sexta-feira, 20 de março de 2015

CRISTIANISMO E DISCIPULADO: A GRANDE C[X] OMISSÃO - SER DISCÍPULO É SER UM APRENDIZ

SER DISCÍPULO É SER UM APRENDIZ

Na antiguidade os mestres tomavam a si a educação plena de um ou mais aprendizes, buscando transmitir-lhes todos os seus conhecimentos, e incentivando-os a seguirem cuidadosamente os seus ensinos (Mt 10.25), a guardarem o que aprenderam (Mt 28.19-20) e, desenvolvendo, dar prosseguimento ao que o mestre iniciou (Jo 14.12). Os mestres tinham plena autoridade sobre seus discípulos, que, muitas vezes, tinham contato mínimo com seus pais.

O DISCÍPULO É UM CHAMADO

No discipulado cristão não existe a figura do voluntariado. Jesus é o autor do chamado. Não somos nós quem escolhemos nos tornar discípulos do Senhor, mas ele quem nos convoca (Jo 15.16). Ele o faz, escolhendo aqueles que lhe apraz escolher, de acordo com sua própria e soberana vontade. E, quando ele chama, ele chama de maneira soberana (Fp 3.13-14) e irresistível, efetuando no chamado tanto o querer quanto o realizar (Fp 2.13).

O DISCIPULADO É INTEGRAL

Seguir a Jesus não é uma questão meramente intelectual, como era o caso dos antigos mestres filósofos, pois não basta saber o que deve fazer (Tg 4.17) - é necessário fazer (Tg 1.22). Seguir a Jesus tem implicações em todas as áreas da vida (Lc 9.62), significando, inclusive, sofrer por causa deste chamado (Mt 16.24). Para seguir a Jesus é necessário confiar inteiramente nele (I Pe 1.13), em todas as circunstâncias (Mt 10.19) e por toda a vida (Rm 14.8). O discipulado cristão é uma experiência integral, tanto nas circunstâncias quanto na duração.

O DISCIPULADO É PESSOAL

O relacionamento dos mestres filósofos com seus discípulos era muito próximo, muito pessoal, assim como é impossível ser discípulo de Jesus de maneira teórica, impessoal (I Jo 1.1-3) ou sem amor verdadeiro (Jo 14.15). Jesus nunca desejou que seus discípulos o seguissem como acontecia com os dos rabinos, tornados tão sem vida quanto seus mestres (Mt 23.15). Assim como é um relacionamento pessoal com o Senhor, também é um relacionamento pessoal com os demais discípulos do Senhor, e por isso o Senhor exige que seja pautado pelo amor (Jo 13:35) e cuidados mútuos (Gl 6:10).

O DISCIPULADO É GRACIOSO

Seguir a Cristo é fruto da graça de Deus e é uma benção. Jesus, bem diferente do costume da época, nunca cobrou por seus ensinos, pelo contrário, ele supria as necessidades de seus discípulos (At 10.38). Paulo faz menção a este costume, embora claramente, no caso dos cristãos, se referindo aos progressos espirituais dos discípulos (Gl 6.6), porque, o que de graça é recebido, também de graça deve ser transmitido (Mt 10.8), numa sequência de bênçãos (At 20.35) que se espalha por todos os cantos do mundo (Mc 16.15).

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