sábado, 24 de agosto de 2013

BENEFÍCIOS DA RESSURREIÇÃO DE JESUS; CORAGEM QUE VENCE O MEDO

De Maria Madalena passamos a observar os sentimentos dos discípulos de Jesus, que conviveram com ele durante três anos, viram-no ressuscitar pessoas que haviam morrido há pouco tempo, como a filha de Jairo (Lc 8.52 E todos choravam e a pranteavam. Mas ele disse: Não choreis; ela não está morta, mas dorme. E riam-se dele, porque sabiam que ela estava morta. Entretanto, ele, tomando-a pela mão, disse-lhe, em voz alta: Menina, levanta-te! Voltou-lhe o espírito, ela imediatamente se levantou, e ele mandou que lhe dessem de comer), ou há mais tempo, quatro dias, como Lázaro (Jo 11.43 E, tendo dito isto, clamou em alta voz: Lázaro, vem para fora! Saiu aquele que estivera morto, tendo os pés e as mãos ligados com ataduras e o rosto envolto num lenço. Então, lhes ordenou Jesus: Desatai-o e deixai-o ir).
Conheciam o assombroso poder de Jesus demonstrado enquanto estava vivo, mas, agora, ele morrera. Como continuar crendo num messias que não pôde descer da cruz, e não havia ninguém igual a ele para fazê-lo retornar dos mortos - para eles, a morte era o fim de suas expectativas porque não confiaram nas palavras de Jesus (Jo 10.18 Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai).
Mesmo com o testemunho de Maria ainda não sabiam muito bem o que fazer e, provavelmente por isso, se reuniram para, quem sabe, encontrar alguma forma de superar o trauma da morte do seu mestre.
O quadro não era nada animador. Muitos deles tinham deixado tudo (Mt 19.27 Então, lhe falou Pedro: Eis que nós tudo deixamos e te seguimos; que será, pois, de nós?), como Mateus (Mc 2.14 Quando ia passando, viu a Levi, filho de Alfeu, sentado na coletoria e disse-lhe: Segue-me! Ele se levantou e o seguiu).
Outros tinham deixado suas funções mas poderiam, de alguma forma, retornar, como Pedro, Tiago e João. Mas isto não era o pior: eles eram conhecidos por serem discípulos de um judeu que fora condenado como herege pelo sinédrio e criminoso político pelos romanos. Isto explica, em parte, o medo de Pedro de ser identificado como discípulo de Jesus durante o seu julgamento (Mc 14.70 Mas ele outra vez o negou. E, pouco depois, os que ali estavam disseram a Pedro: Verdadeiramente, és um deles, porque também tu és galileu).
Seriam desprezados pelos judeus, malvistos pelos romanos. Tornar-se-iam párias sociais. Podiam até ser presos a qualquer momento - e por isso sua reunião, contando com 10 discípulos, tinha um convidado a mais: o medo.
E Jesus lhes advertira que, se o perseguiram, também perseguiram aos seus discípulos (Jo 15.20 Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: não é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa). Tudo o que Jesus havia dito que aconteceria, realmente acontecera. E agora restava o medo de que a perseguição os atingisse.
Por isso se reúnem, com medo. De repente, Jesus aparece no meio deles. Eles não sabiam explicar esta presença, pois, por medo, trancaram as portas (Jo 20.19 Ao cair da tarde daquele dia, o primeiro da semana, trancadas as portas da casa onde estavam os discípulos com medo dos judeus, veio Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco!), mas ele estava lá e lhes oferece o antídoto para o medo. Diferente do que esperaríamos, ele não lhes oferece coragem, mas paz, palavra que se tornaria um dos pilares do evangelho, insistentemente evocada por Paulo, por exemplo, ultrapassando a capacidade de entendimento humano (Fp 4.7 E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus).
Estar em paz com Deus significa não temer mais nada (Rm 8.31 Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?) , nem mesmo a morte (I Co 15.55 Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?).
Mas esta transformação só foi possível porque eles criam num Cristo ressurreto, vivo, poderoso, vencedor inclusive sobre a morte e que lhes dera a vida eterna (Jo 3.36 Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus), de maneira que aquele que fraquejara diante de uma criada mostra-se firme diante do sinédrio (At 5.29 Então, Pedro e os demais apóstolos afirmaram: Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens).
A fé em Cristo, no Cristo ressurreto, assentado à destra de Deus Pai traz poder, poder para testemunhar em qualquer lugar (At 1.8 ...mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra), poder para vencer toda e qualquer adversidade, sendo conduzido em triunfo pelo todo poderoso (II Co 2.14 Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo e, por meio de nós, manifesta em todo lugar a fragrância do seu conhecimento), porque o que venceu o mundo nos dá sua vitória (Jo 16.33 Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo) e nos diz para não termos medo do mundo (Mt 10.28 Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo) pois ele já está vencido pela nossa fé em Cristo, vivo, ressurreto, rei, Senhor e salvador (I Jo 5.4-5 ...porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?).

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