terça-feira, 27 de agosto de 2013

PORQUE PATRIOTA CAIU?

Porque Patriota caiu?
Tem coisas que eu entendo, mas que ficam realmente difíceis de serem explicadas. Uma delas é a queda do chanceler Antônio Patriota da chefia do Itamaraty. Porque ele caiu? Para começar a entender é preciso voltar quase dois anos nesta história. Há exatos 445 dias um político de oposição ao regime bolivariano de Evo Morales - o mesmo que tungou parte da Petrobrás (num processo que tem levado a empresa a valer cada vez menos) sem um pio do governo brasileiro porque Evo é aliado do PT no Foro de São Paulo – pediu asilo na embaixada brasileira por estar sendo perseguido política e juridicamente pelo narcopresidente.
Pelas convenções internacionais, especialmente uma firmada no âmbito do Mercosul, o governo boliviano tinha que conceder salvo-conduto para o senador Roger Molina deixar o país – prazo que a Bolívia estendeu por 1 ano, dois meses e 20 dias, enrolando o governo brasileiro. Espere, enrolando? Não, o governo brasileiro não fez nem uma cobrança formal neste longo período. Tinha outras coisas mais importantes a tratar, como hoje se sabe. O Brasil não insistiu, e Molina ia ficando por lá.
Como no Itamaraty também tem gente que não reza pela cartilha do Foro de São Paulo, o diplomata Eduardo Saboia resolveu a questão de uma maneira aventuresca, deixando de informar seus superiores, trouxe para o Brasil o senador boliviano. Saboia sabe que sua carreira diplomática está proporcionalmente ligada ao tempo que o PT continuará a exercer o poder no Brasil. Vai para a geladeira, muito em breve, assim que a poeira baixar.
A Bolívia vinha agindo contra as convenções internacionais, contra tratados de reciprocidade entre os países e, no final das contas, Patriota caiu. E porque caiu? Porque não sabia que Saboia ia fazer o que Dilma e Evo Morales não queriam: tirar o senador Molina da Bolívia. Patriota caiu porque não conseguiu manter Molina preso na Bolívia, como manterão os cubanos presos no Brasil, como mantiveram presos dois pugilistas cubanos aqui até devolverem-nos aos seus feitores castristas – gostaria, inclusive, de saber como eles andam, se ainda estão vivos.
Há, entretanto, o lado da Bolívia nesta história. Saboia passou por 6 barreiras, e teve que negociar a passagem do carro oficial da embaixada em cada uma delas. É impossível que os bolivianos não soubessem quem estava sendo conduzido dentro do carro. O colunista Reinaldo Azevedo levanta a seguinte questão:
Querem saber? Tudo indica que o Brasil acabou vítima de uma embromação boliviana. Não sei, não! Mas é possível que o índio de araque tenha passado uma rasteira no Brasil. Ora, ora… Se o governo boliviano sabia que um adversário seu estava refugiado na embaixada e se lhe recusava o salvo-conduto, o normal, convenham, é que essa embaixada estivesse sendo monitorada a uma prudente distância: o bastante para não parecer hostil com o Brasil, mas o suficiente para que se percebesse alguma movimentação estranha. Parece bastante plausível que o governo boliviano quisesse se livrar do pepino, mas sem dar a entender que cedeu — e jogando, adicionalmente, a responsabilidade nas costas do Brasil. O Brasil virou o cobre de plantão do governo boliviano — somos vistos por lá como imperialistas, entendem? Mais dia menos dia, o senador tentaria deixar o prédio. E foi o que fez. É grande a chance de que o governo boliviano soubesse da fuga. Preferiu, no entanto, resolver a questão. Os protestos e exigências de esclarecimento — bem como o pedido de extradição — fazem parte do espetáculo. Quem sabe Evo não arranca mais alguns trocos do Brasil, não é?
Então, se o governo boliviano sabia, Porque patriota caiu?

Patriota caiu porque não conseguiu manter as aparências, e Dilma já o considerava fraco e sem comando, mas, ao mesmo tempo, foi incompetente para fazer a vontade do Foro de São Paulo. Patriota caiu porque não fez as vontades de Evo e Dilma, não por que não quisesse. Patriota caiu porque não é bom ator, como Evo. Enfim, Patriota caiu porque a pátria, para o PT, é o Foro de São Paulo. Creio que, nesta história, Dilma sofreu um embuste de Evo, e sua reação imediata ao demitir Patriota indica isso. Talvez agora ela já saiba, mas não vai admitir, readmitindo Patriota. E Evo Morales ainda posa de vítima para seus conterrâneos, enquanto aqui, temos mais uma crise que evidencia o que todo o mundo já sabe: o Brasil é a casa mãe Joana onde cubanos, bolivianos, venezuelanos e afins fazem o que bem entendem, desde que sejam amigos da mãe Dilmona.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

BRASIL SERÁ O FEITOR DOS ESCRAVOS CUBANOS

Escrevi muito recentemente um post sobre a implantação de uma forma dissimulada de escravidão ideológica no Brasil (Revogada a lei áurea no Brasil) com a chegada de 4.000 médicos cubanos. Ideologia e projeto dos mesmos à parte, já discutidas no artigo citado, me surgiu uma pergunta logo respondida: se eles serão escravos no Brasil a serviço de um sinhozinho distante, no caso, os Castro, quem será o feitor dos mesmos? Quem vigiaria os novos escravos e os puniria em caso de desobediência? Não demorou muito e o Sr. Luís Inácio Adams, procurador geral da república, envolvido muito recentemente num escândalo que faz parte do envolvimento amoroso do outro Luís Inácio com uma certa Rosemary Noronha, ao ser perguntando sobre como o governo brasileiro reagiria caso um destes abnegados médicos cubanos que doarão até 84% de seus salários para o governo cubano manter seus familiares (presos) enquanto eles aqui trabalham, solicitasse asilo político, ele saiu-se com esta:
Nesse caso me parece que não teriam direito a essa pretensão (asilo político). Provavelmente seriam devolvidos. Todos os tratados, quando se trata de asilo, [consideram] situações que configurem ameaça por razões de ordem políticas, de crença religiosa ou outra razão. É nesses condições que você analisa as situações de refúgio. E, nesse caso, não me parece que configuraria essa situação”.

Me parece que, no caso de Cuba, há questões políticas envolvidas, bem como "outra razão", como foi no caso de dois pugilistas que desertaram durante os jogos pan-americanos do Rio de Janeiro, foram presos pela PF (os nossos capitães-do-mato) e devolvidos ao sinhozinho Castro. O Sr. Adams está dizendo que o Brasil será o feitor destes "abnegados médicos" que não terão o direito a asilo caso venham a pedir. Já é uma pré-condição para eles virem. Só estarão aqui os quadros do regime castrista (e ainda assim deixando seus familiares penhorados lá) – quem pensa diferente continua preso na ilha, bem entendido.

