quinta-feira, 16 de agosto de 2012

A PUREZA DA IGREJA, UM IDEAL A SER ALCANÇADO ABANDONANDO A JACTÂNCIA

JACTÂNCIA: OBSTINAÇÃO EM PECAR

_001Quando lemos esta carta, percebemos que nenhuma exortação bíblica estava fazendo qualquer efeito no coração deles [I Ts 5.20: Não desprezeis as profecias]. Preferiam continuar agindo como se filhos das trevas fossem, ao invés de atender a palavra que os exortava a andarem na luz, como filhos da luz que eram [II Pe 1.19: Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração].

Paulo chama a atencao deles para a reprovável atitude de não apenas terem conhecimento do pecado, mas, conhecendo-o, aprovarem-no e considerarem-no normal, e, indo ainda mais longe, o que é inadmissível por ser aquela uma comunidade de salvos, de santos e santificados em Jesus Cristo [I Co 1.2: ...à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso], jactarem-se de poder fazer o que bem entendessem, como se a grande quantidade de pecado evidenciasse ainda mais a graça de Deus, quando, na verdade, era o abandono de grandes pecados que mostravam a superabundante graça de Deus [Rm 5.20: Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça].

Os coríntios não poderiam dizer que a permanência no pecado fazia Deus mostrar ainda mais graça [Rm 6.1: Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante?] mas a palavra de Paulo é justamente que o velho homem foi crucificado, morto, para que ninguém mais sirva ao pecado como se fosse escravo [Rm 6.6: …sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos], pelo contrário, que cada um viva sabendo que o pecado não tem mais poder sobre o cristão [Rm 6.12: Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões].

Em Corinto havia mais que pecado. Havia orgulho em planejar e conseguir executar o pecado. Eles se gloriavam de sua habilidade em pecar, por isso Paulo escreveu a toda a Igreja - há outros tipos de cartas paulinas, pessoais, como Tito, Filemom, Timóteo] com o objetivo de colocá-la diante da oportunidade de dizer se concordava com aquele estado de coisas.

A situação era como se ele dissesse: “Irmãos coríntios, vocês concordam com a existência destes pecados? Vocês gostam de serem apontados como se fossem ímpios? Vocês querem mesmos serem considerados a vergonha do evangelho? Vocês realmente se orgulham de serem vistos como pecadores que pisam o sangue do cordeiro? [Hb 10.29: De quanto mais severo castigo julgais vós será considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado, e ultrajou o Espírito da graça?]”.

Após mostrar o pecado, chama a atenção para o autor do pecado, porque todo pecado tem um autor e Paulo não era como os modernos adeptos dos movimentos neopentecostais onde a culpa é sempre do diabo ou de outras pessoas, através de pactos feitos por algum ascendente familiar ou mesmo por inimigos, Paulo diz o que deve ser feito com o faltoso impenitente. Observe que Paulo está ordenando o afastamento somente daquele que insiste em praticar constante e obstinadamente o mesmo pecado, opondo-se à palavra de Deus.

De maneira direta Paulo torna para a Igreja e lhes diz como o pecado deveria ser tratado, a como a Igreja deveria se livrar do pecado. Quando Paulo pregou as boas novas em Corinto certamente ensinou-lhes o que Jesus fez e ensinou, e podemos ter razoável grau de confiança que eles conheciam as palavras de Jesus aos apóstolos sobre o fermento dos fariseus [Lc 12.1: Posto que miríades de pessoas se aglomeraram, a ponto de uns aos outros se atropelarem, passou Jesus a dizer, antes de tudo, aos seus discípulos: Acautelai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia]. Eles também conheciam os ensinamentos de Pedro [alguns coríntios se diziam seus seguidores], que estava presente neste episódio, e provavelmente também lhes ensinou sobre os costumes hebraicos, como a páscoa. Paulo faz uso deste ensinamento para ilustrar como melhorar a situação em Corinto.

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