MAIS ALOPRADOS… MAIS DOSSIÊS…

Parece realmente que faz parte do DNA petralha a fabricação de dossiês. Foi assim com José Serra [explica Lula-Mercadante], foi assim com Ruth Cardoso [explica Lula-Dilma]. Há alguns dias atrás o deputado Ciro Gomes [que era aliado] avisou que viria mais por aí [veja aqui]. Nem começou a campanha ainda e está provado: Ciro sabia do que falava.

Eis a história:

Petistas engajados na campanha do poste Dilma Rousseff alugaram, por R$ 18 mil por mês, uma casa no Lago Sul em Brasília, onde trabalhariam pessoas envolvidas com os programas da campanha da candidata, mas passou a funcionar como um centro de espionagem, arapongagem e fabricação de dossiês contra adversários do PT, especialmente contra o único que realmente conta: José Serra. A seguir, mesmo correligionários alugados [já disse que quem se vende sempre recebe mais do que vale, e quem compra nunca pode ter certeza do que está levando] não muito próximos à turma da pesada passaram a ser investigados. O esquema incluía um ex-policial federal, o delegado Onésimo de Sousa, um ex-jornalista metido a investigador, arapongas etc..

A operação estava sob o comando de Luiz Lanzetta, dono da Lanza Comunicação, empresa contratada pelo PT para coordenar a área da produção de programas da poste-candidata. Lanzetta inocentemente afirma ter contratado gente da pesada mas sem intenções de se relacionar com o submundo criminoso da criação de dossiês. Pra variar, os contratados recebiam entre R$ 15.000 e 30.000,00 [alguém acha que o PT está se importando com as multas do TSE, de R$ 5.000,00?], e sempre eram pagos em dinheiro vivo, com anotações em caderneta, sem recibos. Cometeram até a sandice de investigar o próprio vice-presidente do PT, o deputado estadual paulista Rui Falcão [confiam demais em si mesmos, não?]. Lanzeta na verdade estaria combatendo Valdemir Garreta [a quem chama de Gordinho Sinistro e Ladrão dos Bandeirantes – eles se conhecem], ex-secretário de Marta Suplicy na prefeitura de São Paulo. Se Lanzetta caísse Garreta seria o herdeiro da direção da campanha.

Onésimo, que havia sido convidado para chefiar a “equipe de investigação” que trabalhava numa “empresa de produção de propaganda política [alguém me explique]”, disse que "Aquilo ia acabar numa nova versão dos aloprados [ele sabe do que está falando]". Um dos frequentadores da casa é um certo Benedito de Oliveira Neto, sem vínculos com o PT mas que trouxe os especialistas americanos em internet que trabalharam na campanha de Obama. Até 2005 tinha prestado serviços ao governo dirigindo a gráfica do pai [Gráfica e Editora Brasil] no valor de R$ 494.000,00. Aproximando-se do petismo o faturamento saltou para R$ 50.000.000,00 ao ano [isso mesmo, 100 vezes mais]. Insatisfeito, criou também a Dialog, que faturou R$ 40.000.000,00 [acrescente à estimativa inicial mais 80 vezes – ou seja, os cerca de R$ 494.000,00 iniciais foram multiplicados por exatos 182.1 vezes] em contratos com ministérios, agências reguladoras e presidência da república por intermédio da Casa Civil. Benedito foi o responsável por escolher a casa no lago sul.

Certamente seria oportuno esclarecer quem contratou Lanzetta, e para que, realmente. E o repórter, o que fazia chefiando uma equipe de bisbilhioteiros? Porque ninguém foi demitido, mesmo investigando aliados diretos – o que eles sabem que os mantém recebendo salários tão régios? Os companheiros da Roussef diz que ela não admite estas coisas – mas porque não demitiu Lanzetta e Cia? Ou ela considera isto uma falta irrelevante? Ou, não considera falta [pesquisem sobre a Erenice Guerra, que herdou seu posto na Casa Civil]? A ação de Lanzetta tinha conhecimento e apoio de alguém superior? Se tinha, quem comanda Lanzetta? A operação foi cancelada ou apenas vai esperar abaixar a poeira e ser retomada quando for oportuno?

Vale lembrar: Lanzetta comanda a assessoriade imprensa de Dilma, mas não comanda nenhum dos assessores. Ele só contrata quem o PT manda contratar. Sua empreza, a Lanza, é, na verdade, uma Laranza… O esquema é o mesmo de 2002: Lanzetta é só o Marcos Valério da vez.