sábado, 24 de agosto de 2013

BENEFÍCIOS DA RESSURREIÇÃO DE JESUS: INTRODUÇÃO

Há um fenômeno que pode ser muito facilmente percebido no mundo religioso - não apenas nas Igrejas neoevangélicas, apesar de sua forte presença na mídia torna-los ainda mais visível. Denomino este fenômeno de utilitarismo, isto é, tornar a fé uma mera ferramenta para se obter alguma forma de satisfação.
É óbvio que uma vida devotada a Cristo, pela fé, conduz o cristão em triunfo (II Co 2.14 Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo e, por meio de nós, manifesta em todo lugar a fragrância do seu conhecimento), e que a fé é útil tanto para o porvir (Hb 11.1 Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem) quanto para os enfrentamentos diários (At 27.25 Portanto, senhores, tende bom ânimo! Pois eu confio em Deus que sucederá do modo por que me foi dito), mas o utilitarismo é materialista e imediatista, é terreno, está muito mais interessado apenas em juntar tesouros (monetários, emocionais, profissionais, materiais) aqui, onde tudo pode ser perdido (Lc 12.34 ...porque, onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração).
Esta utilitarização imediatista e materialista da fé é expressa na forma repetitiva de testemunhos que encontramos nos meios de comunicação apontando sempre os numerosos benefícios conseguidos depois de uma aceitação formal de Jesus. Outra forma pode ser encontrada quando você tenta mostrar o amor de Jesus por pecadores e o interlocutor faz a pergunta: “E o que eu ganho por seguir Jesus”, numa reação à evidente necessidade de abandonar o seu estilo de vida atual. Muitos caem na armadilha e falam logo de benefícios terrenos que todos desejam, como estabilidade familiar, companhia da igreja, prosperidade. Somente em alguns casos aponta-se para o reino celeste.
Em resposta a isto podemos encontrar no capítulo 20 do evangelho de João alguns benefícios que o cristão pode experimentar em sua fé sem se preocupar com esta distorção pseudo-evangélica.
EM QUAL JESUS CRER
Provavelmente o grande problema de muitos “crentes” seja o fato de que não sejam, verdadeiramente, crentes, mas crédulos, e, embora pareça apenas um jogo de palavras, faz uma diferença enorme entre a vida e a morte, com efeitos eternos.
Crente é aquele que acredita na verdade revelada e, como os bereanos, buscam confirmação do que é dito que devem crer com o que o Senhor efetivamente diz para crerem, experimentando os espíritos, isto é, a essência do que lhes é oferecido (At 17.11 Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim).
Observemos que os bereanos receberam a palavra com avidez, mas, ao mesmo tempo, não eram crédulos, isto é, não queriam ser enganados. Queriam crer, diferente dos sacerdotes que tudo fizeram para matar a Jesus porque não queriam crer (Jo 18.14 Ora, Caifás era quem havia declarado aos judeus ser conveniente morrer um homem pelo povo).
Uma multidão de crédulos não faz uma Igreja, porque os crédulos creem de duas formas: a primeira, de acordo com o que lhes é apresentado (e, como os gálatas, acabam aceitando outro evangelho - Gl 1.6-7 Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo), e a segunda, de acordo com o que querem crer, escolhendo doutrinas e formando uma fé ao estilo Frankstein, o que explica, embora não justifique, tantas e tão constantes mudanças de denominação à procura de novas peças que lhes agradem.
Por outro lado, um único crente é a Igreja do Senhor Jesus, onde está o reino de Deus (Lc 17.21 Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós), o templo onde habita o Espírito Santo (I Co 3.16 Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?).
É preciso, antes de mais nada, definir em qual Jesus crer - e esta fé tem que ser, nas palavras de Jesus, segundo as Escrituras (Jo 5.39 Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim). Uma fé em um Jesus diferente do que está nas Escrituras (I Co 15.3-4 Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras) é semelhante a crer em Teudas e Judas, o galileu, que foram rejeitados pelos judeus antes do nosso Senhor, penso que enviado por satanás justamente para tornar os corações dos judeus ainda mais duros.
O que, então, os crentes, com uma fé saudável, bíblica, ganham de benefícios ao crerem em Jesus Cristo?
No capítulo 20 do evangelho de João encontramos o relato claro de três benefícios e uma consequência eterna que o cristão pode, legitimamente, usufruir de sua fé.

BENEFÍCIOS DA RESSURREIÇÃO DE JESUS: CONSOLO

Os discípulos de Jesus, com toda a razão, diante dos fatos que se sucederam em Jerusalém, estavam sem a menor noção do que fazer ou para onde irem. Abandonaram Jesus no momento de sua prisão, negaram-no no julgamento e se dispersaram após sua crucificação. Certamente estavam envergonhados, mas, também tristes, porém, tinham uns aos outros, tinham suas famílias para onde voltar - havia até mesmo irmãos entre eles. Mas provavelmente nenhuma tristeza tenha sido mais perceptível do que a de Maria, de Magdala.
Ela era uma mulher sem qualquer esperança, possessa de sete espíritos imundos (Mc 16.9 Havendo ele ressuscitado de manhã cedo no primeiro dia da semana, apareceu primeiro a Maria Madalena, da qual expelira sete demônios) - e Jesus a havia libertado, reintegrado à sociedade que a desprezava. Ela nada pôde fazer para impedir sua prisão, seu julgamento e sua morte - nem mesmo sepultá-lo convenientemente. Nem mesmo depois da morte ela pode prestar uma homenagem a Jesus, não pôde embalsamá-lo, pois era o início do sábado, na verdade, o grande sábado de páscoa, o dia mais importante do calendário israelita e nenhum corpo podia permanecer insepulto para não “contaminar a terra” (Dt 21.23 ...o seu cadáver não permanecerá no madeiro durante a noite, mas, certamente, o enterrarás no mesmo dia; porquanto o que for pendurado no madeiro é maldito de Deus; assim, não contaminarás a terra que o SENHOR, teu Deus, te dá em herança).
Uma mulher que fora encontrada e liberta por Jesus quanto não tinha nenhuma esperança, e que, agora, dirigia-se para o túmulo também sem esperança de conseguir realizar seu intento de embalsamar o corpo do Senhor. Como ou quem lhe removeria a pedra? Como uma mulher frágil e fragilizada pela dor conseguiria mover uma pedra que tapava um túmulo, pesando centenas de quilos?
E na vida, quem a orientaria, quem a protegeria? A quem seguiria? A igreja de seus dias tinha matado o amado de sua alma. Eles a rejeitariam. Nem mesmo os discípulos de Jesus sabiam responder a esta pergunta - eles também estavam desorientados, sem plano de ação, sem liderança, desalentados e sem qualquer perspectiva.
Ao chegar ao túmulo, percebe que seu problema inicial não mais existia. Não havia pedra tapando o túmulo, nem guardas. Era demais para ela, só lhe restava pedir ajuda - e foi correndo procurar os discípulos, encontrando Pedro e João, que modestamente não cita seu nome. Eles correm, verificam que o corpo de Jesus efetivamente não está lá, e, ainda desorientados, voltam para casa.
Maria, tão triste estava, permaneceu perto do túmulo. E chorava. Não lhe restava mais nada a fazer, apenas chorar. Há momentos em nossa vida que a única coisa que sabemos fazer é dar vazão ao nosso desalento, à nossa certeza de não saber nem poder fazer nada para mudar a situação.
E, chorando, olha para o lugar onde viu frustrada sua última esperança e vê que não está sozinha. Nem mesmo a presença de anjos confortam seu coração, até que, finalmente, ela tem um encontro com Jesus. E isto muda tudo. Mas, apesar de Jesus do seu lado, por um tempo sua dor era tão intensa que a impedia de reconhecer Jesus. Não é de estranhar que muitos estejam tão imersos em suas angústias pessoais que não percebam o Senhor tão próximo,
Mas isto só dura até que o Senhor a chama pelo seu próprio nome. É uma triste verdade que nossa miséria, nossa dor, só nos cega até o momento em que o Senhor nos chama. Ele nos conhece, conhece nossas fraquezas e tem se compadecido de nós (Hb 4.15 Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado).
No exato instante em que ela reconhece ser Jesus, e não um jardineiro, que está ao seu lado, sua tristeza se transforma numa exultante disposição para testemunhar a ressurreição de Jesus (Jo 20.18 Então, saiu Maria Madalena anunciando aos discípulos: Vi o Senhor! E contava que ele lhe dissera estas coisas). A primeira benção adquirida pelo cristão com a ressurreição de Jesus foi o fim da tristeza, dando lugar a uma exultante alegria.

