segunda-feira, 30 de março de 2015

JESUS, NOSSO LIBERTADOR: PORQUE JESUS É O LIBERTADOR INIGUALÁVEL

Os versos 13 e 14 apresentam-nos a ação de Deus em favor de escravos condenados à morte, libertando-os do império das trevas e transportando estes escravos para o reino do filho do seu amor, Jesus Cristo – em quem temos a redenção, a remissão dos pecados. Mas quem é este Jesus, sob cuja regência agora devemos viver? Quem é o nosso rei e libertador?
15 Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; 16 pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. 17 Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste. 18 Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, 19 porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude 20 e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus (Cl 1.15-20)
Uma comparação entre os grandes religiosos – Buda, Maomé, Maria e o que eles representam para as suas respectivas religiões.
i.          Buda é o fim do ser, é a percepção de uma plena unidade com o universo de tal maneira que haja a anulação do ego.
ii.       Maomé é um homem que juntou e adaptou textos bíblicos e um cristianismo confuso existente na península arábica com as crenças tribais – mas, mesmo para o mais exaltado muçulmano, ele é apenas um homem.
iii.    Maria, a mãe de Deus para os católicos, título que remete à maternidade do homem Deus, mas não eterna como Deus. Tida como co-redentora, e medianeira, seus rogos seriam sempre dirigidos ao filho, nunca ao Pai. Uma mulher humilde e submissa, mas seria ela comparável a Jesus? Sem falar no fato de que a sua não morte é apenas uma doutrina surgida muito tempo depois do fechamento do cânon e não encontra qualquer respaldo nas páginas das Escrituras – nossa regra de fé e prática.

Você poderia dizer de algum desses que é igual ou maior do que Jesus? Teríamos ousadia suficiente para ir contra as Escrituras que afirmam que ele é o único salvador (At 4.12 - E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos) e que qualquer crença que não tenha sua origem e fim em Jesus é mera superstição, mera crendice (At 3:16 - Pela fé em o nome de Jesus, é que esse mesmo nome fortaleceu a este homem que agora vedes e reconheceis; sim, a fé que vem por meio de Jesus deu a este saúde perfeita na presença de todos vós)?

JESUS, NOSSO LIBERTADOR: QUEM É JESUS PARA VOCÊ - INTRODUÇÃO

Esta é uma pergunta crucial: quem é Jesus? Ainda que tenhamos definições e testemunhos sobre a pessoa de Jesus, e algumas destas definições sejam completamente equivocadas e desprovidas de fundamento ou, então, insuficientes, como afirmar que Jesus é um anjo que se tornou homem para evoluir e se tornar um anjo exaltado (testemunhas de jeová), um homem perfeito (adventistas), um espírito de luz (espíritas) um profeta muito importante (alguns judeus e muçulmanos), um simples homem que se tornou um mito (teólogos liberais e pensadores materialistas) ou até mesmo um mito (historiadores marxistas) e tantas outras, há, também uma definição verdadeira, dada por Pedro.
Quando Jesus perguntou sobre quem as pessoas pensavam que ele era (Mt 16:13 - Indo Jesus para os lados de Cesaréia de Filipe, perguntou a seus discípulos: Quem diz o povo ser o Filho do Homem?), eles primeiro disseram o que o povo dizia (Mt 16:14 - E eles responderam: Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas). A resposta estava historicamente correta mas existencialmente insuficiente, por isso Jesus insiste com uma nova pergunta (Mt 16:15 - Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou?) e obtém a resposta espiritualmente aceitável (Mt 16:16 - Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo).
Todavia, a resposta correta de Pedro é insuficiente para ti sob certo aspecto. Você pode acreditar que Pedro estava falando a verdade, você pode aceitar que Pedro realmente acreditava que Cristo era o filho do Deus vivo mas, ainda assim, não ter Cristo como seu Senhor e salvador.
Quem é Jesus para você? Não se trata de conceitos, mas de experiência pessoal. Não é o que Jesus foi, nem o que disseram sobre ele, nem o que a bíblia diz sobre ele, mas sobre quem ele é para você, em sua vida. Quem Jesus é para você? Quem Jesus foi para seus pais não tem importância – a justiça de um pai não garante a salvação de um filho (Ez 18:20 - A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniqüidade do pai, nem o pai, a iniqüidade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a perversidade do perverso cairá sobre este). Não importa como a sua igreja acredita – a resposta tem que ser individual (Mc 16:16 - Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado).

Vou oferecer para você seis aspectos do caráter e da essência de Jesus que muito provavelmente você jamais encontrara em qualquer outra pessoa – mesmo nos mais proeminentes mestres religiosos. Quem é Jesus para você? Minha oração é que, à medida que você conhece estes aspectos do caráter de Jesus, seu coração arda como o coração dos discípulos no caminho de Emaús (Lc 24:32 - E disseram um ao outro: Porventura, não nos ardia o coração, quando ele, pelo caminho, nos falava, quando nos expunha as Escrituras?). Para mim, de acordo com as Escrituras, ele é tudo o que eu vou expor daqui pra frente.

JESUS, NOSSO LIBERTADOR: A PERFEITA REVELAÇÃO DA DIVINDADE [I]

15 Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação.
Em um contexto onde as pessoas acreditavam em deuses terreais, deuses supremos em áreas específicas (céu, terra, água, inferno) homens tornados deuses, imperadores que se autoproclamavam divinos, semideuses, demônios (com um sentido diferente do que temos hoje) apresentar Jesus como o filho de Deus precisava ser melhor esclarecido.
Quem é Jesus? Eis a pergunta. A resposta é: ele é a figura, a imagem real. Ele não é uma figura, não é uma estátua, nem mesmo uma abstração como adorada pelos gregos e seu absurdo deus desconhecido (At 17:23 - …porque, passando e observando os objetos de vosso culto, encontrei também um altar no qual está inscrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Pois esse que adorais sem conhecer é precisamente aquele que eu vos anuncio). Paulo afirma que Jesus é a imagem não no sentido de uma cópia ou um desenho, mas Cristo participa da natureza do próprio Deus, comunicando, visivelmente e em forma humana, quem é Deus, a ponto de poder afirmar que ele e o pai são um (Jo 10:30 - Eu e o Pai somos um).
O Deus supremo não pode ser visto (Ex 33.20 - E acrescentou: Não me poderás ver a face, porquanto homem nenhum verá a minha face e viverá) mas, graciosamente, ele se revela em Jesus Cristo, aquele que é seu primogênito, o primeiro e também o único gerado, pois todos os demais são criados e, após o estado de rebeldia e queda, adotados como filhos (Rm 8:15 - Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai) pela fé em Jesus Cristo (Jo 1:12 - Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome). Quando Filipe inadvertidamente pediu para que Cristo lhes mostrasse o pai, a resposta foi: "Eu revelo o pai" (Jo 14:8-9 - Replicou-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta. Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?). Jesus não é a primeira criatura, ser o primeiro não tem relação temporal – Jesus tem a primazia de função, de poder, de autoridade e de glória (Jo 17:5 - …e, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo), glória, aliás, da qual ele abriu mão temporariamente para resgatar pecadores como eu e você (Fp 2.6-7 - …pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana).

Você pode falar isso de Buda? Ou de Maomé? Ou de Maria? Ou de qualquer outro? Não, não pode, todos eles são criaturas, todos eles são parte da religiosidade humana e refletem exatamente o que Paulo diz aos crentes romanos sobre a corrupção religiosa humana (Rm 1:25 - …pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém!). 

