quinta-feira, 20 de junho de 2013

SANTIFICAÇÃO É PARA QUEM QUER VER A DEUS

SANTIFICAÇÃO: SOMENTE PARA QUEM QUER VER A DEUS!
Hb 12.14-17
Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados; nem haja algum impuro ou profano, como foi Esaú, o qual, por um repasto, vendeu o seu direito de primogenitura. Pois sabeis também que, posteriormente, querendo herdar a bênção, foi rejeitado, pois não achou lugar de arrependimento, embora, com lágrimas, o tivesse buscado.

Quem quer ver a Deus? Ou, usando o caminho do raciocínio inverso, quem não quer ver a Deus? Se esta pergunta for dirigida a cristãos, muitos podem até afirmar que ela é desnecessária. Mas será que a Igreja realmente pensa em “ver a Deus”? E o que isto significa?
Por ver a Deus refiro-me não a enxerga-lo como vemos coisas, mas no sentido de experimentá-lo na plenitude do que ele se dá a experimentar.
Esta ressalva é importante porque não devemos pensar na totalidade de Deus, pois ele sempre será infinito e o homem sempre será finito, e o sábio teólogo africano, Agostinho de Hipona, já afirmava que “finitum nunc capere infinitum”, isto é, o finito não compreenderá o infinito. Mesmo na glória, o homem sempre será finito, e Deus não abandonará a sua infinitude. Na glória experimentaremos o que Deus tem preparado para nós, que, hoje, já é mais do que conseguimos compreender [I Co 2.9 ...mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam].
O sentido de “ver a Deus” inclui a experiência com Deus que é, também, a certeza da experiência da glória. E isto só acontecerá se, aqui, agora, houver uma real progressão numa vida de santidade, isto é, num progressivo abandono daquilo que o Senhor reprova em sua palavra e, ao mesmo tempo, numa prática progressiva daquilo que o Senhor ordena e é agradável aos seus olhos [Hb 12.28: Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor; e, ainda, Hb 13.21: ...vos aperfeiçoe em todo o bem, para cumprirdes a sua vontade, operando em vós o que é agradável diante dele, por Jesus Cristo, a quem seja a glória para todo o sempre. Amém! - e veja ainda I Jo 3.22: ... e aquilo que pedimos dele recebemos, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos diante dele o que lhe é agradável].
Precisamos definir como ponto fundamental que a santificação é condição sine qua non para se ver a Deus, para se viver na presença de Deus ou, dito de outra maneira, não há como ser crente sem ser santo [I Pe 1.16: ...porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo]. Não há esperança de glória eterna [Rm 5.2: ...por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus] sem abandono da busca pela glória deste mundo.
Santidade ou santificação deve ser entendida como uma luta contra o próprio querer. Buscar a santificação significa começar uma luta contra um poderoso adversário. Vale lembrar que a bíblia afirma que temos três inimigos. O primeiro deles é moral, é este século, isto é, este mundo e as coisas que ele pode oferecer; o segundo inimigo é o deus deste século, o diabo, um adversário espiritual, poderoso e sagaz. São dois adversários externos. O terceiro, e, creio, o mais difícil de ser vencido, e que serve de brecha para a ação dos dois anteriores, é o nosso próprio coração, que sabemos bem ser terrivelmente enganoso ou corrupto.
Pode parecer contraditório, mas buscar a santificação é buscar a felicidade abrindo mão da satisfação pessoal, que é o conceito comum e equivocado do que é felicidade, isto é, normalmente confunde-se a felicidade com satisfação de prazeres e desejos - o grande problema é que os prazeres buscados pelos homens carregam em si mesmos os desequilíbrios morais fruto da transgressão adâmica [I Jo 2.15: Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo].
Após o pecado o homem imediatamente passa a buscar onde não poderia encontrar alguma coisa que lhe satisfizesse seus desejos e necessidades: faz isso ao dar e a continuar dando ouvidos a satanás, bem como no mundo e nas coisas que há no mundo, que não anda sob a lei de Deus mas serve aos caprichos de satanás [I Jo 5.19: Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno]. Mesmo coisas boas podem ser usadas pelo inimigo, deturpadas e tornadas más. Um exemplo é a honra que se deve dar aos pais, que, acrescida de uma religiosidade, acabou se tornando no culto aos antepassados, os “ídolos lares”, uma forma de idolatria.
A verdadeira satisfação, ainda que incompleta aqui, será encontrada na obediência a Deus, e esta é o caminho da santificação. No segundo caso, na desobediência, na busca pela satisfação nas coisas do mundo é não apenas enganoso, como também uma ilusão que gera enorme angústia e frustração porque fadada a não ser satisfeita.

E não pode ser satisfeita porque a satisfação só poderá ser encontrada em andar com Deus.

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