sexta-feira, 12 de julho de 2013

SANTIFICAÇÃO - O DESAFIO DA VIDA CRISTÃ PRÁTICA - PARTE II

A NECESSIDADE DE UM TESTEMUNHO QUE ALIE PREGAÇÃO E AÇÃO
O que estou afirmando é que um testemunho eficaz não dissocia atos de palavras. Uma pregação isolada, por um pregador ou conferencista pode produzir muitos frutos, mas para o cristão que quer ter uma vida que produza impacto sem dúvida é necessário que sua palavra seja ilustrada por sua vida e que seus atos sejam explicados por sua palavra.
Como fazer isso? A Igreja está disposta a viver esta experiência transformadora? Os cristãos querem, de fato, ter uma vida que alie vida e palavras? Para isso é necessário que abandone atitudes e ações reprováveis e em seu lugar se coloque atitudes virtuosas e amorosas que evidenciem a vitalidade de sua fé.
CRISTÃOS, LIVRES APENAS PARA AMAR
Sei que é paradoxal, mas, assim como nenhum cristão que preze o ensino bíblico ousaria negar que os não convertidos a Cristo são escravos das paixões mundanas achando que libertinagem é liberdade (II Pe 2:19 ...prometendo-lhes liberdade, quando eles mesmos são escravos da corrupção, pois aquele que é vencido fica escravo do vencedor), assim também, o cristão, antagonicamente, é libertado desta escravidão para que possa, realmente amar, de fato, e não meramente de palavras, isto é, apenas afirmarem amar (I Jo 3.18 Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade).
Como podemos perceber, ou, mais precisamente, estimular este amor? De que maneira cada membro pode fazer da sua Igreja uma comunidade que se estimula ao amor é às boas obras (Hb 10:24 Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras), num testemunho impactante até mesmo para os não convertidos? Quero propor algumas aplicações práticas de como fazer isso.
COMO JULGAR O PRÓXIMO
O apóstolo Paulo lembra no verso 13 que tipo de julgamento evidencia a graça de Deus. Julgar-se superior a alguém - mesmo que este seja débil na fé, mais fraco ou de menos conhecimento - é um erro e uma ofensa a Deus, que escolheu a ambos, igualmente, e sob a mesma base, isto é, todos pecadores (Rm 3:23 ...pois todos pecaram e carecem da glória de Deus) e salvos gratuitamente, não por obras (Ef 2:5 ...e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, - pela graça sois salvos e ainda Ef 2.9 ...não de obras, para que ninguém se glorie). A orientação bíblica é para acolher, e o Senhor é quem julgará os seus servos.
Mas sei de uma coisa: tenho muitos irmãos fracos, inconstantes, e, pior, pecadores. Eu sei que são pecadores. Em alguns casos sei até que pecados eles tem cometido. Minha dificuldade começa quando não sei porque eles os cometem. Não sei porque pecam tanto. Também não sei onde eles vão parar com estes procedimentos. Gostaria mesmo de saber o que eles tem na cabeça e no coração. E sei que, quanto mais eu sei dos pecados de meus irmãos, mais devo me considerar a pessoa mais indicada para ajudá-los.
Sabe quando é que nossos irmãos mais precisam de nós? É justamente quando eles estão prostrados. É da misericórdia que eles mais precisam, e o papel dos cristãos é serem misericordiosos com os caídos, expressando o caráter de Cristo (Is 42:3 Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega; em verdade, promulgará o direito).
Julgue o seu irmão, mas julgue-o digno do seu amor. Julgue-o digno de ser amado, e ame-o.
COMO AUXILIAR O PRÓXIMO
Ainda no verso 13 Paulo diz-nos para tomarmos a resolução de não criarmos qualquer embaraço para nossos irmãos, e não custa lembrar as palavras do Senhor (Mt 18:6 Qualquer, porém, que fizer tropeçar a um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse afogado na profundeza do mar). Cada cristão tem que tomar a resolução de nada fazer para enfraquecer ou destruir o vigor, a força, o entusiasmo e a utilidade de outros cristãos na obra do Senhor, lembrando que há irmãos que caem mais facilmente que outros.
Cabe aos cristãos fazer o que estiver ao seu alcance para aplainar os caminhos dos seus irmãos. Numa corrida, um obstáculo pode fazer ruir o esforço de muitos quilômetros. Tropeços podem fazer desistir, tirar o animo ou a vitalidade de alguém que tem ido relativamente bem na vida cristã.
Um tropeço pode até impedir novas caminhadas. Seja instrumento de Deus para impedir a queda. Lamentavelmente tem muitos que fazem exatamente o contrário, tornando-se pedra de tropeço, rocha submersa que perfura o casco do navio incauto (Jd 1:12 Estes homens são como rochas submersas, em vossas festas de fraternidade, banqueteando-se juntos sem qualquer recato, pastores que a si mesmos se apascentam; nuvens sem água impelidas pelos ventos; árvores em plena estação dos frutos, destes desprovidas, duplamente mortas, desarraigadas).
Sair do caminho, avisar do perigo, alertar é uma demonstração do genuíno amor de Deus que tem sido derramado em nossos corações (Rm 5:5 Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado). Tanto maior ajuda precisa quanto mais fraco for o irmão. Ao mesmo tempo, cuidado: o argueiro do irmão pode ser apenas a distração que te impede de ver a trave no seu (Mt 7:4-5 Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão). Mas se você consegue ver os tropeços no caminho de seu irmão, então, ajude a aplainá-los.
COMO PROMOVER AMOROSAMENTE A LIBERDADE DO PRÓXIMO
Uma música dos anos 80 ilustrava a verdade bíblica de que há quem queira dominar sobre a consciência alheia. São os “pretensos donos de Jesus”, senhores da consciência, donos da Igreja. Em nome do amor que sentem pelo poder, pelo controle querem se tornar dominadores do rebanho (I Pe 5.2-3 ...pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho). Mas não é isto o que se espera de um cristão, pelo contrário, deve–se dar maior importância com o que o outro sente do que o que, na maioria das vezes, deseja ser imposto. Ninguém foi constituído juiz e senhor sobre os seus irmãos. Mesmo os que se encontram presos a maus costumes e pecados precisam ser ajudados e serem libertados, inclusive das obrigações que muitos dominadores do rebanho, movidos por torpe ganância, desejam impor-lhes (Tt 1:11 É preciso fazê-los calar, porque andam pervertendo casas inteiras, ensinando o que não devem, por torpe ganância).
Exerça sua liberdade com amor a Deus, ao próximo e a si mesmo. Se seu irmão for realmente livre para amar ele será livre para te amar. Ambos tem a ganhar com esta liberdade. Seu irmão te amará mais se você não tentar impedi-lo de amar-te livremente.
Quando a bíblia diz que o reino de Deus não é comida nem bebida (Rm 14:17 Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo) ela está dizendo que o reino de Deus não é material, e isto inclui você. O reino de Deus é amor e justiça, e o amor sempre se refere a agir de dentro para fora, pois o contrário disto chama-se egocentrismo, egoísmo.
Chamo a esta forma prática de viver o cristianismo de testemunho altruísta, isto é, o testemunho que visa o bem do próximo, e, como este próximo é, também, parte do mesmo corpo, acaba se tornando em benefício de todos, inclusive do cristão que testemunha eficientemente sua fé.


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