sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A RESPONSABILIDADE DO HOMEM DIANTE DA MANIFESTAÇÃO DA GRAÇA DE DEUS NO EVANGELHO

II Co 5.18-21

18 Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, 19 a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação. 20 De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus. 21 Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.

Um exame das Escrituras, especialmente o capítulo 4 da carta de Paulo aos efésios, é suficiente para convencer a qualquer estudante interessado em realmente aprender o ensino das Escrituras que todos os homens são, indistintamente, chamados a responderem às doces palavras de Jesus que convida o pecador a ir a ele. Não existe uma resposta intermediária. Tentar ficar no meio do caminho, entre o atender e o não atender, já é não atender. Por maior que seja o percurso que façamos para chegar a algum lugar, se paramos a poucos metros ou quilômetros da meta, isto simplesmente significa que não chegamos. Há alguns anos viajei do Paraná [Dois Vizinhos] até Santa Maria da Vitória, minha cidade natal, na Bahia. Embora este percurso seja de quase 3000kms, houve quem reclamasse que eu não fui visita-los em casa. Percebam que eu viajei 3.000km, mas reclamaram que não andei mais uma centena de metros quando poderiam, tranquilamente, fazerem os outros a contrapartida indo visitar-me onde me hospedava. Em resumo, viajei 99,9%, mas não satisfiz a expectativa de alguns.

Bem assim é o chamado do Senhor: ou o atendemos, e vamos ao mestre, depondo diante dele o nosso fardo, ou o rejeitamos, embora alguns cheguem perto o bastante para serem abençoados pelo convívio com aqueles que agora carregam o seu suave jugo. Mas continuam a carregar seu fardo, pesado e que os arrasta impiedosamente para a morte eterna.

Conversando com alguns amigos, pastores, evangelistas e membros da igreja, não pudemos fugir a uma constatação: a igreja não está cumprindo o seu papel. Uma enorme ênfase em eventos, conferências e congressos, mas perdendo de vista o fato de que cada crente, na Igreja primitiva, se via como um agente de evangelização [At 8.1 – E Saulo consentia na sua morte. Naquele dia, levantou-se grande perseguição contra a igreja em Jerusalém; e todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judéia e Samaria]. É necessário que entendamos que eles não se viam como evangelistas, pastores, apóstolos ou mestres. Ninguém ousava se autoentitular – eles sabiam que os dons eram dados por vontade divina. Mas todos se viam como testemunhas do Senhor [At 1.8...mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra]. Guardemos bem isto: embora nem todos fossem evangelistas, todos se consideravam testemunhas daquilo que viram, ouviram e suas mãos apalparam. E mesmo aqueles que não viram, também se consideravam testemunhas bem aventuradas [Jo 20.29Disse-lhe Jesus: Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram].

Ao escrever aos coríntios, o apóstolo Paulo deixa muito claro que os cristãos recebem de Deus uma missão da qual não podem escapar sob pena de serem considerados insubmissos e, o que é grave, desobedientes e desamorosos pois ele afirma que quem o ama obedece seus mandamentos [Jo 14.15 - Se me amais, guardareis os meus mandamentos].

O CRISTÃO TEM O COMPROMISSO DE TESTEMUNHAR

Paulo expressa este dever dos cristãos ao afirmar que Deus deu aos cristãos o ministério da reconciliação, isto é, uma função ou serviço. Mais do que uma mudança de status, a palavra [katalyma] indica uma mudança de lugar, ser colocado em um lugar de descanso, ser hospedado num lugar aprazível. Quando Paulo afirma que o cristão foi reconciliado com Deus isto quer dizer que as barreiras foram totalmente abolidas, destruídas, aniquiladas e mesmos os melhores esforços humanos, de nenhum valor, foram removidos como se fossem meros obstáculos à ação de Deus [Is 59.2 - Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça]. Além disso, a maneira de Paulo descrever esta destruição indica que foi uma ação de Deus em favor do homem. Deus é o agente, o homem é o objeto da ação. É Deus quem destrói as barreiras que os homens edificaram. Cultura, religião, preconceitos, família, posses – tudo isto torna-se obstáculo se toma o lugar que só a Deus é devido: a primazia [Mt 6:33 – ...buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas].

Reconciliados, os cristão são colocados numa nova relação com Deus. De inimigos em amigos, de adversários passam a ser cooperadores, como Paulo já havia afirmado em I Co 3.9 - Porque de Deus somos cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós]. Na qualidade de cooperadores, Paulo chama os cristãos de ministros, servos, isto é, alguém que tem a função de atender a vontade de outrem. O apostolo sabia muito bem o que significava esta transformação – ele foi alvo dela, de inimigo de Cristo tornou-se enviado do Senhor, com a missão de chamar outros ao mesmo tipo de relacionamento novo, pessoal, íntimo e profundo com Deus. Este ministério implica em anunciar a vontade daquele que envia. É a entrega de uma mensagem que vem de Deus para os corações dos homens. Não deve ser aumentada, enfeitada, adulterada. Deve ser entregue exatamente como foi recebida, como fazia o profeta Micaías [II Cr 18.13 - Respondeu Micaías: Tão certo como vive o SENHOR, o que meu Deus me disser, isso falarei]. O conceito que quero apresentar de ministro da reconciliação é o de testemunha confiável, isto é, contar aquilo de que tem real conhecimento, que viu, ouviu, presenciou. A testemunha confiável não relata impressões, mas conhecimento. Não defende teorias, relata fatos. Não expressa sugestões, mas fala da sua experiência com o fato que precisa ser tornado público. E a mensagem que foi entregue aos cristãos é que "Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões". É uma mensagem sobre a justiça de Deus, seu amor e o perdão que é concedido gratuitamente ao pecador [Paulo já havia afirmado que "tudo provém de Deus". É esta mensagem que Paulo afirma entregar [At 26:20 - ...mas anunciei primeiramente aos de Damasco e em Jerusalém, por toda a região da Judéia, e aos gentios, que se arrependessem e se convertessem a Deus, praticando obras dignas de arrependimento].

O cristão tem a obrigação, a responsabilidade de obedecer ao mandato do Senhor e, por onde for, ir anunciando esta mensagem. É através dos cristãos que Deus exorta o mundo. É através da vida e da palavra dos cristãos que a mensagem da salvação oferecida gratuitamente através de Jesus. São eles a boca de Deus, e é através deles que Deus fala aos homens. A Escritura ensina isso de forma bastante enfática ao afirmar que "a fé vem pelo pela pregação, e a pregação, pela palavra de Deus" [Rm 10.17]. E quem são os pregadores? Não são e nem serão os anjos, nem as pedras, embora elas sejam usadas, metaforicamente, para expressar a indignação da criação quando os cristãos se recusarem a cumprir seu mandato [Rm 8.19 - A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus]. São os discípulos, as testemunhas de Jesus, como já foi mencionado no princípio [At 1.8...mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra] que devem ir por todo o mundo anunciando esta bendita mensagem [Mc 16.15 - E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura].

