntinha, ou uma figura pintada na
parede ou pregada em seu carro – e tanto mais profundo é o ídolo, mais difícil
de perceber sua realidade e influência porque ele se torna “natural”, parte da
vida.
Deixe-me
exemplificar. O grande ídolo da vida de alguém pode ser o cônjuge, noivo ou
namorado (ou noiva e namorada) por quem é capaz de pequenos e grandes
sacrifícios – mas, inconscientemente sempre com a expectativa de que seu
sacrifício seja visto, reconhecido e recompensado. Se não vem – isto estraga
todos os demais aspectos da vida.
Mas outro
ídolo também pode ocupar o lugar do coração do homem. Por exemplo, sua família.
Se algo não dá certo, se a família não funciona como acha que é certo, se os
filhos não são como “os dos outros” então, o que certamente acontece, os filhos
se vão, faculdade, casamentos, chega a síndrome do ninho vazio e vem a sensação
de fracasso, de inadequação, de que sempre está faltando algo, mesmo que não
haja nenhuma necessidade essencial insatisfeita.
Mais um
ídolo: o trabalho. Funcionário esforçado, exemplar, frequente e participativo.
Seu ídolo é a carreira, espera reconhecimento dos colegas, do patrão, quem sabe
na forma de promoção ou no mínimo com um quadro de “funcionário do ano” na
confraternização da firma. Mas de repente o que chega é a aposentadoria, ou,
pior, o desemprego. Seu ídolo se foi, e toda a vida é vista com grande desprazer.
Ninguém
faz uma imagem ao São Marido, São Trabalho ou Santa Família. Ainda não vi
ninguém fazer promessa á Santa Carteira de Trabalho para ter um aumento – ainda não vi, mas, do jeito que andam
as coisas, não duvido absolutamente nada de que alguém já tenha feito ou venha
a fazer.
Mas, se o
trono do seu coração é ocupado pelo Senhor, ou seja, se você já teve a
experiência de tomar o Senhor como seu Senhor, entregando-se em suas mãos em
absoluta confiança de que ele fará não apenas o melhor que ele puder, mas
simplesmente tudo o que lhe for necessário (Sl 37.5), então,
você terá a experiência de estar plenamente satisfeito, de não sentir desejos
ardentes por mais nada (Sl 23.1) independente de qual seja a sua situação (Fp 4.11) em uma determinada circunstância (Hc 3.17-18) e ainda terá motivos para dar graças por saber que esta é
a vontade de seu Deus, de seu Senhor, para sua vida (I Ts 5.18).
É sobre
esta experiência que eu gostaria de viver em plenitude que o salmista fala no
salmo 103. Vamos ler os versos 1 a 5 para entender que sentimento, que
experiência é esta da qual ele fala:
1 Bendize, ó minha alma,
ao SENHOR, e tudo o que há em mim bendiga ao seu santo nome.
2 Bendize,
ó minha alma, ao SENHOR, e não te esqueças de nem um só de seus benefícios.
3 Ele
é quem perdoa todas as tuas iniqüidades; quem sara todas as tuas enfermidades; 4
quem da cova redime a tua vida e te coroa de graça e misericórdia; 5 quem farta de bens a tua velhice, de sorte que a tua mocidade se renova
como a da águia.
O louvor
de Davi, que foi tirado de detrás da malhada de ovelhas para ser rei em Israel
(I Cr 17:7) se concentrou nos atos gloriosos de Deus. Em algum
momento ele poderia queixar-se da vida ou de coisas que lhe aconteceram na
vida, como ser motivo de desprezo dos seus próprios irmãos, ou ser perseguido
pelo próprio sogro simplesmente porque dava o melhor de si mesmo a Deus e Deus
o abençoava lhe dando vitórias gloriosas. Mas não, Davi se concentra em dar
louvores a Deus, como fez Jó quando instado por sua esposa para amaldiçoar a
Deus (Jó 2:10).
Davi louva
a Deus, elogia a sua bondade e seu cuidado misericordioso. De Deus recebemos
todas as coisas – sem merecer nenhuma delas. Mesmo a pior vida ainda é vida, e
nem mesmo nós merecemos. Mesmo o mais infortunado dos homens ainda pode contar
bênçãos passadas, bênçãos do presente e confortar-se na expectativa de bênçãos
futuras. Se você algum dia não se sentir motivado para louvar a Deus, para
agradecer por alguma coisa, se você pensar em dizer que sua vida não vale a
pena ser vivida, então, leia as doces e gratas palavras de Davi: “1 Bendize, ó minha alma, ao
SENHOR, e tudo o que há em mim bendiga ao seu santo nome”.
