domingo, 7 de março de 2010

OS CAMINHOS DA IGREJA NO SÉCULO XI - MUTACIONISMO

MUTACIONISMO

Talvez seja a característica mais marcante do movimento chamado de evangélico atual. Ao invés de impactar a sociedade, faz-se uma pesquisa para saber o que a sociedade deseja. Se a pesquisa fosse para saber o que a sociedade precisa, teria alguma validade. Mas o que se objetiva é saber quais os desejos da sociedade, e, então, apresentar uma mensagem atrativa, que satisfaça este desejo. O evangelho não é mais uma mensagem transformadora, mas um pretexto para uma mensagem que gere algum grau de satisfação. Deixa-se de exigir conversão e mudança de atitudes [At 26.20 - ...mas anunciei primeiramente aos de Damasco e em Jerusalém, por toda a região da Judéia, e aos gentios, que se arrependessem e se convertessem a Deus, praticando obras dignas de arrependimento] em prol de uma adesão formal, cultural e, porque não, econômico-financeira. O crente passa a ser visto não mais como o fiel a Cristo, mas como o freqüentador dizimista e ofertante – ou, quase sempre, apenas ofertante de acordo com as campanhas efetuadas.

Mudando o contexto social, muda-se a mensagem, muda-se o produto, embora a roupagem pareça-se com o evangelho – mas a verdade é que apenas parece. Trata-se de um produto, uma invenção, uma tentativa de satisfazer os anseios diretos do homem gerando uma satisfação que o desvie e distraia da percepção de sua real necessidade.

Andar por este caminho significa perder a identidade, perder a possibilidade de influenciar, perder a relevância. Escolher este caminho significa tornar-se realmente irrelevante como agência do reino – o que não quer dizer tornar-se irrelevante como entidade, como organização. Pode-se construir um verdadeiro império religioso sem ser igreja do Senhor Jesus. A história está repleta de situações como estas.

É comum escolher as coisas do mundo [I Jo 2.15-17 - Não ameis o mundo, nem as cousas que há no mundo. Se alguém amar o mundo o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. Ora o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente], numa demonstração de que perdeu-se a perspectiva correta. E sem o alicerce da palavra de Deus, a solução é ir pulando de galho em galho, mudando de acordo com as circunstâncias, numa tentativa desesperada de sobreviver – ou, em alguns casos, de continuar existindo como entidade, como organização, mesmo que não mais como Igreja do Senhor Jesus.

Nenhum comentário:

FAÇA DESTE BLOG SUA PÁGINA INICIAL