O OUVINTE TEM A OBRIGAÇÃO DE ATENDER

Da mesma maneira que, quanto ao ide de Jesus, só há duas atitudes possíveis: obedecer ou não, como fez Jonas, também só existem duas atitudes possíveis quanto ao chamado do mestre: atender ou não. Jesus dirige aos cansados e sobrecarregados [Mt 11.28 - Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei] o mesmo convite da graça feito por Isaias aos que tem fome e sede [Is 55.1 - Ah! Todos vós, os que tendes sede, vinde às águas; e vós, os que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite]. Mas, diferente do que tem sido comumente anunciado, o chamado do Senhor não é apenas para satisfação de necessidades imediatas, mas também para tê-lo como Senhor. Seu chamado é para segui-lo, para serviço, mas principalmente para uma mudança essencial e imediata em suas atitudes. Diante de um mestre religioso ele afirma enfaticamente que era-lhe necessário nascer de novo, isto é, mesmo a sua religiosidade precisava ser aniquilada por ser uma barreira que o separava de Deus e ele necessitava de um novo começo [Jo 3.3 - A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus; Jo 3.7 - Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo].

Assim como a pregação é essencial para a existência da fé, cada ouvinte tem uma responsabilidade pessoal diante da palavra. O profeta Ezequiel é enfático quanto a isto. De um lado, ele enfatiza a obrigação do pregador em avisar o iníquo [Ez 33.9 - Se eu disser ao perverso: Ó perverso, certamente, morrerás; e tu não falares, para avisar o perverso do seu caminho, morrerá esse perverso na sua iniquidade, mas o seu sangue eu o demandarei de ti] mas, do outro, lembra a obrigação do ouvinte em atender ao aviso que lhe é dado [Ez 33.9 - Mas, se falares ao perverso, para o avisar do seu caminho, para que dele se converta, e ele não se converter do seu caminho, morrerá ele na sua iniquidade, mas tu livraste a tua alma]. Ora, uma vez que o pecador ouviu a mensagem, ouviu o oferecimento da graça de Deus, é, sua, agora, a responsabilidade. E o Senhor adverte em palavras bastante claras ao pecador: "...não endureçais o vosso coração" [Hb 4.7]. É oferecida uma clara oportunidade de salvação, ao mesmo tempo que esta oportunidade exige uma resposta imediata. O tempo oportuno é chamado por Deus de "hoje" [Hb 3.13 - ...pelo contrário, exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado].

Quando o evangelho é proclamado está acontecendo um sincero chamado ao pecador: que se arrependam de seus pecados e creiam no evangelho [Mc 1.15 - ...dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho] e, crendo, tenham os seus pecados cancelados [At 3:19 - Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados]. Esta é a responsabilidade do ouvinte: ouvir a mensagem, receber o convite do evangelho e aceitar o presente que lhe é dado. Esta é a responsabilidade de cada homem e mulher que ouve o evangelho: responder positivamente ao chamado do Senhor. É o único caminho certo – a alternativa é terrível, indesejável. Lamentavelmente o caminho da vida eterna é tomado por poucos [Mt 7.14 - ...porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela]. A grande maioria ainda prefere o caminho do pecado, largo e espaçoso, mas que os conduz ao inferno [Mt 7.13 - Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela)]. O evangelho é de Deus, a mensagem deve ser entregue pelos homens que foram alcançados por ele, mas a responsabilidade de ouvir ou não, de aceitar ou não a mensagem, é de cada homem e mulher a quem ela chega.

O CONVERTIDO TEM O CHAMADO À SANTIFICAÇÃO

Após ouvir o evangelho e aceitá-lo como verdade de Deus, o convertido tem uma obrigação inescapável. Observe que esta é uma obrigação do convertido. O não convertido, o simpatizante, o amigo da igreja não tem esta obrigação, ainda que, muitos apresentem sinais exteriores que se pareçam, e muito, com a santificação. Mas aparência de piedade não tem proveito espiritual. Algumas vezes o não convertido aparenta maior dedicação – entretanto, podemos classificar esta "aparente santificação" sempre de um ponto de vista de negativas. Para o não convertido que se aproxima da Igreja a vida cristã é composta de regras, de nãos. É por isso que, para muitos, ser crente é caracterizado muito mais por renúncias, não pode isto ou aquilo. O cristianismo do não convertido é caracterizado pela escravidão a regras, leis e mandamentos de homens que se sujeitam a ordenanças, tais como Paulo lembra aos crentes da cidade de Colossos [Cl 2.21-23 - ...não manuseies isto, não proves aquilo, não toques aquiloutro, segundo os preceitos e doutrinas dos homens? Pois que todas estas coisas, com o uso, se destroem. Tais coisas, com efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa humildade, e de rigor ascético; todavia, não têm valor algum contra a sensualidade]. E como é, então, o cristianismo verdadeiro? Se ele não é composto por regras, do que ele é feito, afinal?

A primeira pergunta que se coloca é: se o cristianismo não é regras, então ele não tem limites? O cristão é livre para fazer o que quiser [Gl 5.1 - Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão]? Podemos responder de duas maneiras que não são, em absoluto, contraditórias. Podemos afirmar que o cristão é absolutamente livre para fazer tudo quanto quiser, entretanto, o verdadeiro cristão tem sua vontade moldada pela do seu Senhor, e, pode, então, afirmar como Paulo, que dizia não ser mais ele a viver, mas Cristo viver nele [Gl 2.20 - ...logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim] que agora possuía a mente de Cristo [I Co 2.16 - Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo]. Sua vontade, moldada pela vontade de Cristo, é fazer a vontade daquele que o arregimentou [II Tm 2.4 - Nenhum soldado em serviço se envolve em negócios desta vida, porque o seu objetivo é satisfazer àquele que o arregimentou]. Ele sabe que foi comprado por preço altíssimo [I Co 6.20 - Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo] para fazer parte de um novo povo, o povo de Deus [Tt 2.14 – ... o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniquidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras].

Por outro lado, podemos afirmar que o cristão não pode fazer tudo o que pode vir a desejar, tendo a obrigação de rejeitar as inclinações naturais da carne para o pecado. Neste sentido o cristão deve buscar a santificação e esta é, também, não confundir a liberdade que Cristo lhe conquistou por uma libertinagem sem qualquer proveito [Jd 1.4 - Pois certos indivíduos se introduziram com dissimulação, os quais, desde muito, foram antecipadamente pronunciados para esta condenação, homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo]. O cristão sabe que nele superabundou a graça onde antes o pecado era abundante [Rm 5.20 Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça]. Sabe que era filho da ira e foi transformado em filho de Deus. Sabe que em sua carne há uma lei que o chama para pecar, mas não pode se entregar a esta lei, e, quando não mais conseguir resistir, clamar a Cristo para livrar-se de sua desventura [Rm 7. 24-25 - Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado] e ser transformado segundo a vontade de Deus [I Ts 4.3 - Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição].

A RESPONSABILIDADE DO HOMEM DIANTE DO EVANGELHO: CONSIDERAÇÕES FINAIS

Não considero os ímpios uma categoria nesta análise porque eles não tem qualquer obrigação de santificar-se. Não tem qualquer obrigação para com a graça de Deus. Eles a rejeitaram, não a desejam, não estão dispostos a sofrer sua influência. São réprobos e condenáveis. Ao ouvinte da mensagem evangélica é colocada a possibilidade de experimentar da graça de Deus, aceitando a mensagem como de origem divina e sendo por ela transformada, ou, ao contrário disto, rejeitando a mensagem – e rejeitando com isto a graça de Deus. Multidões tem tomado a decisão de andar pelo caminho largo, pelo caminho do endurecimento do seu coração. É a escolha que fazem, motivados pelos desejos de seu próprio coração. Não há demérito no evangelho – e nem no pregador fiel do evangelho. O problema está em seu coração que se recusa ouvir o doce chamado do salvador. Não é a eloquência, a ciência, a oratória ou a experiência que faz um convertido – mas a graça de Deus através da pregação da palavra, tocando corações pelo Espírito Santo.

