terça-feira, 9 de julho de 2013

EVIDÊNCIAS DA MESSIANIDADE DE JESUS EM JO 8: DISCERNIMENTO

O texto mostra-nos uma segunda evidência da messianidade de Jesus.
O MESSIAS CONHECE O CORAÇÃO DOS HOMENS
Podemos ver no texto que aqueles homens que estavam ali desejosos de matar aquela mulher (e, também, criar problemas para Jesus). Embora tenham sido, anteriormente, acusados publicamente de suas mas intenções, eles ouvem o Senhor Jesus lhes dizer: se vocês estão sem pecado, se há aqui alguém sem pecado, então, seja o primeiro a atirar pedras na mulher. É como se ele dissesse: “Se aqui há alguém movido por intenções realmente justas, então tem o direito de atirar pedras, mas se a intenção for outra, é melhor tomar vergonha na cara, arrepender-se de seus pecados e mudar imediatamente de atitude”.
Acho curioso a atitude de Jesus de se abaixar e continuar escrevendo na areia. Ele não olha no olho de ninguém, ele não acusa ninguém que está ali. Ele simplesmente se abaixa como se dissesse que agora o problema era com a consciência de cada um. Assim como não acusara a mulher, também não os acusa.
Jesus trata a todos igualmente. Diz-nos o texto que aqueles homens, um olhando para o outro, todos se entreolhando, e eles sabiam o que estavam fazendo, haviam estabelecido um conluio contra Jesus, seu estratagema era pecaminoso à luz da lei e dos costumes, como lembrou-lhes antes Nicodemos (Jo 7.50-51 Nicodemos, um deles, que antes fora ter com Jesus, perguntou-lhes: Acaso, a nossa lei julga um homem, sem primeiro ouvi-lo e saber o que ele fez?). Já haviam tomado a decisão de matar ao Senhor Jesus e, portanto, sabiam que estavam ali não em busca de justiça, mas tentando criar um problema que levasse à morte do Senhor.
Eles sabiam, uns e outros sabiam que o seu coração estava carregado de pecados. E eles eram hipócritas, tinham uma serie de pecados mas não ousariam admitir que eram sem pecado por um motivo muito simples: imagine um doutor da lei dizendo “eu sou sem pecado”. Como ele diria “eu sou sem pecado” se a própria lei diz que não há justo, nem sequer um (Sl 53:3 Todos se extraviaram e juntamente se corromperam; não há quem faça o bem, não há nem sequer um)?
Como eles iriam ousar afirmar que estavam sem pecados se estavam ali com o objetivo claro e deliberado de cometerem um assassinato. Eles já haviam julgado e condenado Jesus, só faltava a aplicação da pena, que conseguiriam tempos depois usando estratagemas como traição e suborno (Mt 26.14-16: Então, um dos doze, chamado Judas Iscariotes, indo ter com os principais sacerdotes, propôs: Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E pagaram-lhe trinta moedas de prata. E, desse momento em diante, buscava ele uma boa ocasião para o entregar) e mentira (Mc 14.56-59 Pois muitos testemunhavam falsamente contra Jesus, mas os depoimentos não eram coerentes. E, levantando-se alguns, testificavam falsamente, dizendo: Nós o ouvimos declarar: Eu destruirei este santuário edificado por mãos humanas e, em três dias, construirei outro, não por mãos humanas. Nem assim o testemunho deles era coerente).
Para entendermos sua disposição de coração João registra a repreensão de Nicodemos, não aceita pelos demais, sobre seus intentos assassinos (Jo 7.50-52 Nicodemos, um deles, que antes fora ter com Jesus, perguntou-lhes: Acaso, a nossa lei julga um homem, sem primeiro ouvi-lo e saber o que ele fez? Responderam eles: Dar-se-á o caso de que também tu és da Galiléia? Examina e verás que da Galiléia não se levanta profeta). Nicodemos chama a atenção do sinédrio mas eles escarnecem da lei. Já haviam julgado e decidido a matar a Jesus. Por isso Jesus pergunta se há alguém ali sem pecado. Se houvesse, poderia começar o apedrejamento. A bíblia nos fala que ouvindo eles esta resposta, e acusados pela própria consciência, foram-se retirando um por um. Até mesmo os ouvintes iniciais de Jesus se retiram, provavelmente sentindo-se envergonhados por terem sido influenciados pelos fariseus e escribas. Parece que os discípulos de Jesus, João especialmente, se colocam de fora da história, ficando apenas como observadores.
