Acho
muito interessante a história de Saul. No momento em que ele é escolhido para
reinar sobre Israel, logo ele, que do ombro para cima se distinguia do restante
de Israel [I Sm 10.23: Correram e o
tomaram dali. Estando ele no meio do povo, era o mais alto e sobressaía de todo
o povo do ombro para cima], não é encontrado. Depois de consultarem ao Senhor,
finalmente descobrem onde ele estava: entre a bagagem do povo de Deus [I Sm 10.22: Então, tornaram a perguntar
ao SENHOR se aquele homem viera ali. Respondeu o SENHOR: Está aí escondido
entre a bagagem]. Quando o turbilhão da vida toma conta da nossa agenda já
estamos infectados pelo mal do ativismo.
CUIDADO COM O FARDO DO ATIVISMO
O
ativismo, as realizações, as coisas, podem ser usadas para esconder muitas
coisas, tais como medo, solidão, desejo de agradar, dureza de coração, ambição,
sede de status e poder, desejo de controle ou de compensar falhas em outras
áreas... é um problema do coração, e Jesus identifica isto de uma maneira muito
clara [Mc 7.21-22: Porque de dentro,
do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os
furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a
lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura]. O mal não está fora do
homem, mas dentro. E um coração tomado pelo mal [Rm 7.23: …mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando
contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos
meus membros] pode ser tentado a esconder-se sob ações. Esta é a tônica da
maioria das religiões. Não importa o que fazes ou deixas de fazer, importa se
fazer boas obras.
O ATIVISMO E O AUTO ENGANO
Não
devemos nos esquecer que, às vezes, o mais ativo pode ser apenas o que mais
tenta se enganar – talvez nem tente enganar outros, mas a si mesmo [Jr 17.9: Enganoso é o coração, mais do
que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?]. E não há
ninguém mais difícil de converter do que aquele cujo coração, tomado pelo mal,
o engana e fá-lo ver-se como bom por causa das coisas boas que faz julgando
serem meritórias [Is 64.6: Mas todos
nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia;
todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades, como um vento, nos
arrebatam], erro contra o qual logo somos alertados pelas palavras de Daniel [Dn 9.19: Ó Senhor, ouve; ó Senhor,
perdoa; ó Senhor, atende-nos e age; não te retardes, por amor de ti mesmo, ó
Deus meu; porque a tua cidade e o teu povo são chamados pelo teu nome].
É
oportuno fazer uma auto avaliação à luz da Palavra de Deus: O que diriam a meu
respeito, com tantas realizações, se conhecessem meu coração como eu e Deus
conhecemos? O que eu preciso aprender sobre mim mesmo e corrigir? Que promessas
de Deus eu já não estou acreditando e por isso me esforço tanto? Que
mandamentos divinos estou ignorando e quais deveria obedecer? Que mandamentos
impostos por mim estou obedecendo e quais deveria ignorar? O que está
acontecendo dentro da minha alma?
O ATIVISMO COMO FARDOS ONDE SE ESCONDER
É para
isso que o fardo pode servir: para esconder aquilo que precisamos ver. Ele
escondeu Saul daqueles que o procuravam. Um excesso de ocupação pode esconder o
mal que temos no coração e acabamos não tendo tempo para fazer uma pesquisa em
nós mesmos, vendo o erro e combatendo-o. O ativismo pode manter-nos ocupados a
ponto de existirem problemas maiores que você nunca teve tempo para considerar.
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