quarta-feira, 10 de março de 2010

PARÁ – TERRA SEM LEI [E UM SUSTO NO CORAÇÃO DO PASTOR]

Em Baião

A cidade de Baião viveu um clima de terror na manhã do dia 01 de março. Uma quadrilha com cerca de 16 pessoas, com armas pesadas, invadiu a cidade, cercaram o quarteirão da única agência bancária [deveria ser mais fácil à polícia dar segurança à única agência bancária da cidade] fazendo uso de reféns, inclusive crianças como escudo contra a polícia que pelo pequeno contingente, pra variar, e certamente sem o preparo adequado e, porque não dizer, também sem vontade, pareceu inerte contra o bando. O gerente da agência do banco do Brasil ao perceber a situação fugiu pelos fundos da agência bancária e o subgerente foi feito refém com a finalidade de que abrisse o cofre da agência. Feito o assalto uma parte do bando saiu a pé cercando o carro de fuga e fazendo uso de crianças como escudo humano e se dirigiram, disparando tiros para o alto e a esmo, em direção à prefeitura da cidade onde há um caixa eletrônico. A cena de filme de faroeste levou duas quadras até chegar à prefeitura de onde arrancaram o caixa eletrônico e dali partiram em fuga. Vários tiros foram disparados que fizeram três vítimas, felizmente nenhuma delas fatal. Ao fugirem da cidade queimaram um carro em cima da única ponte que é via de acesso por estrada bloqueando a entrada e saída da cidade para que não fossem perseguidos. A audácia dos bandidos na cidade perdurou por quase uma hora.
Conta o Rev. Júlio César, pastor presbiteriano: "Muitas pessoas de nossa igreja estavam no caminho percorrido na cidade durante o assalto. Uma jovem mãe com seu filho recém nascido estava em sua loja no momento da confusão na hora do assalto que era ao lado da agência bancária. A mãe da jovem que também é comerciante, também estava lá em outra loja ao lado do banco; uma jovem moça de nossa igreja também estava em uma loja ao lado da agência. Outra jovem mãe estava na prefeitura quando os bandidos estavam se aproximando de lá e conseguiu fugir antes de que chegassem; o seu marido havia saído minutos antes da prefeitura tendo acabado de fazer um saque no caixa eletrônico que foi roubado; Ao se aproximarem da referida ponte uma irmã de nossa igreja estava na estrada com seu marido e o bando encapuzado passou por eles, quando ela pediu que não atirassem nela. O bando passou atirando para o alto e foi-se embora".
Continua ele: "…quero agradecer a Deus pela proteção e cuidado aos nossos amados irmãos que estiveram literalmente expostos a esse risco".

Jacundá

P3080415A cidade de Jacundá viveu um clima de terror na manhã do dia 09 de março. Uma quadrilha com cerca de 16 pessoas, com armas pesadas, invadiu a agência do Banco do Brasil [a 300m da delegacia], fizeram reféns, destríram as portas com utilização de armas de alto poder de fogo, e após efetuarem o assalto uma parte do bando saiu a pé cercando o carro de fuga e fazendo uso de 5 reféns fugiram, roubando um carro que foi usado como bloqueio numa ponte na estrada-rota de fuga conhecida como Pitinga, onde colocaram fogo na caminhonete roubada sobre uma ponte a 3km da cidade, para evitar que fossem perseguidos. Dentro da caminhonete deixaram dinheiro e um saco com armas e balas, que explodiram com o fogo. Tudo isto demorou quase uma hora. Moradores entraram no carro e se apropriaram de parte do dinheiro roubado [calcula-se que cerca de R$ 100.000,00 foram queimados ou resgatados pelos moradores].

Livramento

P3080420No momento do assalto, por uma série de fatores providenciais eu não estava na agência. Uma irmã lá se encontrava, e, graças a Deus, ficou apenas com o susto. Eu estava indo para o banco, efetuar um depósito [por engano havia ido primeiro ao Bradesco, um caso de lugar errado na hora certa – rs]. Ao perceber meu equívoco, passei no escritório de um advogado conhecido e, depois, resolvi ir buscar um equipamento eletrônico que queimou no sábado, quando hospedávamos algumas senhoras da diretoria da Federação de SAFs em nossa casa [o inconveniente do sábado serviu de livramento na segunda]. Após pegar o equipamento, dirigi-me ao banco e já estava a menos de 30metros do mesmo [mais ou menos no lugar onde se lê “Lavajato Mix" quando percebi, no local onde se encontram três garotas, uma caminhonete estacionando, e um homem armado indo em direção ao banco. Outro desceu também armado, encapuzado. O primeiro atirou na porta do banco. Apenas tive tempo de virar à direita na primeira esquina e ir em direção à delegacia onde informei aos policiais [demoraram cerca de 8 minutos para chegarem nas proximidades do banco, a 300m da delegacia]. Após muitos tiros e até onde se sabe nenhum ferido, os assaltantes fugiram.

Em seguida dirigi-me à escola para buscar a Ezrah, nas proximidades do banco, e, antes de lá chegar, parei para dar assistência a uma mototaxista que foi abalroada por um carro que fugia do local do assalto. Chamamos a ambulância, colocamo-la no carro e fui para a escola. Foram cerca de 45 minutos de cenas absurdas, como dezenas de transeuntes nas esquinas, assistindo o assalto e correndo riscos de serem alvejados.

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