JESUS, NOSSO LIBERTADOR: O CRIADOR DE TODAS AS COISAS [II]

16 pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele.
Quem é Jesus? Prosseguimos em nossa resposta a esta pergunta crucial. A segunda parte da resposta que Paulo nos dá é que ele é a razão da existência de todas as coisas. Tudo o que foi criado, tudo quanto existe, cada coisa do universo, tudo que há nos céus e acima da terra, absolutamente tudo o que se pode ver e também as coisas que não podemos ver só existem porque foram criadas em Cristo Jesus (Jo 1:3 - Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez).
Porque Paulo fala das coisas visíveis e invisíveis – ele está dizendo que mesmo os entes espirituais são criação de Deus. Ele está afirmando, contra o dualismo e o gnosticismo existentes em seus dias – e está dizendo contra o naturalismo e o evolucionismo dos nossos dias, que tudo foi criado por Deus, inclusive os incrédulos que se negam a aceitar esta declaração da Palavra de Deus.
Não importa o tamanho, não importa a grandeza, não importa o grau de significado em uma cultura ou religiosidade – tudo foi criado por Cristo, em Cristo e para Cristo (Rm 11:36 - Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!). Buda? Criado por Cristo, existiu pela vontade de Cristo e teve fim quando Cristo assim o determinou. Maomé, fundador da religião mais hostil ao cristianismo nos últimos 1500 anos? Também ele, criado por Cristo e usado para sua glória. Maria, aquela que deu à luz o menino-Deus? Criada em Cristo, humilde e obediente serva de Deus.
Governantes ou dominadores poderosos, terrenos ou espirituais, conquistadores ou influentes, com poder ou regentes, tudo veio a existir, tudo foi feito à partir de sua Palavra, da expressão de sua vontade criadora e de sua regência (Rm 13:1 - Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas).

Você pode afirmar isso de Ellen G. White, ou Charles T. Russel? Ou Buda? Ou Alan Kardec? Ou Maomé? Ou Maria? Ou qualquer um dos papas? Isso só pode ser afirmado a respeito de Jesus, porque ele é inigualável, só ele é o criador de todas as coisas, pequenas ou grandes (Sl 115:13 - Ele abençoa os que temem o SENHOR, tanto pequenos como grandes).

JESUS, NOSSO LIBERTADOR: A BASE DE TODAS AS COISAS [III]

17 Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste.
Já temos duas respostas para a pergunta: "Quem é Jesus"? porque ele é inigualável? A primeira resposta é porque só ele é a perfeita revelação de Deus. A segunda é que ele é o criador de todas as coisas.
Além disso, na verdade, ao lado disso, juntamente com estas duas primeiras respostas as Escrituras aduzem que ele é antes de tudo. Ele não foi antes de tudo, mas ele é antes de tudo como João batista fez questão de asseverar que era antes dele mesmo tendo nascido depois (Jo 1:30 - É este a favor de quem eu disse: após mim vem um varão que tem a primazia, porque já existia antes de mim), afirmação posteriormente corroborada por Jesus ao afirmar ser ele antes do próprio Abraão (Jo 8:58 - Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, EU SOU).
Paulo enfatiza que este mesmo Jesus é antes de tudo, não apenas no sentido de existência mas, também, no sentido de ser a base para a existência e manutenção de todas as coisas. É em Cristo que as coisas encontram seu real lugar e expressão. É óbvio que as pessoas são capazes de fazer muitas coisas, mas se não for em Cristo estas coisas não tem valor nenhum, não são nada para que agradem ao Senhor (Jo 15:5 - Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer).
Todos, sem exceção, andávamos desgarrados, como ovelhas sem pastor (Is 53:6 - Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos), até que o Filho do homem veio para buscar e salvar o que estava perdido (Lc 19:10 - Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido) em Cristo encontramos propósito, encontramos nosso lugar, somos conduzidos às aguas de descanso, aos campos verdejantes.
De qual pregador, profeta, apóstolo verdadeiro ou pseudoapóstolo nós podemos dizer a mesma coisa? Buda? Macedo? Santiago? Hernandes? Soares? Somente Jesus pode dizer: EU SOU. Somente Jesus pode dizer ser a fonte e a finalidade da existência do homem. Somente ele pode dizer que é o caminho, a verdade e a vida. Somente ele pode nos conduzir ao lugar que Deus reservou para nós – ele próprio (Jo 14:6 - Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim).

Quem, além de Jesus, pode dizer para você confiar em sua Palavra e comparar esta confiança à construção de uma casa sobre a rocha que resiste a qualquer tempestade (Lc 6.47-48 - Todo aquele que vem a mim, e ouve as minhas palavras, e as pratica, eu vos mostrarei a quem é semelhante. É semelhante a um homem que, edificando uma casa, cavou, abriu profunda vala e lançou o alicerce sobre a rocha; e, vindo a enchente, arrojou-se o rio contra aquela casa e não a pôde abalar, por ter sido bem construída)?

JESUS, NOSSO LIBERTADOR: O CABEÇA DA IGREJA [IV]

18 Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia.
Quem é Jesus? Esta pergunta é de tal importância que ela tem reflexos na vida e na morte, hoje e na eternidade. É a única pergunta cuja resposta pode fazer alguém passar da morte para a vida (Jo 5:24 - Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida). Sim, ele é a perfeita revelação de Deus. Sim, ele é o criador de todas as coisas. Sim, ele é a base, a finalidade de tudo. Mas isso ainda não é tudo. Ele é mais, muito mais.
Ele é, também, a cabeça, a fonte de orientação e direção de todo o corpo. Não há vida nem direção no corpo sem a cabeça[1] - o máximo que há são estertores, e por pouco tempo. Não há como existir Igreja sem Cristo, pois ele é o cabeça da Igreja e salvador de todo o corpo (Ef 5:23 - …porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo). Somente ligado ao cabeça é que alguém pode ter esperança de salvação eterna – só ele, e mais ninguém, é o salvador. Só ele conduz ao pai.
Só quem é por ele guiado, uma das funções de uma cabeça, obedecendo suas orientações é, de fato amado por Deus (Jo 14:21 - Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele). É Cristo, não o papa, ou qualquer outro sobre a face da terra que é o cabeça da Igreja, ele é o originador, a fonte de vida da Igreja, e é, ao mesmo tempo, sua garantia, pois, sendo o primeiro a ser gerado de entre os mortos, isto é, a receber vida (Jo 10:18 - Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai) estando entre os mortos e mesmo assim trazendo para os que nele creem a imortalidade (II Tm 1:10 - …e manifestada, agora, pelo aparecimento de nosso Salvador Cristo Jesus, o qual não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho).
Sim, Cristo é o único que, de fato, ressuscitou de entre os mortos – os demais foram ressuscitados pelo verbo da vida, o próprio Cristo. E é ele quem garante que os que nele esperam também ressurgirão dos mortos. Todos os demais foram ressuscitados, ele é a ressurreição (Jo 11:25 - Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá).
Somente ele é a ressurreição e a vida, somente ele estava no princípio com Deus e somente ele é divino (Jo 1:1 - No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus), somente ele é o primeiro e o último, o alfa e o ômega (Ap 22:13 - Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim). Ninguém mais é como ele, ninguém pode ser comparado a ele – ou você prefere colocar qualquer outro em primeiro lugar na sua vida?



