Na adolescência acontece a experiência de ver o desejo de liberdade crescer no peito. O adolescente já é grande, mas ninguém consegue enxergar. Já sabe todas as coisas e não entende como é que as pessoas não enxerguem como só ele vê. Não entende como todo mundo quer mandar nele só porque ele ainda não consegue pagar todas as suas contas.
A parábola do bom samaritano mostra três pessoas livres. Mas livres de que? E livres pra que? Jesus diz que cada um é escravo daquilo a que se submete (Jo 8.34).
Segundo a parábola, os judeus, que se declaravam livres (Jo 8.33) não conseguiam livrarem-se de seus preconceitos nacionalistas, religiosos, cerimoniais. Tanto o sacerdote quanto o levita veem um irmão [também judeu) caído no chão, ferido por salteadores, e, por medo de não poderem se apresentar no templo caso aquele homem estivesse morto, sentem-se livres para não amar o próximo nem amar a Deus (I Jo 4.20). Suas leis cerimoniais eram, para eles, mais importantes que a lei do amor, por isso Jesus os chama de hipócritas, afirmando que os lábios deles proferiam palavras que não correspondiam ao que sentiam no coração.
Jesus, porém, contrasta os “judeus livres” com os considerados “abomináveis samaritanos”. Este vê o caído, sente compaixão dele, e o ajuda, com risco de vida, tendo que esforçar-se mais por colocar o ferido em sua montaria, e ainda tem prejuízo de seu tempo e financeiro, comprometendo-se ainda sem saber com o que.
Não é o caso dos cristãos. Cada cristão sabe com o que se compromete quando afirma que o “vinde a mim” de Jesus foi para seus ouvidos e para seu coração. Todos os passos para se tornarem membros da Igreja tem como objetivo esclarecer ao cristão com o que ele está se comprometendo: com o Senhor, com seu reino invisível e, também, com seu reino visível. Lamentavelmente há um enorme desprezo pela palavra empenhada [clique aqui para ver mais), tanto no que se refere à fé, à instituição e, principalmente, ao testemunho.
As promessas solenes ficam na memória, quando ficam, apenas como parte de um ritual do qual muitos participam num momento de empolgação e sem a necessária reflexão.
Dito isto, deixo a pergunta: você é livre? Livre de que? Para que? Faz da liberdade em Cristo (Jo 8.36) uma desculpa para a libertinagem (Jd 1.4) ou, livre do pecado, deseja realmente servir a Deus (Rm 6.22)?
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