terça-feira, 6 de agosto de 2013

A CEIA, UMA MENSAGEM PARA O TEMPO PRESENTE [PARTE II] estudos em I Co 11.23-26]

Mas a ceia não contém uma mensagem apenas para saudosistas, nem para os santos do passado, que já venceram e estão desfrutando da coroa da vida. Ela é, também, uma mensagem atual, prática, viva para uma igreja viva.
Paulo não se detém na lembrança do que Jesus fez, mas ele afirma que o Senhor Jesus deu uma ordem para que a Igreja não deixe de fazer. É uma ordem do Senhor, uma ordem que certamente será obedecida pelos seus discípulos, se, efetivamente, estes o amarem. E Corinto tinha uma Igreja que não descuidava da realização da ceia do Senhor - ainda que esta tivesse se tornado um mero formalismo, e, ainda pior, uma lastimável prática discriminatória (I Co 11.33 Assim, pois, irmãos meus, quando vos reunis para comer, esperai uns pelos outros).
Paulo não permite imaginar que a Igreja do Senhor deixaria de celebrar a ceia - e quando isto acontece, é porque já deixou de ser a Igreja do Senhor. Paulo admite que esta seria uma prática constante da verdadeira Igreja. Os discípulos do Senhor continuariam a comer do pão, a beber do cálice, lembrando as palavras do Senhor de que aquele pão é tipo espiritual de seu corpo, e aquele cálice contém o vinho, tipo espiritual do sangue vertido naquela cruz.
A Igreja do Senhor ainda se reúne para celebrar a ceia do Senhor. Quase vinte séculos depois e ainda estamos celebrando a ceia do Senhor. A ceia é, desta maneira, uma demonstração de amor obediente ao Senhor da Igreja (Jo 14.15 Se me amais, guardareis os meus mandamentos - e, ainda,  Jo 14.21 Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele). Sua Igreja o ama, e mostra isto obedecendo aos seus mandamentos - um dos quais estamos celebrando agora.
A ceia não era apenas para os apóstolos reunidos no cenáculo. A ceia não era apenas para os discípulos no caminho de Emaús, nem para aqueles 10 reunidos, escondidos, quando o Senhor apareceu pela primeira vez para sua Igreja, após a ressurreição. A ceia nem mesmo era para despertar a fé no coração duvidoso de Tomé. Não, queridos, a ceia não era apenas para os que aguardavam a volta de Jesus naquela geração.
A fé foi instituída para ser celebrada continuamente por toda a Igreja do Senhor, em todas as eras, inclusive hoje.  Celebrar a ceia do Senhor é, ao mesmo tempo em que lembramos o que Jesus fez, também reafirmar nossa confiança no que ele faz. Somente se pudemos dizer, como Paulo disse, que estamos certos de que o nosso Senhor é capaz (ainda hoje e eternamente) de guardar o nosso tesouro é que, de fato, seremos seus discípulos (II Tm 1.12 ...e, por isso, estou sofrendo estas coisas; todavia, não me envergonho, porque sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia).
E uma maneira de testemunhar isto, publicamente (Romanos 10:10 Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação), é celebrando a sua morte, sua vitória sobre a morte e sua ressurreição gloriosa. Quando a Igreja celebra a santa ceia ela afirma crer que Cristo está presente no meio de seu povo, que ele está dirigindo cada parte da liturgia, que é ele quem ministra o pão e o vinho, chamando para um banquete espiritual os seus discípulos amados.
Quando celebramos a ceia hoje dizemos ao mundo que Cristo está vivo. Afirmamos que o túmulo não conseguiu prendê-lo, cantamos, exultante, a vitória de Cristo (e nossa) sobre a morte (I Co 15.54-57 E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo).
Dizemos mais ainda, dizemos que ele não apenas está vivo mas está se relacionando com aqueles por quem deu sua vida e, não apenas isso, mas venceu a morte por eles.
Quando celebramos a ceia dizemos que Cristo está presente, transformando vidas, curando corações feridos, restaurando relacionamentos, salvando pecadores que, antes de conhecê-lo, estavam mortos em seus delitos e pecados (Ef 2.1 Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados), alheios à vida de Deus (Ef 4:18 ...obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração).
Diferente do que muitos às vezes imaginam, a santa ceia não é um culto fúnebre, não é uma cerimônia triste. Não, é motivo de alegria para a Igreja de todas as épocas, foi motivo de júbilo para a Igreja do séc. I., foi motivo de profunda alegria para a Igreja de todos os séculos e deve ser motivo de alegria para nós. Quando celebramos a ceia dizemos que nosso redentor vive (Jó 19.25 Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra).
É extremamente reconfortante celebrar a ceia sabendo que, embora recebamos o pão e o vinho das mãos de pecadores semelhantes a nós, através deles o Senhor mesmo está nos servindo, espiritualmente somos alimentados pelas mãos do filho do carpinteiro, pelas mesmas mãos que foram pregadas na cruz, vistas por Tomé com suas chagas. Quando celebramos a ceia, enfim, dizemos em que cremos: na ressurreição de Cristo, em sua presença em nosso meio.


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