sábado, 11 de agosto de 2012

A VIDA MORAL DA IGREJA É QUE FAZ DELA SAL DA TERRA E LUZ DO MUNDO

O SENTIMENTO DE AUTOSSUFICIÊNCIA

Paulo já havia tratado os coríntios com uma ligeira ironia ao comparar o seu ministério e os frutos que colhia e os resultados entre os convertidos. Paulo chama-se louco, fraco e desprezível. Ironicamente, os filhos na fé são colocados num patamar superior, sábios, fortes e nobres [I Co 4.10: Nós somos loucos por causa de Cristo, e vós, sábios em Cristo; nós, fracos, e vós, fortes; vós, nobres, e nós, desprezíveis]. E eles realmente se sentiam superiores. Este sentimento vai se revelar no fato de pecarem, de cometerem pecados cada vez mais reprováveis e ainda assim não se importarem.

A soberba tomou conta de seus corações, provavelmente por fazerem parte de uma igreja importante em uma cidade de grande importância. Mas o que isto significava realmente? Eles se sentiam satisfeitos, autossuficientes, considerando que já não precisavam mais da palavra apostólica [Ef 2.20: ...edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular]. O livro de apocalipse retrata igrejas importantes daquela região que não existem mais, com um recado a uma das mais ricas, Laodicéia - e uma das suas falhas mais gritantes foi justamente a autossuficiência [Ap 3.17: ... pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu]. É evidente que aqui se cumpre o que a palavra diz sobre a soberba preceder a ruina [Pv 16.18: A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda]. Eles já se achavam superiores uns aos outros, dando origem ao partidarismo. A soberba também vai se expressar na discriminação socioeconômica verificada no momento da comunhão [I Co 11.21-22: Porque, ao comerdes, cada um toma, antecipadamente, a sua própria ceia; e há quem tenha fome, ao passo que há também quem se embriague. Não tendes, porventura, casas onde comer e beber? Ou menosprezais a igreja de Deus e envergonhais os que nada têm? Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisto, certamente, não vos louvo].

Mas agora eles levam a soberba - assim como o pecado da imoralidade, ao extremo, opondo-se não ao arauto da palavra, mas ao Senhor da palavra [I Co 10.22: Ou provocaremos zelos no Senhor? Somos, acaso, mais fortes do que ele?].

Diante de tão grave pecado esperava-se que o povo de Deus se arrependesse, se convertesse de seus maus caminhos, se humilhasse e buscasse a graça do Deus perdoador [Rm 8.32: Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?], mas não era isso o que estava acontecendo. Não estavam se importando com o pecado, não queriam corrigi-lo e agiam como se o seu estado moral e espiritual fosse o ideal. E não era. A soberba os tornava hipócritas, isto é, levavam-no a fazer um juízo de si muito mais elevado do que realmente eram. Consideravam-se fortes espiritualmente e estavam semimortos. Consideravam-se poderosos, entretanto, sua vida não demonstrava poder algum.

Diante do chamado ao arrependimento e a restauração, mantinham a cerviz dura como era comum aos israelitas, tanto no deserto [Dt 9.13: Falou-me ainda o SENHOR, dizendo: Atentei para este povo, e eis que ele é povo de dura cerviz] quanto na terra prometida [II Rs 17.14: Porém não deram ouvidos; antes, se tornaram obstinados, de dura cerviz como seus pais, que não creram no SENHOR, seu Deus] e até mesmo após a morte de Jesus Cristo [At 7.51: Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvidos, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim como fizeram vossos pais, também vós o fazeis].

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