BENEFÍCIOS DA RESSURREIÇÃO DE JESUS; CORAGEM QUE VENCE O MEDO

De Maria Madalena passamos a observar os sentimentos dos discípulos de Jesus, que conviveram com ele durante três anos, viram-no ressuscitar pessoas que haviam morrido há pouco tempo, como a filha de Jairo (Lc 8.52 E todos choravam e a pranteavam. Mas ele disse: Não choreis; ela não está morta, mas dorme. E riam-se dele, porque sabiam que ela estava morta. Entretanto, ele, tomando-a pela mão, disse-lhe, em voz alta: Menina, levanta-te! Voltou-lhe o espírito, ela imediatamente se levantou, e ele mandou que lhe dessem de comer), ou há mais tempo, quatro dias, como Lázaro (Jo 11.43 E, tendo dito isto, clamou em alta voz: Lázaro, vem para fora! Saiu aquele que estivera morto, tendo os pés e as mãos ligados com ataduras e o rosto envolto num lenço. Então, lhes ordenou Jesus: Desatai-o e deixai-o ir).
Conheciam o assombroso poder de Jesus demonstrado enquanto estava vivo, mas, agora, ele morrera. Como continuar crendo num messias que não pôde descer da cruz, e não havia ninguém igual a ele para fazê-lo retornar dos mortos - para eles, a morte era o fim de suas expectativas porque não confiaram nas palavras de Jesus (Jo 10.18 Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai).
Mesmo com o testemunho de Maria ainda não sabiam muito bem o que fazer e, provavelmente por isso, se reuniram para, quem sabe, encontrar alguma forma de superar o trauma da morte do seu mestre.
O quadro não era nada animador. Muitos deles tinham deixado tudo (Mt 19.27 Então, lhe falou Pedro: Eis que nós tudo deixamos e te seguimos; que será, pois, de nós?), como Mateus (Mc 2.14 Quando ia passando, viu a Levi, filho de Alfeu, sentado na coletoria e disse-lhe: Segue-me! Ele se levantou e o seguiu).
Outros tinham deixado suas funções mas poderiam, de alguma forma, retornar, como Pedro, Tiago e João. Mas isto não era o pior: eles eram conhecidos por serem discípulos de um judeu que fora condenado como herege pelo sinédrio e criminoso político pelos romanos. Isto explica, em parte, o medo de Pedro de ser identificado como discípulo de Jesus durante o seu julgamento (Mc 14.70 Mas ele outra vez o negou. E, pouco depois, os que ali estavam disseram a Pedro: Verdadeiramente, és um deles, porque também tu és galileu).
Seriam desprezados pelos judeus, malvistos pelos romanos. Tornar-se-iam párias sociais. Podiam até ser presos a qualquer momento - e por isso sua reunião, contando com 10 discípulos, tinha um convidado a mais: o medo.
E Jesus lhes advertira que, se o perseguiram, também perseguiram aos seus discípulos (Jo 15.20 Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: não é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa). Tudo o que Jesus havia dito que aconteceria, realmente acontecera. E agora restava o medo de que a perseguição os atingisse.
Por isso se reúnem, com medo. De repente, Jesus aparece no meio deles. Eles não sabiam explicar esta presença, pois, por medo, trancaram as portas (Jo 20.19 Ao cair da tarde daquele dia, o primeiro da semana, trancadas as portas da casa onde estavam os discípulos com medo dos judeus, veio Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco!), mas ele estava lá e lhes oferece o antídoto para o medo. Diferente do que esperaríamos, ele não lhes oferece coragem, mas paz, palavra que se tornaria um dos pilares do evangelho, insistentemente evocada por Paulo, por exemplo, ultrapassando a capacidade de entendimento humano (Fp 4.7 E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus).
Estar em paz com Deus significa não temer mais nada (Rm 8.31 Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?) , nem mesmo a morte (I Co 15.55 Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?).
Mas esta transformação só foi possível porque eles criam num Cristo ressurreto, vivo, poderoso, vencedor inclusive sobre a morte e que lhes dera a vida eterna (Jo 3.36 Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus), de maneira que aquele que fraquejara diante de uma criada mostra-se firme diante do sinédrio (At 5.29 Então, Pedro e os demais apóstolos afirmaram: Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens).
A fé em Cristo, no Cristo ressurreto, assentado à destra de Deus Pai traz poder, poder para testemunhar em qualquer lugar (At 1.8 ...mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra), poder para vencer toda e qualquer adversidade, sendo conduzido em triunfo pelo todo poderoso (II Co 2.14 Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo e, por meio de nós, manifesta em todo lugar a fragrância do seu conhecimento), porque o que venceu o mundo nos dá sua vitória (Jo 16.33 Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo) e nos diz para não termos medo do mundo (Mt 10.28 Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo) pois ele já está vencido pela nossa fé em Cristo, vivo, ressurreto, rei, Senhor e salvador (I Jo 5.4-5 ...porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?).

BENEFÍCIOS DA RESSURREIÇÃO DE JESUS: FÉ

A fé é a certeza de fatos que ainda não podem ser vistos (Hb 11.1 Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem) e é justamente esta a diferença entre os crentes e os crédulos. Os crentes andam pela fé, não pelo que já podem ver (II Co 5.7 ...visto que andamos por fé e não pelo que vemos).
Os crédulos são enganados pelos olhos, e é exatamente com isto que os enganadores contam - com o desejo dos crédulos de ver e ouvir coisas (At 8.9 Ora, havia certo homem, chamado Simão, que ali praticava a mágica, iludindo o povo de Samaria, insinuando ser ele grande vulto; ao qual todos davam ouvidos, do menor ao maior, dizendo: Este homem é o poder de Deus, chamado o Grande Poder).
Na primeira reunião da Igreja pós-ressurreição uma ausência foi notada: Tomé não estava, e, mesmo com abundantes testemunhos, parecia maravilhoso demais acreditar nas palavras dos demais discípulos (Jo 20.25 Disseram-lhe, então, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele respondeu: Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, e ali não puser o dedo, e não puser a mão no seu lado, de modo algum acreditarei).
O próprio Tomé declara-se incrédulo na ressurreição de Jesus Cristo. Não é um adjetivo que alguém esteja lhe atribuindo, ele mesmo diz que não cria na ressurreição de Jesus. Mas não sejamos rápidos demais para condenar Tomé. Muitos de nós foram ou ainda são iguais a Tomé, exigindo provas em assuntos de fé.
Sua decepção fora grande, como expressa Pedro em sua pregação pós-pentecoste (At 2.22-23 Varões israelitas, atendei a estas palavras: Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus diante de vós com milagres, prodígios e sinais, os quais o próprio Deus realizou por intermédio dele entre vós, como vós mesmos sabeis; sendo este entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos). A reação dos ouvintes também é de decepção, de desorientação e até de um certo desespero (At 2.37 Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos?).
É entre estes dois estados, de incredulidade e desorientação, que encontramos a maioria das pessoas. É neste estado que Cristo encontra Tomé. É neste estado que Jesus vem ao seu encontro para satisfazer a sua necessidade espiritual. E Jesus se faz presente novamente, lhe oferece todas as provas que ele pedia mas que, na verdade, não precisava. Como no antigo cântico, a presença de Jesus enche o coração de luz, mui preciosa fica, e também mais rica, nossa vida com Jesus.
A dúvida de Tomé nos alerta que não basta saber sobre Jesus, nem mesmo estar dentro da Igreja por um tempo considerável - é preciso estar com ele, viver com ele, para ele, ele em nós e nós nele (II Co 5.17 E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas).
Quando Jesus se manifesta na Igreja, para aquele que havia faltado à primeira reunião após a crucificação, a incredulidade, a falta de fé, dá lugar não à credulidade, não à aceitação de qualquer coisa, mas a fé no filho de Deus, a uma sincera, apaixonante e linda confissão de fé por parte de Tomé: “Senhor meu e Deus meu!” (Jo 20.28).
Jesus não pretende substituir a incredulidade pela mera credulidade. Incrédulos não acreditam em Jesus, mas, na verdade, acabam acreditando em quaisquer outras mentiras (Rm 1.25 ...pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém!), de origem humana ou demoníaca, e, sempre, anticristã ao se levantar contra tudo o que vem do Deus vivo (II Ts 2.4 ...o qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus).
Você já confessou a Jesus como seu Senhor? Você verdadeiramente crê em Jesus, vivo, rei, Senhor, ressurreto? Aquele que não crê no Jesus ressurreto pode considerar-se o mais infeliz de todos os homens (I Co 15.19 Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens), e aquele que não crê também está irremediavelmente perdido (Ef 2.12 ...naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo).
Mas todas estas bênçãos, o consolo, a coragem, e até mesmo as certezas do coração do crente, apesar de maravilhosas, vão, necessariamente, desembocar numa benção que é infinitamente maior: a salvação por crer em Jesus Cristo.

