EM SUA BUSCA POR
INDEPENDÊNCIA SAUL EXPERIMENTA O RESULTADO DA DESOBEDIÊNCIA (vs. 22-26)
Da
mesma maneira que Adão e Eva, da mesma maneira que Caim, que, mesmo advertido (Gn
4:), persistiu no erro (Gn 4:9), da mesma maneira que todos os
obstinados que endurecem a cerviz (II Rs 17:14), isto é, não admitem
estar errados, não se submetem voluntariamente a uma vontade superior (At
7:51), persistem no caminho que lhes parece mais direito e não percebem que
seu fim é apostasia e morte (Pv 14:12).
Na
sua obstinação Saul teve que ouvir que Deus não se agrada de holocaustos e
sacrifícios frutos de um coração desobediente, exatamente como fez com Caim (Gn
4:5). Saul pretendia oferecer o melhor que ele conseguiu, mas o melhor que
ele havia conseguido era fruto da desobediência, da rebeldia. Deus não queria
gordura de carneiros. Deus não queria bois gordos. Deus não queria novilhos
cevados. Deus queria um coração obediente - para Deus desobediência é tão
reprovável quanto feitiçaria e culto idólatra, porque na verdade estas práticas
são apenas frutos da desobediência.
Na
sua obstinação Saul também teve que ouvir que Deus o havia rejeitado. O mesmo
Deus que o havia escolhido, que o havia levantado como rei quando ele estava
escondido no meio da bagagem agora o rejeitava porque ele havia rejeitado o
Senhor como seu rei (Sl 47:2). Na sua primeira tentativa de ser um
grande rei Saul perdeu o reino porque Deus resiste aos soberbos - e sua atitude
foi de soberba ao rejeitar a repreensão de Samuel - mas concede graça aos humildes
(Tg 4:6). Outros reis também cometeriam pecados, mas, quando seus
corações se humilharam na presença do Senhor, foram perdoados e obtiveram
graça, como Davi (I Cr 21:13), Ezequias (Is 38.1-2) e Manassés (II
Cr 33.11).
Diferente
destes, Saul ainda tem que ouvir que seu arrependimento não era sincero (Sl
51:17). Ele não se arrependeu pelo que fez, mas temia pelas consequências
do que fez, isto é, a perda do reino - que posteriormente tentaria manter
inclusive tornando-se um potencial assassino (I Sm 19.1).
Não
havia volta para Saul - ele já havia sido rejeitado, já havia ensinado o
caminho da desobediência ao povo e restava-lhe apenas a disciplina exemplar -
mas tanto ele quanto seu povo eram impenitentes (II Rs 17:14) e
continuariam assim até que o Senhor estabelecesse uma nova aliança, com um novo
povo. Deus havia dito, e, embora Saul achasse que ele é quem estava certo, o
veredicto havia sido dado e um falso arrependimento não lhe restauraria o
trono.
Nenhum comentário:
Postar um comentário