segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

NÃO CONFUNDA ALHOS COM BUGALHOS

IMG0032AAUm leitor [também ele autor de um blog] teceu alguns comentários sobre alguns posicionamentos tomados pelo blog. Após ler cuidadosamente seu arrazoado, resolvi apenas lembrar que uma coisa é a obediência ao magistrado civil e outra é desobediência às Escrituras. A atitude critica adotada em relação ao Partido das Tramóias e sua liderança, especialmente Luis Inácio [Lula] da Silva reflete uma opinião que foi sendo construída ao longo de mais de duas décadas de acompanhamento do partido.

Desde o momento em que vi nascer uma de suas células cancerosas no interior da Bahia [seus fundadores eram conhecidos por sua má-fama e viviam à margem da lei, consumindo alucinógenos nas margens do Rio Corrente – não é o mesmo da novela “Roque Santeiro”] e as muitas vezes que foram surpreendidos em tramóias, falcatruas, roubalheiras, como verdadeiras alcatéias, sempre de olho na presa, no butim, e agindo cada vez mais desavergonhadamente, posso afirmar: minha opinião não é um preconceito. É o que chamaria de pós-conceito.

Dito isto, respondo à questão: devo obediência a um magistrado ímpio? A resposta é: sim e não. Naquilo que o magistrado, mesmo ímpio, não se arroga o direito de legislar no lugar de Deus, devo obedecê-lo. Assim é que pago impostos escorchantes para nada receber em troca. Saúde? Segurança? Estradas? Só as internas nas fazendas dos potentados no interior do Pará, por exemplo. Atenção: estradas dentro das fazendas dos potentados são melhores que a BR 153. Quem mora na região sabe. Quando, entretanto, os governantes se arrogam o direito de legislar naquilo que não lhes cabe, cabe a minha rejeição, a minha reprovação e a minha oposição. Não fora assim não teríamos tido a Reforma Protestante, não é mesmo, caro filósofo? O próprio Calvino insurgiu-se contra autoridades indignas – indo parar em Genebra por causa de uma perseguição empreendida pelos mesmos. Ou Calvino deveria atender à ordenança governamental e entregar sua cabeça às autoridades que queriam matá-lo. E Lutero, deveria curvar-se ao papado? Tenha um pouco de paciência.

Minha oposição ao lulismo se dá no terreno das idéias, e afirmo que a pior praga jamais surgida no Brasil foi o petismo, não porque sejam roubadores, mas por serem cínicos e tornarem a roubalheira apenas uma ‘piada de salão’. Rouba-se e não se envergonha disso. Não que os outros partidos não tenham ladrões em seus quadros. A diferença é o que fazem com os ladrões. Basta comparar os casos “Arruda” com “Palocci-Francenildo” ou “Mensalão”. A roubalheira é um método, a desonestidade é uma divisa partidária. O aparelhamento estatal pleno o alvo. O bem público, a piada interna.

Basta ver que a propalada austeridade dilmiana foi defendida na campanha pelos opositores do PT. E porque a austeridade é necessária agora? Por causa da gastança populista lulista nos últimos dois anos de governo. O petismo não demonizou o governo paulista pela progressão continuada na educação? Claro, era campanha. Mas na época o PT já havia decidido, através do ministério da educação, implantá-la a nível federal. Hum, dizem, mas era estratégia de campanha. Claro – para o petismo vale qualquer estratégia, inclusive a mentira. Outro exemplo: o petismo defendeu um mínimo de R$ 545,00, e afirma que fez isto em defesa do trabalhador. Justo quem ganha menos. É piada. Por ser petista, pra variar, de mau gosto.

Ah, uma última observação: os membros da igreja da qual sou pastor, embora saibam da minha animosidade em relação ao petismo, também sabem que oro – em particular e publicamente, pelos nossos governantes, inclusive pela sra. Dilma Roussef, presidente da república. Gostaria que, a despeito da minha desconfiança, a passagem da Sra. Dilma pela presidência da república fosse positivamente inesquecível. É por isso que oro – pra isso acontecer, só mesmo um milagre.

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