domingo, 15 de junho de 2008

O QUE FALAMOS – PARA BÊNÇÃO OU MALDIÇÃO?

O QUE FALAMOS – PARA BÊNÇÃO OU MALDIÇÃO?
O contador de histórias conhecido como Malba Tahan em um de seus livros, "Lendas do Povo de Deus" conta a que um dia, o diabo, insatisfeito com a vida exemplar de uma comunidade, onde todos se amavam e se respeitavam, todos consideravam o seu próximo como digno de toda a honra que desejavam para si mesmos, resolveu acabar com aquela harmonia. Para isso, chamou dois de seus mais fortes demônios, e os responsabilizou por transformar aquela paz em terrível confusão. O primeiro armou poderoso grupo, investiu contra aquela vila e ela, por mais que fosse atacada, por menor que fosse a quantia de mantimentos disponíveis, por maior que fosse o número de baixas, se mantinha unida. O segundo, vendo que o ataque direto não funcionara, resolveu investir contra aquela vila com um sem número de doenças, insetos e coisas semelhantes, e, como resultado de seus esforços, viu apenas homens e mulheres cuidarem uns dos outros com desvelo e carinho.
Irritado, o diabo já não sabia o que fazer, e, então, se lamuriava em um canto quanto um pequeno demônio saiu das sombras e disse-lhe ser capaz de destruir aquela vila. Olhando para aquele pequeno ser, o diabo deu uma sonora gargalhada e mandou-o sair dali. Mas tanto insistiu o pequeno que o diabo resolveu dar-lhe uma chance. Disfarçado com muita simplicidade, aproximou-se de um lenhador e começou a elogiá-lo, pela força física, pelo esforço de passar horas trabalhando na floresta e, quando estava de saída, deixou no ar uma certa dúvida quanto à honestidade de sua esposa e de um vizinho. Indo para o local onde a esposa do vizinho trabalhava lavando roupas, também fez elogios e novamente lançou dúvidas sobre a honestidade da sua patroa e do seu esposo. E assim visitou algumas pessoas. Dentro de pouco tempo toda a vila estava alvoroçada por desentendimentos entre casais, velhos amigos não se entendiam mais. E agora a vila estava completamente vulnerável ao ataque dos outros demônios.
O nome daquele pequeno demônio era intriga. Também era conhecido em outros lugares como maledicência.
Perseguido injustamente por Saul, Davi, avisado por Jônatas, teve que se esconder da presença do rei. Como teve que sair às pressas, não tinha nem mantimentos nem armamentos para se defender.
Ao passar pela casa dos sacerdotes, Davi pediu ajuda, obtendo pão e a espada que havia tomado de Golias. Naquele dia um servo de Saul, o edomita Doegue, estava no local e, cioso de seus privilégios como acólito de Saul, correu para contar-lhe que os sacerdotes haviam ajudado o fugitivo Davi.
Irritado, Saul mandou matar 150 sacerdotes, ungidos por Deus para sua função.
Doegue tem sido acusado de um pecado terrível: fofoca. Davi nenhum mal lhe fizera, nada contra Doegue e nem mesmo contra Saul. Mas para cair nas graças do poderoso, Doegue acaba tornando-se responsável pela execução de 150 servos do Senhor.
A questão que queremos examinar é: até onde é possível prever os efeitos de uma fofoca, de uma intriga ou de uma calúnia?
Em nosso país há alguns anos houve uma acusação de abusos cometidos por professores e diretores de uma escola de nome "Base". À partir de uma calúnia de um aluno contra um professor, outros alunos foram submetidos a interrogatórios com o uso de hipnose, e muitos contaram, sob efeitos hipnóticos, que também sofreram os mesmos abusos. Os donos da escola foram sumariamente condenados pela sociedade, a rede de escolas faliu e tempos depois descobriu-se que as acusações eram falsas.
Mas o mal já estava feito. Pessoas honradas tiveram sua reputação conspurcada, suja, por causa de tais acusações. Houve mesmo tentativa de suicídio por parte de pessoas envolvidas. O que os acusadores sofreram? Nada. Estão livres e impunes.
No caso de Davi, Doegue, Saul e os sacerdotes, temos alguns personagens que precisam ter suas atitudes analisadas:
