quarta-feira, 27 de abril de 2011

SOBRE METAS E MÉTODOS

Há cerca de 2 anos acompanhei bem de perto [tão de perto que meus tímpanos reclamaram] uma greve de uma categoria profissional. Estou, novamente, acompanhando uma greve da mesma categoria. O que me chamou a atenção não foram sequer as reivindicações dos grevistas. Podem ou não ser justas – não tenho todos os dados para emitir juízo de valor sobre as pretensões dos grevistas. Quero falar sobre metas e métodos.

As metas não são a mesma coisa que as reivindicações. Pode-se pedir algo desejando receber algo diferente ou alcançar algo que muitas vezes não deve e não pode ser explicitado, tornado público. E é aí que entram os métodos. Há dois anos a greve era barulhenta, muitos gritos, xingamentos, ameaças, tentativa de invasão de prédio público… panfletos eram distribuídos com conteúdo ofensivo… Não havia civilidade por parte daqueles que deveriam ensinar os cidadãos a serem civilizados. Na atual há carro de som nas ruas, tocando algumas músicas e informando que estão em greve por alguns motivos. Mas nem de longe a bagunça, o desrespeito e as ameaças que acompanhei na anterior. A diferença? Certamente os ocupantes das cadeiras de mandatários são da mesma linha de pensamento que os líderes dos grevistas. Assim, faz-se a greve para consumo externo, acordos são costurados e todo mundo se dá bem no final. Enquanto isto alguns são vítimas dos grevistas, que terão que repor o que não trabalharam já há mais de 15 dias.

As reivindicações podem até ser explicáveis e aceitáveis. Mas os métodos variam, de acordo com os interlocutores. Isso vai influenciar no teatro, na representação pública da pantomima que temos assistido. É neste ponto que pretendo chegar: quais as razões escondidas, quais os objetivos não declarados das partes envolvidas? Quando se trata de quem são [PT e sindicatos] invariavelmente o interesse não é o bem público.

931

Nenhum comentário:

FAÇA DESTE BLOG SUA PÁGINA INICIAL