terça-feira, 28 de outubro de 2008

LOBOS "SEM" PELE DE CORDEIRO

LOBOS SEM PELE DE CORDEIRO
As fábulas antigas trazem-nos a figura do lobo que, desejoso de aproximar-se do rebanho de cordeiros sem ser notado (seja pelos cordeiros ou pelos guardiões) se travestiria de cordeiro, colocando uma pele sobre a sua própria pele. Pergunto-me: as peles ainda são necessárias? Não, não é mais necessário.
Veja, por exemplo, o trecho de uma reportagem publicada num dos grandes canais de comunicação on-line. O subtítulo já mostra o que virá no restante da reportagem: "A descoberta de uma mina de cobre na Jordânia pode ser uma indicação da existência do personagem bíblico Rei Salomão, segundo arqueólogos. Através de testes de radio carbono, os cientistas constataram a existência de minas de cobre em uma região e época que coincidem com descrições feitas no Velho Testamento". É um site noticioso, era para ser uma reportagem e não um comentário, ainda mais no subtítulo – se um jornalista pretende comentar um artigo, a regra manda que ele primeiro noticie, depois comente. Mas já começa afirmando que a descoberta "pode ser uma indicação da existência do personagem bíblico Salomão". Nenhum historiador sério duvida da existência dos reis hebreus Saul, Davi e Salomão.
O pseudo-jornalista entrevista um arqueólogo jordaniano (Mohammad Najjar), não cristão, portanto, para embasar suas idéias afirmando que a descoberta "aumenta a possibilidade dele (Salomão) ter existido" – a despeito do reconhecimento universal da sua real existência e do que a bíblia afirma. Para completar, coloca a bíblia na categoria de "lendas", afirmando, sem qualquer conhecimento, que Salomão teria "unificado os hebreus de Israel e Judá" quando, na verdade, a divisão é pós-solomônica.
O que pretendo demonstrar é que ninguém mais tem qualquer pejo de se levantar contra a bíblia – até porque, de duas hipóteses possíveis, estes lobos sempre saem ganhando, ao menos por enquanto: se os cristãos o ignorarem, ele continua escrevendo suas bobagens naturalmente. Se os cristãos resolverem combatê-lo, logo se torna uma celebridade e os cristãos são acusados de reacionários, retrógrados e obscurantistas.
Outro aspecto do problema é que a maior parte do rebanho está de tal forma anestesiada pela aproximação cada vez mais constante com o mundo, com o covil dos lobos, que já não se importam com os ganidos dos lobos, nem com o mau cheiro que exalam. Já se acostumaram, e é provável que haja aquelas que procuram aquecer-se aos pés (e, sem dúvida, ao alcance dos dentes) de tais lobos devoradores. E para completar o quadro desolador tais ovelhas ainda fazem chacotas daquelas que preferem a constância ao lado do pastor, rejeitando qualquer tipo de aproximação com os lobos.
Só não podemos nos esquecer de um pequeno detalhe: o pastor conhece as ovelhas e as ovelhas conhecem o seu pastor. Lobo, travestido ou não de ovelha, ainda tem cheiro de lobo, ainda faz sons de lobo, ainda tem cauda de lobo – e se o pastor separará as ovelhas das cabras, menos ainda os lobos têm chances de permanecer incólumes. O dia chegará, o dia da aplicação da justiça de Deus chegará – e aí veremos, mais uma vez, a diferença entre o justo e o perverso, entre o que serve a Deus e o que não o serve.

Nenhum comentário:

FAÇA DESTE BLOG SUA PÁGINA INICIAL