SER DISCÍPULO É SER UM APRENDIZ
Na antiguidade os mestres tomavam a si a educação plena de
um ou mais aprendizes, buscando transmitir-lhes todos os seus conhecimentos, e
incentivando-os a seguirem cuidadosamente os seus ensinos (Mt 10.25), a guardarem o que aprenderam (Mt 28.19-20) e, desenvolvendo, dar prosseguimento ao que o mestre
iniciou (Jo 14.12). Os mestres
tinham plena autoridade sobre seus discípulos, que, muitas vezes, tinham
contato mínimo com seus pais.
O DISCÍPULO É UM CHAMADO
No discipulado cristão não existe a figura do voluntariado.
Jesus é o autor do chamado. Não somos nós quem escolhemos nos tornar discípulos
do Senhor, mas ele quem nos convoca (Jo
15.16). Ele o faz, escolhendo aqueles que lhe apraz escolher, de acordo com
sua própria e soberana vontade. E, quando ele chama, ele chama de maneira
soberana (Fp 3.13-14) e
irresistível, efetuando no chamado tanto o querer quanto o realizar (Fp 2.13).
O DISCIPULADO É INTEGRAL
Seguir a Jesus não é uma questão meramente intelectual, como
era o caso dos antigos mestres filósofos, pois não basta saber o que deve fazer
(Tg 4.17) - é necessário fazer (Tg 1.22). Seguir a Jesus tem
implicações em todas as áreas da vida (Lc
9.62), significando, inclusive, sofrer por causa deste chamado (Mt 16.24). Para seguir a Jesus é
necessário confiar inteiramente nele (I
Pe 1.13), em todas as circunstâncias (Mt
10.19) e por toda a vida (Rm 14.8).
O discipulado cristão é uma experiência integral, tanto nas circunstâncias
quanto na duração.
O DISCIPULADO É PESSOAL
O relacionamento dos mestres filósofos com seus discípulos
era muito próximo, muito pessoal, assim como é impossível ser discípulo de
Jesus de maneira teórica, impessoal (I
Jo 1.1-3) ou sem amor verdadeiro (Jo
14.15). Jesus nunca desejou que seus discípulos o seguissem como acontecia
com os dos rabinos, tornados tão sem vida quanto seus mestres (Mt 23.15). Assim como é um
relacionamento pessoal com o Senhor, também é um relacionamento pessoal com os
demais discípulos do Senhor, e por isso o Senhor exige que seja pautado pelo
amor (Jo 13:35) e cuidados mútuos (Gl 6:10).
O DISCIPULADO É GRACIOSO
Seguir
a Cristo é fruto da graça de Deus e é uma benção. Jesus, bem diferente do
costume da época, nunca cobrou por seus ensinos, pelo contrário, ele supria as
necessidades de seus discípulos (At
10.38). Paulo faz menção a este costume, embora claramente, no caso dos
cristãos, se referindo aos progressos espirituais dos discípulos (Gl 6.6), porque, o que de graça é
recebido, também de graça deve ser transmitido (Mt 10.8), numa sequência de bênçãos (At 20.35) que se espalha por todos os cantos do mundo (Mc 16.15).
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