Ao ouvir a mensagem, o pecador, arrependido de seus pecados, vai a Cristo. Isto pode acontecer com a pregação de um doutor – ou de um iletrado crente. E também pode não acontecer, apesar de ser um doutor pregado, ou o mesmo iletrado. Depende de Deus. Cabe ao cristão semear com fidelidade usando os dons e talentos que lhe foram dados, sem negligencia para com a dádiva de Deus em Cristo – ademais, quanto a conversão de pecadores Deus fará o resto. Ao crente cabe pregar, ao ouvinte crer, ao novo convertido santificar-se. Simples assim.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

PASTOR COM DATA MARCADA PARA MORRER SE NÃO NEGAR A CRISTO

Não há um só país de maioria cristã, e já há muitos anos, que persiga outras religiões. Ao contrário: elas são protegidas. Praticamente todos os casos de perseguição a minorias religiosas têm como protagonistas correntes do islamismo — ou governos mesmo. Não obstante, são políticos de países cristãos — e Barack Obama é o melhor mau exemplo disto — que vivem declarando, como se pedissem desculpas, que o Ocidente nada tem contra o Islã etc. e tal. Ora, é claro que não! Por isso os islâmicos estão em toda parte. Os cristãos, eles sim, são perseguidos — aliás, é hoje a religião mais perseguida da Terra, inclusive por certo laicismo que certamente considera Bento 16 uma figura menos aceitável do que, sei lá, o aiatolá Khamenei…

pastor-iraniano-yusef-nadarkhani2O pastor iraniano Yousef Nadarkhani foi preso em 2009, acusado de “apostasia” — renunciou ao islamismo—, e foi condenado à morte. Deram-lhe, segundo a aplicação da sharia, três chances de renunciar à sua fé, de renunciar a Jesus Cristo. Ele já se recusou a fazê-lo duas vezes — a segunda aconteceu hoje. Amanhã é sua última chance. Se insistir em se declarar cristão, a sentença de morte estará confirmada. Seria a primeira execução por apostasia no país desde 1990. Grupos cristãos mundo afora se mobilizam em favor de sua libertação. A chamada “grande imprensa”, a nossa inclusive, não dá a mínima. Um país islâmico eventualmente matar um cristão só por ele ser cristão não é notícia. Se a polícia pedir um documento a um islâmico num país ocidental, isso logo vira exemplo de “preconceito” e “perseguição religiosa”.

Yousef Nadarkhani é um de milhares de perseguidos no país. Sete líderes da fé Baha’i tiveram recentemente sua pena de prisão aumentada para 20 anos. Não faz tempo, centenas de sufis foram açoitados em praça pública. Eles formam uma corrente mística do Islã rejeitada por quase todas as outras correntes — a sharia proíbe a sua manifestação em diversos países.

Há no Irã templos das antigas igrejas armênia e assíria, que vêm lá dos primórdios do cristianismo. Elas têm sido preservadas. Mas os evangélicos começaram a incomodar. Firouz Khandjani, porta-voz da Igreja Evangélica do Irã, teve de deixar o país. Está exilado na Turquia, mas afirmou à Fox News que está sendo ameaçado por agentes iranianos naquele país.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A FACE VERGONHOSA DA MARKETAGEM MENTIROSA

Essa eu nem vou comentar. Quem gosta, continue votando nestes picaretas:

As bicicletas do programa “Caminho da escola”, entregues pelo governo do Distrito Federal e pelo governo federal a estudantes da rede pública do Recanto das Emas, foram recolhidas logo após a cerimônia de lançamento do programa, no dia 26 de agosto. O Recanto das Emas, a 26 quilômetros de Brasília, foi a primeira região do DF a aderir ao programa do Ministério da Educação que entrega bicicletas de graça a estudantes da rede pública. Depois do anúncio do início do programa, do qual participaram o governador Agnelo Queiroz e o ministro da Educação, Fernando Haddad, as bicicletas foram levadas para um galpão, onde estão guardadas até hoje, sem uso. Três bicicletas ainda não foram devolvidas. O G1 entrou em contato com a assessoria do governo do DF e aguarda retorno. O Ministério da Educação foi procurado, mas informou que não vai se manifestar sobre o assunto. “Muita gente se sentiu revoltada porque pensou que já ia usar a bicicleta. Teve muita gente animada com a bicicleta e foi tudo fachada, não entregaram. Ficamos frustrados”, falou uma estudante. A aluna Thaís Gonçalves, que aparece no painel do governo sobre o programa, também não ficou com a bicicleta. Ela diz que a maioria dos alunos foi avisada pelo diretor que a entrega era simbólica. Quem levou a bicicleta para casa depois da cerimônia teve que devolver. “Nós fomos para lá já sabendo. Houve alguns mais desavisados, que foi na hora que o diretor não estava presente para falar com eles. Eles, sem saber, levaram as bicicletas para casa, mas só que ligaram pra eles devolverem porque ia ter um dia exato para eles receberem essas bicicletas”, disse Thaís Gonçalves. A diretora da regional de ensino, Adriana Muller, confirma que a entrega foi simbólica e explica que isso ocorreu porque os estudantes precisam passar por um treinamento - o que, segundo ela, deve ocorrer em duas semanas. “A gente teve um lançamento do programa e depois a execução dele”, justificou. Na época do lançamento, porém, o treinamento foi citado como já realizado. “Os alunos, como eles passam por uma formação, eles estão fazendo um curso antes de receber as bicicletas. Nesse curso, eles também estão sendo preparados para essa manutenção básica, de soltou uma corrente, precisou apertar um parafuso, ele também está sendo preparado. Além de já ter disponível junto com a bicicleta e o capacete alguns itens necessários para fazer essa manutenção”, disse Adriana Muller, na época da cerimônia. Não resisti, tenho que comentar: curso para fazer manutenção de bicicleta? Não havia uma desculpa mais ridícula para o fato de terem sido pegos mentindo?

O Detran-DF é o responsável pelo treinamentos que as crianças vão receber para usar as bicicletas. Nesta segunda-feira (19), o diretor de Educação no Trânsito, Marcelo Granja, disse que não tinha conhecimento do recolhimento das bicicletas – logo, não tinha também conhecimento de que deveria dar este treinamento, certo?. Um assessor do departamento informou que a parte teórica do treinamento já foi realizada e que a parte prática foi suspensa a pedido da Secretaria de Educação [porque? Porque não pretendia entregar as bicicletas? Porque precisava das fotos para tentar impulsionar o nome de Haddad?].

Enquanto a propaganda está nas ruas, os alunos continuam indo a pé para escola. “Depois que a gente recebeu [as bicicletas], eles [as] recolheram. Não se ouviu mais falar das bicicletas”, afirmou o estudante Sérgio Luiz.

HOMEM SEM HONRA

Valdomiro Santiago, dono da seita pseudocristã denominada Igreja Mundial do Poder de Deus, não cumpriu o acordo feito com o Ministério Público para fechar o prédio de sua sede, no bairro do Brás, em São Paulo, de modo a reformá-lo de acordo com as normas de segurança exigidas pela legislação.

Em abril deste ano, diante da juíza Maria Gabriella Pavlópouplos Sapaolonzi [esta eu conheço, trabalhei com ela em 1999], da 13ª Vara da Fazenda Pública, representantes da igreja assumiram o compromisso com a procuradora Mabel Tucunduva de iniciar a reforma em 120 dias. O prazo venceu na terça-feira (6), e a igreja continuou aberta [deveria ter sido fechada desde então]. Fiscais da prefeitura constataram que, no prédio, permanecem as irregularidades, como falta de portas corta-fogo, banheiros em estado precário de higiene e ausência de proteção acústica [e quem disse que estes picaretas se importam com os frequentadores?]. Agora, os moradores do Brás esperam que a juíza determine o fechamento do templo, o que o Ministério Público queria que ocorresse já em abril.

