quarta-feira, 17 de outubro de 2012

GRATIDÃO, ESSENCIAL NA ADORAÇÃO CRISTÃ

Estudando3Aleluia! De todo o coração renderei graças ao SENHOR, na companhia dos justos e na assembléia.

Sl 111.1

O salmista inicia o salmo 111 com uma palavra [aleluia] que denota não apenas o desejo, mas a realidade da vida do crente: exaltar a Deus. Exaltar a Deus não é tornar elevado em essência o nome ou o caráter de Deus, mas é viver de maneira tal que este caráter elevado se manifeste de maneira perceptível nas atitudes e nas prioridades de seus servos, seus filhos, suas criaturas que foram restauradas, num cumprimento preciso e precioso da ordem genérica expressa no Sl 150.6 [Todo ser que respira louve ao SENHOR. Aleluia!], também ele encerrado pela palavra "aleluia".

Como pode o crente agradecer a Deus por todos os benefícios que o Senhor tem lhe dado [Sl 116.12: Que darei ao SENHOR por todos os seus benefícios para comigo?]? O próprio salmo 116 nos apresenta algumas respostas, mas, cremos que podemos encontrar três respostas concisas no verso 1 do Sl 111. De que maneira, onde, como e com quem pode o crente expressar sua gratidão a Deus pelos seus numerosos e imerecidos cuidados graciosos [Lm 3.22: As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim]?

COMO AGRADECER A DEUS

Deus não aceita uma meia adoração, meia gratidão. Diversas vezes ele insiste que seus adoradores devem adorá-lo em espírito e em verdade [Jo 4.24: Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade], numa atitude de adoração integral [Dt 30.6: O SENHOR, teu Deus, circuncidará o teu coração e o coração de tua descendência, para amares o SENHOR, teu Deus, de todo o coração e de toda a tua alma, para que vivas] pois se não há integridade não há culto verdadeiro [I Rs 18.21 Então, Elias se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o SENHOR é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o. Porém o povo nada lhe respondeu].

Uma nota de dinheiro em que metade tenha sido impressa pelo Banco Central e outra metade numa impressora qualquer, por melhor que ela seja, será sempre uma nota inteiramente falsa. Se o culto ao Senhor não é em Espírito e em verdade, se não é íntegro, então, é fogo estranho [Lv 10.1: Nadabe e Abiú, filhos de Arão, tomaram cada um o seu incensário, e puseram neles fogo, e sobre este, incenso, e trouxeram fogo estranho perante a face do SENHOR, o que lhes não ordenara] e é rejeitado pelo Senhor mesmo que esteja eivado de boas intenções [II Sm 6.6-7: Quando chegaram à eira de Nacom, estendeu Uzá a mão à arca de Deus e a segurou, porque os bois tropeçaram. Então, a ira do SENHOR se acendeu contra Uzá, e Deus o feriu ali por esta irreverência; e morreu ali junto à arca de Deus] e seja o que haja de melhor para ser oferecido [II Sm 6.3: Puseram a arca de Deus num carro novo e a levaram da casa de Abinadabe, que estava no outeiro; e Uzá e Aiô, filhos de Abinadabe, guiavam o carro novo]: se não for o que Deus pediu, não é aceitável.

QUANDO AGRADECER A DEUS

A adoração do crente deve ser tributada ao Senhor em todo o tempo, isto é, em seu dia-a-dia. O salmista apresenta-nos a adoração como uma ação diária, na companhia dos justos [Sl 16.3: Quanto aos santos que há na terra, são eles os notáveis nos quais tenho todo o meu prazer]. O Senhor é exaltado quando a vida do cristão é pautada pela rejeição das idéias e práticas ímpias [Sl 1.1: Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores]. Seu modo de vida deve ser impactante não apenas para si mesmo, mas também para todos aqueles que estiverem ao seu redor. O justo não pauta suas escolhas pelo estilo de vida dos ímpios, pelo contrário, mesmo que vivendo com eles não vive como eles, não procura sua companhia para aprender a pensar como eles pensam, nem deseja agir como eles agem. Seu agir é não apenas diferente, mas positivo e propositivo [Mt 5.13: Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens].