[1] Lembro-me de uma vez que um primo simplesmente cortou a cabeça de uma galinha, ao invés de matá-la da maneira correta – ela saiu se esvaindo em sangue, sem direção, até finalmente cair morta no meio do quintal.

JESUS, NOSSO LIBERTADOR: A PLENITUDE DA DIVINDADE [V]

19 porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude.
Quem é Jesus? Porque Jesus é tão diferente dos demais homens? É uma verdade indiscutível a afirmação das Escrituras de que todos são pecadores (Rm 3:23 - …pois todos pecaram e carecem da glória de Deus) e jamais alcançarão o padrão estabelecido por Deus que é nada menos que a perfeição (Mt 5:48 - Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste).
Isto se aplica a Buda, que buscava a perfeição na anulação do eu. É verdadeiro para Ellen G. White, que buscava a perfeição na obediência à lei (Gl 3:13 - Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar - porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro). Isto se aplica a Macedo, Soares e Santiago e suas promessas vazias de céu na terra. Mas isto não se aplica a Jesus, pois somente dele é dito que é o filho amado, em quem Deus tem o mais absoluto prazer (II Pe 1:17 - …pois ele recebeu, da parte de Deus Pai, honra e glória, quando pela Glória Excelsa lhe foi enviada a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo).
No ambiente em que Paulo escreve os imperadores se declaravam divinos e exigiam adoração – e logo eram assassinados (houve um curto período em que a média era de um imperador a cada dois meses). Maria precisou de uma rainha que adorava deusas pagãs para ser declarada 'veneranda'. Hoje muitos se autoproclamam apóstolos – mas era ele quem os chamava e os designava como tais (Lc 6:13 - E, quando amanheceu, chamou a si os seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu também o nome de apóstolos).
Todos, sem exceção, eram apenas humanos, mas Cristo é mais que isso. Cristo é o novo homem, o homem perfeito, humano sim, mas o único sem pecado (Hb 4:15 - Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado). Em Cristo, o homem perfeito, habita, perfeita e corporalmente, a plenitude da divindade (Cl 2:9 - …porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade). Nem homem endeusado nem deus rebaixado como nas histórias comuns na antiguidade. O Deus homem, o homem Deus – só Cristo é assim. Ele é o bom pastor do salmista (Sl 23:1 - O SENHOR é o meu pastor; nada me faltará), é o pastor de Israel (Sl 80:1 - Dá ouvidos, ó pastor de Israel, tu que conduzes a José como um rebanho; tu que estás entronizado acima dos querubins, mostra o teu esplendor) e é, também, o nosso bom pastor (Jo 10:11 - Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas), e, para que não reste dúvidas, ele também é o nosso supremo pastor (I Pe 5:4 - Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória).

Você conhece mais alguém de quem possamos dizer que é perfeitamente divino? Por mais que respeitemos Maria, não é possível falar isso dela. Por mais que um muçulmano venere Maomé (veneração, adoração e culto são apenas termos técnicos para a mesma idolatria) eles não ousariam falar que ele é divino. Um espírita também não diz isso de Alan Kardec. Nenhum deles é comparável ao Senhor Jesus. Porque escolher a eles e não a Jesus?

JESUS, NOSSO LIBERTADOR: O RECONCILIADOR ENTRE DEUS E OS HOMENS [VI]

20 e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus.
Quem é este Jesus? Que pergunta interessante e intrigante, não é? Mas quantas respostas maravilhosas podemos encontrar em sua palavra. Ele nos faz conhecer Deus, sendo, ele mesmo, o criador e sustentador de todas as coisas, ele é o guia que tem perfeito conhecimento do caminho de Deus (Is 55:9 - …porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos).
Para completarmos o entendimento sobre quem é este Jesus para cujo reino os que creem são levados, Paulo afirma que ele é o reconciliador entre Deus e o homem pecador (Rm 5.10-11 - Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida; e não apenas isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem recebemos, agora, a reconciliação): reconciliação implica no reconhecimento de uma hostilidade que precisa ser corrigida. Para fazer isso Jesus se interpôs como mediador entre Deus, e somente sendo divino poderia fazer isso, e os homens (I Tm 2:5 - Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem), e fez isso pagando o preço que era cobrado pelos nossos pecados, isto é, derramando seu sangue, o justo pelos injustos (I Pe 3:18 - Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito) para que pudéssemos ser conduzidos a Deus por intermédio dele mesmo.

Jesus fez a reconciliação de maneira completa e definitiva, através do seu sangue (Hb 9:22 - Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e, sem derramamento de sangue, não há remissão), e o fez de uma vez por todas, sem necessidade de auxiliares, complementos ou repetições (Hb 7:27 - …que não tem necessidade, como os sumos sacerdotes, de oferecer todos os dias sacrifícios, primeiro, por seus próprios pecados, depois, pelos do povo; porque fez isto uma vez por todas, quando a si mesmo se ofereceu) simplesmente porque Deus já está satisfeito com o seu sacrifício na cruz (Is 53:11-12 - Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniqüidades deles levará sobre si. Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu). Em sua cruz, ao bradar "está consumado" ele reconciliou com Deus tantos os que o receberam quanto a criação (Rm 8:21 - …na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus). Deixe-me questionar: alguém mais morreu para salvar você? Alguém mais deu a sua vida por você, sendo você inimigo dele, ofendendo-o em suas obras? Quem fez isso? Nenhum dos personagens que eu citei até agora – por isso Jesus é inigualável.

JESUS, NOSSO LIBERTADOR: QUEM É JESUS PARA VOCÊ [CONCLUSÃO]

Pode parecer uma insistência desnecessária, mas a sua resposta, não apenas verbal, mas de coração, de todo o seu coração (Jr 29:13 - Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração) é essencial para o futuro de sua alma. De nada adianta você ser profundamente religioso sem conhecer a Jesus como ele é, o que ele fez, e crer segundo as escrituras (I Co 15:3-4 - Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras).
O que Jesus é para os filósofos, teólogos, cientistas, arqueólogos não tem nenhuma importância para definir o destino eterno de sua alma. O que ele é para mim, mesmo eu crendo firmemente nele como o autor da minha salvação (Hb 5:9 - e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem) não tem efeito algum sobre o destino eterno de sua alma.
Confiar em promessas vazias e infundadas de intercessão de homens, de ganhos celestes mediante obras terrenas, ou de novas oportunidades de vida é colocar em risco e, pior ainda, é perder a sua própria alma porque todas estas coisas são mundanas, e, mesmo sendo impossível, se um homem vier a ganhar o mundo inteiro ainda assim pode perder as usa própria alma (Mt 16:26 - Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?).
O que você precisa saber, com absoluta clareza e certeza, com inabalável convicção, é que Jesus é inigualável, é único, é tudo o que você precisa, todos os demais são simplesmente dispensáveis. Se não tivessem existido não fariam diferença nenhuma na história da redenção. Podemos saber muita coisa sobre estes citados, mas não podemos ter relacionamento algum com nenhum deles – aliás, mesmo os que estão vivos nada podem fazer para tirar uma alma do inferno.