BENEFÍCIOS DA RESSURREIÇÃO DE JESUS: VIDA ETERNA PARA OS CRENTES

O evangelista João afirma que, embora Tomé tivesse fé genuína no Senhor Jesus, outros receberiam a mesma certeza sem, no entanto, as mesmas provas objetivas que ele recebera (Jo 20.29 Disse-lhe Jesus: Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram. Mas, em que creriam estes bem aventurados? É justamente tendo em vista estes bem aventurados que João escreveu o seu evangelho (Jo 20.30-31 Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome).
Por sua confiança no testemunho de outros crentes eles também creriam no Senhor Jesus e seriam salvos. Quando a multidão de judeus, desperta pelo testemunho dos apóstolos, pergunta o que deveriam fazer, talvez expressando desespero por já terem matado o messias, ou na expectativa de receberem novas regras, novas leis, são surpreendidos pela mensagem simples do evangelho: eles deveriam se arrepender de seus pecados, deixarem seus maus caminhos e receberem o Cristo ressurreto (At 3.19-20 Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados, a fim de que, da presença do Senhor, venham tempos de refrigério, e que envie ele o Cristo, que já vos foi designado, Jesus).

Até mesmo a incredulidade de Tomé foi escrita para que nós não incorramos nos mesmos erros. Tudo quanto foi registrado foi para os antigos, seus filhos, e para nós (At 2.39 Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar) independente de estarmos nos confins da terra (At 13.47 Porque o Senhor assim no-lo determinou: Eu te constituí para luz dos gentios, a fim de que sejas para salvação até aos confins da terra) como, evidentemente estamos, se levarmos em conta o ponto de vista dos judeus neotestamentários mediterrâneos, para que tivéssemos esperança independente do que pudéssemos ou não ver (Rm 15.4 Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança).

BENEFÍCIOS DA RESSURREIÇÃO DE JESUS - CONCLUSÕES

Certamente encontramos ao nosso redor pessoas deprimidas, tristes, desanimadas, amedrontadas. Talvez muitas delas estejam sem esperança e sem razão para viver. É provável que muitas delas não conheçam Jesus e, por isso, estejam sofrendo por causa da sua incredulidade.
Espere, pode ser que você esteja como Maria Madalena, com tanta dor que, mesmo conhecendo-o, não consiga perceber sua presença confortadora.
Ou pode ser que esteja com os discípulos, com tanto medo de alguma coisa que somente a presença de Jesus pode te trazer paz.
Talvez sua experiência atual seja semelhante a de Tomé. Por causa de sua ausência perdeu uma grande bênção e acabou fraquejando na fé.
Permita-me dizer-te uma coisa - você não pode fazer mais nada para alterar o passado - mas pode construir, com a presença de Jesus na sua vida, um final diferente, uma nova vida. O Senhor nos chama para andarmos em novidade de vida (Rm 6.4 Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida). Podemos viver assim porque o Senhor diz que não nos abandonaria, estaria conosco todos os dias, até o fim dos séculos (Mt 28.20 ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século) e ele é poderoso para cumprir todas as suas promessas (Lc 1.37 Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas).
Como receber isso? Confiando, entregando a suas vida nas mãos do Senhor (Sl 37.5 Entrega o teu caminho ao SENHOR, confia nele, e o mais ele fará), indo a ele na certeza de que ele não te rejeita (Jo 6.37 Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora) e te guarda até o fim (II Tm 1.12 ...e, por isso, estou sofrendo estas coisas; todavia, não me envergonho, porque sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia), começando e terminando a obra da redenção em nós (Fp 1.6 Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus).
Você crê? Dê um passo, mostre sua fé, confesse-o como seu Senhor (Mt 10.32 Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus) e seja abençoado. Venha para Cristo, hoje mesmo, agora mesmo.

REVOGADA A LEI ÁUREA NO BRASIL

A princesa Isabel deve estar se revirando no túmulo (permitam-me a figura de linguagem) porque o governo Dilma Roussef, através da Medida Provisória 621, Decreto-Lei 8.040 e a portaria 1.369  acabou de revogar a Lei Áurea no Brasil, em outros moldes, evidentemente, mas sem dúvida nenhuma teremos novamente tráfico de escravos, servidão, limitação ao direito de ir e vir, doutrinamento ideológico, impossibilidade de relacionamentos, confisco de passaporte, retenção na ilha de familiares, ameaças de punição e controle externo sobre profissionais (?) trabalhando no território nacional. A primeira governante do Brasil, Sra. Isabel d'Órleans se envergonharia da primeira governANTA do Brasil república, sra. Dilma Van(dal)a Roussef. É curioso que seja um governo dito dos Trabalhadores a reinstituir, sem muitos disfarces, a escravidão legal no Brasil. Lamentável.
Nisto tudo há alguns absurdos, como, por exemplo, termos em território nacional escravos alugados. Como assim, alugados? Eles não serão comprados, mas o Brasil pagará a Cuba para que eles trabalhem aqui. As prefeituras brasileiras darão a senzala, eles receberão uma ajuda de custo mas o grosso do dinheiro (80%] irá para os donos deles, os Srs. Castro. Dentro de alguns anos teremos associações pedindo que, à semelhança da África, criemos métodos de compensação aos cubanos. Onde estão as ONGs (sei onde estão, a pergunta é retórica, pois eles estão mamando nas tetas do governo) que não lutam contra esta forma de escravidão? Onde estão os negros, pobres, que querem reparação mas que, ao mesmo tempo, não lutam contra estes novos escravos que os servirão?
E, ainda, como fica o fato de que estes servidores, recebendo e morando no Brasil, prestarão contas aos seus senhores cubanos, podendo, independente da vontade do próprio, da prefeitura que os receber e até do governo brasileiro, serem obrigados a retornarem imediatamente ao território cubano? Admitamos o absurdo: uma cartilha dos irmãos Castro, com 11 páginas, tem maior valor que a constituição da República Federativa do Brasil. Tudo porque uma ideologia burra e, ao mesmo tempo, esperta, quer se perpetuar no poder e para isso precisa de cabos eleitorais em todos os rincões do Brasil. 
Vale lembrar que os estrangeiros que vieram de outros países, que não Cuba, estão indo para o litoral e periferia dos grandes centros, onde o PT já conta com os sindicatos e outros aparelhos. Os cubanos si, señor, irão fazer doutrinamento ideológico nos rincões mais distantes, para entrarem no programa, segundo a cartilha bolivario-cubana, eles tem que estar  cientes do pensamento das missões cubanas, que norteia o Foro de São Paulo e a Organização Panamericana de Saúde [OPaS] e concordarem com ela.
Ah, PMDB e demais partidos alugados – vocês começarão a ter cada vez menos valor, até que sejam dispensáveis. Venderam os anéis, em breve perderão os tentáculos, até que percam a cabeça também, já que ela não vale para nada mesmo.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