Jamais um cristão deve aceitar como natural as "coisas que todos fazem" se o fazem distanciados do desejo de glorificar a Deus segundo sua vontade, pelo contrário, sua mente deve ser moldada tão somente pela vontade de Deus [Rm 12.2 E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus]. Os ímpios devem ver o brilho da luz do Senhor na vida dos cristãos [Mt 5.16: Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus] e, mesmo odiando-os, virem-se obrigados a glorificarem a Deus no dia do julgamento [I Pe 2.12: ...mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação].

ONDE AGRADECER A DEUS

Achei interessante que o salmista contraria o senso comum da moderna vida cristã. Nossa eclesiolatria [entendimento errado de como funciona a vida da Igreja, em substituição à antiga templolatria, em que judeus davam mais importância ao prédio [Jr 7.4: Não confieis em palavras falsas, dizendo: Templo do SENHOR, templo do SENHOR, templo do SENHOR é este] ou ao que está dentro dele [Mt 23.16: Ai de vós, guias cegos, que dizeis: Quem jurar pelo santuário, isso é nada; mas, se alguém jurar pelo ouro do santuário, fica obrigado pelo que jurou] do que ao Senhor do prédio = não confundir com eclesiologia, doutrina que trata das coisas igreja, que é correta] nos faz pensar que vamos à Igreja para sermos transformados e, só então, nos tornarmos agentes transformadores do ambiente em que vivemos.

O pensamento do salmista nos chama a repensar esta eclesiolatria. Sua proposta é que o adorador faz isso em todo lugar, sob o firmamento [Sl 150.1: Aleluia! Louvai a Deus no seu santuário; louvai-o no firmamento, obra do seu poder] implicando em que todos os relacionamentos são impactados por esta vida de adoração. Muitos ímpios não darão ouvidos aos crentes, mas certamente seus olhos estarão observando-os em todo o tempo, como já mencionamos anteriormente [I Pe 2.12: ...mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação].

Um cristão transformado pelo Espírito, vivendo em santidade no mundo mau que o cerca, certamente buscará também atender alegremente ao chamado [Sl 122.1: Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do SENHOR] e mandato do Senhor [Hb 10.25: Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima] porque esta é sua grande alegria [Sl 84.10: Pois um dia nos teus átrios vale mais que mil; prefiro estar à porta da casa do meu Deus, a permanecer nas tendas da perversidade]. Assim como uma parte do corpo não sobrevive se arrancada dele, assim também o cristão verdadeiro faz questão de estar junto com o povo de Deus. E isto se faz na assembleia, na eclesia, na congregação dos justos, na comunhão dos chamados para fora de um mundo de prazeres efêmeros e sentimentos pecaminosos para uma vida de santidade e espiritualidade.

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Não consigo compreender um cristão que não se alegra na comunhão. Não faz sentido um membro do corpo de Cristo evitar tomar parte deste mesmo corpo. O cristão verdadeiro busca guardar todas as coisas que o Senhor lhe ordenou, e, dentre estas coisas, está o tornar-se parte da sua Igreja, contra a qual as portas do inferno e suas armas satânicas e carnais não podem prevalecer [Mt 16.18: Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela]. É na comunhão que expressamos o amor que Cristo derramou sobre nossos corações [Rm 5.5: Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado] lembrando-nos que, quem não ama, não conhece a Deus [I Jo 4.8: Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor].

É sobre a Igreja que Cristo foi constituído o Senhor [Ef 1.22: E pôs todas as coisas debaixo dos pés, e para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja] derrama o seu Espírito para edificação mútua [Ef 4.12: ...com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo] e aumento de si mesmo [Ef 4.16: ...de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor].

Não fique em casa – não se feche, não há Igreja de um só. Igreja é comunidade, é comunhão, é edificação e amor mútuos. Seja mais um a abençoar e ser abençoado.

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