Tenho
ouvido e lido, com relativa constância, até de pessoas que considero esclarecidas,
uma frase que não me soa bem. Segundo alguns, o senador Aécio Neves teria sido
alvo de um livramento de Deus por não ter sido eleito presidente da república e
herdado o caos e confusão que tem caracterizado este período inicial de segundo
(des)governo Dilma.
Quero
conceder que em um certo aspecto eles podem ter razão. Pode ser que para o
senador tenha sido um livramento pessoal, pois arrumar esta bagunça
generalizada, esta muvuca institucionalizada pelo PT (segundo Barusco desde o início
do primeiro mandato do Lula – basta ver que foi neste período que começou o
mensalão e os desvios do caixa da Petrobrás para partidos políticos) não é uma
tarefa fácil – e tanto mais difícil seria com os petralhas fazendo bagunça,
piquetes, invasões, paralizações e quebra-quebras como prometiam quando se
viram realmente apertados nas pesquisas eleitorais. É, não seria nada fácil para
Aécio.
Mas…
bom, agora me concedo o direito de discordar de amigos e de não tão amigos…
mas, será que realmente esse raciocínio é legítimo?
Em primeiro
lugar, a crise atual, que é resultado de 12 anos de (des)governos incompetentes
que não investiram em infraestrutura, mas preferiram investir em fazendas (o
sul do Pará que o diga, por isso tanta pressão pela divisão do estado e criação
de uma capital de estado na região que valorizaria enormemente as já valiosas
fazendas com nome de santas) precisaria ser administrada e combatida por gente
competente – e competência não é, convenhamos, uma característica do PT.
Examinem o histórico de cidades e estados governados por eles e verão que,
invariavelmente, instalam o caos e deixam o vazio no lugar – São Paulo e o
Distrito Federal são exemplos atualíssimos. Mesmo os inimigos do partido do
senador Aécio admitem que, em questão técnicas, eles são realmente mais
capazes, seriam capazes de montar um time muito melhor do que este time de terceira
categoria de Mercadantes e cia. Aliás, a própria presidente (ente que preside) já
admitiu que "esgotou todos os recursos para combater a crise" – e estamos
só no terceiro mês de mandato.
Em segundo
lugar, falta a este governo qualquer legitimidade moral em pedir ao povo que
faça sacrifícios que eles mesmos não estão dispostos a fazer, tendo sido eles
mesmos – e não a conjuntura econômica mundial – que colocaram o país neste
fosso, neste abismo em que falta credibilidade, maquiando contas públicas,
escondendo o endividamento enquanto anunciavam conquistas que, agora, se
revelaram apenas balões soltos ao vento (biodiesel, pré-sal, autossuficiência em
combustíveis, álcool combustível, pagamento da dívida externa, melhor sistema
de saúde do mundo, etc). Pedir ao povo que faça sacrifícios enquanto a cada dia
fica comprovado que bilhões de reais foram roubados pelos amigos com
conhecimento e benefício, no mínimo político, da dupla Lula-Dilma e com certeza
econômico do Sr. Luis Inácio que vem a público pedir ao povo que seja honesto e
trabalhe é zombar de um povo que trabalha quase seis meses para pagar impostos
sem receber nada em troca e ainda tem que pagar por escola, segurança e saúde. Aliás,
nem se dirigir ao povo a presidente consegue mais. Foi assim no dia 08 de
março, e, hoje, cancelou uma viagem a Belo Horizonte por um motivo: medo de ser
vaiada, como tem acontecido sempre,
ou será que já esquecemos da Copa das Confederações, Copa do Mundo – e, se
sobreviver, olimpíadas.
Terceiro,
com um governo que não este poderíamos ter um mínimo de expectativa no sentido
de que os órgãos públicos e políticos encarregados de investigar as diversas
facetas da roubalheira generalizada e institucionalizada no país poderiam fazer
um trabalho com um mínimo de liberdade, sem ter um ministro da justiça que procura
ladrões e corruptos para lhes garantir que eles teriam facilidades desde que não
comprometessem os dois "ases" do petismo, no caso, o Sr. Luis e a Sra. Dilma, ao mesmo tempo em
que zomba de todos aqueles que pensam em alguma forma de justiça, incentivando
bandidos vestidos de vermelho (MST, CUT, MTST) ou encapuzados (black blocks). Não,
não foi livramento para o Brasil esta camarilha continuar no poder e ter
inúmeros recursos para comprar o silêncio de denunciantes, conivência de juízes
e complacência de investigadores.
Por
fim, uma palavra sobre o impeachment e seus desdobramentos. Seria vantajoso
para o Brasil um impeachment no qual o poder ficasse na mão do PMDB? Minha primeira
opinião é que qualquer coisa é melhor que o PT. Aliás, partido que, pela legislação
e pelas abundantes provas de corrupção, de campanhas políticas (pelo menos
desde 2010) feitas com dinheiro ilícito já deveria ter sido extinto. Por fim,
se a campanha de 2014 efetivamente foi feita com dinheiro ilícito, ilícita
seria a chapa PT-PMDB, e, aí, teríamos então que eleger um novo presidente da
república. Alguns temem e outros se animam com uma ameaça chamada "Lula, a
volta do que nunca foi". Provavelmente, respeitada a legislação, e se
houver alguém que entenda do assunto mais do que eu entendo pode me corrigir, Lula
não poderia se candidatar porque não teria o tempo mínimo de filiação a um
partido existente (é filiado ao PT que deveria ser extinto) e, mesmo se
pudesse, numa eleição com votação em
papel, duvido que conseguisse se eleger, basta ver que nem ele nem o poste
que colocou na cadeira de presidente ousam aparecer em lugar público sem que a plateia
seja de funcionários públicos, gente que vai receber algum benefício ou, até
mesmo, haitianos como foi no Acre.
Ah! A camiseta vermelha da foto é mesmo uma provocação.
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