Mensagem por ocasião do encontro quinzenal de homens da Igreja Presbiteriana em Xinguara - residência do Dc. Tiago Monteiro.
"Ora, a fé
é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem."
Os
homens e mulheres mencionados em Hebreus
11 não eram perfeitos. Eles precisavam de repreensão, de correção
e de graça – muitos deles, aliás, nem sequer tiveram seus nomes mencionados.
Mas todos eles aprenderam a viver além do limite do mundo que
podiam ver (II Co 5.07 - visto que
andamos por fé e não pelo que vemos). Eles se apegaram pela fé à promessa
do mundo que não podiam ver, que lhes era apenas prometido, não que isto significasse qualquer espécie de problema ou empecilho para a sua fé. Há mais registros de incredulidade diante de Jesus encarnado do que nas promessas bíblicas.
A FÉ PERFEITA
VENDO O INVISÍVEL
Em
sua peça de teatro contra
a religião, "Esperando Godot", o escritor francês Samuel Beckett
retratou dois vagabundos vivendo em uma estrada. Eles esperavam dia após
dia pelo misterioso Sr. Godot. O Sr. Godot continua prometendo vir, mas nunca
vem. Este foi o modo de Beckett zombar da fé cristã. Beckett ria da convicção
em alguma coisa prometida que nunca aparece, ou, pelo menos, até agora nunca veio.
O
problema de Beckett não é o problema dos personagens bíblicos mencionados em
Hebreus 11 nem é o problema de nenhum cristão autêntico. Eles são os gigantes
da fé, que aprenderam que o reino de Deus não é comida nem bebida, não é deste
mundo (Jo 18.36 - Respondeu Jesus: O meu
reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se
empenhariam por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu
reino não é daqui). Desde Abel até
Abraão, de Sansão a
Samuel, de Isaque aos
israelitas, de Jacó a
José – todos se apegaram pela fé às promessas de Deus. Estas são as promessas
de alguma coisa ainda não vista, mas garantida pelo sangue de
Jesus. Jesus é
uma promessa de algo muito superior a tudo o que este mundo pode oferecer. Embora
não mencionados aqui, também temos no Novo Testamento outros exemplos de servos
de Deus que conseguiram ver o Messias, não o Sr. Godot – Ana e Simeão, João
Batista e seus discípulos.
Mas
temos que admitir que é realmente um grande problema chamar pessoas que não
veem para verem o invisível (Hb 11.27 - Pela
fé, ele abandonou o Egito, não ficando amedrontado com a cólera do rei; antes,
permaneceu firme como quem vê aquele que é invisível).
FÉ: A MEDIDA DO
SUCESSO DIANTE DE DEUS
ABEL – UM
SACRIFÍCIO DE FÉ
Que
tanto de fé é necessário para agradar a Deus?
Pois o enviado
de Deus fala as palavras dele, porque Deus não dá o Espírito por medida.
Jo 3:34
É
interessante que Abel seja incluído entre aqueles que mostraram fé. Deus comungava
com Abel de maneira muito íntima e pessoal; "Abel... trouxe das primícias
do seu rebanho e da gordura deste.
Agradou-Se o Senhor de
Abel e de sua oferta" (Gn
4:4). Não é possível perceber em Abel nada de diferente que o tenha feito mais agradável ao Senhor – ao
menos não no texto de Gn 4. Entretanto, o contexto geral das Escrituras nos
mostram que o Senhor se agradou de Abel porque ele tinha fé.
Se
ter fé é crer no que não vemos, em que Abel estava mostrando fé quando
apresentou sua oferta (Hb
11:4)? A fé mostrada por
Abel não perguntou se Deus era real
ou não. Ele apenas cria em Deus e queria entregar-lhe uma oferenda como fruto
de um coração crente.
Incluiríamos,
sem a ajuda das Escrituras, Abel em alguma lista de homens bem sucedidos?
Dificilmente. Mas incluiríamos talvez Lameque, Jubal, Tubalcaim… Davi e
Salomão, sem dúvida. Mas Abel? Qual a medida do sucesso que os homens do séc.
XXI estão buscando?
Caim
foi mais bem sucedido do que Abel – seria tido como um empreendedor, ousado, o
homem que do nada fez uma cidade. Mas sabemos muito bem que o sucesso de Caim
decorreu justamente do seu maior fracasso: ele foi um grande fracassado
espiritual. Um homem sem Deus no mundo (Lc
9:25 - Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se ou a
causar dano a si mesmo?).
Nenhum comentário:
Postar um comentário