Não é falta de dinheiro, pois a Mundial tem dinheiro de sobra para executar a reforma porque está negociando a compra nos Estados Unidos de um canal de TV a cabo por US$ 14 milhões (R$ 25 milhões) – mas vai ter que provar a origem do dinheiro para os órgãos de controle americanos, escaldados com a irmã gêmea Universal].

CRIMINOSO INTERNACIONAL

O ministério público de Minas Gerais já havia classificado a IURD como a maior organização criminosa em terras tupiniquins – superando até mesmo o Palácio do Planalto e arredores… Pois bem, enroscado com a lei, agora Edir Macedo é considerado, também, criminoso internacional. Veja o que vai na Revista Veja:

"O Ministério Público Federal o acusa de “organizador de atividade criminosa” e de praticar evasão de divisas, lavagem de dinheiro, estelionato e falsidade ideológica. […] Na última década Macedo expandiu seus empreendimentos para fora do Brasil, abrindo templos da Universal em 170 países e criando a Record Internacional. A expansão internacionalizou suas dificuldades com a lei. Como grande parte das doações passa pelos Estados Unidos, promotores americanos o investigam por lavagem de dinheiro. Até a Venezuela anda preocupada. Em pedido de cooperação enviado ao Brasil, promotores daquele país relatam que o bispo é alvo de uma investigação de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas. Os venezuelanos citam a acusação feita por um ex-pastor da Universal que viajou à Colômbia em 1989 para obter recursos com um traficante do Cartel de Cali. Voltou de jato fretado para o Brasil e a soma, segundo ele, foi usada para a compra da Record. Como o mesmo grupo de religiosos difundiu a Universal na Venezuela, as autoridades de lá temem que as igrejas estejam sendo usadas para lavar dinheiro.”Estamos na presença de uma organização criminosa internacional que também atua na Venezuela”, justificam os promotores, que pedem cópia de todas as investigações brasileiras relacionadas a Macedo".

A PROPÓSITO…

Nos últimos meses, Edir Macedo e sua família têm passado cada vez mais tempo no Brasil e menos nos EUA, onde morava de fato desde 2000. Na própria Universal, há que relacione essa distância ao julgamento de Regina da Silva, ex-tesoureira da sua igreja em Nova York, no dia 12 de outubro. Regina é acusada de lavagem de dinheiro por operações feitas entre 1995 e 2001 para a Igreja Universal.

Só uma dica: alguém investigue Valdomiro Santiago… vem bomba para breve. Aguarde.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

A MANIFESTAÇÃO SOBERANA DA GRAÇA DE DEUS EM Jo 8.1-11

1 Jesus, entretanto, foi para o monte das Oliveiras. 2 De madrugada, voltou novamente para o templo, e todo o povo ia ter com ele; e, assentado, os ensinava. 3 Os escribas e fariseus trouxeram à sua presença uma mulher surpreendida em adultério e, fazendo-a ficar de pé no meio de todos, 4 disseram a Jesus: Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério. 5 E na lei nos mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas; tu, pois, que dizes? 6 Isto diziam eles tentando-o, para terem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia na terra com o dedo. 7 Como insistissem na pergunta, Jesus se levantou e lhes disse: Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra. 8 E, tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão. 9 Mas, ouvindo eles esta resposta e acusados pela própria consciência, foram-se retirando um por um, a começar pelos mais velhos até aos últimos, ficando só Jesus e a mulher no meio onde estava. 10 Erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém mais além da mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? 11 Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais.

INTRODUÇÃO

O Senhor Jesus havia, há pouco tempo, iniciado o seu ministério de uma maneira impactante: seu primeiro ato público após o batismo no Jordão foi a transformação de água em vinho durante um casamento. Outros eventos se sucedem, como a cura do filho de um oficial romano e a mão ressequida de um enfermo. Mas ele fez algo que imediatamente suscitou a ira dos religiosos foi a purificação do templo. Argumenta-se que a ira de Jesus contra os cambistas e vendilhões que havia no templo se deve a desonestidade dos mesmos para com os peregrinos que, fielmente, colocavam em prática o que o Senhor havia ordenado em Dt 14.22-25 [Certamente, darás os dízimos de todo o fruto das tuas sementes, que ano após ano se recolher do campo. E, perante o SENHOR, teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o seu nome, comerás os dízimos do teu cereal, do teu vinho, do teu azeite e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer o SENHOR, teu Deus, todos os dias. Quando o caminho te for comprido demais, que os não possas levar, por estar longe de ti o lugar que o SENHOR, teu Deus, escolher para ali pôr o seu nome, quando o SENHOR, teu Deus, te tiver abençoado, então, vende-os, e leva o dinheiro na tua mão, e vai ao lugar que o SENHOR, teu Deus, escolher.]

Morando longe de Jerusalém, impossibilitados de levar aquilo que produziam, transformavam seus pertences em dinheiro [local] e viajavam para Jerusalém. Lá chegando encontravam um primeiro obstáculo porque tinham que transformar o dinheiro gentio com efígies de reis, imperadores e deuses [inaceitáveis no templo – Ex 20.4 - Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.] em dinheiro do templo – e eles o faziam isso com enorme ágio, embolsando parte daquilo que seria oferecido pelo peregrino. Além disso, ao venderem os animais para estes mesmos peregrinos, seus acordos com os sacerdotes fazia com que os peregrinos recebessem pedaços de carne de animais já oferecidos antes, e os mesmos animais retornavam para serem vendidos uma, duas ou mais vezes. Assim, embora não gostem do que Jesus faz ao purificar o templo, não ousam enfrentá-lo frontalmente por temor de que suas falcatruas fossem denunciadas.

Mas isso levantou a dura oposição dos religiosos, que logo começaram a planejar a sua morte. O ambiente religioso de Jerusalém era muito delicado, havia muitas disputas em relação ao controle do templo e da religião judaica, que gerava não apenas poder religioso, mas político e financeiro. Jesus era um elemento novo no xadrez religioso, e era incontrolável ao modo de ver das autoridades, por isso logo os sacerdotes entenderam que era melhor a morte de Jesus que mais problemas tanto entre eles quanto entre os romanos [Jo 11.49-50 - Caifás, porém, um dentre eles, sumo sacerdote naquele ano, advertiu-os, dizendo: Vós nada sabeis, nem considerais que vos convém que morra um só homem pelo povo e que não venha a perecer toda a nação]. E o povo cada vez mais dava ouvidos a Jesus reconhecendo sua autoridade [Mc 1.22 - Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas], afastando-se dos ensinos rabínicos gerando no coração destes homens uma inveja mortal [Jo 12.19 - De sorte que os fariseus disseram entre si: Vede que nada aproveitais! Eis aí vai o mundo após ele]. Em diversos momentos eles procuraram algo [Mc 3.2 - E estavam observando a Jesus para ver se o curaria em dia de sábado, a fim de o acusarem] para acusarem Jesus, mas jamais o conseguiram simplesmente porque estavam diante do santo, do justo – até mesmo para condenarem-no precisaram alugar testemunhas [Mt 26.60-61 - E não acharam, apesar de se terem apresentado muitas testemunhas falsas. Mas, afinal, compareceram duas, afirmando: Este disse: Posso destruir o santuário de Deus e reedificá-lo em três dias] e não cessaram de mentir contra ele inclusive após a sua morte e ressurreição [].