Jesus não é alguém para saber sobre – é alguém para ir a ele (Mt 11:28 - Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei). Nem mesmo a morte mudou isso, como atestam os discípulos no caminho de Emaús (Lc 24:32 - E disseram um ao outro: Porventura, não nos ardia o coração, quando ele, pelo caminho, nos falava, quando nos expunha as Escrituras?) ou Maria, que chorava próxima ao tumulo e experimentou grande alegria ao vê-lo vencedor sobre a morte (Jo 20:16 - Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, voltando-se, lhe disse, em hebraico: Raboni (que quer dizer Mestre)!) Este relacionamento também mudou o incrédulo Tomé que o reconhece como Rei e Deus (Jo 20:28 - Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu e Deus meu!)… poderíamos citar tantas outras pessoas, mas uma coisa é certa – conhecer sobre Jesus resulta, no máximo, em motivação para esta vida, mas se é só isso somos os mais infelizes de todos os homens (I Co 15:19 - Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens).

JESUS, NOSSO LIBERTADOR: COMO CONHECER A JESUS [EXORTAÇÃO FINAL]

COMO CONHECER A JESUS

Como conhecer este Jesus? Como se relacionar com Cristo então? O que Deus quer de você, então? Primeiro eu tenho que lhe dizer o que não é necessário, porque tem muitos exigindo estas coisas, falando de si mesmos e enganando a muitos (Rm 16:18 - …porque esses tais não servem a Cristo, nosso Senhor, e sim a seu próprio ventre; e, com suaves palavras e lisonjas, enganam o coração dos incautos) e é com tristeza que temos que advertir que não são obreiros do Senhor Jesus (Mt 24:24 - …porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos), são contra ele e contra vossas almas.
Não precisa fazer campanhas de 70 semanas, 318 qualquer coisa. Não precisa encher envelopes de ofertas vultosas e às vezes lesivas à sua estabilidade financeira para garantir um lugar no céu. Não precisa guardar restrições de datas e alimentos (Rm 14:6 - Quem distingue entre dia e dia para o Senhor o faz; e quem come para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e quem não come para o Senhor não come e dá graças a Deus).
Ele quer que você seja uma nova criatura (Gl 6:15 - Pois nem a circuncisão é coisa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser nova criatura). Mas como ser uma nova criatura? Para ser nova criatura é preciso nascer de novo (Jo 3:7 - Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo). Mas como nascer de novo? Para nascer de novo é preciso crer em Jesus Cristo como seu Senhor e salvador (At 16:31 - Responderam-lhe: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa).
Como receber Jesus como Senhor e salvador – creia no seu coração, confesse com a sua boca (Rm 10:9 - Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo) e seja-lhe obediente como demonstração de que a nova vida já está em seu coração (Jo 14:15 - Se me amais, guardareis os meus mandamentos) unindo-se ao seu povo (Tt 2:14 - …o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniqüidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras), que o adora em Espírito e em verdade (Jo 4:24 - Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade).
Quero lhe fazer três exortações nesta ocasião:
i.     Converta-se ao Senhor Jesus, entregue sua vida nas mãos dele, confie nele (Sl 37:5 - Entrega o teu caminho ao SENHOR, confia nele, e o mais ele fará);
ii.  Abandone os seus vícios e pecados como prova evidente, externa, de uma transformação interna em seu coração (I Jo 3:9 - Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus);
iii. Venha fazer parte desta Igreja, apresente-se para o batismo como símbolo desta nova vida e venha congregar junto deste rebanho que é uma porção do rebanho do supremo pastor, Jesus Cristo (Hb 10:25 - Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima).