O que
podemos aprender com Davi e, olhando para o “famigerado 2016”, nos guiarmos nos
anos que Deus ainda nos dará? Antes de prosseguir, porém, é necessário que você
perceba um pequeno detalhe: o salmista não se prende ao passado, nem espera o
futuro para louvar: ele o faz no tempo presente porque entende que a bênção e o
cuidado de Deus correm paralelas às nossas lutas diárias – mesmo quando
caminhar no vale da sombra da morte faz doer os pés e arder os olhos.
Quero
compartilhar com você duas verdades que aprendi ao ler estes versos
maravilhosos da Palavra de Deus:
AÇÕES DE
GRAÇAS é FRUTO DO CONHECIMENTO DE QUEM DEUS É
Davi diz
uma coisa mais que óbvia: a sua alma deveria bendizer ao Senhor. É óbvio, mas
precisa ser explicado. Quando o Senhor criou o homem, fê-lo em barro e depois
soprou-lhe o fôlego da vida e ele passou a ser alma vivente (Gn 2.7). Fora a discussão se o homem é composto de corpo e alma
ou alguma outra coisa, o fato é que o homem é alma vivente e somente sendo alma vivente ele pode louvar a Deus
(Is 38.18).
Quando
Davi diz que sua alma deve louvar ao Senhor ele está dizendo que vai louvá-lo
com a integridade do seu ser, e enquanto tiver vida. Só pode louvar a Deus quem
está vivo. Mortos não louvam. Mortos não adoram. Mortos não podem dar
testemunho da bondade e da fidelidade de Deus porque, morrendo o homem, cessam
as suas cogitações e interesse nas coisas desta vida. Se você tiver dúvida
sobre quem deve louvar ao Senhor e
sua proposição é que sua alma, seu ser, que ele deve louvar ao Senhor com
integridade, com todo o seu ser, enquanto vivo for (Sl 150.6).
Com o que
devemos louvar ao Senhor? Com o que devemos servir ao Senhor? O que você tem
que serve para servir ao Senhor? Seus bens? Suas propriedades? Seus diplomas?
Seu conhecimento científico? Sua rede de relacionamentos (e não estou falando
do facebook). A resposta dos catecúmenos é: com meus dons, talentos, bens e
presença. Isto quer dizer que devemos servir ao Senhor com todo o nosso ser.
Nada menos que isso é aceitável, nenhum homem de ânimo dobre é aceitável diante
do Senhor (Tg 1.7-8).
Mas esta
adoração não é nem aleatória como era o culto dos atenienses (At 17:27) nem natural e espontânea, pelo contrário, a tendência
natural do homem é subverter a verdade e em seu lugar colocar uma mentira que
ele próprio é capaz de fabricar segundo a imagem que ele faz de si mesmo como
criação caída (Rm 1.25), em alguns momentos criando um deus no qual reflete uma
visão de si com qualidades elevadas ou, o que também não é incomum, se coloca
como insignificante, inferior aos animais (adorando seres irracionais ou
animais) o que revela mais uma vez a mentira no lugar da verdade de Deus (Sl 8.5).
O salmista
faz questão de mencionar o nome de Deus, SENHOR (hwhy) e
lembrar que o seu Deus não é um Deus como os deuses dos povos, mas o Deus cujo
nome é santo (Ez 43.7) e
para o qual os anjos cantam louvores (Is 6.3), que são constantes nos salmos sempre lembrando que quem
louva ao Senhor deve conhece-lo e jamais esquecer que ele é santo (Sl 30.4; 33.21).
QUEM
CONHECE A DEUS SABE PORQUE AGRADECER
O primeiro
verso do Sl 103 diz quem, com o que e a quem o louvor deve ser dirigido. Cada
homem, cada ser humano, cada ser que respira deve louvar a Deus com todo o seu
ser. Os versos 2 a 5 continuam a tratar do mesmo assunto ensinando que louvor é
gratidão, é reconhecimento e lembrança do que Deus tem feito – e sua ação
poderosa é motivo de esperança para o crente (Lm 3.21) mesmo nas situações mais adversas, como, por exemplo, a
dos jovens amigos de Daniel na corte babilônica (Dn 3.17-18).
