sexta-feira, 5 de setembro de 2014

PORQUE SOU CONTRA O PLEBISCITO GOLPISTA

Pra começar, a proposta é uma iniciativa de uma tal Plenária Nacional dos Movimentos Populares (estes movimentos são, sempre, braços do PT), o Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva pela Reforma Política tem uma base quíntupla, que é:

Financiamento público exclusivo de campanha – o que vai aumentar as contribuições nas quais o PT é especialista, o famoso caixa 2, ou, na novilíngua petista, recursos não contabilizados. Outra falácia deste financiamento público exclusivo é o fato de que cada partido receberia do fundo governamental um valor equivalente ao tamanho da sua atual bancada (95% dos recursos seriam assim distribuídos, e outros 5% seriam distribuídos igualitariamente), mantendo, pois, o status quo onde PT e PMDB receberiam mais recursos e, portanto, teriam mais chances de se perpetuarem no poder;

Fim das coligações proporcionais – novamente cada partido teria direito a tempo de TV e outros benefícios mantendo-se o atual quadro, prejudicando os partidos menores. Vale ressaltar que muitos dos partidos que apoiam o governo do momento foram alugados, muitos senadores mudaram de partido após eleitos como oposição e viraram situação; isto, novamente, manteria o atual status. A única coisa boa é que Tiririca se elegeria sozinho, não levaria mais ninguém com ele;

Paridade de gênero – obrigatoriedade de haver um número mínimo de mulheres entre os deputados e senadores, respeitando-se a porcentagem de homens e mulheres em cada região. O que seria levado em conta não seria o número de votos, a vontade popular expressa nas urnas, mas a quota relativa a cada gênero. O risco seria de um candidato do sexo masculino não ser eleito com 200.000 votos e uma mulher entrar como quotista com 1 voto. E os homossexuais e transexuais, como concorreriam? De acordo com o gênero nato, adquirido ou declarado?

Diversidade da população – novamente o sistema de quota entraria em vigor, rejeitando a vontade popular e dando vagas natas para negros, índios, lésbicas, gays, transexuais, bissexuais… só não garantiria vaga para heterossexuais. Neste quadro, um hipotético indígena negro, gay e transexual já estaria automaticamente eleito só com o voto dele. Um detalhe importante é que estes movimentos estão todos aparelhados por partidos de extrema esquerda facilmente cooptáveis pelo partido da situação, que já contaria com mais tempo de TV, mais dinheiro do fundo partidário e mais militância;

Democracia direta e participativa – outro nome para um sistema de governo baseado nos referendos, plebiscitos e comitês ou conselhos comunitários cuja validade seria homologada por ninguém menos que o partido da situação. Estes comitês já existiram em outros países, mas os mais famosos foram os sovietes, na Rússia, e, atualmente, os grupos bolivarianos, especialmente na Venezuela. Lembremos que estes comitês estão todos aparelhados pelo esquerdismo. Mais uma vez tira-se dos candidatos nos quais a população hipoteticamente votaria para estabelecer um governo onde as decisões seriam tomadas pelo partido majoritário, homologadas por grupos aboletados no congresso oriundos de grupos militantes e, se ainda não bastasse, passando algo que o governo da vez não desejasse, seria submetido aos comitês populares que fariam a vontade do governo pois depende dele para sua existência, tanto financeira quanto institucional, uma vez que poderiam perder o direito de existir por um simples ato discricionário do governo.


Com um sistema assim, o governo poderia aprovar qualquer tipo de lei, como fez Hugo Chavez na Venezuela, como está fazendo Evo Morales e como quer fazer o PT. Espero ter demonstrado porque não sou favorável a tal plebiscito, e não é por meras razões de simpatias ou antipatias, mas pelo fato de querer continuar morando num país relativamente democrático, o que não é o sonho do PT, dos petistas e de qualquer grupo esquerdista, sempre com tendências totalitárias.

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