terça-feira, 13 de agosto de 2013

II. O CRISTÃO E A OBRIGAÇÃO DE DESEJAR O RESULTADO DO EVANGELHO

A Palavra de Deus nos diz que o evangelho é o poder de Deus para a salvação de pecadores. Uma simples lógica nos leva a admitir o absurdo de que há cristãos que não se importam, ou, mais lastimável ainda, não desejam a salvação de pecadores. Como posso afirmar algo tão cruel a respeito dos tão boníssimos cristãos?
Vejamos que esta lógica não é uma criação minha ou e quaisquer outros teólogos, mas paulina, bíblica, inspirada, (Rm 10.13-14 Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?): 1. Os pecadores estão indo para o inferno por causa dos seus pecados, estando sem a salvação proporcionada por Deus em Cristo Jesus; 2. O único meio dos pecadores não irem para o inferno é recebendo a salvação pela graça de Deus em Cristo Jesus; 3. Os pecadores só receberão esta salvação se crerem em Jesus Cristo; 4. eles só crerão se houver quem pregue - e como muitos cristãos não pregam, então, não querem que os pecadores sejam salvos.
Se não for isso, então, o problema é ainda maior para os cristãos, porque, se não pregam porque não querem ver pecadores salvos, então, não pregam por não se considerarem enviados pelo Senhor, logo, não se consideram discípulos do Senhor, confessando-o hipocritamente (Mc 7.6 Respondeu-lhes: Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim).
Os coríntios receberam o evangelho porque havia quem pregasse o evangelho. E o resultado deste evangelho é que, mesmo na devassa Corinto, Deus tinha povo (At 18.9-11 Teve Paulo durante a noite uma visão em que o Senhor lhe disse: Não temas; pelo contrário, fala e não te cales; porquanto eu estou contigo, e ninguém ousará fazer-te mal, pois tenho muito povo nesta cidade. E ali permaneceu um ano e seis meses, ensinando entre eles a palavra de Deus).
E, por terem recebido o evangelho, receberam de Deus a salvação, uma graça que não mereciam, que não desejavam, à qual eram alheios até em seus desejos (Ef 2.12 ...naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo).
O que muitos não sabem, e os coríntios também não sabiam até terem ouvido e aprendido de Paulo, é exatamente a mesma coisa que deve ser ensinada aos não cristãos de nosso tempo:

i. FIDELIDADE

Paulo faz questão de lembrar que o evangelho não é algo dado para agradar a homens (Gl 1.10 Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo), porque, se fosse, não seria evangelho, não conseguiria mostrar aos homens o que eles mais detestam, e do que se escondem desde o Éden - seu estado de transgressores, caídos, aquém do padrão estabelecido por Deus (Rm 3.23 ...pois todos pecaram e carecem da glória de Deus) e incapazes de fazer qualquer coisa para mudar seu estado de perdição (Rm 3.24 ...sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus) pois estavam mortos em seus delitos e pecados (Ef 2.1 Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados).
Precisamos insistir neste ponto, não é qualquer evangelho que salva, mas apenas o evangelho verdadeiro, do Senhor Jesus Cristo. Paulo diz que eles seriam salvos se retivessem a palavra tal como a receberam. Ninguém tem o direito de adulterar a Palavra de Deus (Ap 22.18 Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro).
Outro ponto que precisamos insistir é que apenas um evangelho puro pode ser considerado evangelho - qualquer impureza, mesma vinda de um anjo (Gl 1.8 Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema) descaracteriza-o como evangelho do Senhor que não tolera o pecado e deu-nos uma lei para a vida, mas para que a mesma seja cumprida à risca (Sl 119.4 Tu ordenaste os teus mandamentos, para que os cumpramos à risca).
Paulo declara que a salvação dos coríntios [bem como a de qualquer cristão, independente do lugar e época) se deu porque eles receberam o evangelho, cuidando para que eles não caiam no mesmo erro dos gálatas - embora não aderissem aos judaizantes, os coríntios também enfrentavam problemas de adulteração da fé por causa de suas divisões em grupos teológicos, litúrgicos, morais e relacionais - tudo por causa de preferências pessoais. Assim, o evangelho não é uma questão do que se gosta, mas de aceitação e obediência.
O evangelho é o mapa da salvação, e a adulteração de qualquer de suas marcas vai conduzir o peregrino a qualquer outro lugar, mas não à pérola de grande valor. É possível haver milhares de mensagens, milhares de religiões, milhares de “evangelhos”, mas só há um evangelho verdadeiro, só há um caminho para Deus (Jo 14.6 Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim).
Todos os “mais” que alteram a gratuidade do evangelho devem ser vistos como invenções satânicas (obviamente por meio de seus “ministros” - II Co 13.13-15 Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras).
Lembremos que a nossa luta não é contra os homens - por mais ímpios que eles sejam, mas contra seus mentores (Ef 6.12 ...porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes).

ii. PERSEVERANÇA

O verdadeiro evangelho produz o novo nascimento. E aquele que é nascido segundo Deus obtém o poder para vencer todas as ciladas do mundo (I Jo 5.4 ...porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé). Sem o novo nascimento não há poder para testemunhar, para viver pela fé, para enfrentar e vencer o mundo mesmo em um mundo mau (Jo 16.33 Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo) e esta fé é útil em quaisquer situações, e não apenas em assuntos espirituais (At 27.25 Portanto, senhores, tende bom ânimo! Pois eu confio em Deus que sucederá do modo por que me foi dito).
Não nos esqueçamos que Paulo diz que a nossa fé (Hb 11.1 Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem) não se limita apenas a esta vida, do contrário, poderíamos ser contados entre os mais infelizes de todos os homens (I Co 15.19 Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens) e tudo o que envolve a genuína experiência de vida com Cristo seria em vão.
Um falso evangelho produz apenas aparência de piedade e nenhum poder, um tipo de falso convertido que, se fosse possível detectar, deveriam ser mantidos à distância (II Tm 3.1-5 Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes).
Um falso evangelho pode produzir alguma forma de moralidade que, na verdade, é uma religião humana e uma forma de apostasia (I Tm 4.1-3 Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência, que proíbem o casamento e exigem abstinência de alimentos que Deus criou para serem recebidos, com ações de graças, pelos fiéis e por quantos conhecem plenamente a verdade).
Um falso evangelho não produz vida, não tem efeito espiritual algum. Os muitos “outros evangelhos” que apresentam Jesus como um homem singular, ou um anjo, ou um espírito, ou até mesmo a aceitação de todos os fatos a respeito da vida, morte e ressurreição de Jesus, mas sem uma aceitação pessoal e incondicional de Jesus como Senhor e salvador não conduz à vida eterna (Jo 17.3 E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste).

Somente aqueles que receberem o enviado de Deus terão a vida eterna (Jo 1.12 Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome) e passarão da morte para a vida (Jo 5.24 Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida).

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