1. DAVI – chamado de "homem segundo o coração de Deus". Bom soldado, bom judeu, bom músico. Até o momento não havia nenhuma acusação contra o jovem escolhido de Deus. Tudo o que se tinha contra ele era uma musiqueta marota cantada pelas mulheres de Israel (I Sm 18.7), comemorando a boa performance do jovem general. Davi conduzia o povo de Deus de vitória em vitória. O inimigo já começava a luta derrotado. Mas o inimigo maior do povo de Deus é astuto, e usa uma coisa muito simples, um cântico de vitória, para colocar no coração do poderoso Saul uma grande amargura contra o servo de Deus. Mas os servos de Deus não estão sós (I Rs 18.22), e de onde menos se poderia esperar Davi recebe ajuda: das mãos do filho de Saul, Jônatas, homem honrado e verdadeiro amigo. Mesmo sabendo que Davi seria o próximo rei, "tirando-lhe o trono", Jônatas prefere a justiça aos benefícios pessoais. Por causa da perseguição o exército do povo de Deus perde seu mais bem capacitado general e sofre duras derrotas.
2. SAUL – Era o rei de Israel, homem de estatura elevada, inteligente, impetuoso e cioso de seus direitos. Sente-se traído por Davi quando ele consegue vitórias e é louvado em Israel mais do que ele próprio. Queria unicamente para si todos os louros das vitórias. Até aceitaria que fosse cantado que "Davi matou seus milhares, mas Saul os seus dez milhares". Preferia a mentira bajuladora a uma verdade honesta. Resolve matar Davi, porque temia que este lhe tirasse o trono. Só não se lembrava que quem lhe tirara o trono não fora Davi, mas o próprio Senhor por causa de sua desobediência. Fica furioso quando soube da fuga de Davi, e mais furioso ainda quando descobre que Davi contou com a ajuda de seu próprio filho.
3. DOEGUE – um servo de Saul, responsável pelo cuidado dos rebanhos pertencentes ao rei. Sentia-se profundamente compromissado com Saul, muito mais do que com a verdade ou com a justiça. Quando percebe que Davi estava em Nobe, viu uma grande oportunidade de "crescer" no conceito de Saul. Os problemas de Doegue são:
o ERA EDOMITA – embora "vivesse" no meio do povo de Deus, se vestisse como os demais membros do povo de Deus, comesse com o povo de Deus, trabalhasse com o povo de Deus, não era membro deste povo. Gozava das bênçãos mas não tinha parte nem sorte entre o povo de Deus;
o ERA INJUSTO – não percebe que os sacerdotes agiram de boa fé com Davi, que era conhecido por ser homem de confiança (e genro) de Saul;
o ERA IMPREVIDENTE – não pensa nas conseqüências nefastas de seus atos. Lançou a semente da discórdia entre Saul e os sacerdotes (havia um antecedente), resultando na morte de inocentes.
É lamentável que tais atitudes sejam muito mais comuns do que podemos imaginar. Infelizmente Doegue não foi (nem será) o único a agir da forma que vimos. Sempre haverá pessoas como Doegue, que se apegam a coisas pequenas demais para tentar "crescer" no grupo em que vive, mesmo que isso traga prejuízos irreparáveis para os que com ele convivem. Doegue causou transtornos a Davi (o escolhido de Deus), a Saul (que se tornou assassino de ministros de Deus) e a si próprio.
Não sabemos que fim teve Doegue, mas certamente perdeu seu cargo quando Davi foi aclamado rei sobre Israel. Sua própria reputação ficou para sempre manchada com a triste fama de fofoqueiro e mexeriqueiro. Para se prevenir contra pessoas assim a Palavra traz para nós o conselho de mantermos distância (Pv 20.19) e para os mexeriqueiros há a ordem do Senhor para não andar fazendo mexericos (Lv 19.16).
Mas algo maravilhoso acontece. O Senhor não deixa de fazer justiça aos seus escolhidos (Sl 37.6), e a sua justiça há de brilhar como o sol ao meio dia. Cuidado que não sejas enredado por mexericos, porque como ficará você se, ouvindo um mexerico, dar-lhe crédito e divulgá-lo, e, depois, for descoberto que era tudo uma grande mentira, uma grande calúnia? Cuidado pois.
PARA REFLETIR: Se o que você vai falar não abençoa, então, o seu silêncio já é uma grande bênção.

Um comentário:

Anônimo disse...

nooooooooooooossa, essa matéria é mto boa
já teve um estudo assim num sábado a noite na batista,
gostei mto
mas a matéria é mto grande, depois eu termino de lÊ
paoskpaokspakoskp

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