Foram se retirando, um por um, a começar pelos mais velhos, até os últimos, ficando só Jesus e a mulher no lugar onde ela fora colocada. Um por um se retiraram. A prova da messianidade de Jesus, a evidência da messianidade de Jesus está também no fato de que Jesus conhecia os intentos do coração daqueles homens. Jesus sabia o que se passava em seu íntimo, sabia o que queriam, qual o seu propósito, sabia qual era o seu projeto, sabia que estavam ali com desejo de sangue (daquela mulher e do próprio Jesus) e nada mais - pecadores, cometendo pecados, e intentando cometer ainda mais pecados, um abismo chamando outro abismo.
Jesus não precisava que ninguém lhe dissesse o que se passava no coração deles (Jo 2:25 E não precisava de que alguém lhe desse testemunho a respeito do homem, porque ele mesmo sabia o que era a natureza humana, e, ainda Mt 22:18 Jesus, porém, conhecendo-lhes a malícia, respondeu: Por que me experimentais, hipócritas?).
Mas há, ainda, uma terceira evidência da messianidade de Jesus neste relato. Após aqueles homens terem saído o mesmo Jesus que havia se abaixado para escrever na areia, e sabendo que não havia mais ninguém ali para condenar a mulher, sabendo que ali só ficara ele, a mulher e provavelmente os discípulos que relatam o episódio, olha para a mulher e diz: Mulher, ninguém te condenou? É óbvio que ele sabia que ninguém a havia condenado. Ela ainda estava ali, viva, e os acusadores tinham ido embora.
Jesus pretendia dar um novo passo no julgamento daquela mulher - um passo de restauração. Pergunta-lhe: Ninguém te condenou? Ao que ela responde: Ninguém, Senhor. Talvez ela tivesse dito estas palavras num misto de alívio e de temor, porque sabia que estava diante de alguém sem pecado (Jo 8:46 Quem dentre vós me convence de pecado? Se vos digo a verdade, por que razão não me credes?). E aquele que estava ali era, evidentemente, sem pecado, podendo, então, atirar a primeira pedra. Jesus havia desafiado os religiosos a mostrar algum pecado que ele houvesse cometido.
É verdade que ele era homem, semelhante a nós (Hb 4:15 Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado), mas, mesmo tentando, não caiu em pecado.
Aquela mulher, olhando para Jesus, diz: Ninguém, Senhor. Mas ainda era uma pecadora, ainda era digna de apedrejamento, e ainda havia uma pessoa capaz de julgá-la e condená-la. Aquela mulher chegou naquele lugar com a mais absoluta certeza de que haveria de morrer. Ela chegou ali, no meio daquela multidão, com a certeza de que não sairia viva dali. Ela não tinha esperança alguma, provavelmente já tivesse visto outros julgamentos a respeito do mesmo pecado, talvez já tivesse até participado de outros justiçamentos. Não havia clemência para o adultério. Não era como hoje, onde o adultério se tornou uma coisa comum, corriqueira, e todo mundo considera normal. Não, todo mundo não. Nem todo mundo faz. Nem todo mundo acha normal. A lei moral ainda permanece valida, o adultério ainda é pecado aos olhos do Senhor, o Senhor ainda abomina o adultério.
Mas, naquela época, a punição era o apedrejamento, a punição era ser colocado contra uma parede e coberto de pedradas até se tornar numa massa sanguinolenta no chão.
Neste relacionamento restaurador vamos encontrar mais uma evidência da messianidade de Jesus.


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