SER DISCÍPULO É TER UM NOVO PROJETO DE VIDA
Seguir a Jesus é, em última análise, obedecê-lo em tudo. O
relacionamento do discípulo com Jesus não afeta apenas uma etapa ou aspecto da
vida do discípulo, mas envolve uma transformação radical na qual obedecer ao
Senhor se torna um imperativo absoluto na vida do cristão. Afirmar ter uma nova
vida não é uma mera frase de efeito, mas é um sinal de que a morte substitutiva
de Jesus teve significado real e pessoal (II
Co 4.10).
O verdadeiro discípulo de Jesus não tem dúvida quanto ao
conteúdo da sua vontade (I Co 2.16),
porque ele é nascido do Espírito (Jo 3.6)
e a vontade de Deus é discernível espiritualmente (I Co 2.14). Para o homem natural é impossível compreender, aceitar,
amar e praticar a palavra de Deus. Para estes, os mandamentos do Senhor são
absolutamente penosos, diferente do que é para o cristão (I Jo 5.3).
TEORIA OU PRÁTICA
Ser discípulo significa muito mais do que ter conhecimento,
do que dominar conceitos – ser discípulo do Senhor Jesus implica em um estilo
diferenciado de vida. Numa escola é possível alguém ser discípulo apenas
teórico – mas com Cristo o desafio é prático, é necessário pôr a mão no arado (Mt 10.38). Por vezes a Igreja está tão
concentrada em sua ênfase doutrinária que torna-se necessário lembrá-la sobre
como ela deve viver, de maneira prática, a fé (I Jo 3.7).
A FÉ E A COMUNHÃO
A Igreja padece de duas maneiras: falta de conhecimento e
falta de vida. Nosso propósito com o discipulado é convocar a Igreja a conhecer
a Deus e viver (Ez 33.11). Como vida
não se resume a teoria, vamos ressaltar alguns problemas que precisam ser
resolvidos antes de querermos afirmar que somos um em Cristo e assim o mundo saberá
que somos de Cristo (Jo 13:35). Um
dos problemas que a Igreja enfrenta é a falta de comunhão, expressa na
dificuldade de conviver em harmonia, perdoando-se mutuamente (Cl 3.13). Como reino dividido a Igreja
tenta caminhar afirmando ser uma não levando em consideração os riscos que está
correndo (Lc 11.17), obviamente
apresentando a Deus um culto e ofertas que em nada lhe são agradáveis (Mt 5.23-24). Não importa quantas vezes
ofendidos, tantas vezes o cristão deve perdoar (Mt 18.21-22).
A FÉ E A LIBERALIDADE
O apóstolo Tiago adverte a Igreja que sua fé tem que se
expressar em ações práticas, atendendo as necessidades dos irmãos de maneira
liberal (Gl 6.10) e, contrariando o
senso comum e indo além da 'bondade' natural expressa na graça comum e nas
relações humanas, até mesmo com prejuízo pessoal (Mt 5.42). A verdadeira fé, a fé viva, se expressa de maneira viva,
prática, abençoando o próximo sem levar em conta eventuais prejuízos que possam
acontecer (Tg 2.14-17), resultando
em fruto de justiça (Sl 112.9).
A FÉ E OS RELACIONAMENTOS PESSOAIS
Cada discípulo de Jesus deve fazer todo o esforço que puder
para viver em paz com todos (Rm 12.18),
evitando discussões inúteis e improdutivas (II Tm 2.16). Os discípulos do Senhor não devem ser dados a
contendas (I Co 11.16), porque
contenda é uma obra da carne (Gl 5.19-21)
e discípulos de Jesus não andam segundo a carne (Rm 8.4; 13). Mas a diferença dos relacionamentos dos discípulos de
Cristo está no fato de que os cristãos não se limitam a amar os que os amam,
mas, também, a amar e interceder pelos que os odeiam e perseguem (Mt 5.44).
A FÉ E A ANSIEDADE
Enquanto o mundo inteiro sofre de um mal que tem sido
chamado de "mal do século XXI: ansiedade, que, como fruto de uma correria
rumo a lugar nenhum, vazia de esperança, produz depressivas e estressadas, o
cristão enfrenta a ansiedade com uma certeza: seu presente e seu futuro estão
nas mãos do Senhor que faz tudo segundo o conselho da sua vontade (Ef 1.11) e diz para seus discípulos
para não andarem ansiosos (Mt 6.31-33)
e confiarem inteiramente naquele que tem todas as coisas sob seu controle (Fp 4.6). A fé não significa confiança
porque as dificuldades deixam de existir, nem significa dar declarações
enfáticas para que o mal desapareça, mas ter certeza de que, apesar da
existência dos problemas, e eles serem muitos, tudo está sob o controle de Deus
e ele faz as coisas cooperarem para o bem dos seus (Rm 8.28).
A FÉ E A FIRMEZA DOUTRINÁRIA
Já
dissemos que é dever dos discípulos buscar viver em paz com todos, mas isto não
quer dizer que não haja batalhas a serem enfrentadas. E uma destas batalhas é a
da fé, da qual o discípulo não deve fugir jamais (Jd 1.3). Aos que dizem que a letra mata lembramos que a fé é
edificada pelo conhecimento das sagradas letras (II Tm 3.15), e o próprio Senhor Jesus disse que seus discípulos
deveriam fazer novos discípulos ensinando-os a guardar as coisas que ele tinha
ensinado (Mt 28.19-20). Paulo
adverte os discípulos a serem criteriosos (I
Co 10:15), examinando cuidadosamente tudo quanto lhes for oferecido (I Ts 5.21), como fizeram os nobres
judeus bereanos (At 17.11) porque
sempre haveria falsos profetas (Mt 7.15)
e obreiros do mal (Fp 3.2) que,
muitas vezes, se apresentarão como se fossem ministros do Senhor mas são, na
verdade, ministros da iniquidade.
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