NEY FRANCO X ROGÉRIO CENI = CALAR OU FALAR, UMA QUESTÃO ÉTICA

Tenho acompanhado pelos jornais o que dizem tanto o ex-técnico e o ex-goleiro em atividade do São Paulo Futebol Clube. Há muito que penso que o ex-goleiro é um goleiro medíocre que é capaz de bater faltas muito bem, e é, também, muito articulado, posando sempre de bom moço enquanto controla os bastidores do time como ninguém – mas alguém disse que máscaras tem furos, e por eles a verdade, mais cedo ou mais tarde, acaba escapando. As máscaras não duram para sempre, e já há quem ouse desconstruir esta imagem de bom moço, como mostrou recentemente um dos ex-dirigentes do clube que o revelou.
E o caso Ney Franco? Ao "ser saído" do SPFC Ney afirmou que o responsável direto pela queda de treinadores e ostracismo de jogadores (como Lúcio e Paulo Henrique Ganso) é o dono e capitão do time, Ceni. Alguns comentaristas, especialmente da Rede Bandeirantes, entraram no debate (este é o trabalho deles) para dizer que Ney errou e que deveria ter mostrado apenas o que fez de bom no clube – deixou o time em 5º e agora está em 19º. Dizem que Ney deveria ter pego o boné, posado de fraco e incompetente e deixado a vida do SPFC seguir em frente, porque falar sobre o que todos querem esconder poderia prejudicar sua carreira. Mas será que deveria ser assim mesmo? Acusado, acuado, deveria calar-se, aceitar as pedradas e virar as costas?
Analisemos rapidamente o contexto: num determinado grupo existe um ou mais pessoas de má índole, manipuladores, que decidem quem vem, quem fica e quem será dispensado com desonra, sob a pecha de fracassado, pouco importando o que a pessoa já havia construído até aquele momento. Neste ambiente quem não anda pela cartilha destes reizinhos, geralmente possuidores de baixa autoestima, logo são colocados em situações desagradáveis. A baixa autoestima faz com que eles precisem manipular outros para sentirem-se bem consigo mesmos.
Assim, muitos que querem realmente serem úteis neste grupo são rejeitados de imediato, por questões de simpatia ou antipatias dos reizinhos, e, muitos acabam silenciando porque eles resolvem algumas "partidas" com base em algum talento individual, como é o caso de Ceni, com seus gols de falta (que faz a maioria esquecer os gols fáceis constantes que toma – seria bom se a turma das estatísticas fizesse um levantamento de gols pró X gols contra fáceis tomados).
Em algum momento alguém que conhece os vícios deste ambiente resolve trazer para a luz o que antes era escondido com acordos nebulosos, fugas, silêncios. E este alguém sabe que, trazendo para a luz estas coisas, pode impedir que outros sejam prejudicados.
Foi o que fez Ney Franco. Disse claramente onde está o problema – mostrou porque o time não rende. E agora a pressão é para que o time renda para mostrar que Ney estava errado – o que só vai mostrar que ele estava certo, porque estavam fazendo corpo mole para que ele caísse. Só que, agora, a crise se instaurou e tudo fica mais complicado, os jogadores estão psicologicamente abalados, a vice lanterna é um peso, jogos já foram perdidos – o trabalho de recuperação, se possível, é muito árduo.
O que quero abordar é uma questão ética: Ney deveria aceitar todo o peso do fracasso e não falar dos antigos comandados ou mostrar a verdade, ainda que alguns vejam nisso uma fraqueza e uma vingança? Ney ganhou inimigos, mas expôs as chagas que há no clube. Chagas que podem ser tratadas à partir de agora, ou, como parece estar acontecendo, os doentes preferirão conviver com a doença que já conhecem ao invés de buscarem uma cura a um custo desconhecido.
Não é só no SPFC que este tipo de coisa acontece – em todos os grupos humanos há situações parecidas, e a pior atitude a tomar é, sempre, a de "abafar o caso', "deixar ficar para ver como é que fica". Um problema não tratado é apenas um problema que vai ficar fermentando, destruindo relacionamentos e reputações. E foi isto que o Ney Franco não aceitou – e, neste aspecto, concordo com o treinador. 

O DESAFIO DE TESTEMUNHAR ATRAVÉS DE ENSINO FIEL

Este texto foi produzido como material para Escola Bíblica Dominical da II Igreja Presbiteriana em Gurupi, agosto de 2013.

Os conceitos materialistas ou hiperespiritualistas acabam abandonando uma das principais premissas das Escrituras - a existência infindável da alma. Não dizemos “eternidade” porque eternidade é a ausência de começo ou fim, e, evidentemente, nossa alma tem um começo, ainda que não tenha um fim, seja na vida ou na morte eternas.
Não devemos confundir a morte - mesmo a morte eterna - com a doutrina adventista sem qualquer base nas Escrituras que é o aniquilacionismo da alma, como atestam as palavras de Jesus a respeito do destino dos ímpios e dos justos (Mt 25.46 E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna).
A bíblia considera a vida eterna uma realidade de suma importância, e, por isso, fala inúmeras vezes sobre ela. Somente a expressão “vida eterna” aparece 45 vezes. É esta certeza que Deus quer ver no coração de seus filhos (Jo 3.36 Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus).
João usa esta expressão num modo verbal grego, o aoristo, que indica uma ação definida, efetivada completamente no passado, e de consequências imutáveis, porque quem dá a vida eterna é Deus - e ele não muda (Tg 1.17-18 Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança. Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas).
I Co 15.1-4
1 Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais; 2 por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão. 3 Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, 4 e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.
I Co 15.16-19
16 Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. 17 E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. 18 E ainda mais: os que dormiram em Cristo pereceram. 19 Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens.
Antes de prosseguir, devemos esclarecer porque os versos 5 a 15 foram, aparentemente, suprimidos do texto básico deste estudo. Na verdade, eles não foram suprimidos, eles formam o pano de fundo testemunhal que sustenta o argumento de Paulo: a ressurreição de Cristo é um fato comprovado e, em seus dias, podia ser facilmente verificado através de abundantes testemunhos.
Eles serviam para atestar, ao menos para os incrédulos, a veracidade dos fatos nos quais Paulo baseava a mensagem de salvação, tanto para judeus quanto para os gentios (I Co 1.24 ...mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus), e numa mesma base (Rm 3.9-12 Que se conclui? Temos nós qualquer vantagem? Não, de forma nenhuma; pois já temos demonstrado que todos, tanto judeus como gregos, estão debaixo do pecado; como está escrito: Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer): o arrependimento de seus pecados, a fé em Jesus Cristo e uma mudança radical de estilo de vida (At 26.20 ...mas anunciei primeiramente aos de Damasco e em Jerusalém, por toda a região da Judéia, e aos gentios, que se arrependessem e se convertessem a Deus, praticando obras dignas de arrependimento).
Nos próximos textos pretendo abordar três obrigações que devem fazer parte de todas as cogitações dos cristãos que desejam que seus conhecidos e desconhecidos experimentem a vida eterna e não a morte eterna: anunciar o evangelho, desejar os resultados do evangelho e zelar pelo genuíno evangelho.

