sexta-feira, 20 de março de 2015

CRISTIANISMO E DISCIPULADO: A GRANDE C[X]OMISSÃO: SER DISCÍPULO É TER UM NOVO PROJETO DE VIDA

SER DISCÍPULO É TER UM NOVO PROJETO DE VIDA

Seguir a Jesus é, em última análise, obedecê-lo em tudo. O relacionamento do discípulo com Jesus não afeta apenas uma etapa ou aspecto da vida do discípulo, mas envolve uma transformação radical na qual obedecer ao Senhor se torna um imperativo absoluto na vida do cristão. Afirmar ter uma nova vida não é uma mera frase de efeito, mas é um sinal de que a morte substitutiva de Jesus teve significado real e pessoal (II Co 4.10).
O verdadeiro discípulo de Jesus não tem dúvida quanto ao conteúdo da sua vontade (I Co 2.16), porque ele é nascido do Espírito (Jo 3.6) e a vontade de Deus é discernível espiritualmente (I Co 2.14). Para o homem natural é impossível compreender, aceitar, amar e praticar a palavra de Deus. Para estes, os mandamentos do Senhor são absolutamente penosos, diferente do que é para o cristão (I Jo 5.3).

TEORIA OU PRÁTICA

Ser discípulo significa muito mais do que ter conhecimento, do que dominar conceitos – ser discípulo do Senhor Jesus implica em um estilo diferenciado de vida. Numa escola é possível alguém ser discípulo apenas teórico – mas com Cristo o desafio é prático, é necessário pôr a mão no arado (Mt 10.38). Por vezes a Igreja está tão concentrada em sua ênfase doutrinária que torna-se necessário lembrá-la sobre como ela deve viver, de maneira prática, a fé (I Jo 3.7).
A FÉ E A COMUNHÃO
A Igreja padece de duas maneiras: falta de conhecimento e falta de vida. Nosso propósito com o discipulado é convocar a Igreja a conhecer a Deus e viver (Ez 33.11). Como vida não se resume a teoria, vamos ressaltar alguns problemas que precisam ser resolvidos antes de querermos afirmar que somos um em Cristo e assim o mundo saberá que somos de Cristo (Jo 13:35). Um dos problemas que a Igreja enfrenta é a falta de comunhão, expressa na dificuldade de conviver em harmonia, perdoando-se mutuamente (Cl 3.13). Como reino dividido a Igreja tenta caminhar afirmando ser uma não levando em consideração os riscos que está correndo (Lc 11.17), obviamente apresentando a Deus um culto e ofertas que em nada lhe são agradáveis (Mt 5.23-24). Não importa quantas vezes ofendidos, tantas vezes o cristão deve perdoar (Mt 18.21-22).
A FÉ E A LIBERALIDADE
O apóstolo Tiago adverte a Igreja que sua fé tem que se expressar em ações práticas, atendendo as necessidades dos irmãos de maneira liberal (Gl 6.10) e, contrariando o senso comum e indo além da 'bondade' natural expressa na graça comum e nas relações humanas, até mesmo com prejuízo pessoal (Mt 5.42). A verdadeira fé, a fé viva, se expressa de maneira viva, prática, abençoando o próximo sem levar em conta eventuais prejuízos que possam acontecer (Tg 2.14-17), resultando em fruto de justiça (Sl 112.9).
A FÉ E OS RELACIONAMENTOS PESSOAIS
Cada discípulo de Jesus deve fazer todo o esforço que puder para viver em paz com todos (Rm 12.18), evitando discussões inúteis e improdutivas (II Tm 2.16). Os discípulos do Senhor não devem ser dados a contendas (I Co 11.16), porque contenda é uma obra da carne (Gl 5.19-21) e discípulos de Jesus não andam segundo a carne (Rm 8.4; 13). Mas a diferença dos relacionamentos dos discípulos de Cristo está no fato de que os cristãos não se limitam a amar os que os amam, mas, também, a amar e interceder pelos que os odeiam e perseguem (Mt 5.44).
A FÉ E A ANSIEDADE
Enquanto o mundo inteiro sofre de um mal que tem sido chamado de "mal do século XXI: ansiedade, que, como fruto de uma correria rumo a lugar nenhum, vazia de esperança, produz depressivas e estressadas, o cristão enfrenta a ansiedade com uma certeza: seu presente e seu futuro estão nas mãos do Senhor que faz tudo segundo o conselho da sua vontade (Ef 1.11) e diz para seus discípulos para não andarem ansiosos (Mt 6.31-33) e confiarem inteiramente naquele que tem todas as coisas sob seu controle (Fp 4.6). A fé não significa confiança porque as dificuldades deixam de existir, nem significa dar declarações enfáticas para que o mal desapareça, mas ter certeza de que, apesar da existência dos problemas, e eles serem muitos, tudo está sob o controle de Deus e ele faz as coisas cooperarem para o bem dos seus (Rm 8.28).
A FÉ E A FIRMEZA DOUTRINÁRIA
Já dissemos que é dever dos discípulos buscar viver em paz com todos, mas isto não quer dizer que não haja batalhas a serem enfrentadas. E uma destas batalhas é a da fé, da qual o discípulo não deve fugir jamais (Jd 1.3). Aos que dizem que a letra mata lembramos que a fé é edificada pelo conhecimento das sagradas letras (II Tm 3.15), e o próprio Senhor Jesus disse que seus discípulos deveriam fazer novos discípulos ensinando-os a guardar as coisas que ele tinha ensinado (Mt 28.19-20). Paulo adverte os discípulos a serem criteriosos (I Co 10:15), examinando cuidadosamente tudo quanto lhes for oferecido (I Ts 5.21), como fizeram os nobres judeus bereanos (At 17.11) porque sempre haveria falsos profetas (Mt 7.15) e obreiros do mal (Fp 3.2) que, muitas vezes, se apresentarão como se fossem ministros do Senhor mas são, na verdade, ministros da iniquidade.

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