Davi
avança, desenvolve o seu pensamento, descobre mais uma camada do seu pensamento
e passa a considerar não mais o ser de Deus, mas seus atos de misericórdia para
com seu povo e conclama a si mesmo para não ser ingrato, não se esquecer, isto
é, não deixar de considerar os seus feitos grandiosos. Não é possível perceber
os atributos de Deus e glorifica-lo sem considerar o que ele faz, porque o que
ele faz revela quem ele é (I Jo 4.16).
Se
ingratidão é não considerar mais o que Deus faz de bom, então só pode dar
graças quem não se esquece de ter sido beneficiado. Bendizer ao Senhor é
lembrar que Ele é a fonte de todas as nossas bênçãos. O salmista bendiz ao
Senhor com todo o seu ser (SI 146.2).
Davi faz uma lista de tipos de benefícios que o Senhor lhe concedeu – e que
certamente você já experimentou em ao menos uma vez na sua vida. Se você não
quer dar graças a Deus agora ou você é ingrato ou é um esquecido.
Em
primeiro lugar Davi diz que o Senhor perdoa
todas as tuas iniquidades. Se você não tem casa, não tem carro, não tem
família, não tem emprego nem tem saúde... se você tem uma casa que não é do seu
jeito, seu carro é velho, sua família é problemática, seu emprego é desgastante
e sua saúde não é das melhores... se você tem uma excelente casa, seu carro é o
melhor, sua família é uma agradável fonte de alegria, seu emprego é maravilhoso
e sua saúde é de ferro... não importa, nada disso é mais importante do que o
que Davi afirma aqui: o Senhor perdoa todas as suas iniquidades. Lembremos que
o salário do pecado é a morte (Rm 3.23) e a prática do pecado é garantia de eternidade no inferno
(I Co 6.9-10). Se você
acha que não tem razão para dar graças a Deus, então, lembre-se desta razão, e
se ela não for suficiente, você é realmente ingrato demais: Deus te livrou da
sentença que paira sobre os praticantes do pecado (condenação ao inferno) e da
morte (Rm 8:2).
Em segundo
lugar Davi diz que Deus sara todas as tuas enfermidades. Eu creio que ele está
se referindo especificamente às enfermidades do ser humano em sua
integralidade, isto é, enfermidades morais, psíquicas e físicas e suas
manifestações somáticas, no corpo. Embora Deus não tenha a obrigação de curar
nenhuma de suas enfermidades, todavia, toda cura provém dele, toda boa dádiva e
todo dom perfeito vem dele, vem do alto, para nós. Deus não diz que não haverá
enfermidades, mas que é ele quem cura cada uma delas (Dt 32:39). Sou incapaz de afirmar a razão de cada enfermidade que
ataca uma pessoa, especialmente o crente. Jamais cairia na tolice de ser como
os amigos de Jó. Mas uma coisa é certa – se você está vivo, se você ainda não
foi fulminado pela mais inescapável de todas as doenças (a morte) então você
tem motivos para agradecer a Deus.
Em
terceiro lugar, Davi diz que Deus é aquele que traz redenção ao moribundo, aliás,
mais que moribundo, pois sem Deus o estado do homem é de morto (Ef 2.1) e Deus lhe dá vida – uma nova vida, que faz sentido e já
é, aqui, um antegozo da bênção da vida eterna que também já foi outorgada, isto
é, dada mediante lei irrevogável do supremo legislador. E porque ele faz isso?
Não é por nada que possamos fazer, primeiro, porque mortos não podem fazer
nada, e, em segundo lugar, para evitar a tentação do arrogante coração humano
de achar que tem direito a exigir alguma coisa de Deus. Não caia na tentação de
dizer: “Deus eu vou fazer isso, mas quero aquilo”... e, tendo feito, começar a
cobrar dizendo: “Deus eu fiz isso, agora faça sua parte”. Deixe-me dizer-lhe
que a parte de Deus é ser Senhor, soberano, livre, e se ele nos dá alguma
coisa, a redenção inclusive, é porque Ele se compadece em seu coração da nossa
miséria e graciosamente nos dá não apenas o que estão diante de nossos olhos,
mas, também, seu filho amado (Rm 8:32), nosso Redentor.