O CRISTÃO E A OBRIGAÇÃO DE ANUNCIAR O EVANGELHO

Todavia, não é qualquer evangelho que merece ser anunciado pelos cristãos. Paulo afirma a existência do evangelho, e de “outro evangelho” (Gl 1.6-9 Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema). Assim, um falso evangelho não apenas não deve ser pregado pelos cristãos mas combatido com veemência.
O cristão não deve perder tempo com o anúncio de nada que não seja o evangelho de Cristo (I Rs 22.14 Respondeu Micaías: Tão certo como vive o SENHOR, o que o SENHOR me disser, isso falarei), vendo-o como uma obrigação (I Co 9.16 Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho!) por mais atrativo que isto possa parecer (Cl 2.8 Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo).
Nos versos 1 e no início do 3 Paulo enfatiza que o evangelho é para ser lembrado, recebido e mantido com fidelidade. Paulo atesta que foi exatamente isto o que fez. Recebeu o evangelho e o passou adiante.
Após ter passado em Atenas e apresentado, no Areópago, um evangelho “temperado com filosofia” sem grandes resultados, ele decidiu pregar, entre os coríntios, apenas Cristo, e este crucificado (I Co 2.2 Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado).
É incompreensível a indisponibilidade e indisposição crônicas de um grande número de cristãos para a com a pregação do evangelho. Tenho observado cristãos que afirmam não saber pregar o evangelho defendendo com convicção esportistas, políticos, programas televisivos e outros assuntos, muitas vezes com maior veemência do que muitos pregadores em seus púlpitos. Porque isto é assim? Ofereço pelo menos três respostas:

i. CONHECIMENTO

Se pedirmos para alguns cristãos citarem os nomes dos apóstolos de Jesus, ou os livros da bíblia talvez sejamos envergonhados. Mas se o assunto for os personagens da novela que está acabando, ou os jogadores de seu clube, o risco de vergonha é muito maior, porque muitos saberão.
E isto é assim porque investem muito tempo, estudam com afinco os personagens e as características dos jogadores de seus clubes, o que, infelizmente, não fazem em relação à Palavra de Deus (Js 1.8 Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido), apesar das advertências do Senhor de que um povo sem conhecimento é um povo condenado à destruição, mesmo que lenta (Os 4.6 O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos).

ii. PAIXÃO

Uma segunda resposta é que sempre encontramos pessoas dispostas a darem sua vida por aquilo que amam. Paulo e os apóstolos consideravam a sua vida de pouco valor (I Ts 2.8 ...assim, querendo-vos muito, estávamos prontos a oferecer-vos não somente o evangelho de Deus, mas, igualmente, a própria vida; por isso que vos tornastes muito amados de nós) para que o evangelho fosse conhecido.
Conhecemos pessoas dispostas aos mais diversos e absurdos sacrifícios em prol de cantores, atletas e celebridades. E está se tornando cada vez mais raro encontrar pessoas dispostas a pelejar pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos (Jd 1.3 Amados, quando empregava toda a diligência em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos) e, muito menos, a dar a sua vida pela fé.
Enquanto a paixão, como o mundo a conhece, é destrutiva e busca principalmente a satisfação pessoal, o tipo de paixão que estamos nos referindo é aquele sentimento que se doa pelo próximo, ainda que isto resulte em sofrimento próprio. Enquanto a paixão mundana é egoísta, o sentimento de que falamos é altruísta.

iii. INTERESSE

Geralmente podemos observar isto em três áreas: no comércio, quando vendedores ganham por comissão, na religião, quando se acredita que as obras proporcionarão a melhoria espiritual e até mesmo a redenção [teoria da compensação) e, finalmente, na política, especialmente durante as eleições quando se pretende que determinado candidato consiga um cargo (e, por conseguinte, ofereça como recompensa vantagens aos seus apoiadores, como cargos, favores, etc...).
Como o verdadeiro cristianismo é uma religião onde as obras entram como consequência da salvação, e não como um meio, muitos cristãos não se sentem motivados para praticá-las, sob o tolo argumento de que já estão salvos mesmo.
O problema é que isto é uma tolice, ou, mais que isso, uma impiedade (Pv 22.13 Diz o preguiçoso: Um leão está lá fora; serei morto no meio das ruas) e falta de sabedoria (Pv 6.6 Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos e sê sábio), pois a palavra diz que o cristão, cheio de graça, é sempre abundante em boas obras (II Co 9.8 Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra), as quais Cristo preparou para que andássemos nelas (Ef 2.10 Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas).
Como o preguiçoso de Provérbios 22 qualquer justificativa serve para não fazer nada, por mais absurda que seja - até mesmo um cristão dizer que não tem conhecimento bíblico - e não o tem porque perde tempo com novelas, jogos e uma montanha de outras distrações.
Sei que é muito pouco, mas creio que teríamos um cristianismo, especialmente um presbiterianismo, muito mais consistente e poderoso se cada cristão reservasse ao menos meia hora por dia para leitura e meditação da Palavra, com orientações hermenêuticas adequadas dos líderes. Mas, infelizmente, não há interesse.
Encerro esta primeira abordagem com a convicção de que ser testemunha do Senhor Jesus, anunciando todas as coisas que ele tem nos ensinado não é uma questão de escolha, mas uma imposição do Senhor aos seus discípulos (Mt 28.19-20 Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século), um mandamento que deve ser cumprido por aqueles que o amam (Jo 15.14 Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando) mesmo se o ambiente não for favorável (Rm 8.36 Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro).
Porque pregar o evangelho? Porque ele é o poder de Deus para salvação de todo aquele que nele crê (Rm 1.16 Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego). Porque Deus resolveu salvar pecadores pela loucura da pregação (I Co 1.21 Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que creem pela loucura da pregação). Isto nos conduz ao segundo ponto deste estudo:

O CRISTÃO E A OBRIGAÇÃO DE DESEJAR O RESULTADO DO EVANGELHO

A Palavra de Deus nos diz que o evangelho é o poder de Deus para a salvação de pecadores. Uma simples lógica nos leva a admitir o absurdo de que há cristãos que não se importam, ou, mais lastimável ainda, não desejam a salvação de pecadores. Como posso afirmar algo tão cruel a respeito dos tão boníssimos cristãos?
Vejamos que esta lógica não é uma criação minha ou e quaisquer outros teólogos, mas paulina, bíblica, inspirada, (Rm 10.13-14 Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?): 1. Os pecadores estão indo para o inferno por causa dos seus pecados, estando sem a salvação proporcionada por Deus em Cristo Jesus; 2. O único meio dos pecadores não irem para o inferno é recebendo a salvação pela graça de Deus em Cristo Jesus; 3. Os pecadores só receberão esta salvação se crerem em Jesus Cristo; 4. eles só crerão se houver quem pregue - e como muitos cristãos não pregam, então, não querem que os pecadores sejam salvos.
Se não for isso, então, o problema é ainda maior para os cristãos, porque, se não pregam porque não querem ver pecadores salvos, então, não pregam por não se considerarem enviados pelo Senhor, logo, não se consideram discípulos do Senhor, confessando-o hipocritamente (Mc 7.6 Respondeu-lhes: Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim).
Os coríntios receberam o evangelho porque havia quem pregasse o evangelho. E o resultado deste evangelho é que, mesmo na devassa Corinto, Deus tinha povo (At 18.9-11 Teve Paulo durante a noite uma visão em que o Senhor lhe disse: Não temas; pelo contrário, fala e não te cales; porquanto eu estou contigo, e ninguém ousará fazer-te mal, pois tenho muito povo nesta cidade. E ali permaneceu um ano e seis meses, ensinando entre eles a palavra de Deus).
E, por terem recebido o evangelho, receberam de Deus a salvação, uma graça que não mereciam, que não desejavam, à qual eram alheios até em seus desejos (Ef 2.12 ...naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo).
O que muitos não sabem, e os coríntios também não sabiam até terem ouvido e aprendido de Paulo, é exatamente a mesma coisa que deve ser ensinada aos não cristãos de nosso tempo:

