quarta-feira, 27 de abril de 2011

JOSÉ, ENVIADO PARA A ESCRAVIDÃO PARA PRESERVAR A VIDA

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Gênesis 39-41 [39:2]

José, filho de Jacó com Raquel, foi o décimo primeiro filho do patriarca. Depois dele nasceria Benjamin, o filho da velhice [ocasião em que Jacó perderia a sua amada]. José foi criado como príncipe na sua família, como filho dileto de seu pai. Tornou-se um jovem pretensioso e arrogante, às vezes intrigante. Como Jacó, nele não havia nada que o credenciasse excepcionalmente a ser instrumento especial nas mãos de Deus. A importância de José se dá apesar de José. O que fez dele tão importante foi ter sido um servo escolhido do Senhor. Deus demonstrou perante Jacó, suas esposas e seus filhos que ele havia escolhido José para uma tarefa especial, tão especial que subverteria a ordem de honra na família [Gn 37.6-11].

UM DIAMANTE A SER LAPIDADO

Jacó teve que fugir, passar alguns anos com Labão e finalmente ter um encontro especial com o anjo do Senhor no vau do Jaboque [Gn 32.24-29]. José, antes de ser usado por Deus, precisava passar por um processo de lapidação, de crescimento. O jovem arrogante e pretensioso precisava aprender a ser humilde. E sua jornada começa quando é vendido pelos próprios irmãos a mercadores midianitas [Gn 37.28]. Ali, o filho dileto cai para a condição de servo [cp. Gn 39.1 - Fp 2.8]. O jovem que não trabalhava, mas intrigava os filhos com o pai torna-se um trabalhador responsável e eficiente [Gn 39.6]. Antes que José pudesse julgar-se merecedor do estado de honra na casa de Potifar nova aresta precisava ser aparada e para isso Deus levanta a mulher de Potifar que se oferece sexualmente e é rejeitada por ele [Gn 39.7-9]. Após insistentes assédios, finalmente ela percebe que José não a queira, e resolve destruí-lo [Gn 39.10-20]. Nova queda na vida de José. Não mais servo, agora um prisioneiro que poderia, a qualquer tempo, ser condenado à morte. É evidente que, além de conhecer bem a José Potifar conhecia, também a sua esposa, pois possuía poder para mandar matar seu escravo, entretanto, poupa-lhe a vida. Mais uma etapa até que José finalmente estivesse pronto para cumprir o proposito de Deus na sua vida. Na prisão José conhece dois servos do próprio faraó: o copeiro-chefe e o padeiro-chefe [Gn 40.2]. Ambos tem sonhos que são corretamente interpretados por José. O padeiro seria enforcado a o copeiro ou mordomo voltaria a sua posição. José viu reacender sua esperança de liberdade, e pediu ao mordomo que se lembrasse dele [Jr 17.5], o que não aconteceu até que Deus novamente agiu. Faraó teve sonhos que ninguém conseguia decifrar, e o mordomo lembrou-se de José, que foi levado à presença de faraó e revelou-lhe o significado dos sonhos com as espigas e as vacas gordas e magras: em breve o Egito passaria por 7 anos de fartura aos quais se seguiriam 7 anos de escassez. José aconselhou faraó a estocar alimentos durante os anos de fartura – e faraó deu a José este encargo, tornando-o o segundo homem mais poderoso do Egito, e faraó tornou-se praticamente o dono do Egito no período da escassez [Gn 47.21-26]. Tudo fazia parte do plano de Deus para salvar toda a casa de Jacó [Gn 45.7]. José traz toda sua família para o Egito, onde é honrada por faraó que lhes dá a terra de Gósen para viver [Gn 45.10-11].

Para Jacó estar no Egito era uma etapa, e não desejava permanecer ali – dando instruções para que o levassem a Canaã, e José mandou que embalsamassem seu pai [Gn 49.2] para levarem-no para Canaã – caso raro na tradição hebraica. José também desejava voltar a Canaã, e sabia que Deus promoveria este retorno, e por isso deu ordens para que isto acontecesse [Gn 50.25; Ex 13.19]. Na vida de José podemos compreender claramente que Deus usa homens bons e maus. Usa ações boas de homens bons e ações más de homens maus. Usa também ações más de homens bons e ações boas de homens bons. Mas ele jamais deixa de santificar a vida daqueles que ele pretende usar de maneira especial. Abraão teve que passar por este processo. Também foi a experiência de Jacó. E com José não foi em nada diferente. O jovem que conhecia o Deus de seu pai tinha que virar um homem temente a Deus, disposto a servi-lo mesmo em meio a uma terra estranha. É absolutamente certo que nem Jacó nem José gostaram das provações que passaram – mas, ao final, a constatação de José de que Deus dirige todas as coisas para o bem dos seus [Gn 45.7] é uma radiosa fonte de alegria para os crentes [Rm 8.28].

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