domingo, 18 de dezembro de 2016

I TM 1 18 20: NAUFRAGAR NA FÉ SIGNIFICA ESTAR À MERCÊ DE SATANÁS

20 E dentre esses se contam Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para serem castigados, a fim de não mais blasfemarem.

I Tm 1.20
É muito comum ouvir hoje a citação equivocada e descontextualizada de versos da Palavra de Deus. Para justificar a baixa frequência à reuniões de oração cita-se que "onde estiverem dois ou três reunidos o Senhor está no meio deles" sem, entretanto, ver que o contexto de julgamento e disciplina de faltosos (Mt 18:20). A moderna profetolatria e a autoproteção evocada por eles como ungidos do Senhor (Sl 105:15) não serve de desculpa para que não haja julgamento, mesmo em relação aos profetas, na verdade, especialmente estes porque dizem falar com autoridade divina (I Co 14:29).
Graças a Deus que o politicamente correto não tinha lugar no coração de Paulo ou de nenhum dos verdadeiros profetas que falavam da parte de Deus. Paulo fala da necessidade de guardar a fé e a boa consciência porque o desprezo desta última faz o inadvertido naufragar na primeira. A bíblia fala de muitos que abraçaram a fé mas, como o personagem vivido por Leonardo de Caprio no filme Titanic, acabaram naufragando. Ele era um penetra no navio – e a tábua da salvação não era para ele.
Um bom exemplo de náufrago que abraçou a fé é Simão, o mago (At 8:13) mas sua má consciência fez dele um perdido (At 8.20). Seu problema: ambição eclesiástica, desejo de reconhecimento popular – típico do cristão que negocia seus princípios para ser aceito nos grupos dentro de igrejas e até mesmo fora da igreja.
Ananias e Safira também ilustram esta triste condição de náufragos por desprezarem a fé e mentirem ao Espírito Santo (At 5.3-4). A pedra que os fez naufragar foi a inveja – viram que a igreja tinha Barnabé em alta conta por ser ele homem piedoso, cheio do Espírito Santo e de profundo espírito liberal, vendendo um campo e dando o produto da venda para ser distribuído entre os carentes. Ananias e Safira quiseram aparentar piedade – e naufragaram com sua máscara.
Mais um exemplo: um homem chamado Demas, companheiro de Paulo, mencionado entre seus cooperadores ao lado de João Marcos, Aristarco e Lucas (Fm 1:24) provavelmente não suportou a pressão de sofrer como cristão (I Pe 4:15-16), acompanhando Paulo em suas cadeias (II Tm 4:16). Diferente de Moisés, Demas preferiu este mundo – amou este mundo como demonstração de o amor do pai não estava nele.
Para uma cultura que diz que não podemos julgar Jesus nos ensina que os frutos são o padrão do julgamento – os frutos de Simão, Ananias, Safira, Demas, e, no caso específico, os heréticos himeneu, que Paulo afirma ter pertencido à igreja mas jamais ter pertencido ao Senhor (II Tm 2:17-19) e Alexandre, que causou muitos males a Paulo se opondo à sua pregação com veemência (II Tm 4:14) daqueles lobos devoradores que Paulo previra aos presbíteros de Éfeso que assaltariam o rebanho (At 20:29).

Paulo diz que estes náufragos na fé estavam despojados da graça, e, portanto, como obreiros de satanás e instrumentos para seus intentos, deveriam ser afastados da Igreja e considerados com o mesmo grau de rigor que os judeus consideravam os gentios e publicanos (Mt 18:17) não lhe sendo dado mais a palavra na Igreja para que não venham a perverter a fé dos crentes com suas blasfêmias. Himeneu e Alexandre foram "entregues à custódia para serem julgados e condenados" (παραδιδωμι). Diferente do Senhor que disciplina a quem ama (Hb 12:6) ser entregue a satanás significa sofrer o castigo apartado da graça de Deus (Mt 25:41).

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