terça-feira, 24 de março de 2015

DE ESCRAVOS DO PECADO A CIDADÃOS DO REINO DOS CÉUS

UMA CARTA PARA UMA IGREJA GENUINAMENTE CRISTÃ

Paulo escreve aos crentes de Colossos que compunham uma igreja com características que merecem ser relembradas. Sabemos que, em alguns aspectos, a Igreja de Colossos era uma Igreja que poderia nos servir de padrão, um modelo a ser imitado porque eles eram verdadeiramente crentes no Senhor Jesus Cristo (v. 6). Sua fé no Senhor Jesus os impulsionava ao amor mútuo, pois só assim ela seria verdadeiramente evidenciada como um testemunho da transformação que Jesus produz, mesmo num mundo repleto de disputas (I Jo 4:11).
Fazendo eco às palavras de Paulo aos coríntios, sua fé não se limitava apenas a esta vida (I Co 15:19) mas, como nós, eles aguardavam a bendita esperança celeste que haverá de ser manifestada a todos os crentes (Tt 2:13), a herança incorruptível (I Pe 1:4) que foi prometida pelo próprio Senhor Jesus (Jo 14:2).
Por causa de sua fé e esperança, com um estilo de vida em que o amor mútuo poderia ser percebido até pelos inimigos da cruz, esta Igreja estava fadada a ser uma Igreja frutífera. Eis o perfil que Paulo traça desta Igreja. Mas ela era, ainda, a igreja militante, a Igreja que, embora com a vitória garantida ainda não estava revestida do triunfo. Já era vitoriosa, mas ainda tinha que se manter atenta contra alguns perigos, por isso Paulo ora a Deus para que eles não se acomodem e se mantenham vigilantes contra os falsos mestres, sem se deixar enredar pelo cerimonialismo porque o ritualismo não vence o pecado, como bem sabiam os hebreus que, embora profundamente ritualistas, eram meramente hipócritas (Mt 15:8). Como resultado desta fé em Cristo, desta luta contra o pecado os vícios devem ser abandonados e as virtudes cultivadas em todos ambientes – família, Igreja, trabalho, sempre com prudência e oração.
DEUS TEM ABENÇOADO SEU POVO…
Que Deus tem abençoado de todas as maneiras, tanto em situações normais como em eventos extraordinários nenhum de nós ousaria negar. Se é assim, também podemos nos fazer a mesma pergunta feita pelo salmista: que daremos ao Senhor por todos os seus benefícios? (Sl 116:12). Mencionando apenas de passagens os benefícios materiais e emocionais, a saúde e coisas semelhantes, precisamos voltar nosso pensamento para aquilo que o salmista realmente queria que atentássemos: que temos nós a oferecer ao Deus que é dono de todo o ouro e a prata, de todos os animais e árvores? (Ag 2:8).
Como retribuir o fato de que vivíamos sem Deus no mundo, alheios à sua aliança, e, portanto, sob a justa condenação e ele, mesmo assim, se interessou por nós, buscou-nos enquanto estávamos perdidos (Mt 18:11) e, mais que isso, espiritualmente mortos por causa das nossas próprias escolhas pecaminosas (Ef 2:1) e andanças por caminhos que lhe eram ofensivos em evidente atitude de inimizade (Ef 2.2-3).
Como não ser grato ao perceber a extensão das bênçãos de Deus que, vendo-nos condenados ao inferno por nossas próprias ações, escravos de satanás e presos ao sistema de pensamento e estratégias mundanas para agradar aos anseios da carne ainda assim enviou seu filho para nos resgatar desta escravidão? Não apenas nos resgatou desta escravidão como, num costume muito conhecido dos crentes colossenses, à maioria deles gentios, libertou-nos e nos adotou como filhos, como nobres e imperadores costumavam fazer com escravos que lhes alcançassem o favor.
É justamente sobre a figura de um escravo condenado, um gladiador que, embora sempre pronto a lutar em uma arena, sabia que sua vida dependia da vontade do imperador do turno que entenderemos a ação de libertação de Deus na vida de pecadores como nós. Os gladiadores eram escravos, eram soldados capturados em guerras, e viviam unicamente para sobreviver – até que encontrassem um gladiador mais habilidoso ou mais afortunado.
…COM A LIBERDADE
Ele nos libertou do império das trevas…
Paulo afirma que Deus, o pai, tomou a iniciativa de agir em favor de quem nada podia fazer para mudar a sua situação. Como um imperador da antiguidade, ele tomou a iniciativa de dar liberdade a quem não poderia conquista-la, a quem só sairia da arena morto. Deus, por sua graça, entrega a liberdade a condenados, resgata-os da condenação, tira-os para fora de um império que detinha legitima autoridade para governar sobre a vida de seus súditos (II Pe 2:19).
Satanás não é chamado de 'príncipe deste mundo' à toa. Ele o rege, ele o governa. Ele não governa o cosmos, mas o sistema, os governos, as instituições, molda as coisas de maneira que as aspirações carnais dos homens sejam satisfeitas e eles se inclinem mais e mais para as obras infrutíferas das trevas (Tt 3:3). Assim como um gladiador lutava e muitos provavelmente sentiam-se verdadeiros heróis matando outros gladiadores, assim também é o homem escravo do império das trevas – ele vive para agradar o seu pai, o seu senhor (Jo 8:44) e só percebe seu estado de miséria quando, derrotado, tem a morte diante de si – e é justamente neste momento que o Senhor intervém, erguendo a sua mão e apontando o polegar para cima, literalmente dando-lhe a vida de presente.
O império do qual Deus liberta seu povo é justamente chamado de império das trevas porque, nele, tudo é feito de maneira vergonhosa, e mesmo a mais desavergonhada das ações é feita com um sentimento de desafio, de afronta – é o homem tornado louco e afrontando ao criador e por isso sendo chamados de filhos da ira (Rm 1:32).
Deus os liberta do império das trevas, de uma imposição de uma vontade que decidia por eles, mantendo-os em ignorância e absolutamente incapazes de verem a luz, sem perspectiva ou desejo de experimentar as realidades espirituais do reino divino – mesmo quando estas realidades lhes eram expostas eram tidas por loucura, porque são coisas que só podem ser discernidas espiritualmente (I Co 2:14) e sua ignorância, lamentavelmente, tem como consequência a miséria das trevas eternas onde o diabo não mais regerá, pelo contrário, o diabo estará lá em tormento assim como seus seguidores (Mt 25:41).
…COM UMA NOVA CIDADANIA
…e (ele) nos transportou para o reino do Filho do seu amor…
Geralmente os gladiadores eram soldados que, vencidos em batalhas, eram transformados em escravos – perdiam a liberdade e tinham como único patrimônio a habilidade com as armas para poderem sobreviver. Sua vontade estava atrelada à vontade do governante ou do 'nobre' que o possuía. E esta vontade que imperava sobre ele só lhe determinava uma coisa: morte! Morte! E mais mortes! Mas, assim como o imperador poderia decretar a liberdade de qualquer escravo, a qualquer tempo, a intervenção de Deus traz liberdade ao escravo do pecado e das trevas.
Mas Deus vai mais além, ele não apenas liberta do império das trevas como, também, o transporta, isto é, tira de uma situação ou de um lugar real (ainda que muitos não acreditem na existência do reino das trevas embora o sirvam inadvertidamente, pois a maior contribuição que alguém pode dar ao diabo é dizer que ele e seu reino não existem) para um outro lugar, também real (II Pe 3:13) – ainda que também haja quem diga que o novo céu e a nova terra são uma utopia. Faz assim quem rejeita a Palavra de Deus (Jo 14:2) e ousa chamar o próprio Deus de mentiroso, invertendo a ordem da criação e fazendo Deus à sua própria imagem (I Sm 15:29).
Diferente de estar sob o império (imposição de uma vontade) das trevas o Senhor transporta os seus para um reino sob um governante digno – de escravos os resgatados são libertados e tornados cidadãos de um reino real, que, embora não seja deste mundo (Jo 18:36) e não possa ser encontrado num mapa qualquer (Hb 13:14) é um reino absolutamente real.
Tão real quanto Deus. Tão real quanto Jesus. Tão real quanto a existência do banco no qual você se assenta agora (Jo 1:3). Erra quem quer ver a cidade de Deus como apenas uma cidade de homens, esse foi o erro da igreja medieval. Erra quem quer ver o reino de Deus apenas como um primado da ética – assim ruíram as igrejas que adotaram o liberalismo na teologia. Erra quem quer ver o reino de Deus apenas como uma construção meramente social, erro da teologia da libertação. Erra quem quer ver o reino de Deus apenas como felicidade terrena, aqui, imediata – este é o erro que tem sido cometido pela teologia da prosperidade.
O nosso reino, o reino para o qual Deus leva aqueles a quem liberta, é o reino do seu filho, o reino do Messias tão esperado, o reino do Senhor Jesus Cristo (Rm 14:17). O reino do seu filho tem como características a verdade, a ética, a justiça social, a felicidade, mas tudo isso porque é o reino do filho do seu amor, o reino daquele que entregou-se a si mesmo em favor daqueles a quem ele amou e chamo de amigos (Jo 15:13) e, tendo-os amado, amou-os até o fim (Jo 13:1). O reino de Deus expressa a bondade e a misericórdia de Deus em favor de pecadores que nada mereciam além da sua justa ira (Lm 3:22).
…COM O PERDÃO PLENO
…no qual temos a redenção, a remissão dos pecados.
No filho do amor de Deus, isto é, em Jesus Cristo, passamos a ter uma nova condição (Ef 1:7). Há uma grande transformação sendo feita por Deus, que nos escolhe (Jo 15:16) para mostrar a suprema riqueza de sua graça (Ef 2:7).
Veja que transformação – de escravos e apátridas, agora somos concidadãos dos santos (Ef 2:19). Que mudança radical, de inimigos da cruz de Cristo (Fp 3:18) para filhos amados (Gl 4:6). De adversários e opositores (Mt 12:30) transformados em rebanho cuidado pelo bom pastor (Jo 10:27).
Redenção é a liberdade adquirida mediante o pagamento de um resgate, de algo que é entregue em favor de um débito. Sabemos que o resgate de uma alma é caríssimo e o ensino das Escrituras é que estas tentativas devem cessar por serem infrutíferas e insuficientes (Sl 49:8). Todavia, saber disto não deve nos desesperar porque a nossa redenção foi conquistada pelo Senhor – um preço foi pago (I Co 6:20).
Mas que preço? Quanto? O que precisa ser feito? Não foi um preço qualquer, nem mesmo nada que possamos fazer – lembre-se que, em seus pecados, o homem está morto. A redenção não é conquistada mediante obras meritórios (Ef 2.8-9) porque elas não existem (Is 64:6), e nem por obras da lei (Gl 2:16) porque ninguém consegue obedecê-la integralmente (Tg 2:10).
Você precisa saber o preço que foi pago para que o seu sangue não fosse derramado – para que você não perecesse sob o império das trevas. Este preço foi o sangue de Jesus Cristo, o redentor. Não de um homem ou de uma mulher, mas o de Jesus, o único redentor (At 4.12). Nem ouro, nem prata, nem nossas obras, mas a nossa liberdade foi adquirida mediante o pagamento de um resgate inigualável, o sangue do próprio Filho de Deus (I Pe 1.18-20).
Remissão é ser liberto de uma pena mediante perdão total – e este perdão total foi obtido mediante o derramamento do sangue de Jesus (Hb 9:22). Sua perfeita obediência curou-nos da nossa desobediência, por meio dele os escravos foram tornados livres para obedecer. Aqueles que erravam propositalmente o alvo agora podem olhar firmemente para o autor e consumador da fé, o Senhor Jesus Cristo (Hb 12:2).
O QUE VOCÊ NÃO PODE ESQUECER
Sabemos que Deus tem abençoado – aliás, sabemos que Deus é, em última instância, a fonte de todas as bênçãos. Sabemos também que não podemos pagar pelas bênçãos de Deus, devolvendo-lhe algo que tenha o mesmo valor do que ele nos dá. Dentre estas muitas bênçãos lembramos o fato de que, todo homem, por causa de suas próprias transgressões, é escravo do pecado, vendido à servidão dos interesses da carne, do mundo e do diabo, num círculo vicioso no qual o diabo usa as seduções do mundo como armadilhas para que os interesses mundanos dos homens sejam satisfeitos, gerando, assim, novas seduções e armadilhas, e, de abismo em abismo, resta ao pecador nada menos que o abismo eterno, o inferno (Sl 42:7).
Escravizado, todavia, ainda podendo ser alcançado pelo grande amor de Deus. Morto por causa dos pecados, mas não longe do alcance do braço misericordioso de Deus, que, por causa da muita misericórdia nos deu vida (Ef 2.4-5).
Condenados à lutar até a morte, quanto mais vivendo mais merecendo a morte, satisfazendo-se em sua própria rebeldia, mas não distantes demais que não possam ser alcançados por aquele que chama para uma nova vida (I Pe 4.4).
E é nesta situação de alcançados que somos convidados a render graças ao Senhor – se não temos nada que possa pagar o bem que ele nos fez, respondendo à pergunta inicial do salmista, resta-nos entregar todo o nosso ser em suas graciosas mãos, e a) receber a salvação que ele dá; b) invocar o nome do Senhor, reconhecendo-o em todos os seus caminhos e c) testemunhar sobre como Deus tem agido em sua vida, resgatando da escravidão e dando liberdade, cidadania celeste e o perdão dos pecados.
O QUE VOCÊ DEVE FAZER
Como fazer isso?
i. Lembre-se que você não é mais escravo do diabo, nem do mundo, nem do pecado, e nem mesmo de suas próprias inclinações – você é de Deus, nascido de Deus, viver na prática do pecado não é um imperativo em sua vida (I Jo 5:18);
ii. Lembre-se que você não é mais um mundano, você tem uma nova cidadania, você é um cidadão dos céus. Enquanto estiver aqui, você é apenas um peregrino, e, como tal, não pode amar o mundo nem suas ofertas (I Jo 2.15-16);
iii. Lembre-se que você recebeu o perdão de Deus – seus pecados foram pagos mediante a morte de Jesus na cruz. Embora para você tenha sido uma expressão da graça de Deus, o preço foi a morte do Filho naquela cruz infame, em seu lugar (I Pe 3:18) e, por isso, não menospreze o que Deus fez por você (Hb 10:29).
Se você já conhecia estas coisas, não tem razão para não as colocar em prática em cada momento de sua vida. Amanhã você retoma a sua lide diária – pergunte-se agora se alguém consegue ver que você recebeu estes benefícios de Deus sem que você precise fazer algum discurso? É hora de você fazer uma reavaliação de sua vida de crente em Jesus Cristo.
Se você ainda não conhecia, e agora conhece, o que você vai fazer? Vai desprezar o anúncio da graça salvadora de Deus, como fizeram os homens dos dias de Noé, como fizeram os judeus nos dias de Jesus e como milhares tem feito todos os dias? Por favor, não se esconda sob a desculpa de que você não pediu a crucificação de Jesus – lembre-se que Jesus afirmou que quem não é por ele é contra ele. Com quem você está, afinal? Só existem dois senhores – Jesus ou o diabo. Quem é o Senhor de sua vida?
Deixe-me te dar algumas dicas práticas, que vale para todos aqueles que nasceram de novo, independente de há quanto tempo:
i. Nunca, mas nunca mesmo, abandone a leitura contínua das Escrituras – mesmo que ela pareça muito difícil de entender e praticar no começo, o Espírito do Senhor a usará para te dar sabedoria;
ii. Confie suas decisões às orientações das Escrituras, e não em seus sentimentos – homens de Deus desejaram a morte, como Elias, Jó e Jonas, mas Deus tinha grandes planos para eles;
iii. Nunca vá a ambientes onde as trevas sejam mais honradas que a luz, onde Jesus não é bem-vindo como salvador nem honrado como Senhor absoluto;
iv. Abandone tudo aquilo que era comum em sua vida sem Cristo, deixando as obras infrutíferas das trevas, mesmo que com prejuízo imediato – o Senhor recompensa com muito mais;
v. Não é bom que o homem esteja sozinho – nem só, nem mal acompanhado. Procure a companhia dos santos, e ande com eles na luz, evite o conselho dos ímpios, não ande no caminho dos pecadores nem se assente na roda dos escarnecedores;
vi. Alimente sua mente e coração somente com o que edifica – esqueça revistas e programas televisivos nos quais os produtores olham para você apenas como uma carteira ou um vaso sanitário;
Em tudo busque ser uma testemunha fiel, sabendo que o Senhor dará a justa recompensa aos que forem fiéis, mesmo em face da morte – eles receberão a coroa da vida. 

