quinta-feira, 20 de junho de 2013

A BUSCA POR EVENTOS SUPERNATURAIS FAZ A IGREJA TIRAR OS OLHOS DA SANTIFICAÇÃO

Outra tendência da Igreja dos últimos anos é a de tentar medir a espiritualidade sem levar em conta a santidade, por aquilo que chamo de supernaturalismo. Não chamo de sobrenatural porque ele independe do natural, logo, o homem não tem nenhuma influência própria, ainda que eu admita influência derivada e concessiva, naquilo que foge à sua esfera normal de atuação, o mundo natural.
O supernaturalismo tem substituído o andar com Deus, e há uma tal “ostentação espiritual” que pode ser verificada numa disputa para ver quem e onde tem maior capacidade de realização de sinais extraordinários, usando tal parâmetro para salientar os pretensos avanços espirituais da comunidade.
Para criar, manter e/ou aumentar tal disposição promove-se encontros, seminários, cultos específicos e treinamentos para a manifestação destes sinais e prodígios, grandemente valorizados, mas sem levar em consideração de uma conduta pautada pela palavra, conforme requerida por Deus para todo aquele que professa a fé cristã.
Não tenho visto nenhuma promoção de eventos para a promoção do fruto do Espírito na vida cristã prática.
Por mais sensacional e poderoso que seja um homem produzir feitos espirituais e sobrenaturais isto não tem apelo na Igreja atual altamente contaminada pelo hedonismo, pela busca do prazer e do sucesso, pelo supernaturalismo hedonista.
Esta expectativa era muito comum entre os pagãos, como Naamã [II Rs 5.11: Naamã, porém, muito se indignou e se foi, dizendo: Pensava eu que ele sairia a ter comigo, pôr-se-ia de pé, invocaria o nome do SENHOR, seu Deus, moveria a mão sobre o lugar da lepra e restauraria o leproso] e foi o único método para provar que o Deus de Israel era maior do que Baal diante de paganizados hebreus [I Rs 18.24: Então, invocai o nome de vosso deus, e eu invocarei o nome do SENHOR; e há de ser que o deus que responder por fogo esse é que é Deus. E todo o povo respondeu e disse: É boa esta palavra].
Foi assim com Moisés para com os hebreus [Ex 3.13: Disse Moisés a Deus: Eis que, quando eu vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós outros; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome? Que lhes direi?], Isaías para o rei [Is 7.14: Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel], Jesus entre os religiosos [Mt 12.38-39: Então, alguns escribas e fariseus replicaram: Mestre, queremos ver de tua parte algum sinal. Ele, porém, respondeu: Uma geração má e adúltera pede um sinal; mas nenhum sinal lhe será dado, senão o do profeta Jonas] e o rei Herodes [Lc 23.8: Herodes, vendo a Jesus, sobremaneira se alegrou, pois havia muito queria vê-lo, por ter ouvido falar a seu respeito; esperava também vê-lo fazer algum sinal].
Lembre que Jesus diz claramente que a busca por sinais e maravilhas é uma característica de uma geração má e adúltera, não dos crentes. Mas o parlatório atual diz que quanto mais crente, maiores serão os sinais, o que é uma deturpação da Palavra de Deus.
Onde houver eventos não explicáveis sempre haverá um grande número de curiosos. Talvez isto produza adesões à igreja, mas não produz vida santa, e é curioso que algumas das mais marcantes transformações de vida produzidas em encontros com Jesus não tenha havido nada de espetacular: a mulher samaritana, o publicano Zaqueu e a mulher surpreendida em adultério.

Jesus evidencia a real transformação ocorrida nestas vidas e a orientação para que vivam santamente [Jo 8.11: Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais], ao qual a Palavra se refere mais de uma vez [Lv 20.7: Portanto, santificai-vos e sede santos, pois eu sou o SENHOR, vosso Deus] e Paulo faz eco com muita clareza [At 26.20: ...mas anunciei primeiramente aos de Damasco e em Jerusalém, por toda a região da Judéia, e aos gentios, que se arrependessem e se convertessem a Deus, praticando obras dignas de arrependimento] porque foi para isso que o povo de Deus foi criado [Ef 2.10: Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas].

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