terça-feira, 9 de julho de 2013

EVIDÊNCIAS DA MESSIANIDADE DE JESUS EM JOÃO 8 [INTRODUÇÃO]

Jo 8.1-11
1 Jesus, entretanto, foi para o monte das Oliveiras.
2 De madrugada, voltou novamente para o templo, e todo o povo ia ter com ele; e, assentado, os ensinava.
3 Os escribas e fariseus trouxeram à sua presença uma mulher surpreendida em adultério e, fazendo-a ficar de pé no meio de todos, 4 disseram a Jesus: Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério. 5 E na lei nos mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas; tu, pois, que dizes? 6 Isto diziam eles tentando-o, para terem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia na terra com o dedo.
7 Como insistissem na pergunta, Jesus se levantou e lhes disse: Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra. 8 E, tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão.
9 Mas, ouvindo eles esta resposta e acusados pela própria consciência, foram-se retirando um por um, a começar pelos mais velhos até aos últimos, ficando só Jesus e a mulher no meio onde estava.
10 Erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém mais além da mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?
11 Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais.

A bíblia nos mostra Jesus, muitas vezes, tomando atitudes surpreendentes. Por exemplo, os fariseus, saduceus, religiosos e sacerdotes de Israel haviam decidido matá-lo.
Quando você sabe que tem um grupo de pessoas influente, poderoso, na verdade, as pessoas mais poderosas entre o seu povo, tomando a decisão de tirar a sua vida, o que você faria. O normal seria esconder-se. O normal seria Jesus permanecer lá na Galiléia, longe de Jerusalém, onde estaria relativamente seguro.
Mas eram dias de festas em Jerusalém, a festa dos tabernáculos, uma das três grandes festas anuais israelitas.
E Jesus, sabedor da sua missão, e desejoso de cumpri-la, não se esconde. Jesus vai para Jerusalém e se apresenta no templo, ensina no templo, e quando estes poderosos, que haviam decidido mata-lo, vem até Jesus, Jesus não se atemoriza deles, mas os contradita, mostra-lhes que o coração deles era duro, que eles tinham no coração o intento de mata-lo.
Havia um intento assassino no coração daqueles homens e, ao mesmo tempo, eles se apresentavam como homens da lei, defensores da lei, como se fossem o padrão de cumprimento da Palavra de Deus para o povo de Israel—haviam decidido por sua morte e precisavam apenas de uma razão para sua execução.
Jesus não os teme, e mesmo após envergonhá-los publicamente, acusá-los de desejar mata-lo, ainda assim Jesus permanece em Jerusalém, segundo o seu costume, ensinando a “todo o povo”. Aqueles homens mandam guardas para prender a Jesus que vão e, enquanto aguardam uma oportunidade para prendê-lo ouvem-no ensinando à multidão, porque não ousariam prender Jesus numa situação daquela podendo gerar grande transtorno ou comoção na cidade, ficaram esperando a oportunidade, nas proximidades, ouvindo a Jesus e não conseguem cumprir o seu intento.
Quando voltam para os líderes religiosos, e, lá chegando, diz que é impossível prender a Jesus porque ele ensinava como ninguém jamais falara, certamente incluindo aí os próprios sacerdotes que os enviaram para prender o mestre.
Ao terminar do dia, o Senhor Jesus sai de Jerusalém e vai para o monte das oliveiras, e, de madrugada, volta para Jerusalém, de madrugada volta para o templo, onde vai ensinar para o povo, como nos mostra o texto sagrado no qual vamos aprender um pouco mais sobre a palavra de Deus.
João nos conta um evento marcante do ministério de Jesus, o momento do julgamento de uma mulher surpreendida em adultério.
Aqueles homens, fariseus e escribas, não criam em Jesus como o messias, não gostavam de Jesus, não aceitavam nada que viesse de Jesus. Mesmo quando Jesus realizava milagres, mesmo quando Jesus curava enfermos, ainda assim eles se indispunham contra Jesus.