i. FIDELIDADE

Paulo faz questão de lembrar que o evangelho não é algo dado para agradar a homens (Gl 1.10 Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo), porque, se fosse, não seria evangelho, não conseguiria mostrar aos homens o que eles mais detestam, e do que se escondem desde o Éden - seu estado de transgressores, caídos, aquém do padrão estabelecido por Deus (Rm 3.23 ...pois todos pecaram e carecem da glória de Deus) e incapazes de fazer qualquer coisa para mudar seu estado de perdição (Rm 3.24 ...sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus) pois estavam mortos em seus delitos e pecados (Ef 2.1 Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados).
Precisamos insistir neste ponto, não é qualquer evangelho que salva, mas apenas o evangelho verdadeiro, do Senhor Jesus Cristo. Paulo diz que eles seriam salvos se retivessem a palavra tal como a receberam. Ninguém tem o direito de adulterar a Palavra de Deus (Ap 22.18 Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro).
Outro ponto que precisamos insistir é que apenas um evangelho puro pode ser considerado evangelho - qualquer impureza, mesma vinda de um anjo (Gl 1.8 Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema) descaracteriza-o como evangelho do Senhor que não tolera o pecado e deu-nos uma lei para a vida, mas para que a mesma seja cumprida à risca (Sl 119.4 Tu ordenaste os teus mandamentos, para que os cumpramos à risca).
Paulo declara que a salvação dos coríntios [bem como a de qualquer cristão, independente do lugar e época) se deu porque eles receberam o evangelho, cuidando para que eles não caiam no mesmo erro dos gálatas - embora não aderissem aos judaizantes, os coríntios também enfrentavam problemas de adulteração da fé por causa de suas divisões em grupos teológicos, litúrgicos, morais e relacionais - tudo por causa de preferências pessoais. Assim, o evangelho não é uma questão do que se gosta, mas de aceitação e obediência.
O evangelho é o mapa da salvação, e a adulteração de qualquer de suas marcas vai conduzir o peregrino a qualquer outro lugar, mas não à pérola de grande valor. É possível haver milhares de mensagens, milhares de religiões, milhares de “evangelhos”, mas só há um evangelho verdadeiro, só há um caminho para Deus (Jo 14.6 Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim).
Todos os “mais” que alteram a gratuidade do evangelho devem ser vistos como invenções satânicas (obviamente por meio de seus “ministros” - II Co 13.13-15 Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras).
Lembremos que a nossa luta não é contra os homens - por mais ímpios que eles sejam, mas contra seus mentores (Ef 6.12 ...porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes).

ii. PERSEVERANÇA

O verdadeiro evangelho produz o novo nascimento. E aquele que é nascido segundo Deus obtém o poder para vencer todas as ciladas do mundo (I Jo 5.4 ...porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé). Sem o novo nascimento não há poder para testemunhar, para viver pela fé, para enfrentar e vencer o mundo mesmo em um mundo mau (Jo 16.33 Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo) e esta fé é útil em quaisquer situações, e não apenas em assuntos espirituais (At 27.25 Portanto, senhores, tende bom ânimo! Pois eu confio em Deus que sucederá do modo por que me foi dito).
Não nos esqueçamos que Paulo diz que a nossa fé (Hb 11.1 Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem) não se limita apenas a esta vida, do contrário, poderíamos ser contados entre os mais infelizes de todos os homens (I Co 15.19 Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens) e tudo o que envolve a genuína experiência de vida com Cristo seria em vão.
Um falso evangelho produz apenas aparência de piedade e nenhum poder, um tipo de falso convertido que, se fosse possível detectar, deveriam ser mantidos à distância (II Tm 3.1-5 Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes).
Um falso evangelho pode produzir alguma forma de moralidade que, na verdade, é uma religião humana e uma forma de apostasia (I Tm 4.1-3 Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência, que proíbem o casamento e exigem abstinência de alimentos que Deus criou para serem recebidos, com ações de graças, pelos fiéis e por quantos conhecem plenamente a verdade).
Um falso evangelho não produz vida, não tem efeito espiritual algum. Os muitos “outros evangelhos” que apresentam Jesus como um homem singular, ou um anjo, ou um espírito, ou até mesmo a aceitação de todos os fatos a respeito da vida, morte e ressurreição de Jesus, mas sem uma aceitação pessoal e incondicional de Jesus como Senhor e salvador não conduz à vida eterna (Jo 17.3 E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste).
Somente aqueles que receberem o enviado de Deus terão a vida eterna (Jo 1.12 Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome) e passarão da morte para a vida (Jo 5.24 Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida).

O CRISTÃO E A OBRIGAÇÃO DE ZELAR PELO GENUÍNO EVANGELHO

Já foi mencionado que é o verdadeiro evangelho que produz frutos para a vida eterna. E penso que esta é uma responsabilidade de cada cristão: dar tudo de si para que a verdadeira mensagem não seja esquecida sob quaisquer tesouros mundanos, sob quaisquer formas de filosofias, sob qualquer forma de legalismo ou cientificismo materialista e existencialista.
Esta não é uma batalha insignificante, é questão de vida ou morte. É somente pelo verdadeiro evangelho que o bom perfume de Cristo será percebido (II Co 2.15-17 Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto nos que são salvos como nos que se perdem. Para com estes, cheiro de morte para morte; para com aqueles, aroma de vida para vida. Quem, porém, é suficiente para estas coisas? Porque nós não estamos, como tantos outros, mercadejando a palavra de Deus; antes, em Cristo é que falamos na presença de Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus).
Este evangelho tem, pelo menos, três características fundamentais, sem os quais não pode ser chamado do evangelho de Cristo Jesus:

I. CRISTO E A CRUZ

Não pode haver pregação do evangelho que se esqueça da cruz. Quando Paulo deixou a cruz em segundo plano - na verdade, ele nem a menciona, o resultado foi irrisório. No mesmo ambiente greco-romano, agora em Corinto, Paulo resolve pregar apenas Cristo, e não um Cristo filosófico, mas o Cristo da cruz, ou, mais precisamente, o Cristo das Escrituras (Jo 7.38 Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva).
Para muitos anunciar um messias morto em uma cruz era loucura, pois os filósofos acreditavam que era o conhecimento que produzia a elevação do Espírito [como nas religiões espiritualistas reencarnacionistas); outro grupo acreditava que era a negação de qualquer valor à carne que produziria crescimento moral; outros acreditavam que era a lei [e a cruz era símbolo de maldição - Dt 21.23 ...o seu cadáver não permanecerá no madeiro durante a noite, mas, certamente, o enterrarás no mesmo dia; porquanto o que for pendurado no madeiro é maldito de Deus; assim, não contaminarás a terra que o SENHOR, teu Deus, te dá em herança) que conduziria à salvação.
Paulo afirma que “Cristo morreu”, e todos sabiam em que lugar Cristo havia morrido. Mencionar a morte de Cristo, real, é mencionar o seu opróbrio e, também, a sua glória. Não é possível esquecer que a Escritura afirma que, quando Cristo clamava “tetelestai” (Jo 19.30 Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito) aquilo era um brado de vitória, de cumprimento cabal do seu ministério, apesar da angústia sentida (Jo 15.13 Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos).
Apesar de tudo isto, a cruz é, para Cristo, lugar de glória e não de derrota, como seria para qualquer outro (Is 53.11 Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si).

II. A CRUZ E O FIM DA MALDIÇÃO

Se para a maioria dos homens a cruz seria a mais completa e humilhante derrota, nela Cristo cravou a derrota da morte e do inferno (Cl 2.14-15 ...tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu- o inteiramente, encravando-o na cruz; e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz).
Na cruz Cristo remove a maldição que estava sobre os pecadores (Gl 3.13 Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro), ele toma sobre si as nossas dores, remove com seu sangue as nossas iniquidades (Is 53.4 Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido), oferecendo-se como o resgate (Hb 2.17 Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo) que nos abre o caminho para podermos nos apresentar diante de Deus (Cl 1.21-23 E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas, agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar-vos perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis, se é que permaneceis na fé, alicerçados e firmes, não vos deixando afastar da esperança do evangelho que ouvistes e que foi pregado a toda criatura debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, me tornei ministro).

