quarta-feira, 20 de abril de 2011

A FAMÍLIA DE ISRAEL: LEVANDO ADIANTE A PROMESSA

Jacó casou-se com Raquel [a quem amava] e Lia [que lhe foi imposta mediante embuste por Labão]. Junto com elas vieram suas criadas, Bila e Zilpa. Ainda antes da transformação de caráter ocorrida no vau do Jaboque Jacó teve 12[1] filhos. De Raquel foram José e Benjamin. De Lia foram Rubem [o primogênito], Simeão, Levi, Judá, Issacar e Zebulom, além de Diná. De Zilpa gerou Gade e Aser e de Bila gerou a Dã e Naftali. Diferente da nossa cultura os filhos das servas, dadas por suas senhoras a Jacó por concubinas, eram considerados filhos legítimos, como se fossem da própria senhora [Gn 16.1-2].

Já vimos que Deus escolheu Jacó e fez dele o pai das 12 tribos de Israel apesar do seu caráter. Nele não havia nada que o credenciasse a ser o canal das bênçãos de Deus. E seu casamento também expressa essa realidade. Se a vontade de Deus para o casamento é que o "homem una-se à sua mulher e sejam os dois uma só carne" [Mt 9.4-6] Jacó não exemplifica a obediência a essa vontade: duas mulheres e duas concubinas. Apesar disso Deus usa homens para fazer sua obra apesar da natureza e práticas pecaminosas deles.

A REPETIÇÃO DE UM ERRO

Jacó sofreu e fez sofrer por causa de um erro que viu em seu lar: a parcialidade de seu pai para com Esaú. E também ele foi o favorito de sua mãe, Rebeca. Agora, por amar a Raquel ele toma José como seu preferido [Gn 37.3-4]. Rubem era o primogênito, ele não podia mudar isso, mas agiu com parcialidade em várias ocasiões em favor de José: deu-lhe uma túnica talar colorida [Gn 37.3], aceitou sem repreender a empáfia de José por causa de dois sonhos [Gn 37.5-11].

Além dos sonhos, José ainda complicava sua posição diante dos irmãos com uma atitude de vigilância contra os irmãos, relatando ao seu pai o que eles faziam – mas só falava o que eles faziam de mal [será que eles só faziam coisas más?]. Num momento em que a oportunidade e a ira se juntaram, planejaram matar José, mas acabaram vendendo-o a uma caravana de midianitas que traficava com o Egito. Assim, José acaba como escravo do capitão da guarda de faraó, Potifar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os erros de Isaque geraram consequências na vida de Jacó, que, por sua vez, gerou frutos na vida dos seus filhos. Eram homens de Deus – mas eram homens semelhantes a cada um de nós [Tg 5.17]. Apesar dos erros de Isaque, de Jacó, de José e de seus irmãos Deus ainda continuou cuidando do cumprimento do seu plano [Gn 45.5] e para o bem de seu povo [Rm 8.28].

Quando terrível fome atingiu a terra de Canaã, os irmãos de José vão até o Egito comprar mantimento – e depois de alguns acontecimentos toda a família de José acaba indo morar no Egito, onde ganham terra de boa qualidade para o cuidado dos seus rebanhos e por lá ficam durante 400 anos, saindo sob a liderança de Moisés.

Costumamos exaltar o caráter firme de José no Egito, todavia, antes de ser colocado em situações onde foi obrigado a amadurecer, José em nada era diferente dos demais jovens de todos os tempos. Inconsequente e irresponsável – o que fez diferença em sua vida foi a instrução sobre o caráter de Deus que recebeu em casa de seu pai. Apesar de todos os erros, Israel instruiu seus filhos sobre quem era o seu Deus – e que ser-lhe fiel resulta em bênçãos para si e para as gerações futuras [Ex 20.6].


[1] A ordem de nascimento foi: Rúben, Simeão, Levi, Judá, Dã, Naftali, Gade, Aser, Issacar, Zebulom, José e Benjamim.

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