No “piedoso” intuito de provar a Jesus [Jo 8.46 - Quem dentre vós me convence de pecado? Se vos digo a verdade, por que razão não me credes?] levam até ele [e diante de uma multidão de ouvintes] uma mulher surpreendida em flagrante adultério. Jesus estava assentado, e a multidão assentada ao seu redor. Jesus lhes ensinava, e eles buscavam aprender. E aprenderiam uma lição maravilhosa naquela manhã. Naquela ocasião, sem esperar, eles aprenderiam que a manifestação da graça de Deus é soberana...

A MANIFESTAÇÃO DA GRAÇA DE DEUS ACONTECE MESMO SEM SER DESEJADA

Naquele momento, quando aquela mulher era apresentada diante do público, ninguém esperava outra coisa que não fosse a condenação daquela pecadora. Todos eram conhecedores da lei mosaica [Dt 22.22-24 - Se um homem for achado deitado com uma mulher que tem marido, então, ambos morrerão, o homem que se deitou com a mulher e a mulher; assim, eliminarás o mal de Israel. Se houver moça virgem, desposada, e um homem a achar na cidade e se deitar com ela, então, trareis ambos à porta daquela cidade e os apedrejareis até que morram; a moça, porque não gritou na cidade, e o homem, porque humilhou a mulher do seu próximo; assim, eliminarás o mal do meio de ti] que dizia de maneira muito clara que ela deveria ser imediatamente apedrejada. Na verdade, ninguém esperava um julgamento. Aquela mulher já estava julgada. Ela era uma adúltera, fora flagrada em adultério. Esperava-se somente uma sentença: culpada Como já vimos o objetivo dos religiosos era colocar Jesus numa situação constrangedora. Eles, em absoluto, não desejavam que ali Cristo manifestasse sua já conhecida graça, interpretando a lei mosaica como um aio para fazer bem aos pecadores arrependidos e não para a satisfação de juízes de corações endurecidos. Naquele momento a manifestação de qualquer espécie de bondade era absolutamente indesejada por aqueles acusadores. Todos tinham certeza que aquela mulher era culpada. Ela era digna de ser execrada publicamente. Ser arrastada pela cidade, malvestida, injuriada. Ela é exposta publicamente, colocada diante do mais famoso rabi do seu tempo, diante de uma multidão que o ouvia. Todos em Jerusalém saberiam sua historia, o que fizera, e com quem fizera. Aliás, esta é uma questão que ficou em aberto: se ela fora surpreendida em adultério, onde está o homem com quem ela estava, já que a lei mandava que os dois fossem apedrejados publicamente?

Sei o que significa ver a graça de Deus ser manifestada onde não era desejada. Eu era ateu, do pior tipo, o ateu filosófico, que juntava argumentos de todas as fontes na vã tentativa de mostrar a outras pessoas que tentavam me levar ao conhecimento de Deus que seu trabalho era inútil, pois, afirmava então, Deus não existia. Lia muito na busca de fortalecer cada vez meus argumentos. Até que uma noite me vi em uma dura luta que, hoje sei, eu só poderia vencer se me rendesse. E a luta iniciou-se às 21.00h e estendeu-se até as 5.00h do dia seguinte. E não me restou outra alternativa ante a manifestação da graça de Deus onde ela era realmente indesejada. Dizer-lhe: "Se tu me queres, se vira comigo à partir de agora"... foi a minha oração. E o ateu tornou-se pregador da palavra. Batizado num domingo, já pregava na quarta-feira imediatamente posterior.

Naquela situação, no templo, em Jerusalém, ninguém desejava a manifestação da graça de Deus, nem mesmo aquela mulher pecadora – à semelhança de tantos outros pecadores atualmente, que são alcançados pela graça de Deus quando prefeririam qualquer outra coisa.

A MANIFESTAÇÃO DA GRAÇA DE DEUS É INESPERADA

Já vimos que a manifestação da graça de Deus naquele momento, por muitos das pessoas presentes, era absolutamente indesejada. Nem mesmo a maior interessada na graça de Deus a desejava. Isto não quer dizer que ela quisesse ser apedrejada. É que ela não ousava querer algo que era praticamente impossível de alcançar. A única coisa que ela esperava era uma morte rápida – embora a morte por apedrejamento não fosse, necessariamente, uma eutanásia. Diante da morte iminente ela não ousa esperar o perdão. Provavelmente tinha os olhos no chão, envergonhada. Se não ousava olhar para as pessoas, quanto mais esperar a sua compaixão. E, ainda mais difícil era, sendo tão pecadora, reconhecidamente adúltera, sabia-se absolutamente indigna de ter a atenção do rabi Jesus de Nazaré, que muitos já começavam a reconhecer como profeta após 400 anos sem que nenhum se levantasse em Israel.

E é justamente isto que é peculiar na manifestação soberana da graça de Deus – ela se manifesta onde não é esperada, como, por exemplo, no fato de Deus enviar Jesus para os seus e eles não o receberem [Jo 1.11 - Veio para o que era seu, e os seus não o receberam], provando o seu amor quando nada mais éramos do que seus inimigos [Rm 5.8Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores]. Enquanto os homens comem e bebem, Deus age em seu favor [Is 65.24 - E será que, antes que clamem, eu responderei; estando eles ainda falando, eu os ouvirei.] mesmo quando eles sequer esperam.

Quando evangelizava um povoado chamado Coragina, no município de Correntina, interior da Bahia, ao bater na porta de uma casa fomos gentilmente recebidos por um senhor que nos convidou a entrar para falarmos sobre Jesus. E logo ele afirmou conhecer muita coisa sobre Jesus, que lhe fora contada por um "compadre". Dentre as historias que ele contou uma ficou gravada na minha memoria. Afirmava ele que Jesus e os discípulos chegaram a um lugar em que uma "rainha estava sendo carregada diante do povo e os soldados a cercavam, apontando-lhe baionetas, porque ela havia dançado no meio da rua e o rei ficara aborrecido". Creio que a fantasia e o desconhecimento, misturados à cultura portuguesa popular, resultou nesta corrupção do episódio da mulher adúltera. Após vários minutos de conversa, saímos dali e eu apenas repetia para mim, silenciosamente: "Senhor, eles não sabem nada sobre o Senhor Jesus"... e ao meu coração Deus falava [Sl 27-8]: "Você já veio aqui falar de mim para eles"? envergonhado, só me restava dizer: "Não, Senhor". Eu não esperava, mas, ali, a graça de Deus foi me alcançar e, embora eu não estivesse escalado para ser o pregador naquela noite, procurei o pregador e lhe pedi para deixar-me pregar. De representante comercial a graça de Deus me transformou em pregador do evangelho, e, enquanto morei na região ia todas as semanas pregar naquele lugar.

Do mesmo modo que eu não esperava o chamado, aquela mulher surpreendida em adultério também não esperava a manifestação da soberana graça de Deus, mas ela veio, e não temos qualquer indício de que haja algum tempo ou lugar onde haja empecilhos para a sua manifestação. Creio que esta experiência é comum a muitos pecadores que se reúnem nas nossas igrejas semanalmente, porque a Escritura afirma que em Deus não há variação ou sombra de mudança [Tg 1.17].