sexta-feira, 20 de março de 2015

CRISTIANISMO E DISCIPULADO: A GRANDE C[O]MISSÃO - SER DISCÍPULO É LEVAR ADIANTE A MISSÃO DE JESUS

SER DISCÍPULO É LEVAR ADIANTE A MISSÃO DE JESUS

Cristianismo não é uma receita para obtenção de vantagens como o que vemos ser anunciado constantemente, como se Cristo fosse apenas um instrumento para conseguir bênçãos, especialmente materiais e emocionais, ainda que estas sejam tão legítimas quanto as espirituais (Ef 1.3). Mas ser discípulo de Jesus é muito mais que isso, não é a toa que o Senhor afirma que o discípulo deve levar a sua cruz (Lc 14.27).

O CRISTÃO E A SALVAÇÃO

Então ser cristão é ser salvo por Jesus? É, é sim, é receber do Senhor a vida eterna, e querer isto não apenas é legítimo como o próprio querer já é uma dádiva de Deus (Fp 2.13). Mas não é só isso. Cristo veio para nos salvar, isto é evidente em suas palavras (Mc 10.45) e ações (Jo 13.1).

O CRISTÃO E A MISSÃO

Ser cristão vai além das bênçãos espirituais e da própria salvação – ele passa pela disposição do cristão em tomar parte da missão do próprio Senhor, pois, assim como Ele foi enviado pelo Pai, também nos envia (Jo 20.11) por ser dotado de total autoridade (Mt 28.18). Assim, podemos afirmar que é impossível ser um cristão coerente sem atender ao chamado de Jesus para a obediência e cumprimento da missão que ele confiou aos seus discípulos (Jo 15:14).