III. A VITÓRIA NA MORTE

A morte de Cristo, na cruz, não foi por que ele merecia (I Pe 3.18 Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito), mas foi a morte de um justo em lugar de pecadores dignos daquele lugar (Ez 18.20 A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniqüidade do pai, nem o pai, a iniqüidade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a perversidade do perverso cairá sobre este). A morte de Cristo, seu sangue derramado naquela cruz foi o preço a ser pago pela nossa redenção (I Pe 1.18-19 ... sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo) - e esta verdade é essencial ao evangelho.
Os evangelistas não deixam dúvidas a respeito da morte de Jesus - fazem questão de detalhar, inclusive, o seu sepultamento. Os romanos só entregavam um corpo para o sepultamento após provas inquestionáveis da morte - no caso, o fato de fazerem uma ferida em Jesus e sair “sangue e água” (Jo 19.34 Mas um dos soldados lhe abriu o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água), indicando hemorragia interna, falência pulmonar e cardíaca.
Era absolutamente necessário que Cristo fosse realmente sepultado (Rm 6.4 Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida) porque nós também fomos sepultados com ele, e da morte fomos retirados por Cristo, mas eles foram abandonados na morte, de modo que podemos cantar a derrota definitiva da morte (I Co 15.26 O último inimigo a ser destruído é a morte) e seu poder. Libertos do pecado em Cristo Jesus, libertos do temor da morte (I Co 15.56 O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei) podemos cantar a vitória que nos foi dada (I Co 15.55 Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?).

IV. A VITÓRIA SOBRE A MORTE

Tudo isto remete ao ponto fundamental deste texto: a vitória sobre a morte. Cristo não foi detido pela morte, mas ressuscitou ao terceiro dia. A ressurreição de Cristo é um atestado, dado pelo próprio Deus, de que sua obra (At 2.22 Varões israelitas, atendei a estas palavras: Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus diante de vós com milagres, prodígios e sinais, os quais o próprio Deus realizou por intermédio dele entre vós, como vós mesmos sabeis) e sacrifício foram aceitos (Hb 5.5 Assim, também Cristo a si mesmo não se glorificou para se tornar sumo sacerdote, mas o glorificou aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei).
É a ressurreição de Cristo que o próprio Deus nos dá como penhor da nossa ressurreição (I Co 15.20 Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem). Podemos almejar a ressurreição dos mortos e a vida eterna porque Cristo, nosso salvador, ressurgiu dos mortos (I Co 15.14 E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé) e é o doador da vida (Jo 17.1-8 Tendo Jesus falado estas coisas, levantou os olhos ao céu e disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a ti, assim como lhe conferiste autoridade sobre toda a carne, a fim de que ele conceda a vida eterna a todos os que lhe deste).
Afirmar que Cristo ressuscitou é admitir a sua presença (Mt 28.20 ...ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século), o seu reinado sobre os seus - é admitir também que ele é capaz de dar a vida a quem ele quiser, que ele é galardoador de todos quantos o seguem.

CONSIDERAÇÕES SOBRE O DESAFIO DE TESTEMUNHAR ATRAVÉS DE UM ENSINO FIEL

Lamentavelmente o anúncio do evangelho tem encontrado alguns sérios problemas na Igreja. Não me refiro aos problemas estruturais ou circunstanciais, de fora para dentro, mas àqueles que a Igreja cria e acalenta, e dificulta a transmissão das boas novas de salvação em Jesus Cristo.
Dentre estes problemas, destaco os seguintes:
A seletivização da mensagem, que leva à pregação de doutrinas particulares e não a integralidade da mensagem, deixando de fora orientações e exigências fundamentais do evangelho (At 26.20 ...mas anunciei primeiramente aos de Damasco e em Jerusalém, por toda a região da Judéia, e aos gentios, que se arrependessem e se convertessem a Deus, praticando obras dignas de arrependimento) buscando agradar aos homens (Ef 6.6 ...não servindo à vista, como para agradar a homens, mas como servos de Cristo, fazendo, de coração, a vontade de Deus). Um pregador que não anuncia toda a verdade não é um verdadeiro pregador.
A Igreja não deve ser perguntada sobre o que quer ouvir - ela deve ouvir a palavra de Deus, querendo ou não. Os pecadores não devem ser perguntados sobre o que querem ouvir, porque eles não querem ouvir nada que se refira à Palavra de Deus - mas devem ouvir toda a mensagem do evangelho.
A adulteração da mensagem é outro problema sério e decorrente do primeiro. Quem não está disposto a pregar todo o conteúdo do genuíno evangelho, tem que substituir as lacunas com outras coisas - e se desprezam a verdade de Deus, só lhes resta colocar no lugar suas próprias loucuras e mentiras (Rm 1.25 ...pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém!) mas, no dia em que o Senhor executar seu julgamento final, a verdade de Deus sobressairá (Rm 3.7 E, se por causa da minha mentira, fica em relevo a verdade de Deus para a sua glória, por que sou eu ainda condenado como pecador?).
A acomodação da mensagem a ouvidos mortos. O desejo de ser politicamente correto produz um evangelho biblicamente incorreto. A este respeito o Rev. John MacArthur diz: “Nunca suavize o evangelho. Se a verdade ofende, então deixe que ofenda. As pessoas passam toda a vida ofendendo a Deus; deixe que se ofendam por um momento” (por causa da mensagem, bem entendido).
É preciso ter ousadia para apresentar a genuína mensagem evangélica mesmo que o mundo inteiro a abomine (Lc 11.49 Por isso, também disse a sabedoria de Deus: Enviar-lhes-ei profetas e apóstolos, e a alguns deles matarão e a outros perseguirão) e honre os anunciadores de mensagens oriundas de seus próprios ventres (é possível que entre eles haja alguns que realmente acreditam no que dizem, e outros sejam rematados embusteiros - II Pe 2.3 ...também, movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias; para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme).
Outro problema, interno da Igreja, é a falta de comprometimento com a evangelização, o descompromisso com a ordem do Senhor Jesus de anunciar o evangelho por onde quer que vá (Mc 16.15 E disse-lhes: Ide (também: indo) por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura). Somente vivendo e pregando o genuíno evangelho a Igreja será, efetivamente, sal e luz, cumprindo a sua missão. A Igreja não foi criada para diversão e eventos - aliás, a Igreja Primitiva nada sabia de diversão, eventos e comemorações. Historicamente as festas começaram com a paganização, a mundanização da Igreja pós-edito de Constantino. A vida da Igreja se resumia a três palavras:
Euangelia - a pregação pública a respeito das promessas da vinda, e da vida, morte e ressurreição do Messias;
Didaskalia - a explicação para os novos crentes sobre as consequências desta vida, morte e ressurreição em sua própria existência pessoal;
Koynonia - a vida comunitária decorrente do fato de serem um só corpo (Ef 4.4-6 ...há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos) e terem um só Deus, um só pai, um só Espírito, vivendo como uma só alma (At 4.32 Da multidão dos que creram era um o coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum).
A experiência da Igreja Primitiva mostra que a igreja crescia quando o evangelho era anunciado, quando, ao mesmo tempo em que viviam de modo digno da vocação a que foram chamados (Ef 4.1 Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados) anunciam ousadamente a razão da esperança que carregam no coração (I. Pe 3.15 ...antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós) se é que não creram em vão (Cl 1.23 ...se é que permaneceis na fé, alicerçados e firmes, não vos deixando afastar da esperança do evangelho que ouvistes e que foi pregado a toda criatura debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, me tornei ministro  e ainda Ef 4.21 ...se é que, de fato, o tendes ouvido e nele fostes instruídos, segundo é a verdade em Jesus) abraçando a fé como Simão (At 8.20 Pedro, porém, lhe respondeu: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois julgaste adquirir, por meio dele, o dom de Deus) ou Demas (II Tm 4.10 Porque Demas, tendo amado o presente século, me abandonou e se foi para Tessalônica; Crescente foi para a Galácia, Tito, para a Dalmácia).
Este tipo faz mais mal permanecendo na Igreja do que saindo dela (I Jo 2.19 Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos).

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