A MANIFESTAÇÃO SOBERANA DA GRAÇA DE DEUS É PERDOADORA

Enquanto todos, tanto os acusadores quanto a mulher e mesmo os ouvintes de Jesus esperavam que ele respondesse: "Cumpra-se a lei!"... Jesus os ouve e, então, começa a escrever na terra, com o dedo. Não ouso, como já tive oportunidade de ouvir, afirmar que Jesus escrevia sobre os pecados dos presentes. Diante da insistência, diz-lhes que eles podem apedrejá-la [cumpra-se a lei], todavia, somente deveriam iniciar a execução se estivessem sem pecado. Sabemos que não há homem que não peque, nem sequer um [Ec 7.20 - Não há homem justo sobre a terra que faça o bem e que não peque]. E aqueles que estavam ali eram hipócritas, não estavam interessados em aprender de Jesus, manso e humilde instrutor [Mt 11.29- Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma].

Pelo contrário, já de há muito que decidiram que Jesus era seu inimigo, desde que o mestre expôs seu status de mercadejadores da fé ao expulsar os cambistas e vendedores de animais do templo. O intento do seu coração era conhecido de Jesus: eles queriam mata-lo [Jo 7.1 - Passadas estas coisas, Jesus andava pela Galiléia, porque não desejava percorrer a Judéia, visto que os judeus procuravam matá-lo], e chegaram a mandar guardas prendê-lo [Jo 7.30 - Então, procuravam prendê-lo; mas ninguém lhe pôs a mão, porque ainda não era chegada a sua hora]. A graça de Deus manifestada naquele momento mostra-lhes o seu próprio coração e a sua consciência culpada os acusa: eram assassinos em potencial. O privilegio de dirigir a religião de Israel era conquistada não por um chamado divino, não por sua piedade pessoal, mas pelas vultosas propinas que eram pagas aos governadores romanos.

Ali, naquela parte do templo, superabundava o pecado. Dos religiosos, da mulher pecadora, talvez dos espectadores. Todos ali eram igualmente pecadores. O desafio proposto por Jesus desnuda sua pecaminosidade e faz com que eles possam se enxergar exatamente como eram. Conhecedores do Antigo Testamento, sabiam que sua justiça própria era o mesmo que trapos do imundo [Is 64.6 - Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades, como um vento, nos arrebatam]. Todos eles deveriam fazer suas as palavras de Daniel [Dn 9.18 - Inclina, ó Deus meu, os ouvidos e ouve; abre os olhos e olha para a nossa desolação e para a cidade que é chamada pelo teu nome, porque não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias].

Envergonhados, os mais jovens veem os mais velhos irem se afastando, e eles próprios sabiam que não eram diferentes. Todos os acusadores da mulher se retiram. Sabiam que estavam fazendo uma obra que servia apenas aos interesses do diabo, seu pai [Jo 8.44 - Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira].

À pergunta de Jesus, se ninguém a condenara, a mulher responde, ainda temerosa [Jesus era santo, era sem pecado, poderia atirar a primeira pedra] que ninguém a condenara. Não havia ninguém a segurá-la, a prendê-la, exceto o seu pecado. Mas Jesus é a manifestação encarnada da graça de Deus, e ele, que já perdoara os pecados de um paralítico [Mt 9.6 - Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados—disse, então, ao paralítico: Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa] também perdoa-lhe os pecados. Mas a graça de Deus não significa liberdade para cair na libertinagem [Jd 1.4 – Pois certos indivíduos se introduziram com dissimulação, os quais, desde muito, foram antecipadamente pronunciados para esta condenação, homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo].

A MANIFESTAÇÃO SOBERANA DA GRAÇA DE DEUS É EDUCADORA

A frase: "Nem eu tampouco te condeno" é acompanhada por outra, igualmente importante. Se a primeira frase significa a sua vida, a sua liberdade, a segunda, "vai e não peques mais" significa a necessidade de que ela tivesse, à partir daquele momento, uma nova vida. Que as coisas velhas fossem abandonadas, e que ela tivesse uma nova vida [II Co 5.17 - E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas], que andasse em novidade de vida [Rm 6.4 - Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida].

O apostolo Paulo afirma que a graça de Deus manifestou-se não apenas salvadora, mas, também, educadora [Tt 2.11-14 - Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente, aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus, o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniqüidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras]. Enfatizar conhecimento meramente teórico da graça de Deus é a mesma coisa que tentar descrever a luz para um deficiente visual. Há alguns anos, todo empolgado com a compra do meu primeiro carro, conversava com um amigo tentando descrevê-lo [um Fiat Prêmio, completo, bege] para um amigo. Sem perceber, comecei a dizer-lhe da cor do carro, inclusive mostrando-lhe um de cor semelhante que passava – e só então percebi a gafe que cometia, pois o meu amigo é daltônico.

O cristianismo não pode ser resumido a conhecimento teórico, como assevera Tiago com muita propriedade [Tg 2.26 - Porque, assim como o corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem obras é morta]. Aos mesmos fariseus que desejavam a morte da mulher adúltera e do próprio Jesus o mestre lhes diz que, embora honrassem a Deus com os lábios [Mc 7.6 - Respondeu-lhes: Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim]. Dificilmente algum de nós tem tanto conhecimento das Escrituras quanto os fariseus e doutores da lei tinham – mas todos eles rejeitavam o verdadeiro conhecimento, isto é, eles rejeitaram aquele que revela Deus aos corações dos homens [Jo 12.45 - E quem me vê a mim vê aquele que me enviou], por meio de quem Deus nos fala ainda hoje [Hb 1.1-4 - Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas, tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles].

O perdão que aquela mulher recebeu incluía a ordem de fazer algo diferente em sua vida: ela não poderia voltar às mesmas práticas. Deveria ir para sua casa, para os seus, para qualquer lugar, mas não poderia voltar à sua velha vida. Não lhe era permitido continuar na sua vida de pecados. Era imperativo que ela demonstrasse em seu viver a gratidão para com aquele que a tirou do lamaçal do pecado e lhe deu uma nova oportunidade que ninguém queria lhe dar, e que, como vimos, nem ela mesma ousava desejar. Ela não buscava perdão – mas a maior prova da soberania da graça de Deus é justamente Deus nos dar o que não merecemos e, muitas vezes, se sequer sabemos necessitar.

A MANIFESTAÇÃO SOBERANA DA GRAÇA DE DEUS – CONCLUSÃO

Quando percebo as pessoas mudando constantemente de lugar num desesperado desejo de receberem a bênção de Deus lembro-me que a sua graça é absolutamente soberana, e é manifesta onde e quando o Senhor quer. Vimos que Deus manifestou sua graça num ambiente em que ela era não apenas indesejada mas, também, inesperada. Não tenho a menor dúvida que a santidade pessoal é agradável ao Senhor, todavia, não é a nossa [porque inexistente à parte de Deus] mas a sua santidade que transforma pecadores indignos em filhos amados. Antes da manifestação da graça de Deus todos os homens encontram-se na morte espiritual e rumando rapidamente para a morte física como o apostolo Paulo nos diz [Ef 2.1 - Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados] e, ainda [Ef 2.4-7 - Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, —pela graça sois salvos, e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus; para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus].

Entretanto, esta graça que se manifesta perdoando pecadores, "esquecendo" os seus pecados, também exige uma resposta positiva e definitiva por parte dos que foram por ela alcançados. Posso perguntar: você já foi alcançado por esta graça? Então, viva como discípulo do Senhor [Jo 15:14 - Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando].