ATENDER A MISSÃO COMO ALVO DA IGREJA

É preciso que a Igreja se faça uma pergunta crucial: o que ela está fazendo tem como alvo o cumprimento da missão que seu Senhor lhe confiou? Ou, dito de outra maneira, o que a Igreja está fazendo para alcançar pecadores que não sabem ou não querem admitir que são pecadores vivendo sem Deus no mundo (Ef 2:12), anunciando-lhes o caminho da salvação e as exigências de Deus para os pecadores (At 26:20).
O que a Igreja tem feito além de se reunir para celebrar a salvação? Suas reuniões de oração têm algum propósito e utilidade no cumprimento da missão confiada à Igreja? O estudo doutrinário tem efeito motivador para que a Igreja deixe a segurança dos muros santos e seja relevante ao não apenas defender a fé (Jd 1:3) mas, também, anunciar a salvação mediante a fé em Cristo Jesus? A escola bíblica é uma escola para a vida cristã ou apenas mais uma atividade para reunir crentes, ocupa-los em atividades dentro da Igreja e ter relatórios a serem apresentados? As sociedades internas da Igreja têm como alvo alcançar descrentes e integrar novos crentes ou é um congraçamento de crentes que vão ficando, paulatinamente, cada vez menos motivados?
Se alguém chegar numa destas reuniões da Igreja num momento crucial de suas vidas, na hora de tomar escolhas de vida ou morte elas se sentirão motivadas a fazer a escolha certa (Dt 30.19)?

CAPACITAR OS MEMBROS PARA CUMPRIR A MISSÃO

É evidente que a Igreja não é um corpo uniforme – cada membro é essencialmente diferente, embora todos sejam filhos de um mesmo Deus (Ef 4.6) e parte do mesmo corpo (I Co 12.12). Alguns membros receberam de Deus o papel de treinar os demais para o cumprimento de sua missão. São os discípulos discipuladores, cada um com uma capacitação diferente, dentro de um propósito específico de Deus: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres, todos com a obrigação de aperfeiçoar os santos, para que cumpram seu mandato (Ef 4.11-12).
Assim como é obrigação destes discipuladores a capacitação do corpo, também é obrigação dos discípulos estarem prontos para cumprirem seu mandato específico, sem se esquivarem de seus deveres (I Co 12.15).

A MISSÃO E A OBEDIÊNCIA

No fim, obedecer a Cristo e cumprir a missão é uma questão de obediência. Não existe ninguém que não consiga defender, cada um dentro do seu nível de conhecimento, de intelectualidade e treinamento, as coisas que ama. Um filósofo pode defender uma cosmovisão com elevado grau de profundidade, assim como uma dona de casa pode defender com profunda veemência o porquê de usar um tempero e não outro em sua cozinha. São especificidades de conhecimento defensáveis pelo interesse pessoal. E não deve haver nenhum interesse mais pessoal do cristão do que o evangelho que o salva. Mesmo o mais simples dos homens pode ser iluminado pela palavra do Senhor (Sl 19.7), assim como o conhecimento do sábio também é derivado da graça de Deus (Dn 2.21).
A Igreja está sendo ensinada a obedecer ao mandato do Senhor em todas as coisas? Ela precisa aprender a fazer todas as coisas para glorificar o Senhor (I Co 10:31), buscando ser sal e luz, com ou sem palavras, para que os incrédulos não possam dizer nada saber sobre o único redentor (At 4.12), glorificando-o no dia da visitação (I Pe 2.12).

CRISTIANISMO E DISCIPULADO: A GRANDE C[X]OMISSÃO: SER DISCÍPULO É TER UM NOVO PROJETO DE VIDA

SER DISCÍPULO É TER UM NOVO PROJETO DE VIDA

Seguir a Jesus é, em última análise, obedecê-lo em tudo. O relacionamento do discípulo com Jesus não afeta apenas uma etapa ou aspecto da vida do discípulo, mas envolve uma transformação radical na qual obedecer ao Senhor se torna um imperativo absoluto na vida do cristão. Afirmar ter uma nova vida não é uma mera frase de efeito, mas é um sinal de que a morte substitutiva de Jesus teve significado real e pessoal (II Co 4.10).
O verdadeiro discípulo de Jesus não tem dúvida quanto ao conteúdo da sua vontade (I Co 2.16), porque ele é nascido do Espírito (Jo 3.6) e a vontade de Deus é discernível espiritualmente (I Co 2.14). Para o homem natural é impossível compreender, aceitar, amar e praticar a palavra de Deus. Para estes, os mandamentos do Senhor são absolutamente penosos, diferente do que é para o cristão (I Jo 5.3).

TEORIA OU PRÁTICA

Ser discípulo significa muito mais do que ter conhecimento, do que dominar conceitos – ser discípulo do Senhor Jesus implica em um estilo diferenciado de vida. Numa escola é possível alguém ser discípulo apenas teórico – mas com Cristo o desafio é prático, é necessário pôr a mão no arado (Mt 10.38). Por vezes a Igreja está tão concentrada em sua ênfase doutrinária que torna-se necessário lembrá-la sobre como ela deve viver, de maneira prática, a fé (I Jo 3.7).
A FÉ E A COMUNHÃO
A Igreja padece de duas maneiras: falta de conhecimento e falta de vida. Nosso propósito com o discipulado é convocar a Igreja a conhecer a Deus e viver (Ez 33.11). Como vida não se resume a teoria, vamos ressaltar alguns problemas que precisam ser resolvidos antes de querermos afirmar que somos um em Cristo e assim o mundo saberá que somos de Cristo (Jo 13:35). Um dos problemas que a Igreja enfrenta é a falta de comunhão, expressa na dificuldade de conviver em harmonia, perdoando-se mutuamente (Cl 3.13). Como reino dividido a Igreja tenta caminhar afirmando ser uma não levando em consideração os riscos que está correndo (Lc 11.17), obviamente apresentando a Deus um culto e ofertas que em nada lhe são agradáveis (Mt 5.23-24). Não importa quantas vezes ofendidos, tantas vezes o cristão deve perdoar (Mt 18.21-22).
A FÉ E A LIBERALIDADE
O apóstolo Tiago adverte a Igreja que sua fé tem que se expressar em ações práticas, atendendo as necessidades dos irmãos de maneira liberal (Gl 6.10) e, contrariando o senso comum e indo além da 'bondade' natural expressa na graça comum e nas relações humanas, até mesmo com prejuízo pessoal (Mt 5.42). A verdadeira fé, a fé viva, se expressa de maneira viva, prática, abençoando o próximo sem levar em conta eventuais prejuízos que possam acontecer (Tg 2.14-17), resultando em fruto de justiça (Sl 112.9).
A FÉ E OS RELACIONAMENTOS PESSOAIS
Cada discípulo de Jesus deve fazer todo o esforço que puder para viver em paz com todos (Rm 12.18), evitando discussões inúteis e improdutivas (II Tm 2.16). Os discípulos do Senhor não devem ser dados a contendas (I Co 11.16), porque contenda é uma obra da carne (Gl 5.19-21) e discípulos de Jesus não andam segundo a carne (Rm 8.4; 13). Mas a diferença dos relacionamentos dos discípulos de Cristo está no fato de que os cristãos não se limitam a amar os que os amam, mas, também, a amar e interceder pelos que os odeiam e perseguem (Mt 5.44).
A FÉ E A ANSIEDADE
Enquanto o mundo inteiro sofre de um mal que tem sido chamado de "mal do século XXI: ansiedade, que, como fruto de uma correria rumo a lugar nenhum, vazia de esperança, produz depressivas e estressadas, o cristão enfrenta a ansiedade com uma certeza: seu presente e seu futuro estão nas mãos do Senhor que faz tudo segundo o conselho da sua vontade (Ef 1.11) e diz para seus discípulos para não andarem ansiosos (Mt 6.31-33) e confiarem inteiramente naquele que tem todas as coisas sob seu controle (Fp 4.6). A fé não significa confiança porque as dificuldades deixam de existir, nem significa dar declarações enfáticas para que o mal desapareça, mas ter certeza de que, apesar da existência dos problemas, e eles serem muitos, tudo está sob o controle de Deus e ele faz as coisas cooperarem para o bem dos seus (Rm 8.28).
A FÉ E A FIRMEZA DOUTRINÁRIA
Já dissemos que é dever dos discípulos buscar viver em paz com todos, mas isto não quer dizer que não haja batalhas a serem enfrentadas. E uma destas batalhas é a da fé, da qual o discípulo não deve fugir jamais (Jd 1.3). Aos que dizem que a letra mata lembramos que a fé é edificada pelo conhecimento das sagradas letras (II Tm 3.15), e o próprio Senhor Jesus disse que seus discípulos deveriam fazer novos discípulos ensinando-os a guardar as coisas que ele tinha ensinado (Mt 28.19-20). Paulo adverte os discípulos a serem criteriosos (I Co 10:15), examinando cuidadosamente tudo quanto lhes for oferecido (I Ts 5.21), como fizeram os nobres judeus bereanos (At 17.11) porque sempre haveria falsos profetas (Mt 7.15) e obreiros do mal (Fp 3.2) que, muitas vezes, se apresentarão como se fossem ministros do Senhor mas são, na verdade, ministros da iniquidade.

