sábado, 6 de setembro de 2014

O DESEJO DE INDEPENDÊNCIA PODE ACABAR MAL - V PARTE

EM SUA BUSCA POR INDEPENDÊNCIA SAUL AINDA TENTA PRESERVAR AS APARÊNCIAS (vs. 27-31)
Ao perceber que já não havia volta, Saul tenta fazer o que muitos tem feito, salvar as aparências. Longe de Deus por causa de seu pecado e da rebeldia em ouvir ao Senhor, rejeitado pelo Senhor de maneira definitiva restava-lhe o apego ao trono.
Saul sabia ser um rei sob tutela, um mordomo que deveria obedecer ao Senhor para permanecer na regência - e, quando cai em si e vê que não tem mais a aprovação do Senhor busca amparar-se, ao menos, na aprovação dos homens.
Ele não pede para Samuel interceder por ele. Não se humilha perante o Senhor pedindo perdão. Ele tenta, por força, manter Samuel ao seu lado (Zc 4:6). Mas as coisas no reino de Deus não são feitas pela força.
Se assim fosse o Senhor não teria dispensado os milhares que seguiam a Gideão e mantido apenas 300 (Jz 7:7) sem espadas nas mãos, sem o uso do poder do homem (Jz 7:2).
Mas o uso da força só piorou as coisas para Saul. Apenas aumentou a sua humilhação em saber que o Senhor tinha dado o reino a outro que Deus considerou melhor do que ele, o que não significa que fosse sem pecado, mas que tinha um coração que era dirigido pelo Senhor (Dt 9:4).
Samuel não voltaria atrás, não poderia mudar o recado dado a Saul porque era um profeta fiel ao Senhor (I Rs 22:14). Ele não poderia voltar atrás por que o Senhor não voltaria atrás: o reino não mais seria de Saul.  Entretanto, após muita insistência, Saul consegue convencê-lo a participar do sacrifício que seria entregue ao Senhor. Mas, novamente, as palavras de Saul indicam um coração longe de Deus, um coração que não queria agradar a Deus mas aos homens, chamando ao Senhor, novamente, de Deus de Samuel.
Seu desejo era ser visto pelos homens, ser visto com Samuel pelos anciãos do povo, pelo povo de Israel. Ele não queria que ninguém soubesse que fora reprovado por Deus. À partir daquele dia ele viveria de aparências. Mas aparências não são mantidas indefinidamente, mais cedo ou mais tarde as máscaras caem - se antes o Espírito do Senhor havia vindo sobre ele, agora se retirou dele - e isto seria impossível de esconder daqueles com quem ele convivia (I Sm 16:14-15).
Quantas pessoas que aparentavam possuir grande vitalidade espiritual estão, hoje, apenas como uma casca vazia, espiritualmente definhando mas tentando mostrar algo que não conseguem mais ser. Há muitos decepcionados, frustrados, desanimados, longe de Deus mas tentando, ainda, demonstrar um calor que não vem do coração. Vivem uma vida aparentemente cristã insatisfatória, sem comunhão, sem alegria no Senhor, sem prazer na Palavra de Deus.
Talvez muitos estejam exatamente como Saul. E isto é um problema grave. Impenitentes, resistentes, rebeldes - talvez seja a hora de entender que estão em um momento crucial, onde um de dois caminhos terá que ser seguido: o da benção ou o da maldição (Is 1.18-20).

Outros talvez estejam experimentando o mesmo sentimento de Davi (Sl 32.3-5) e buscando, de coração, uma restauração (Sl 51.10-12).

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