EM nosso primeiro estudo, buscamos conhecer um pouco sobre o livro que nos fala de Deus. Agora, precisamos aprender algumas coisas sobre o Deus que nos fala na Bíblia.
A ESSÊNCIA DE DEUS
É claro que não pretendemos aprender tudo sobre Deus, principalmente porque nossa capacidade de aprendizado é muito pequena, mesmo para as coisas que nos cercam e que podemos tocar. A Escritura pergunta: quem conheceu a mente de Deus (Rm 11.34)? É impossível ao homem, finito, conseguir compreender as coisas de Deus, que é infinito em todos os seus atributos. Vejamos, então, à partir de agora, alguns atributos que, dentre muitos outros, podem nos levar a um relacionamento mais próximo com o nosso Deus criador.
O primeiro é a ETERNIDADE de Deus. Isto quer dizer que Deus sempre existiu, nunca foi nem melhor (porque é perfeito) nem pior. Ele é Deus (Sl 90.2). A eternidade quer dizer um tempo sem duração, isto é, um período sem que o tempo possa ser contado. Se se passarem um milhão de anos na eternidade, é como se nem mesmo um segundo houvesse passado para nós. Como somos criaturas presas ao conceito de tempo, é quase impossível compreendermos o conceito de eternidade. A eternidade de Deus, conforme registrada pelas Escrituras, nos assegura que não somos um "acidente cósmico", nem frutos de uma grande explosão nuclear. Nada disso. Somos oriundos da vontade de alguém que, por mais que queiramos recuar no tempo, já existia e planejou cuidadosamente cada momento da nossa vida (Jó 14.1-5).
O segundo é a IMUTABILIDADE de Deus. Embora esta pareça ser uma característica desagradável, ela, na verdade, é a fonte de nossa esperança, porque Deus, sendo sempre o mesmo, jamais fará qualquer alteração em seu propósito (Ef 3.11). A Escritura nos diz que é justamente por causa da imutabilidade de Deus que nós ainda existimos (Ml 3.6), porque, pelas nossas ações, na verdade merecemos ser destruídos. As Escrituras afirmam categoricamente que em Deus não há qualquer variação ou sombra de mudança (Tg 1.17).
O terceiro é a SANTIDADE de Deus. Embora em Deus santidade signifique ausência de transgressão, ausência de pecado ou dolo, devemos entender que sua santidade significa "estar totalmente separado" do nosso estado de perdição. Deus não tem culpa de sermos pecadores. Não foi ele quem nos fez pecar. Na verdade, Deus abomina o pecado, ainda que ame o pecador (Ex 34.7). Deus não pode ser ferido pelo nosso pecado – nós é quem somos vítimas de nossos próprios erros (Pv 19.16). Como o Senhor é santo, ele requer de seus seguidores a mesma santidade, embora derivada (I Pe 1.16). A santificação é essencial em Deus e, em nós, fruto da ação de Deus.
O atributo que estudaremos agora (o quarto) é a sua SABEDORIA. Deus, diferentemente de nós, não precisa "aprender" coisa alguma. Ele é. Aprendizado implica mudança – e já vimos que Deus não muda. Com Deus está a sabedoria e o entendimento (Jó 12.13), sem necessidade ou ninguém o ensine (Jó 21.22). Deus não precisa das circunstâncias para aprender. Ele sabe. Esta sabedoria é fruto de outro atributo seu, chamado onisciência, que é a capacidade para saber tudo, independente do tempo em que ocorram. Mas por sabedoria também devemos entender o fato de fazer todas as coisas com um fim determinado, visando um resultado específico. Assim, mesmo antes de criar o homem Deus sabia que ele pecaria, e então já havia decidido enviar Jesus para morrer em resgate destes mesmos pecadores – e isto antes que pecassem (Ap 13.8), para conduzi-los a um reino também eterno (Mt 25.34).
A MISERICÓRDIA de Deus, um de seus atributos mais cantados, significa, literalmente, "sentir no coração a miséria" do homem. Na verdade, a palavra que traduzimos por misericórdia (dsr) não tem uma tradução exata. Poderia ser amor, bondade, cuidado, dependendo do contexto. Deus, em sua perfeição e santidade, resolveu agir com o homem com bondade imensa. Mesmo nossas atitudes sendo as de inimigos (Rm 5.10) Deus nos reconcilia consigo mesmo, nos chama para um relacionamento de filhos, não mais da ira (Ef 2.3), mas de seu amor (At 13.33).
O sexto atributo que estudaremos é o AMOR de Deus. Nós falamos sobre seu amor, mas não sabemos explicá-lo. Sabemos apenas que ele foi demonstrado a nós. A Escritura diz que em nós não havia nada que atraísse seu amor, pois estávamos mortos por causa de nossos próprios pecados (Ef 2.1), mas, mesmo assim, Deus deu Jesus para morrer em nosso lugar, nos reconciliando com ele por intermédio do sangue de Jesus. Este amor, que busca e salva o perdido (Lc 19.10), não importando o preço (I Co 6.20) é o maior de todos os amores (Jo 15.13).
O último atributo que estudaremos (certamente em Deus há muito mais que estes) é a sua GRAÇA. Graça é Deus dar ao pecador algo que ele não merece (diferente da JUSTIÇA – que é dar exatamente o que merecemos). Pela justiça de Deus receberíamos apenas punição – pois é exatamente isto que merecemos, como pecadores (Ez 18.4). Nosso merecido salário é morte (Rm 6.23) e o inferno (Ap 21.8). A graça de Deus consiste em Deus não nos punir (embora merecêssemos), mas punir alguém (justo – I Pe 3.18) em nosso lugar (satisfazendo assim a sua justiça) e atribuir a nós a justiça deste que foi punido (Rm 3.24). Esta justificação pelo sangue de Jesus (Rm 5.9) é-nos dada por fé (Rm 5.1), não podendo ser alcançada por nossos esforços (Ef 2.8).
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