Por fim,
Davi fala da suficiência que vem de Deus. Ele afirma que Deus é quem farta de
bens a velhice e renova a mocidade como a da águia. Na cultura oriental a águia
era tida como o animal que, quanto mais velho, mais experiente e forte ele se
tornava pela agilidade de seu voo e pela constante renovação de suas plumas,
tornando-se, assim, um símbolo de juventude perene (Is 40.31).
Um provérbio desejava que a pessoa envelhecesse como a águia, isto é, se
tornando mais e mais forte. As Escrituras afirmam que Deus é a fonte de toda
suficiência (Tg 1.17),
e, embora pareça que a juventude é quem é forte para alcançar as coisas (e a
isso a bíblia chama de jactância, arrogância), na verdade é Deus quem dá, tanto
ao que trabalha vigorosamente (Tg 4.15-16),
como àquele que já não tem mais nenhum vigor (Is 40.29-30).
SE VOCÊ ESTÁ COM DIFICULDADES EM AGRADECER
Este salmo
de Davi expressa de maneira magistral o que deve ocupar o coração da Igreja do
Senhor Jesus, de cada cristão verdadeiro. O cristão não precisa de bem estar
para dar graças a Deus. O cristão dá graças a Deus porque ele conhece o seu
Senhor, conhece o seu Deus, conhece o nome santo do Senhor.
Como
cristão ele sabe que seu Senhor já lhe proporcionou bênçãos extraordinárias e
inalcançáveis pelo braço do homem. O homem não consegue alcançar a sua própria
salvação, não consegue promover a sua própria remissão e não consegue, de
maneira alguma, o perdão de seus pecados. Quantos ricos e poderosos, ou pobres
e miseráveis, tanto faz, vivem vidas loucas, e acabam morrendo em seus abusos
simplesmente porque estão buscando, de alguma maneira, esquecer-se lá no mais
íntimo de seu ser que são rebeldes sem causa contra o Deus boníssimo e santo?
Seu grande problema? Indisposição para agradecer a Deus as pequenas e grandes
coisas.
Vamos
fazer agora um pequeno exercício mental. Imagine que você tem em suas mãos um
papel e uma caneta. Neste papel estão gravados os nomes de algumas pessoas. Os
casados imaginem o nome de seu cônjuge, filhos e filhas. Os não casados,
imaginem os nomes dos irmãos e pais. Imagine que aí também tem uma lista dos
bens que possui. Casa. Carro. Moto. Bicicleta. Celular. Gado. Imagine que aí,
nesta lista, também tem coisas que você faz. Estudos. Trabalho. Tarefas
domésticas. Imagine que à frente desta lista tem um espaço para você colocar
algo que te aborrece nestas coisas.
Agora
deixe-me te contar uma história pessoal, acontecida no dia 13 de novembro de
1987. Meu avô comprou uma bicicleta usada, uma Monark, e me deu de presente de
aniversário. Eu saí todo feliz e naquele mesmo dia aprendi a andar de
bicicleta. Mas ela tinha um problema: os freios estavam desregulados. E, depois
de andar a tarde inteira eu, feliz mas cuidadoso, fui falar com meu avô que
precisava regular o freio. Não sei por que ele, muito bravo, pegou a bicicleta
e eu nunca mais a vi.
Voltemos à
listinha imaginária. E se Deus fosse como meu avô foi naquela ocasião? Se cada
vez que você murmurasse contra algo que você tem ele tirasse? Está pronto para
ficar sem seu cônjuge? Ou sem seus pais? Ou sem seus filhos? Sem seu emprego?
Sem seus estudos? Sem sua casa? Sem suas propriedades?
Quero
concluir propondo a você um outro modelo de gratidão. Um homem que tinha casa.
Tinha propriedades. Tinha esposa. Tinha filhos. E sua riqueza não lhe impedia
de devotar-se a Deus com ações de graças. Este homem perdeu tudo. Perdeu
propriedades. Perdeu filhos. Perdeu, de alguma maneira, o companheirismo da
esposa. Perdeu a saúde. E, ainda assim, continuou a devotar-se a Deus com ações
de graças. Seu nome é Jó. Para concluir, cito aqui as benditas palavras do
apóstolo dos gentios, Paulo, que deixou tudo o que considerava importante por
amor de Cristo (Fp 3.4-11) que diz para todos nós que, em tudo, devemos dar graças:
Em tudo, dai graças,
porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.
I Ts 5:18
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