O problema não estava no que Jesus fazia, mas na indisposição do coração deles para com Jesus e o que Jesus representava, o medo de perder o status de liderança de Israel. O coração deles estava cheio de malignidade, fechado para Deus. Um coração fechado para tudo aquilo que o Senhor Jesus dissesse ou fizesse - nada mudaria a disposição, a dureza do coração daqueles homens.
E nesta indisposição para com Jesus, neste desejo de fazer o mal para Jesus eles trazem a Jesus uma mulher surpreendida em adultério. Ao ler esta história sobre esta mulher surpreendida em adultério, a história destes homens arrastando uma mulher, colocando-a no meio da multidão e acusando esta mulher numa atitude extremamente vexatória e vexaminosa.
Quando eu vejo este teatro, este circo armado, a primeira observação que eu faço é: é evidente que esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério com alguém, com algum homem. Mas onde está ele? Onde está o homem que estava com esta mulher? Porque ele não está ali sendo julgado ao lado dela? Porque o intento daqueles homens, daqueles fariseus, não era fazer justiça.
O texto é muito claro ao afirmar que o intento deles era provar ao Senhor, criar embaraço para o Senhor, porque se fosse para fazer justiça eles trariam o homem e a mulher. A lei mosaica (Lv 20:10 Se um homem adulterar com a mulher do seu próximo, será morto o adúltero e a adúltera) previa o julgamento do homem e da mulher, ambos submetidos a julgamento público (na verdade, apenas a acusação e a prolação da sentença já prevista na legislação mosaica) e executados a pedradas.
Mas onde está o casal? Onde está o homem? Porque só a mulher? O julgamento dela, segundo a lei, previa a morte. Era apenas uma questão de formalidade, tirá-la da cidade, leva-la para o lado externo do muro de Jerusalém onde cada um lançaria pedras até que ela morresse.
Mas os fariseus levam aquela mulher para Jesus e lhe perguntam: Mestre, o que o Senhor tem a nos dizer sobre esta mulher que foi surpreendida adulterando. Eles já chegam com o julgamento pronto, com o veredicto na ponta da língua: “A lei diz que nós devemos matá-la. E o Senhor, o que dizes?”
Jesus tinha algumas opções: a primeira era dizer mate-a, mas logo ele que veio para buscar e salvar os perdidos? Logo ele que veio para restaurar o ferido? Por outro lado, se ele dissesse mate-a ele perderia o apoio da multidão, e, embora ele nunca tenha se interessado por publicidade (Mc 9:9 Ao descerem do monte, ordenou-lhes Jesus que não divulgassem as coisas que tinham visto, até o dia em que o Filho do Homem ressuscitasse dentre os mortos) ou pelo apoio de multidão (Jo 6.64-66 Contudo, há descrentes entre vós. Pois Jesus sabia, desde o princípio, quais eram os que não criam e quem o havia de trair. E prosseguiu: Por causa disto, é que vos tenho dito: ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido. À vista disso, muitos dos seus discípulos o abandonaram e já não andavam com ele) o que os fariseus queriam era justamente que a multidão o abandonasse, que deixasse de estar próxima de Jesus e aí eles poderiam prendê-lo e mata-lo sem maiores problemas.
Por outro lado, se ele dissesse para não matá-la, para perdoá-la eles o questionariam porque, se ele, como afirma, veio para cumprir a lei (Mt 5:17 Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir) estaria mandando que a lei fosse desobedecida. O que Jesus poderia fazer numa situação como esta?
Se ele manda cumprir a lei, seria tido por inclemente, se age com clemencia, seria tido por desobediente à lei - e a própria lei mandava que se alguém se levantasse no meio do povo, como profeta, e pregasse rebeldia contra o Senhor deveria ser morto (Dt 13.5 Esse profeta ou sonhador será morto, pois pregou rebeldia contra o SENHOR, vosso Deus, que vos tirou da terra do Egito e vos resgatou da casa da servidão, para vos apartar do caminho que vos ordenou o SENHOR, vosso Deus, para andardes nele. Assim, eliminarás o mal do meio de ti).

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