A Escritura nos diz que Cristo entregou-se para criar um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras, preparadas de antemão para que andássemos nelas. Você faz parte deste povo? Se o faz, ande como tal. Vá, e não peques mais.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

UNIVERSAL: LAVANDERIA INTERNACIONAL

Na Veja:

Há quinze anos, promotores tentam provar que os bispos da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), liderados por Edir Macedo, usam as doações de fiéis para financiar, de modo fraudulento, a compra de empresas e agigantar um conglomerado de comunicação que tem como principal finalidade ampliar a influência religiosa e política desse ramo evangélico.

Em 1º de setembro, o Ministério Público Federal de São Paulo (MPF-SP) denunciou Edir Macedo e três integrantes da cúpula da Iurd por formação de quadrilha, estelionato, duas modalidades de evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Eles são o bispo Paulo Roberto Gomes da Conceição, a diretora financeira Alba Maria da Silva da Costa e o ex-deputado federal João Batista Ramos da Silva, que também presidiu a Iurd no Brasil. Macedo é o líder mundial da igreja. A acusação do MPF veio à tona nesta segunda-feira. Agora, a Justiça vai decidir se aceita a denúncia e abre uma ação penal contra os integrantes da Universal. Macedo e os outros três denunciados são acusados pelo MPF de comandar e se beneficiar da lavagem de dinheiro arrecadado em cultos entre 1999 e 2005 – o período investigado. "Os pregadores valem-se da fé, do desespero ou da ambição dos fiéis para lhes venderem a ideia de que Deus e Jesus Cristo apenas olham pelos que contribuem financeiramente com a igreja", cita o procurador da República Silvio Luís Martins de Oliveira.

Segundo a denúncia, o dinheiro das doações foi remetido ilegalmente do Brasil para os Estados Unidos e para o Uruguai, onde foi parar em contas bancárias abertas por empresas sediadas em paraísos fiscais. Criadas entre 1991 e 1992, as empresas offshore são a Investholding, sediada nas Ilhas Cayman, no Caribe, e a Cableinvest, na ilha Jersey. Doleiros participaram da operação por intermédio das empresas de câmbio Diskline e IC, com escritórios em São Paulo e no Rio de Janeiro. Eles convertiam os reais que eram arrecadados junto aos fiéis em dólares depositados nas contas bancárias das offshores em Miami, Nova York e Montevidéu. Depois, o dinheiro era reconvertido em moeda nacional e aplicado na compra de veículos de comunicação no Brasil, todos registrados em nome de bispos e pessoas ligadas à Iurd. Em junho de 2005, João Batista Ramos da Silva foi descoberto quando tentava embarcar em um jatinho de Brasília para São Paulo com 10 milhões de reais em espécie. A denúncia demonstra que a Iurd declarou ao Fisco somente uma parte do que arrecada nos cultos, apesar da a igreja ter imunidade tributária. Entre 2003 e 2006, a Universal declarou ter recebido mais de 5 bilhões de reais em doações. Segundo testemunhas, no entanto, o valor pode ser bem maior. "A Iurd parece aplicar junto à Fazenda Pública uma política que, nos moldes do que prega aos seus fiéis, também pode ser caracterizada como 'dizimista': declara à Receita apenas parte do que efetivamente arrecada", diz o procurador na denúncia.

Empréstimos – De acordo com a investigação do MPF, depois de passar pelas contas das offshores, o dinheiro, devidamente legalizado, era remetido de volta ao Brasil na forma de investimentos e aquisição de cotas societárias de empresas de fachada criadas pelo grupo. Os endereços principais eram a Cremo e a Unimetro. A novidade desta vez, é que a investigação apurou que os dirigentes também se beneficiavam de “empréstimos” das offshores. Antes, a suspeita era de que apenas laranjas e pessoas de menor expressão na hierarquia eram usadas no esquema. Mas, entre 2003 e 2006, sustenta a procuradoria, a Cremo fechou três empréstimos de quase dez milhões de reais para Alba Maria da Silva da Costa. Só sete milhões de reais foram registrados. Em outra operação, a Cremo adquiriu um jatinho executivo para a Rádio Record. A investigação sugere que a Universal e as empresas fazem parte do mesmo conglomerado. O procurador encaminhou cópia da denúncia à área cível da Procuradoria da República em São Paulo solicitando que seja analisada a possibilidade de cassação da imunidade tributária da Iurd.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

ESTÁ NO FORNO: PORQUE UM PASTOR NEGOCIA SEUS PRINCÍPIOS

Está quase pronto um novo post que trata de um assunto muito sério: porque um pastor negocia seus princípios? Casos como o de Silas Malafaia e inúmeros outros de conhecimento geral, bem como alguns bem particulares, ilustram que quando os pastores amam alguma coisa que existe no mundo [dinheiro, status, diplomas, carreira, etc.] agem sem nenhuma sabedoria, como afirmou o sábio Agostinho: Se você é sábio, deixe o mundo passar. Se não é, passará com o mundo".

Aguarde, está bem interessante e será escrito no estilo "carta parabólica".

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

FRUTAS FAZEM BEM [JORNAL HOJE]

As frutas fazem parte dos alimentos reguladores, aqueles que ajudam na absorção de proteínas, vitaminas, minerais e ferro pelo organismo. O ideal é consumir de duas a quatro frutas por dia, na hora do lanche ou como sobremesa. Algumas frutas são mais indicadas para cada faixa etária.

Na primeira infância, os pais devem priorizar o mamão, a banana e a laranja. “A criança está formando a flora intestinal. Essas frutas são interessantes pelo fato de formar bolo fecal e de auxilia a absorção do ferro, porque anemia é muito comum nessa faixa etária”, explica o nutrólogo da Unicamp Edson Credido.

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De dez a 19 anos, a sugestão é consumir mais maçã que, entre outras funções, previne a anemia e a obesidade, morango, que é antiinflamatório, e o açaí, que além de energético atua na musculatura e na coordenação motora.

Dos 20 aos 29 anos, abacate, abacaxi e melancia são ideais. “O abacate tem os ômegas 3, 6, 7 e 9, além dos polifenóis, que auxiliam na regularização do colesterol. O abacaxi é um digestivo por excelência e é interessante para ácido úrico e gota. A melancia apresenta licopeno, que previne câncer de mama na mulher e de próstata no homem”, afirma o nutrólogo.

Dos 30 aos 39 anos, a preferência deve ser dada ao coco, que auxilia na redução do colesterol, ao pêssego, que estimula o funcionamento da insulina, e à uva, que tem efeito anticancerígeno. Dos 40 aos 49 anos, a sugestão é comer mais caju, ameixa e melão. “O caju é diurético, a ameixa ajuda na prevenção de doenças intestinais e o melão, que tem baixo valor calórico e pode ser usado pra quem quer perder peso”, sugere Edson Credido.

Entre 50 e 59 anos, a prioridade deve ser o consumo de manga, que ajuda na desnutrição, de jabuticaba, que ajuda a reter menos líquido no organismo, e da pêra. As frutas verdes têm antioxidantes que eliminam os radicais livres prejudiciais a saúde.

Para quem tem mais de 70 anos, a dica é comer muita goiaba, cereja e uva. O nutrólogo explica: “Goiaba previne problema circulatório, auxilia no intestino e previne o reumatismo. A uva, por conter resiratrol, garante longevidade e a cereja previne problemas urinários”.

PORQUE UM PASTOR NÃO AMA A IGREJA?

0000022Cuidado, se você é um mercenário pode não gostar deste post.

Há algum tempo escrevi uma mensagem sobre qual deve ser a maior aspiração de um pastor [suprema aspiração pastoral], inclusive pregando-a por ocasião de um culto de ações de graças pelo profícuo ministério do Rev. Francisco Cristino dos Santos [mais de 45 anos de dedicação ao evangelho]. Crentes edificados, corações abençoados pela mensagem que, biblicamente, lembrava que o apóstolo Paulo tinha metas bem diferentes das que encontramos em alguns que, equivocadamente, foram ordenados ao sagrado ministério.