CRISTIANISMO E DISCIPULADO: A GRANDE C[X] OMISSÃO - SER DISCÍPULO É SER UM APRENDIZ

SER DISCÍPULO É SER UM APRENDIZ

Na antiguidade os mestres tomavam a si a educação plena de um ou mais aprendizes, buscando transmitir-lhes todos os seus conhecimentos, e incentivando-os a seguirem cuidadosamente os seus ensinos (Mt 10.25), a guardarem o que aprenderam (Mt 28.19-20) e, desenvolvendo, dar prosseguimento ao que o mestre iniciou (Jo 14.12). Os mestres tinham plena autoridade sobre seus discípulos, que, muitas vezes, tinham contato mínimo com seus pais.

O DISCÍPULO É UM CHAMADO

No discipulado cristão não existe a figura do voluntariado. Jesus é o autor do chamado. Não somos nós quem escolhemos nos tornar discípulos do Senhor, mas ele quem nos convoca (Jo 15.16). Ele o faz, escolhendo aqueles que lhe apraz escolher, de acordo com sua própria e soberana vontade. E, quando ele chama, ele chama de maneira soberana (Fp 3.13-14) e irresistível, efetuando no chamado tanto o querer quanto o realizar (Fp 2.13).

O DISCIPULADO É INTEGRAL

Seguir a Jesus não é uma questão meramente intelectual, como era o caso dos antigos mestres filósofos, pois não basta saber o que deve fazer (Tg 4.17) - é necessário fazer (Tg 1.22). Seguir a Jesus tem implicações em todas as áreas da vida (Lc 9.62), significando, inclusive, sofrer por causa deste chamado (Mt 16.24). Para seguir a Jesus é necessário confiar inteiramente nele (I Pe 1.13), em todas as circunstâncias (Mt 10.19) e por toda a vida (Rm 14.8). O discipulado cristão é uma experiência integral, tanto nas circunstâncias quanto na duração.

O DISCIPULADO É PESSOAL

O relacionamento dos mestres filósofos com seus discípulos era muito próximo, muito pessoal, assim como é impossível ser discípulo de Jesus de maneira teórica, impessoal (I Jo 1.1-3) ou sem amor verdadeiro (Jo 14.15). Jesus nunca desejou que seus discípulos o seguissem como acontecia com os dos rabinos, tornados tão sem vida quanto seus mestres (Mt 23.15). Assim como é um relacionamento pessoal com o Senhor, também é um relacionamento pessoal com os demais discípulos do Senhor, e por isso o Senhor exige que seja pautado pelo amor (Jo 13:35) e cuidados mútuos (Gl 6:10).

O DISCIPULADO É GRACIOSO

Seguir a Cristo é fruto da graça de Deus e é uma benção. Jesus, bem diferente do costume da época, nunca cobrou por seus ensinos, pelo contrário, ele supria as necessidades de seus discípulos (At 10.38). Paulo faz menção a este costume, embora claramente, no caso dos cristãos, se referindo aos progressos espirituais dos discípulos (Gl 6.6), porque, o que de graça é recebido, também de graça deve ser transmitido (Mt 10.8), numa sequência de bênçãos (At 20.35) que se espalha por todos os cantos do mundo (Mc 16.15).

CRISTIANISMO E DISCIPULADO, A GRANDE C[X]OMISSÃO - INTRODUÇÃO

Estudos ministrados nas quintas-feiras na IP de Xinguara.

CRISTIANISMO E DISCIPULADO

O que estas duas palavras significam: cristão e discípulo? Todo cristão é um discípulo de Cristo? O que é ser cristão?
Muitos que enchem as Igrejas hoje acreditam que ser cristão é, meramente, ser membro de um organismo eclesiástico onde a bíblia é usada, onde o nome de Jesus é falado de uma maneira ou de outra, ainda que não seja exatamente aquilo que fosse pregado pelos apóstolos (Fp 1.18).
Alguns, mais conscienciosos, acreditam que ser cristão vai além e insistem na necessidade do conhecimento de um corpo de doutrinas que devem ser seguidas com cuidado, defendidas com zelo e mantidas com seus esforços físicos, intelectuais e financeiros. É só isso que significa ser cristão? Creio que é mais que isso e há a necessidade buscarmos o ensino bíblico a este respeito. Não basta fazer parte de uma tradição cristã – mesmo que seja desde o nascimento, isto não é suficiente (Lc 3.8).
Mais que o conhecimento de doutrinas, ser cristão é seguir a Jesus – e Cristo não é um conjunto de doutrinas – ele é a própria vida (Jo 14.6). Logo, seguir a Cristo significa viver em novidade de vida, viver como se a vida que se tem fosse a vida do próprio Cristo (Gl 2.20), como se fossemos, efetivamente, os membros através dos quais Cristo executa, em alguma medida, a sua vontade (Rm 6.19).

SER CRISTÃO

A mais simples definição sobre o que é um cristão pode ser encontrada no exemplo de um desprezado publicano chamado Levi (Mateus) – ele se levantou e, simplesmente, atendeu ao chamado do Senhor Jesus, seguindo-o sem contestar, sem procurar saber para onde, sem considerar perdas ou ganhos (Mt 9.9). A atitude de Mateus pode ser contrastada com a de outro homem que ouviu as mesmas palavras de Jesus (Lc 18.18-23) e, mesmo sendo profundamente religioso e conhecedor das doutrinas, sendo um homem respeitado na sociedade e zeloso no cuidado das tradições do seu povo ele preferiu não seguir a Jesus. Religioso sim, mas não um discípulo de Jesus.

SER DISCÍPULO

A palavra discípulo significa aluno, aquele que aprende, que vem depois, isto é, um seguidor. Hoje nosso conceito de aluno não faz jus ao sentido original do discipulado. Salas de aulas com dezenas de alunos, com professores se revezando para ministrarem diferentes disciplinas fazem com que praticamente inexistam discípulos.
Talvez o pouco que ainda restou desta ideia possa ser encontrado nos níveis superiores de educação, quando um aluno ou um pequeno grupo é entregue à monitoria de um mestre, que direciona sua pesquisa e supervisiona todo o trabalho.

FAÇA DESTE BLOG SUA PÁGINA INICIAL