A vida
cristã teórica é muito bonita, cheia de coisas maravilhosas. Ser cristão
durante os cultos, acampamentos, congressos é algo sem igual. Mas, e na
prática, no dia-a-dia? Já teve quem dissesse que a teologia, na prática é
outra. Qual é o tamanho do desafio que a vida cristã, em conexão com a doutrina
da santificação, traz para os cristãos deste século?
Creio que
não há diferença entre o que é exigido dos cristãos hoje do que o Senhor exigia
do seu povo, tanto no Antigo Testamento quanto nos dias relatados pelos
apóstolos. É uma verdade fundamental que a fé precisa ser refletida nas ações,
no testemunho do crente.
É através
da vida cristã prática que a doutrina é percebida pelos que não tem
discernimento espiritual (I Co 2:14 Ora, o
homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura;
e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente), mas que observa (Hb 12.1-2 Portanto, também nós, visto que temos a
rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e
do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira
que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé,
Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não
fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus) e cobra inclementemente (Tg 2:18 Mas
alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé sem as obras,
e eu, com as obras, te mostrarei a minha fé).
Rm
14.13-23
13 Não nos
julguemos mais uns aos outros; pelo contrário, tomai o propósito de não pordes
tropeço ou escândalo ao vosso irmão.
14
Eu sei e estou persuadido, no Senhor
Jesus, de que nenhuma coisa é de si mesma impura, salvo para aquele que assim a
considera; para esse é impura.
15
Se, por causa de comida, o teu irmão
se entristece, já não andas segundo o amor fraternal. Por causa da tua comida,
não faças perecer aquele a favor de quem Cristo morreu.
16
Não seja, pois, vituperado o vosso
bem.
17
Porque o reino de Deus não é comida
nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.
18
Aquele que deste modo serve a Cristo
é agradável a Deus e aprovado pelos homens.
19
Assim, pois, seguimos as coisas da
paz e também as da edificação de uns para com os outros.
20
Não destruas a obra de Deus por causa
da comida. Todas as coisas, na verdade, são limpas, mas é mau para o homem o
comer com escândalo.
21
É bom não comer carne, nem beber
vinho, nem fazer qualquer outra coisa com que teu irmão venha a tropeçar ou se
ofender ou se enfraquecer.
22
A fé que tens, tem-na para ti mesmo
perante Deus. Bem-aventurado é aquele que não se condena naquilo que aprova.
23
Mas aquele que tem dúvidas é
condenado se comer, porque o que faz não provém de fé; e tudo o que não provém
de fé é pecado.
A bíblia traz inúmeras admoestações
sobre a necessidade do cristão ser testemunha da bondade, misericórdia e,
principalmente, do poder de Deus em transformar vidas. Israel foi criado para
ser uma nação de testemunhas (Ex 19:6 ...vós
me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás
aos filhos de Israel) e este
propósito foi mantido e ampliado com o novo Israel, a Igreja de Deus (I Pe 2:9 Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio
real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes
as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz).
Então, falar do imperativo de testemunhar não
é chover no molhado porque a Igreja precisa ser lembrada, sempre, exortada a
fazer o bem que sabe ser seu dever (Tg 4:17
Portanto, aquele que sabe que deve
fazer o bem e não o faz nisso está pecando),
tanto mais quanto vemos que o dia do Senhor está cada vez mais próximo (Hb 10:25 Não
deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se
aproxima).
Mas quero focar outro aspecto, os perigos da
ausência de testemunho tanto para a vida do cristão, quanto para a Igreja e,
inclusive, para o não cristão. Deixe-me definir o que não é um cristão, ou, pelo menos, o que não é vida cristã.
O cristianismo formal, nominal e apenas
institucional é uma forma danosa de cristianismo que, apesar de ter forma e
aparência, na verdade é muito mais amigo dos prazeres mundanos e não tem
consistência espiritual alguma (II Tm
3.5 ...tendo
forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes).
Vejam bem: ele é danoso, a bíblia diz para
fugir dele, não para aceita-lo como normal e abraça-lo.
Quais os efeitos deste cristianismo? Podemos
afirmar que este tipo de cristianismo destrói o amor, a unidade, o vigor
espiritual de qualquer comunidade cristã - podemos afirmar que neste sec. XXI
está-se institucionalizando o que chamo de cristianismo
virtual [não apenas aquele de ficar em casa,
acessando sites, blogs e assistindo cultos pela internet), mas um cristianismo
que não é palpável, não pode ser experimentado.
UM POUCO
DE HISTÓRIA PESSOAL
Certa vez fiquei profundamente impactado com
a profunda ignorância de moradores de uma comunidade ribeirinha a respeito de
Cristo e da vida cristã a ponto de, em meu coração, questionar ao próprio Deus
a razão de eles considerarem relevantes os ensino de umbandistas católicos
totalmente estranhos às Escrituras e a rejeição da mensagem que levávamos.
Logo descobri que o problema era que eles se
conheciam, mas não a nós. Não era apenas a palavra que falávamos, mas o fato de
que eles não podiam “ler a nossa vida”. Faltava testemunho de vida entre eles -
o que é diferente de haver mau testemunho, eles simplesmente não conheciam os
“crentes”. Somente após meses de trabalho, visitas, conversas, convivência a
Igreja pôde ver os primeiros frutos.
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