Paulo afirma, ao escrever aos crentes tessalonicenses que, embora pudesse solicitar dos mesmos sua manutenção, não o fazia porque sabia que este não é o aspecto principal a ocupar o coração de um pastor. Na sequencia Paulo lembra que os crentes recebessem o genuíno evangelho mesmo que isso significasse risco para sua própria vida e, embora fosse natural que as pessoas em favor das quais ele se esforçava o amassem – mas, mais do que isso, ele afirma que foram os tessalonicenses que se tornaram amados dele, isto é, ele, arriscando a sua vida, sem pedir nada em troca, amava a Igreja.

Paulo só podia ter estes elevados alvos como pastor, evangelista, apóstolo ou mestre porque era um fiel ministro de Cristo. Ele não era um mercenário. Não era um aproveitador ou um mercadejador. Não buscava vantagens pessoais. Não tinha como meta agradar pessoas. Seu alvo era agradar a Cristo – e a maneira de fazer isso era seguindo o exemplo de Cristo que amou-nos e amou-nos até o fim, sem nada exigir em troca.

No artigo anteriormente citado afirmo: Amor pelas almas – este é o alvo supremo do coração do pastor [Jo 15.13]. Foi por isso que Jesus veio [e ele é o bom pastor – Jo 10.11]. Só merece ser chamado de pastor quem ama as ovelhas – não por causa da lã, da carne ou do conforto... mas porque as ovelhas precisam de orientação, de direção, de cuidado, de tratamento [Lc 15.4-6]. O verdadeiro pastor é aquele que considera importante uma ovelha, ainda que perdida, ferida... é justamente esta que precisa de todo o esforço pastoral... é neste momento que o pastor demonstra seu amor. E é aí que a Igreja conhece a diferença entre o pastor e o mercenário [Jo 1.12-13]. O pastor se doa, o mercenário quer receber. O verdadeiro pastor é digno de viver do evangelho [I Co 9.14], mas o mercenário é apenas um mercadejador, e o seu galardão é apenas terreno [Mt 6.2].

O pastor, se em risco, enfrenta o perigo, pode até se machucar, como Davi ao enfrentar leões e ursos. O mercenário fere as ovelhas ou foge do perigo, como o escudeiro de Golias. Onde ele estava enquanto lhe cortava a cabeça? Um mercenário não aceita sofrer por ninguém. Ele é pago para fazer sofrer. E é só o que sabe fazer.

E a fidelidade? Ora, ela é requerida não apenas dos pastores, mas dos ministros do Senhor. O termo, originalmente, significava alguém que executava um serviço [ou o próprio serviço] rapidamente a mando de um senhor – daí a implicação de ter o sentido de servo. O diakonos era alguém que executava um serviço – qualquer que fosse ele. No âmbito cristão designa o servo do Senhor – em toda e qualquer função. É uma exigência para todos os que creem em Cristo, embora o apóstolo Paulo lembre que esta exigência é ainda maior [Tg 3.1] em relação aos despenseiros [apóstolos, bispos e outros mestres, supervisores do trabalho cristão]. Não se pode ser fiel ministro de Cristo e não ser um despenseiro fiel. Todos os cristãos são chamados para serem fiéis servos de Cristo. Entretanto, o apóstolo Paulo, ao escrever aos tessalonicenses, lembra que, em seu ministério, evidenciou esta fidelidade através do que é permanente: o amor.

Mas o titulo deste artigo traz uma pergunta que vamos buscar resposta à partir de agora: o que leva um pastor a não amar a Igreja, mais especificamente o rebanho que lhe foi confiado? Muitas respostas são possíveis, mas vamos nos ater a apenas algumas que podem ser depreendidas do texto paulino.

A primeira resposta possível é que, embora regularmente ordenado, embora tenha passado por todos os trâmites eclesiásticos, pode lhe faltar vocação, isto é, não ter no coração o chamado pastoral. Pode falar muito bem sobre as coisas de Deus. Pode explicar com facilidade e profundidade muitas coisas das Escrituras que são difíceis de entender à maioria dos cristãos [em muitos casos por culpa dos mesmos, relapsos no estudo das Escrituras – é claro que também há a dificuldade causada pela educação ineficiente, falta de treinamento em interpretação de texto, etc.]. Ademais, há casos em que tais ministros de si mesmos entregam não o evangelho de Jesus Cristo, mas o seu evangelho particular, uma intepretação particularizada, focando um determinado aspecto do ensino bíblico em detrimento de outros. E, quase sempre, quando se particulariza o ensino, faz-se isso de maneira intransigente e intolerante.

rainha-de-copasDesta maneira, chegamos ao segundo aspecto, uma atitude intolerante e intransigente sempre gera feridas – ao invés de cuidar das ovelhas dedica-se a reforçar seus próprios pontos de vista enquanto afasta de seu convívio quem não adira às suas ideias. Diferente do apóstolo Paulo, que estava disposto a dar a sua vida pelo seu rebanho, estes, se possível, exterminam toda a discordância – mesmo que em pontos pequenos, superficiais e não essenciais. Estão mais parecidos com a rainha de copas do conto de Lewis Carol [Alice no país das maravilhas] a gritar freneticamente e com a expressão facial franzida: "Cortem a cabeça! Cortem a cabeça"! Estes ministros de si mesmos [vou nomeá-los com o neologismo autoministros] querem apenas o seu próprio conforto. É para isso que serve a lã das ovelhas: tosam-nas mesmo no inverno, deixam-nas com frio para que eles próprios tenham conforto. A igreja é para eles não um campo em que possam perder a vida, como Paulo, mas um lugar onde ganham a vida. Sua meta: crescimento pessoal, profissional. Mais que ministros, mestres. Mais que servos, senhores.

Ora, a essência do ministério é servir. Um pastor só é pastor se ama seu rebanho e tem disposição para dar a sua vida pelas ovelhas. Do contrário, é apenas um mercenário que foge rapidamente quando as dificuldades aparecem. E foge para se preservar. Foge porque se ama mais do que ama a Igreja. É um pastor pela metade: em dias de festa, presente. Alegra-se [ao menos exteriormente] com os que se alegram, quando não está, interiormente, invejando o que alegrou ao outro. Mas, quando chega a hora de chorar com os que choram, prefere a fuga, diz-se ocupado, trancando-se em um castelo inexpugnável de ideias estéreis que satisfazem uns poucos apenas. Quando for perguntado: onde estava enquanto o rebanho sofria?, a resposta só poderá ser: "Tive medo, e me escondi". Mas certamente aparecerá no caixa para receber o valor que julga ser seu de direito. Faz da Igreja um trampolim para outras conquistas.

Ainda que a aspiração de um pastor seja amar a sua Igreja, entregando-lhe o verdadeiro evangelho ainda que com um alto custo pessoal, ele não o faz para ser amado. Ele o faz por amor a Cristo e à sua Igreja. Mas o mercenário não ama. Não ama a Igreja. Ou a Cristo. É possível que não ame nem mesmo ao evangelho. E até mesmo a si próprio. Mas ama a recompensa, ama o louvor dos homens. Quando estes lhe faltam, perde a paciência, perde o controle da situação. Agride quando pode, foge quando a situação aperta. E ainda coloca a culpa na Igreja, abandonando-a sem saber que Cristo continua a cuidar dela.

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